• treze •
CAPÍTULO TREZE
black dog
Havia algumas opções das quais Pandora poderia usufruir perante uma situação como aquela, guardaria segredo sobre o crime que acabara de descobrir, este sendo um bruxo ter uma forma animaga sem permissão do Ministério da Magia, ou manteria segredo sendo que o criminoso era o seu maior inimigo? Bem, não havia dúvidas para a resposta, parecia tão clara que ela quase gargalhou ao contemplar a própria esperteza. E claro, desconfiando fielmente que ele sabia sobre a poção, por seus comentários mesquinhos, ela iria provocá-lo com aquele segredo até ver ele se corroer por dentro, assim como fizera com ela.
Assim que ouviu a conversa dos dois e viu Sirius se transformando de cachorro para humano, não pôde evitar ir atrás feito uma velhinha fofoqueira e os acompanhou de longe silenciosamente. Eles pareciam rápidos e Remus estava cada vez mais nervoso, caminhando com as costas arqueadas como alguém que está muito cansado, sendo carregado por Sirius, que delicadamente acariciava suas costas e aparentemente dizia palavras de incentivo. E de repente, tudo pareceu fazer sentido para Pandora. A lua crescendo no céu.
Não apenas os dois estavam ali na rua, observando o Salgueiro Lutador que de repente ficou imóvel, mas junto deles estava James Potter e uma pequena criatura que Pandora reconheceu como um ratinho e quase riu ao imaginar que sempre achara Peter Pettigrew parecido com um. Abaixou-se perto das janelas vazadas que lhe davam uma visão perfeita do que estava acontecendo, apesar de parecer macabro demais e olhou todos os quatro adentraram uma passagem secreta por debaixo da árvore. Era óbvio que eles estavam escondendo uma coisa perigosa para que tivessem de agir assim.
Mas o que seria? Bem, ela gostaria de pensar que os quatro não se despiam perante uma fogueira e dançavam para deuses antigos. Deveria ser algo realmente necessário de se esconder, talvez eles estivessem planejando um assassinato. Qual o motivo da forma animaga?
Porém, antes que ela pudesse continuar em seus devaneios feito a tola que era, a garota pôde ver a imagem perfeita e loira de sua melhor amiga caminhar até a passagem com a varinha na mão. Quase gritou para chamar sua atenção, mas não poderia simplesmente assumir que estava ali escondida também. Levantou-se mais, dessa ver para conseguir olhar com atenção o que havia acontecido ali, Morgana, que havia entrado há poucos segundos, agora saía correndo desesperadamente, sendo seguida apenas por uma imagem parecia com a de com cervo, mas com chifres. Pandora, não pôde evitar pensar em muitas piadas sujas com esse fato. Viu Morgana desmaiar nos braços de um James agora transformado em humano e escorregou de volta para o chão, abraçando seus próprios joelhos.
E então, boom! Ela entendeu.
Quando uniu em sua cabeça inteligente todas as informações que recolhera, pareceu fazer sentido tudo o que vira diante dela nos poucos segundos em que observara os Marotos se transformarem em animais. Durante aqueles anos de escola, vendo Lupin crescer como uma criança que era corajosa, mas mantinha um medo dentro de si, ou então quando ele aparecia com uma cicatriz diferente especialmente em época de lua cheia, também nos dias em que ficava internado na enfermaria por um motivo do qual nunca passava de uma fofoca ou outra entre os alunos. O único segredo que poderia o manter assim e assustar Morgana o bastante para que ela desmaiasse só poderia ser aquele.
Remus Lupin era um lobisomem. Os Marotos sabiam de tudo. E ela nunca usaria aquilo contra nenhum deles.
Eram melhores do que ela nunca seria pelo simples fato de terem feito tudo aquilo por seu melhor amigo, claramente sem pedir nada em troca, sem se gabar, aprenderam aquela magia fantástica que os transformava em animais para não deixá-lo sozinho. Apesar do susto e da descoberta não tão surpreendente assim, ela continuou ali, encarando os próprios joelhos e pensando em todas as coisas que ela havia falado sobre eles, quando também se importavam uns com os outros, tanto quanto ela se importava com Morgana, Severus e até mesmo Regulus, que não era seu melhor amigo, mas era importante.
Obviamente não comentou sobre isso e apenas seguiu rapidamente para o seu dormitório, temendo encontrar alguém e ter de se explicar, mas apenas se arrumou para dormir com pressa e se jogou na cama, virada para a parede com a janela virada para o lago escuro por causa da noite. Enquanto não falassem com ela sobre aquilo, Pandora jamais mencionaria tal fato, talvez ambos os quatro preferissem manter aquilo em segredo, ou possivelmente ela só estava sendo extremamente intrometida em algum assunto que não lhe fora mencionado. Porque ela de fato não tinha nada a ver com aquilo.
