• vinte e dois •
CAPÍTULO VINTE E DOIS
creep
Pandora nunca se sentiu tão paparicada na vida inteira. Naquele mesmo dia antes de se juntar à mais uma das incomuns reuniões com Morgana e os novos amigos que fizera, a garota passou pelo corujal esperando encontrar a coruja da família para enviar uma carta adequada às Harpias de Holyhead. Entretanto, encontrou mais de dez cartas empilhadas nas costas do pobre animal, que cansado, grunhiu e saiu para fazer um lanchinho assim que ela pegou os papéis. Todas cartas, sem excessão, tinham selos da América Latina, fazendo-a estranhar.
"Irmãzinha,
Soube por papai que você está interessada em seguir uma carreira acadêmica e se tornar professora. Obviamente a notícia me deixou extremamente animado e orgulhoso, já que nossa família está cada vez aumentando em número de professores e isso é uma dádiva. Por favor, tenha em mente que Castelobruxo está de portas abertas para você se quiser algum dia se especializar em algo ou trabalhar.
Mandei também todas as cartas de recomendação que consegui recolher em dois dias, assinadas por amigos professores e por mim. Tenho certeza que você se dará bem em qualquer coisa que tentar fazer e receberá total apoio.
Saiba que amamos muito você e estaremos sempre orgulhosos, independente do que escolher.
Com carinho,
Professor Z. Madison."
Estava tão imersa em pensar sobre Sirius e na maldita visão que teve ao olhar no espelho, que quase esqueceu o fato de que as provas finais estavam chegando. Sabia em seu coração que o Quadribol era de extrema importância, foi com ele que aprendeu a liderar e sabia que era extremamente boa, mas as Poções... eram tudo. Desde o momento em que chegou em Hogwarts ela soube que se daria bem com a matéria, até mesmo as tarefas passadas para depois da aula não se tornavam cansativas. Não pensou imediatamente em se tornar uma professora, já que uma delinquente feito ela não deveria pensar em viver nos corredores de alguma escola, mas quando percebeu que aquela poderia ser uma opção tudo fez sentido.
Sabia que era seguro ter duas opções claras e se sentiu extremamente grata por todas as cartas de recomendação que seu irmão mandou, porém, de qualquer forma, ela estava começando a ficar nervosa de verdade.
A primeira pessoa que encontrou logo depois de deixar as cartas recebidas dentro de seu baú perto da cama foi Sirius. Dessa vez, não o imaginou como uma criatura peçonhenta a seguindo, apenas como Sirius, usando roupas confortáveis naquele fim de tarde e com a cara de sempre, de alguém que queria aprontar.
— Te achei! — ele disse. — Você desapareceu.
Na última vez que o viu, na biblioteca, eles estavam se beijando bem embaixo de algum exemplar de livro antigo e empoeirado, aquela deveria ser a versão de visco deles dois. E, Merlin, ela queria beijá-lo de novo.
— Estava me procurando? — ela perguntou.
Não estavam estranhos um com o outro depois do beijo, nem envergonhados ou arrependidos. Afinal de contas, aquele ato estava se tornando cada vez mais comum entre os dois.
— Sim. Nós vamos ir atrás de Morgana e James.
— Vão atrapalhar os dois outra vez? — Dora riu.
Sirius sorriu de volta, os dentes perfeitos brilhando contra os olhos dela. Até o sorriso do maldito era bonito. Talvez ela tenha feito coisas horríveis na outra vida, estava pagando todos seus pecados nessa e Sirius estava os cobrando.
— Quer vir junto, Dora?
Em um ato simples, mas que poderia ser extremamente significativo, Sirius ofereceu sua mão para ela. Os dedos trêmulos e gelados esperando serem correspondidos. Pandora o encarou por segundos antes de fechar sua mão contra a dele e assentir levemente. Quando os dois começaram a correr nos corredores, ela percebeu que o que antes a trazia uma raiva incandescente, agora esquentava seu coração de forma boa. Era tão bom ser amiga dele, saber que ele também pensava nela de forma constante.
— Espera! Como me encontrou? — ela questionou.
Sirius tirou de dentro de seu casaco um pedaço de papel que ela já conhecia, entregou-a como se fosse algo comum entre os dois dividir pertences, ela gostava daquilo, da intimidade. Os beijos, os abraços, a noite que passaram juntos... aquilo os mantinha próximos, mas as coisas comuns da vida as quais dividiam como se sempre o tivessem feito era íntimo de verdade.
— Pegue. Por que não descobre como usar? — ele ofereceu.
