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CAPÍTULO SETE
jingle bell rock

Pandora percebeu apenas com a dor lancinante em sua cabeça que havia cometido um grande erro e não era ter bebido feito uma louca na noite anterior e sim convidar o seu nêmesis para ir em sua casa, ou por ainda, conhecer sua família grande e maluca, da qual ela não poderia mentir que era sim muito doidos, não era atoa que ela também era uma Madison. Acordou, felizmente, deitada na sua cama, enquanto via que Morgana já havia se levantado e começado a se arrumar, aparentemente voltando do banho, já que seus cabelos ainda estavam molhados e seu rosto limpo.

Sentiu-se tonta ao levantar, segurando na cama como se fosse um refúgio para não cair de cara no chão e quebrar o belo nariz que tinha. Morgana a encarou pelo espelho, tentando não rir do estado deplorável ao qual ela se encontrava, enquanto murmurava palavras sobre dor de cabeça e faltar a aula, mas obviamente Pandora já estava se levantando para não perder mais que um período. Tomou um banho extremamente rápido, se vestiu quase esquecendo de colocar a gravata e calçou os sapatos enquanto caminhava na direção dos corredores. Mas estava bonita, pelo menos.

Correu imediatamente para a sala de Herbologia, mais especificamente o tipo de jardim de inverno onde estudavam, bastante parecido com o que ela tinha em casa, mas menor e sem Hefesto, que passava horas estudando lá. Colocou o avental pendurado em algum lugar e se apressou para ir até a mesa, onde a Professora Sprout já falava alguma coisa sobre abátauas, um tipo de planta que não era tão ofensiva e facilmente domada para ser usada em Poções, só precisavam arrancar seus frutos com cuidado. Colocou as luvas, sem prestar atenção ao seu redor e começou a fazer o seu trabalho com atenção.

— Você estava falando sério ontem?

Pandora pulou para trás com o susto, quase machucando a pobre plantinha. Sirius Black estava ao seu lado, vestindo todo o equipamento de Herbologia como se fosse lidar com uma planta de alta mortalidade.

— Você me assustou, sabia? — ela disse. — O que foi que disse?

Sirius suspirou, nervoso. Nervoso?

— S-sabe... ontem você me convidou...

— Para passar o Natal na minha casa? — sussurrou de volta. — Aparentemente eu falo muitas coisas bêbada.

Ele piscou por alguns segundos, as sobrancelhas erguidas.

— Ah, então foi sem querer? Tudo bem, eu pensei que... — ele se corrigiu. — Que bobagem a minha, eu...

Ela revirou os olhos com as palavras dele, era óbvio que ao menos naquilo ela foi sincera, o chamou pois sabia o quão decepcionante deveria ser passar o Natal sozinho e na casa dela, por maior que fosse... você nunca estava sozinho.

— Eu falei de verdade. — ela disse. — Mas só se você quiser...

Foi como se os olhos dele estranhamente brilhassem de uma maneira nova, esquisita, boa.

— E-e é claro que não podemos contar para ninguém, sabe...

Ele assentiu.

— Vai ser o nosso segredo. — respondeu Sirius, piscando para ela. — Isso soou estranho.

Ela quase se deixou rir, mas aquilo já era demais. Passaram a aula toda em silêncio e pela primeira vez preferiram aquilo do que insultar um ao outro centenas de vezes, ambos tentando não estragar a única conversa decente que tiveram em todos aqueles anos. No fim, eles esperaram que os outros alunos saíssem e ficaram para trás, ainda quietos e colocando de volta os aventais que usavam.

— Vamos pela rede de pó de flú. — ela sugeriu. — É só fingir que estamos com as carruagens e descer antes, voltamos para a escola e viajamos. Simples, não é?

Sirius a encarou, tentando não fazer nenhuma expressão de confusão.

— Digo para James que preciso resolver algumas coisas em casa e volto antes com ele para a escola, assim não incomodo a família dele e nem a sua por muito tempo. — ele falou.

— Você não estará incomodando, minha família gosta até demais de visitas, vai ver. — Pandora contou.

Os dias começaram a passar mais rápido ainda, entre os treinos cancelados por causa da neve e os inúmeros trabalhos que tinham de fazer todos os dias, fazendo com que eles dois praticamente nunca mais se vissem, a não ser nas aulas, onde não trocavam nenhuma palavra. Finalmente quando chegou o dia de ir para casa, Pandora acordou animada, sentia muita saudade de seus pais e irmãos, mas ainda mais de sua casa. Imaginou que pelo menos por alguns dias, poderia tomar um sol e aproveitar o calor. Pensou consigo que Sirius iria estranhar tanto o local, quanto as pessoas que lá moravam, mas agora não tinha mais volta, ele iria.

Vestindo um casaco pesado, Pandora se apressou para deixar a mala que levaria consigo ainda dentro do castelo, evitando que tivesse de voltar com elas pela neve. Acompanhou Morgana até fora, enquanto conversavam sobre estar muito frio e ter que ir de volta para casa, Pandora convidou a melhor amiga para ir consigo, mas ela tinha outros compromissos com a família insana dela durante aquelas pequenas férias.

— Acho que vou trazer alguns doces de lá, você quer? — ela perguntou.

Morgana sorriu animada.

— Mas só alguns, tá bem?

