Capítulo Quinze
Marshall Aldrin:
Enviei uma mensagem para Daniel, pedindo urgentemente para nos encontrarmos em uma das cafeterias mais chiques da cidade. Para minha surpresa, ele respondeu prontamente. Eu sabia que persuadi-lo a me ajudar era a única maneira de proteger Juliano da fúria do meu avô.
Com esse pensamento em mente, dirigi-me diretamente ao Café Direct Sun. À medida que me aproximava da janela, deparei-me com um homem que irradiava uma aura imponente, sentado com elegância em uma poltrona requintada. Ele estava impecavelmente vestido com trajes de alta classe que realçavam sua beleza, superando até mesmo as celebridades. Seu maxilar esculpido se movia graciosamente quando ele sorria, tornando-o ainda mais encantador.
A presença notável desse homem e sua aura de nobreza conquistaram facilmente a atenção de todas as damas no café, embora nenhuma delas ousasse flertar com ele.
Resolvi me aproximar, tomando o lugar à sua frente. Ele me olhou com um sorriso, revelando presas afiadas.
— Então, por que você me chamou tão repentinamente? Já conseguiu lidar com a sua mãe e seu avô? — Ele disse, mantendo a calma. — Pensei que você estivesse enfrentando um longo castigo. Estou notando suas orelhas pontiagudas e suas feições tornam-se incrivelmente delicadas, graças ao encanto de sua mãe.
Com discrição, estendi a mão para beliscar o braço dele, afastando olhares curiosos. Ele cerrou os dentes em resposta.
— Resolvi o problema rapidamente e acabei me envolvendo em uma campanha que a empresa irá patrocinar. — Expliquei. — Minha mãe mencionou você para o meu avô, que perguntou se você poderia se juntar a mim como uma espécie de segurança e acompanhante.
O sorriso dele se alargou, e eu o belisquei novamente, forçando-o a retirar a mão do braço. Finalmente, depois de uma breve luta discreta, ele concordou em ser meu parceiro na campanha.
Senti os olhares curiosos da elite da alta sociedade no café, que estava começando a identificar quem era Daniel. Ignorando as atenções, Daniel abaixou a cabeça silenciosamente para tomar seu café.
— Posso confiar em você para isso? — Perguntei novamente, e ele apenas deu de ombros. — Daniel, você é um homem de negócios, e pessoas como você valorizam a integridade. Como você disse isso aqui, com todas essas testemunhas, estou tranquilo.
A atmosfera no café ficou instantaneamente tensa. Eu estava manipulando cuidadosamente a situação, aparentando agradecer a Daniel por sua generosidade sem pedir nada em troca. Na verdade, eu estava armando uma armadilha, esperando que ele caísse nela. Se ele recuasse depois de assinar o contrato com meu avô, a culpa seria toda dele. Sua expressão ficou sombria; ele nunca imaginou que alguém pudesse armar uma armadilha tão descarada na frente de uma multidão, muito menos que eu fosse o autor.
Ele me observou pela primeira vez com atenção.
— Isso é tudo? É hora de conseguir um emprego e ajudar as pessoas. — Ele disse calmamente.
— Claro. — Respondi, satisfeito com sua resposta rápida. Com isso, peguei minha mochila e empurrei o contrato em sua direção, dizendo: — A partir de agora, trabalharemos juntos no futuro. Segunda—feira, vá até a empresa para mais detalhes.
Daniel aceitou o contrato e levantou os olhos para me encarar.
— Da mesma forma, estarei lá na segunda-feira — ele disse.
Com um sorriso satisfeito, levantei, me erguendo com orgulho e triunfo. Saí do café deixando para trás uma plateia de elite estupefata, como se tivessem sido atingidos por um raio.
Foi incrivelmente gratificante fazer Daniel parecer um tolo diante das pessoas.
************************
Após entregar o documento ao meu avô, ele agradeceu e começou a questionar a confiabilidade de Daniel, ao que eu assegurei que podíamos confiar nele.
Meu avô concordou em começar a trabalhar com Daniel e Juliano, então Juliano sugeriu que iria até o banheiro. Enquanto esperava lá, encontrei Daniel, cujo rosto estava expressando uma certa irritação.