— Mas vocês não precisam muito mais? Remus...
— Acredite, nós conhecemos cada canto dessa escola. Só usamos quando precisamos ver alguém andando por aí.
Encontraram os dois na Floresta Proibida, uma parte mais tranquila dela, obviamente. Estavam tentando ficar sozinhos, mas não se importavam com a presença dos amigos. Morgana acenou quando os dois chegaram, as mãos distantes uma da outra. Era um fato que a garota estava radiante desde o dia que ela e James se resolveram, não era para menos, já que agora os dois passavam horas juntos fazendo sei lá o que sei lá onde. Sirius até mesmo fez questão de comentar com Dora que seu melhor amigo parecia um gatinho manhoso falando da namorada — eles não colocaram um rótulo, mas era mais do que óbvio —. A garota riu imaginando que aquilo era fofo ao mesmo tempo que parecia perigoso, já que, bem... todo o papo com a mãe dela ser uma maluca.
Perguntou-se sobre a situação dela mesma, se algum dia teria alguém para chamar de namorado ou namorada, ou... só alguém que fosse seu. Nunca havia pensado sobre isso como algo concreto que poderia acontecer, sua cabeça costumava ficar distante e em negação quando o assunto era relacionamentos. Mas agora, o que antes nem era uma possibilidade se tornou um desejo.
Na verdade, Pandora Madison era feita de desejos.
Quando a lua crescente já estava no céu iluminando o pequeno grupo, decidiram que era hora de entrar. Pandora e Morgana seguiram juntas até os dormitórios, mas fora vozes irritadas que as fizeram parar perto de um dos grandes quadros no corredor. As vozes conhecidas pertenciam a Severus Snape e um garoto chamado Barty Crouch, ele também era um estudante da Sonserina e parecia ter um desvio de caráter absurdo para alguém de sua idade, ainda mais sendo filho de alguém tão importante. De qualquer forma, as duas pararam ali para ouvir o que parecia ser uma reunião secreta.
— Você sabe a verdade agora, Snape. — falou o Crouch. — Lucius Malfoy confirmou isso e disse que os pais dela esconderam isso até do Lord das Trevas.
Pandora franziu o cenho. Por Merlin, eles já estavam nesse ponto? Envolvidos com as trevas?
— Não pode ser verdade! — resmungou Severus. — Nós teríamos desconfiado.
As duas se encararam, ainda tentando ouvir atrás do quadro.
— É a mais pura verdade, aceite isso. — uma voz feminina falou rindo. — Sua amiguinha é...
— Já sei! Já entendi o que você falou sobre Morgana nas primeiras três vezes que repetiu. — berrou Severus. — O que me diz, Pettigrew?
Pandora sentiu seu corpo esfriar, como se uma onda elétrica tivesse a tocado e a deixado em puro estado de choque. Aparentemente aquela reuniãozinha do mal estava envolvendo Peter Pettigrew, não apenas um garoto com cara de ratinho, mas um dos melhores amigos de Sirius. Ficou chocada não apenas por ser ele, mas por descobrir que ele não parecia tão medroso assim. Tentou desvendar o que a expressão de sua melhor amiga significava e não conseguiu.
— Vamos embora, Dora. — Morgana sibilou. — Agora.
As duas saíram correndo pelos corredores das masmorras, ainda processando o que haviam acabado de descobrir e implorando aos céus que nenhum dos envolvidos atrás daquele quadro as ouvissem.
— Você sabe do que ele estava falando? — ela perguntou.
— Claro que não.
Quando já estava em seu quarto, Dora percebeu que o Mapa emprestado por Sirius permanecia em seu bolso esperando para ser usado. Viu que sua melhor amiga já estava dormindo e decidiu que aquele poderia ser o momento certo para mais uma de suas traquinagens, em um bom sentido dessa vez. Acendeu a luminária ao lado de sua cama e pegou o papel velho em suas mãos, pensando em como raios ela conseguiria lê-lo. O abriu, apesar de ainda vê-lo em branco e semicerrou os olhos, como se aquele ato pudesse ajudar em algo.
— E como raios você funciona, mapinha? — ela falou sozinha.
Encostou sua varinha de madeira escura no papel e estava se preparando para falar alguns feitiços sortidos, imaginando que deveriam funcionar. Ao invés disso, letras começaram a surgir feito manchas.
O Sr. Aluado apresenta seus cumprimentos à Sra. Dora e pede que ela se sinta à vontade para meter o nariz perfeitamente desenhado em todos os cantos do Mapa.
