Bônus Um
Narrador:
David é um garoto de dezesseis anos que, desde que se conhece por gente, sempre foi intimidado pelos outros, já que não havia ninguém para reclamar por ele, afinal, foi abandonado quando nasceu.
Alguém o xingou, mas mesmo assim, David continuou a caminhar pelo corredor da escola. O assédio havia se tornado uma ocorrência diária para ele, embora ainda o incomodasse profundamente todos os dias, e ele não pudesse evitar retaliar. Ele parou e empurrou os óculos de volta para cima quando eles escorregaram de seu rosto. Pode-se dizer que ele precisava de um novo par, e só de olhar, veria que estavam muito desgastados. As laterais estavam cobertas com fita adesiva e nem se encaixavam direito em seu rosto.
David então se virou e imediatamente deu o dedo do meio.
— Aposto que você nem sabe quantos dedos estou segurando! — gritou de volta.
O garoto cerrou o punho e começou a correr em direção a David.
— Seu pedaço de porcaria! Quando você vai aprender que não pertence a este mundo? — O menino disse, levantando um punho para atingir o outro.
A raiva dominou a mente de David, que nem percebeu quando em suas duas mãos uma bola verde de luz começou a se formar. Quando o punho do garoto estava a apenas alguns centímetros do rosto de David, o garoto foi jogado para trás.
Quando a luz o atingiu, seu corpo foi erguido no ar e enviado voando para trás na parede do corredor, batendo contra a parede.
— O que está acontecendo? — Um dos estudantes próximos disse. — Eles estão brigando? Que força o outro tem?
Uma multidão imediatamente se formou do lado de fora, pois as pessoas estavam interessadas no motivo da comoção. Uma das alunas correu para a parte danificada da parede para verificar a segurança do aluno.
A poeira começou a baixar, revelando o cabelo do outro aluno e, do outro lado, David em pé, completamente parado. Quando finalmente a poeira se dissipou, todos estavam confusos com a cena e queriam saber quem era a pessoa com tamanha força. Alguns imediatamente recuaram quando David passou, dirigindo-se ao outro garoto, que estava levemente ferido, e continuaram seus afazeres como se nada tivesse acontecido, indo para casa.
Era o último dia de aula para David, e ele havia decidido abandonar aquele lugar, uma vez que suas habilidades começaram a surgir. Ele ainda esperava que, pelo menos uma vez, alguém não tentasse nada com ele. Ele estava cansado e doente disso, não sendo do tipo que ignorava essas coisas. Ele havia visto pessoas que escolheram manter a cabeça baixa e tolerar o assédio, e o tratamento delas foi muito pior do que o que ele havia recebido.
Ele não se incomodava em ficar na escola como o restante dos alunos, que se sentiam superiores por qualquer motivo. Enquanto passava, viu pessoas conversando entre si. Alguns riam, outros fofocavam e todos queriam entender o que acabara de acontecer.
Quando finalmente chegou em casa, David imediatamente começou a trabalhar. Ele morava em um apartamento de um quarto que tinha espaço suficiente para acomodar uma cama de solteiro e uma mesa. Havia também uma TV que fazia parte da parede, mas ele só a usava como ruído de fundo e não assistia a nada. O apartamento foi fornecido a ele por uma ação social do prefeito, destinada a ajudar pessoas que não tinham ninguém no mundo e ainda eram menores de idade. Em cima de sua cama, havia uma única maleta que continha todos os seus pertences, cuidadosamente embalados.
Quando entrou em seu quarto, ele imediatamente abriu a gaveta que continha um livro. Era um livro grande e grosso, que pesava cerca de meio quilo. A capa era preta e no centro, havia um anel com linhas saindo em todas as direções diferentes.
Era um livro que ele nunca conseguiu abrir, não importava o que tentasse, e foram cento e doze tentativas diferentes. Não apenas o livro não abria, mas parecia ser indestrutível. Ele tentou queimá-lo, cortá-lo, derretê-lo, mas nada parecia funcionar.
Desistindo do conteúdo do livro, ele se deitou em sua cama e ligou a TV para ouvir algum ruído de fundo. Ele nunca prestou atenção ao que estava acontecendo na tela, mas o som de outras vozes o fez se sentir menos solitário.