Já do lado de fora, o sopro frio tomou conta delas, balançando seus cabelos e deixando seus rostos avermelhados, congelado junto da neve. Haviam poucas carruagens ainda, fazendo com que as duas tivessem que dividir dessa vez com um grupo excêntrico ao qual não estavam planejando ver por completo naquele dia. Os Marotos.

— Podemos nos sentar? — Morgana perguntou.

Eles apenas assentiram e as duas garotas entraram, Pandora não pôde evitar dar uma olhada de canto de olho para Sirius.

— Obrigada. — a amiga dela completou. — Os outros não tinham mais lugares, se não fosse por vocês, talvez teríamos que esperar no frio por muito tempo.

Enquanto o Potter encarava Morgana feito um idiota, pensando que ela não poderia perceber, Sirius tentava falar com os olhos, desesperado pensando na desculpa que iriam dar.

— O que você pediu de Natal? — Pandora perguntou, tentando disfarçar.

Os quatro marotos observaram a conversa.

— Você sabe. — ela riu. — O de sempre.

— Uma caixa de bombons-da-bruxa. — Pandora concluiu sorrindo.

Bombons-da-bruxa eram extremamente deliciosos, Pandora se lembra de ter provado eles pela primeira vez quando chegou na escola, tinham uma embalagem roxa e amarela, mas o chocolate... tinha amendoim, chocolate branco e ao leite, caramelo, tudo que alguém poderia pedir.

Enquanto Morgana explicava o motivo de pedir o bombom todos os natais, Sirius não tirava os olhos de Pandora, como se estivesse realmente desesperado para saber o que ela iria fazer. Bem, não foi a decisão mais esperta, mas ela precisava de alguma boa desculpa. Se levantou, fazendo com que a carruagem parasse no meio do caminho e deu um sorriso amarelo, deixando todos confusos.

— E-eu esqueci a minha... bolsa! — mentiu. — Preciso ir lá buscar.

— Pandora, está uma nevasca lá fora, ficou doida? — Morgana exclamou.

Sirius também se levantou, entrando na onda da loucura dela.

— Esqueci minha carteira, acredita? — ele falou. — Vou contigo até lá. James, vejo você na volta como nós combinamos.

O garoto apenas assentiu de volta.

— Tchau, Morgie.

— Vejo você na volta, Dora. — falou ela. — Tchau...

Então Sirius e Pandora pularam da carruagem, seus pés quase afundando naquela quantia absurda de neve, eles começaram a correr. Sem trocar muitas palavras, apressaram o passo para conseguir chegar logo em Hogwarts, esperando que ela ainda estivesse com as portas abertas. Felizmente, conseguiram chegar lá com uma corrida rápida digna de dois jogadores de quadribol muito bem treinados, encontrando a Professora McGonagall na porta, os encarando como se fossem suspeitos de um crime muito grave. Eles apenas sorriram.

— Decidimos ir pelo pó de flú. — Pandora contou.

McGonagall franziu o cenho.

— Juntos? — perguntou ela. — Os dois... indo para o mesmo lugar... por vontade própria?

Pegaram suas malas deixadas em lugares estratégicos e escondidos, partindo para uma das sala que estava sendo usada. Pandora já sabia que conseguiria voltar para casa, pois sua casa tinha ligação direta com as escolas em que os filhos estudaram e agora trabalhavam, que era do caso de Zeus. Ela o avisou quais palavras deveria dizer, explicando que tinha de especificar onde ficava a Casa Madison da vez, já que existiam algumas delas em vários lugares. Sirius ficou assustado com aquela informação. Pandora pegou o pó em sua mão, segurando a mala na outra e entrou na grande lareira, encarando Sirius uma última vez.

Casa Madison no México. — gritou e soltou o pó no chão.

Fora uma viagem muito rápida e barulhenta, quando ela chegou, praticamente caiu de cara no chão de pedra, mas conseguiu se segurar na mala e se levantou. Não viu nem sinal de alguém da sua família, pensando que era óbvio, já que chegaram de madrugada por causa do fuso horário. Atrás dela, Sirius fez menos barulho, talvez envergonhado por invadir uma casa que não era a sua.

Ele ficou encantando com o tamanho daquele lugar, a sala onde pararam era enorme, as paredes altas, cheias de janelas rústicas como se fosse um castelo, lá fora, atrás das cortinas, ainda brilhava o céu escuro com estrelas, mas ali dentro tinha um pouco de luz providenciada por velas ainda acesas. Os sofás eram grandes e cheios de almofadas, alguns móveis espalhados por ali, junto de objetos que claramente deveriam ser dos irmãos dela, como revistas e livros de estudo, parecia aconchegante. Muito diferente da sua casa.

— Não repare na bagunça, é sempre assim. Acho que eles devem estar dormindo ainda. — ela falou.

Ele parecia anestesiado, aparentemente os Madison deveriam ser bem ricos, até mais que a sua família, o que o fez ter vontade de rir.

— Podemos ir até a cozinha enquanto isso, sempre tem biscoitos de madrugada. E... depois você pode escolher um quarto para dormir. — ela sugeriu.

Sirius assentiu.

— Escolher um quarto... qual o tamanho dessa casa? — parecia chocado. — Fui muito intrometido, desc...

— Ah, é bastante grande. Precisava ser, os Madison são como coelhos, tem muitos filhos e sempre precisam de espaço. — ela riu.

Ele não pôde evitar rir também.

— Meus irmãos...

Porém, fora interrompida por uma voz alta.

PANDORA?

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