Ela riu.
O Sr. Pontas concorda com o Sr. Aluado e acrescenta que ela é curiosa demais até para eles.
— Merlin...
O Sr. Rabicho deseja que ela tenha uma ótima experiência com o artefato e use-o para várias pegadinhas.
Quando as palavras começaram a parar, sua atenção multiplicou.
O Sr. Almofadinhas deseja à Sra. Dora que ela saiba o quanto é bonita e aprenda as palavras seguintes, que não serão difíceis:
Eu juro solenemente não fazer nada de bom.
— Eu juro solenemente não fazer nada de bom. — repetiu.
As palavras mudaram novamente, dessa vez se transformando verdadeiramente em um guia.
Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinha e Pontas, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar
O MAPA DO MAROTO
— Droga, vocês não deveriam ser tão legais.
Pequenos desenhos formaram caminhos dos quais ela reconheceu, como os enormes corredores e as salas secretas que ela ainda não havia descoberto. Viu Filch caminhar sem parar no terceiro andar, Dumbledore caminhar em círculos constantes e até mesmo a professora McGonagall em seu escritório. Não pôde evitar bisbilhotar o dormitório da Grifinória, percebendo que o único que não estava dormindo com seus amigos naquele horário era Peter Pettigrew. Na verdade, ela não o encontrou em nenhum lugar por perto do Salão Comunal da Grifinória, ele na verdade estava caminhando para aquela direção, vindo de perto das masmorras, onde elas haviam ouvido as vozes anteriormente.
Por Merlin, ela precisava descobrir no que ele estava metido e contar para Sirius.
— Mas que merd...
Arregalou os olhos ao notar nomes conhecidos caminhando em passos lentos até às masmorras, primeiro Severus Snape e depois dele... Regulus Black, que caminhava em ziguezague feito alguém nervoso. Se ele estava junto de Snape, provavelmente estava com o resto da ganguezinha do mal preparando algo que não poderia ser bom. Mas poderia ser engano, é claro, talvez eles tivessem se encontrado no corredor sem querer. Quer dizer, Regulus não poderia estar envolvido com aquilo, certo? E se estivesse?
Observou o caminho que ele fez, esperando vê-lo chegar logo na Comunal. Severus entrou primeiro, mais apressado do que deveria, então sumiu para dentro dos dormitórios, foi a oportunidade perfeita para que Pandora deixasse o mapa embaixo de seu travesseiro, se enrolasse no roupão quentinho e saísse do seu quarto. Na sala, havia apenas o fogo da lareira e a sombra que era projetada com aquela única luz, Regulus, parado perto da janela com visão para o lago. Ele estava definitivamente desnorteado, uma de suas mãos tocando o vidro e ela tinha quase certeza que seu rosto também.
— Regulus.
Ele levou tamanho susto que pulou longe, não gritou, mas a mão que correu em direção do coração demonstrou sua surpresa.
— Dora! Você me assustou, por Merlin. — ele disse. — Caramba, o q-que está fazendo acordada essa hora?
As sobrancelhas dela se uniram, Pandora se sentou em uma das poltronas, tentando parecer menos confrontadora. Ele mordeu o lábio ansiosamente.
— Ora... eu que devo perguntar. — falou. — Parece nervoso, sente-se.
Dessa vez, a mão que antes tocava o vidro agora estava pousada no braço. Dora sentiu uma pontada no peito quando ele fez aquilo, ela não saberia dizer se aquilo era um puro ato de nervosismo ou a atitude de alguém que estava escondendo algo. Ela queria muito que ele estivesse apenas nervoso.
— Está tudo bem? — perguntou ele.
Era quase como se ele irradiasse medo, seu pé balançava em um ritmo frenético e ele evitou trocar olhares com ela.
— Reg, você sabe que pode me contar qualquer coisa. Somos uma irmandade, não é?
Ela poderia ser mais incisiva, ou não deveria se intrometer. Mas se não ela, quem se importaria o suficiente, além de Sirius, que por acaso não se comunicava com o irmão há meses?
— Talvez você pudesse me explicar o que está fazendo com Severus... — ela suspirou, dessa vez falando em um tom mais baixo. — E Peter Pettigrew.
Regulus a encarou com surpresa, como se tentasse desvendar o que ela já havia descoberto. Pandora não hesitou, nem sequer desviou o olhar quando ele continuou olhando.
— Por favor, não tente negar. Você e eu somos muito mais inteligentes do que isso, não acha?
— E-eu... não é nada.