— Por que você fez todo aquele teatro? — ele perguntou, com evidente desconforto.
— Olhe para você! Quis ver se você é capaz de alguma coisa além de agir como um idiota às vezes — disse eu, lançando um olhar de desdém. — É divertido provocar você, Daniel.
Ele resmungou: "Mas era mesmo necessário? As pessoas estão comentando sobre mim, e o que será o meu primeiro trabalho na vida?"
Dei de ombros com indiferença.
— Basta ficar calado se não quiser que eu te jogue no rio para que os peixes se banquetearem com seus pedaços — ameacei, e ele me olhou com irritação. Afinal, ele sabia muito bem que eu era capaz de cumprir essa ameaça.
Daniel continuou resmungando para si mesmo, mas sua expressão facial não revelava nenhum sinal de insatisfação.
— Você está se aproximando muito da Lilly para ficar agindo assim comigo, pobre e humilde pessoa que sou — ele comentou, provocando uma revirada de olhos de minha parte, um hábito que tinha quando estava com ele. — Acho que é melhor eu ir embora; meu irmão volta mais tarde com aquele garoto que te contei ontem.
— O último membro da família Good existente no mundo — lembrei, e ele assentiu. — E quanto ao sonho que você teve sobre Hampheru, será que ele está pedindo ajuda?
Daniel deu de ombros, como se não soubesse.
— Meu pai costumava dizer, na minha infância, que o corpo de Hampheru está escondido em um lugar muito distante. Talvez você possa usar sua ligação com os membros da sua linhagem para chegar até ele e remover os cristais sintéticos de seu corpo, bem como o feitiço de hibernação — sugeriu Daniel, sorrindo antes de se afastar. — Quem sabe, talvez David possa descobrir como quebrar esse encanto e nos tornar iguais aos outros vampiros, sem a necessidade de se alimentar de pessoas.
Com um sorriso misterioso, Daniel se afastou rapidamente, desaparecendo com sua velocidade vampiresca.
Saí do banheiro e fui para a cozinha, onde todos estavam reunidos na sala de jantar, envolvidos em uma animada conversa.
Sentei-me à frente de Juliano, observando cada um deles com um carinho especial, apreciando profundamente a presença dessas pessoas em minha vida.
A sala de jantar estava cheia de risadas e conversas animadas. Observar cada rosto ali me enchia de gratidão, reforçando meu desejo de proteger aqueles que amava.
À minha frente, Juliano, com seu sorriso contagiante, compartilhava uma história engraçada que fazia todos rirem. Sua presença irradiava alegria, e era impossível não se sentir contagiado por sua energia positiva.
Do outro lado da mesa, meu avô, com sua sabedoria e olhos gentis, ouvia atentamente as histórias de todos, ocasionalmente intercalando com conselhos sábios que só ele podia oferecer.
Minha mãe, ao lado de Tony rindo de algo que Juliano havia contado e que meu avô reprovou enquanto fazia o pessoal rir.
Minha mente vagou para Daniel, o intrigante vampiro com quem eu havia feito um acordo um tanto peculiar. Sua presença misteriosa sempre adicionava uma dose de imprevisibilidade à minha vida. Eu sabia que ele não era alguém com quem se pudesse brincar, mas, de alguma forma, nossas interações cheias de provocações pareciam inevitáveis.
********************
Mais tarde, quando já estava em casa, a luz da lua derramava-se suavemente pela janela do meu quarto. Enquanto eu me encontrava absorto em meus pensamentos, uma noz dourada repentinamente atingiu minha cama com um pequeno ruído metálico. Meus olhos se arregalaram de surpresa enquanto eu observava o objeto curioso.
Com um toque cauteloso, peguei a noz e, ao abri-la, um bilhete cuidadosamente dobrado caiu em minhas mãos. Desdobrei o papel amarelado e comecei a ler as palavras cuidadosamente escritas:
— Minha querida criança, em breve farei uma visita a você. Além disso, estou enviando um guardião para protegê-lo em minha ausência — li em voz alta, meu coração se acelerando ao reconhecer a caligrafia conhecida.
O nome do remetente no final da mensagem confirmou minhas suspeitas.
— Assinado, seu pai, Kraes Dramar.
_____________________________
Gostaram?
Até a próxima 😘
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top