Viu quando sua melhor amiga chegou, aparentemente inalando o ar com força e nervosismo, apesar de não parecer brava ou coisa do tipo. Morgana era tão boa e gentil, que jamais culparia Remus por um erro dela, fora ela quem entrou pela passagem da árvore seguindo sua curiosidade atiçada como de qualquer pessoa da sua idade faria ao ver uma cena daquela. Apesar de também estar curiosa para saber o que a garota iria falar, fechou os olhos e dormiu.
Quando acordaram no outro dia, Pandora se arrumou mais rapidamente do que Morgana e já saira do seu dormitório para deixar a melhor amiga pensar, obviamente ela sabia de tudo e pensava com seus botões que por ser uma boa amiga, a loira não lhe contaria o segredo que acabara de descobrir. Encontrou, entretanto, Regulus a esperando enquanto falava sozinho sobre algum livro, como se não o entendesse.
— Ah, oi, Dora! Eu estava esperando você. — ele disse. — Queria saber se você vai marcar o treino de quadribol para hoje de tarde.
Ela nem se lembrava que iriam jogar.
— Sim... sim, eu acho que sim. — ela respondeu, sorrindo. — Você poderá participar?
— Claro. Mas possivelmente vou me atrasar, tenho que devolver um trabalho de Poções. Essa matéria está me matando. — choramingou. — Como você consegue ser tão boa?
— Prática, Reggie. É só treinar. — Pandora sorriu. — Fale com Severus, ele é ainda melhor do que eu, com certeza vai te ajudar.
Saiu apressada para a sala de Poções, mas diminuiu o passo ao encontrar Morgana no corredor, meio dispersa do resto das fofocas diárias e dos alunos bagunceiros. Quando se sentaram em seus lugares, abrindo os livros e ajeitando os ingredientes que se fariam necessários, o Professor Slughorn começou a falar.
— Pois bem, alunos, hoje faremos exercícios sobre conhecimento em poções. — Slughorn comentou.
Apesar de pensar que o dia seria tranquilo, Pandora já ficou desesperançosa no momento em que Sirius tossiu do outro lado da sala. Ela poderia socá-lo com facilidade e aquilo era apenas um combustível para ele.
— A Pandorinha conhece bastante sobre poções, não é? — ele riu.
Ela franziu o cenho.
— O que você quer dizer com isso? — ela perguntou, desconfiada.
— Ah, você sabe, já até ingeriu uma que quase a deixou careca.
A sala se silenciou, até mesmo o professor estava gostando de ver a conversa entre os dois, aquele dia em que vira seu cabelo sumir e a incentivara a cortá-lo nunca seria esquecido. Mas ele era tão burro que sua melhor ideia fora aquela, por Merlin, ela fizera uma Poção do amor de alta dificuldade... mesmo que tenha a entregado para a pessoa errada.
— Só porque você é tão medíocre que não pôde fazer nada melhor. — ela o desafiou, fazendo com que Morgana soltasse uma risadinha baixa.
— Você é tão venenosa quanto a cobra que representa sua casa, que nem mesmo uma poção te afeta. — Sirius sorriu.
Ele era tão infantil quanto as crianças do primeiro ano e nem por isso eles comentavam o tempo todo. Pandora, irritada com os comentários, estava tão contente por dentro, já que ela sabia muito bem alguns segredos dele e sabia que com eles era daquele jeito, olho por olho, dente por dente, segredo por segredo.
— Vai aprender que não deve mexer comigo, Sirius Black. — falou, com um ar misterioso.
— Ah, é? Vai me bater? — ele provocou. — Eu gosto.
— Patético...
Já na hora do almoço, ela viu sua melhor amiga sair para caminhar na rua, sabia sobre a aversão dela em fazer refeições constantemente por conta de sua mãe, mas ainda assim se sentia inútil por não saber como ajudar. Severus, sentado ao seu lado, ria sobre algum comentário idiota vindo de outros alunos da Sonserina, enquanto Pandora, em silêncio, apenas degustava uma grande quantia de torta de frango, purê de batatas e salada com ingredientes dos quais ela nem sabia definir. Talvez fosse melhor assim.
— Vai treinar hoje? — ele perguntou.
Ela assentiu, a boca cheia demais para falar.
— Regulus... precisa de ajuda. — tentou falar, ainda mastigando. — Em Poções.
— Irei conferir. Boa sorte no treino, Dora. — disse. — Você viu a Morgie?
De tarde, ela se apressou para ir até o campo de quadribol, levando consigo a vassoura e vestiu o uniforme verde, esperando que todos os outros colegas chegassem. Deu um impulso forte e em segundos já estava no céu, observando as nuvens nada perigosas e finalmente olhou o chão, mais especificamente a arquibancada. E lá estava ele, com a aparência cansada e as olheiras profundas.
Remus Lupin queria falar com ela.
____AVISO:
oiee! n sei se vcs sabem, mas todos os capítulos tem nomes de músicas e eu fiz uma playlist para compilar elas. aq o código do Spotify se vcs quiserem ouvir:
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