— Regulus, eu não sou estúpida. Me diga o que está acontecendo e eu não perguntarei mais. — falou. — Você sabe o quanto Pettigrew é importante para... para pessoas que eu conheço. Se ele estiver metido com algo ruim, se você estiver, eu preciso saber.
Ele se levantou dessa vez.
— Não pode contar para ninguém sobre o Pettigrew, não pode. Entendeu?
Pandora não poderia estar mais confusa, o que ela faria à respeito do rato mentiroso?
— Dora, você entendeu? Por favor.
Regulus parecia sincero dessa vez.
— Eu entendi. — interrompeu. — Mas ainda não me disse o que estavam fazendo. Seja sincero.
Dessa vez ele preferiu voltar a se sentar, as mãos esfregando o rosto como alguém que fez algo errado.
— Fiz o que era preciso.
Dora sentiu como se pudesse cair desmaiada no chão.
— Não... — ela sibilou.
— Escute, eu precisei fazer isso e você sabe bem que eu...
— Que você concorda com essa merda toda? — quase gritou. — Eu não consigo acreditar.
Mal percebeu que de repente estava andando em círculos ao redor da sala, os braços ao redor do seu próprio corpo, como se precisasse de um abraço. Se Sirius soubesse.
— Prometa que não vai contar. — ele pediu. — Prometa.
— Quer que eu concorde em deixar você fazer a maior burrada da sua vida? Regulus isso não é uma brincadeira, é a vida real. — Pandora falou. — Pessoas vão morrer, inocentes. E você... é uma criança.
— Não é tão mais velha que eu.
— Exatamente. — disse. — Veja o quanto isso é enlouquecedor. Talvez não enxergue agora, mas vai. E pode ser tarde demais quando conseguir.
— De qualquer forma, não há mais volta.
Pandora se virou para ele.
— O que?
— Eu...
O garoto se levantou, caminhando em passos curtos até ela.
— Eu ganhei a Marca.
— Não...
— É tarde demais.
Regulus ergueu o braço para ela, lentamente revelando o pedaço da pele antes escondido por seu uniforme e Pandora sentiu as pernas bambas. Na pele jovem e pálida havia agora o desenho de uma caveira macabra com uma cobra saindo de sua boca, a Marca das Trevas, todos a conheciam. O coração dela se partiu ali.
Quando conheceu Regulus ele era apenas uma criancinha minúscula que andava atrás de Sirius nos corredores, tentando aprender com o irmão mais velho a se virar na enorme escola e foi ali que ela começou a gostar dele. Foi uma criança tímida, assim como ela própria, talvez aquilo os tivesse unido, mas ela havia pecado em não lhe ter dado mais atenção. Porém, assim como Morgana, que vinha de uma família confusa e igualmente possuía um bom coração. Entendia que alguém criado em um ambiente amedrontador não poderia sair muito diferente dos pais, mesmo esperando que acontecesse, porquê era melhor ser positiva quando se tratava de alguém assim.
No entanto, quando ele mostrou a Marca perfeitamente desenhada... tudo desmoronou, as expectativas, a imagem dele como a criança que conheceu. Tudo do aquilo não passava de uma mentira, ou apenas de uma imagem do passado que nunca mais seria a mesma. E era triste, tão decepcionante, porquê ele queria tudo aquilo.
— Agora você sabe. — ele sussurrou. — Não conte para ninguém.
Ela assentiu, em choque.
— O seu segredo é o meu segredo, Regulus. — prometeu.
Naquela madrugada Pandora dormiu pensando que tudo estava mudando rápido demais para que ela conseguisse acompanhar e não surtar. Aparentemente o apocalipse estava chegando e ela não era alguém que conseguiria pará-lo. Para piorar a situação, as provas estavam cada vez mais próximas e até mesmo em seus sonhos ela revisava os conteúdos da aula. Era como se ela pudesse mudar seu destino por inteiro apenas mexendo uma peça em um jogo de xadrez e isso não era nada reconfortante. Eram tantas coisas em sua cabeça, que quase nem conseguia pensar. Ainda jogada em sua cama, ela choramingou.
— Dora, mas você ao menos decidiu qual profissão vai tentar? — perguntou Morgana.
Sua melhor amiga estava tentando organizar alguns pergaminhos bagunçados.
— Você vai ficar em choque. — brincou.
— Ah, tá. — revirou os olhos, debochando. — Vai tentar os testes de algum time de quadribol, já sei. Você fala disso desde que chegou na escola.
Não era mentira.
— Você acertou. Mas eu não vou fazer só os testes do quadribol. — sorriu. — Vou fazer a prova para ser professora.
Morgana arregalou os olhos, o tom de surpresa a ofenderia se não fosse sua melhor amiga.
— Viu só? Ficou em choque.
— Pandora, você nunca me contou que quer ser professora. Eu teria impedido muitas detenções suas. — a Bouveair sorriu.
Ela quase caiu na risada.
— Eu só descobri há pouco tempo, sabe que eu sonhei que estava dando aula de Poções aqui em Hogwarts? — contou. — Mas eu poderia trabalhar na Castelobruxo também, todos meus irmãos mais velhos estudaram lá e disseram que eu iria me adaptar.
— Você sempre se adapta, Dora. — Morgana completou.
As duas saíram de seus dormitórios carregando alguns livros, procurando chegar o mais rápido possível na primeira aula do dia. Mas Pandora percebeu que sua melhor amiga parou abruptamente no momento em que viu Peter Pettigrew aparecer sozinho nos corredores e soube que ela com certeza iria confontá-lo. Morgana lhe entregou o que estava carregando e comecou a segui-lo, em segundos a garota arrastou Peter para um armário de vassouras e Dora foi atrás, mesmo carregando todo o peso.
— Morgana! — ela exclamou.
Logo o antebraço de Morgana estava contra o pescoço dele e sua outra mão segurava a varinha, a qual ela estava morrendo de vontade de usar. Pettigrew, com medo em seu olhar, se manteve parado com medo da ameaça, porque sabia que ela era uma bruxa talentosa.
— Sua ratazana covarde. — a garota sussurrou. — Tramando ao lado de Voldemort, enquanto seus melhores amigos pensam que você é fiel.
Dora arregalou os olhos.
— Você é a corajosa aqui, afinal, chamando o Lord das Trevas pelo nome. — ele riu com petulância.
Estava começando a ficar vermelho de tão forte que seu pescoço era apertado.
— Snape estava tentando defender sua honra, Morgana. — falou ele. — Ao menos você não ouviu o resto...
— O que quer dizer com isso? Sobre o que estavam falando?
— Descubra sozinha, eu não preciso lhe contar nada. — Peter a encarou. — Mas aposto que você vai adorar.
— Eu estou com uma varinha apontada para você, deveria estar com medo. — rosnou Morgana.
— Não quando eu sei que não fará nada, Morgana Bouv... Morgana. — ele sorri. — Você não pode. Vai contra a sua natureza boazinha.
Ele deveria calar a boca suja, Pandora pensou.
— Eu vou contar à eles, vou contar que você é um mentiroso e um traidor nojento.
— Ah... — suspira. — Então eu vou ter que contar o mesmo para sua mãe, devo contar que mentiu sobre seu namorozinho e que vai traí-la quando não se tornar uma Comensal. Acho que ela adoraria ouvir isso, imagino que você estaria sobre o efeito da maldição Imperius em menos de dez minutos.
Pandora franziu o cenho quando ela abaixou a varinha, estava com tanto peso nos braços que nem sequer poderia se defender.
— Ele ainda vai chamar você, sabe que seus pais adorariam ver você com uma marquinha no braço. — zombou. — A não ser, é claro... que você não conte aos meus amigos o que descobriu.
— Você aprendeu rápido a ser como eles... — falou Morgana.
— Seja uma boa garota e me solte logo, fique quieta e não fale nada. — mandou. — Você estará à salvo se ficar quieta. E seu namoradinho também.
— Covarde. — ela sussurrou.
Peter riu debochadamente enquanto saía do armário de vassouras como se nada tivesse acontecido. Pandora ficara tão surpresa que nem sequer evitou em jogar tudo que segurava no chão. O que raios eles estavam escondendo e por quê envolvia sua amiga? Correram para a sala onde teriam aula, esperando no corredor que ela começasse, os joelhos de ambas enfraquecendo e fazendo com que elas escorregassen ao chão.
— O que você acha que eles estavam falando sobre mim? — Morgana pergunta, quebrando o silêncio. — Como Pettigrew espera que eu descubra?
— Deve ser algo sério, Morgie. — Pandora falou. — Algo que envolva seus pais, você ouviu o que eles disseram.
— Muitas coisas sérias envolvem meus pais, Dora. Eu só não consigo imaginar nada. — finalizou.
Tudo estava dando errado e elas não conseguiriam evitar.
•••
Oi, leitores! Só passei pra avisá-los que agora tenho um twitter pra conversar com vocês!
Lá sou: izzydwllas
Obrigada pela atenção!
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