A TV estava sintonizada na estação de notícias, mas ele não estava prestando muita atenção. Seu olhar voltou-se para o livro. Um homem entregou o livro a ele quando ele tinha dez anos de idade, dizendo que era a única coisa que seus últimos parentes vivos possuíam e que eles haviam transmitido antes de morrerem.
David saiu da cama e caminhou até sua mesa. Pegou seus óculos, que ainda estavam levemente quebrados, e decidiu consertá-los. Ele notou que uma das lentes estava ligeiramente fora do lugar e tentou recolocá-la na armação.
— Vamos lá, entre! — gritou enquanto empurrava com força.
A lente quebrou em pedaços de repente, e um dos cacos de vidro cortou profundamente seu polegar. Ele imediatamente começou a limpar os pedacinhos de vidro e notou que um deles caiu em cima de seu livro. Ao remover o pedaço de vidro, uma gota de sangue de seu polegar caiu no centro do livro.
O anel ao redor do centro do livro começou a brilhar, e o livro começ
ou a se erguer no ar. Começou a brilhar intensamente e a tremer incontrolavelmente. Finalmente, ele se abriu, e página após página estava sendo virada. David não conseguia tirar os olhos do livro brilhante, como se estivesse em um transe profundo. As palavras escritas no livro não estavam em nenhum idioma que ele tivesse visto antes, mas, por algum motivo, ele sentiu que podia entendê-las.
Quando o livro finalmente virou sua última página, começou a desaparecer lentamente, como se estivesse se transformando em pó. Ao mesmo tempo, a visão de David estava começando a desaparecer. Seu corpo estava fraco, e seus olhos se fecharam lentamente.
Mas pouco antes de desmaiar, ouviu o barulho da porta sendo forçada e uma voz chamando seu nome. Incapaz de manter a consciência tempo suficiente para ouvir as palavras finais, desmaiou.
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Quando as pálpebras de David começaram a se abrir e sua visão começou a retornar, sua cabeça estava pesada, e seu corpo estava levemente dolorido. Ao se levantar da cama, ele tocou a cabeça para verificar se havia algum ferimento.
— Por que minha cabeça dói tanto?
Depois de ter certeza de que seu crânio não havia se partido devido à queda, percebeu que não estava mais em seu apartamento e, à sua frente, surgiu um homem.
— Quem é você? — David perguntou, e Geovane Vamps sorriu para ele.
— Pode me chamar de Geovane Vamps. Já ouvi muito sobre você nos últimos dias. — Geovane falou calmamente. — É muito bom conhecê-lo, David Good.
David olhou para o estranho, que começou a explicar suas origens e quem ele realmente era. Geovane estendeu um novo par de óculos, ou na verdade, eram os de David, completamente renovados.
Quando David olhou ao redor da sala, começou a entrar em pânico.
— O livro! Onde diabos está o livro? — falou desesperado.
— O livro da família Good está dentro da sua mente. — Geovane explicou. — Existe algo nele que, se um dia só existisse um membro desse clã de bruxas, iriam se fundir dentro da sua cabeça um método de alto proteção. Pense em qualquer coisa, e as palavras virão até você.
David fez isso, vendo vários feitiços surgirem em sua mente. Um sorriso começou a aparecer lentamente em seu rosto. Esta foi uma ótima notícia para ele.
— Claro que nada vai funcionar, afinal, não tem habilidade para controlar cada feitiço que viu. — Geovane falou, cortando o pensamento de David.
— Então sou um bruxo inútil — David falou a contragosto.
— Mas posso ensinar se vier comigo para minha casa — Geovane falou. — Conheço alguns bruxos para te ajudar a se controlar.
— Por que um vampiro faria isso por um bruxo? — David perguntou, achando essa ideia muito louca.
— O vampiro que criou a minha família se apaixonou por alguém do seu clã há muito tempo, e mesmo assim, acho que devo ajudar. — Geovane disse, levantando e estendendo a mão. — Então venha, garoto, não existe nada para você aqui mesmo.
Demorou um pouco, mas David aceitou. Assim que saiu do quarto para o mundo exterior, viu que um novo mundo havia se aberto para ele.
Enquanto David seguia Geovane para o mundo desconhecido, sua mente estava inundada com uma mistura de excitação e ansiedade. Ele havia deixado para trás sua vida monótona e estava prestes a entrar em um universo mágico que nem sequer imaginara existir.
Caminharam pelas ruas da cidade, mas David logo percebeu que estavam indo para algum lugar muito diferente. As construções familiares deram lugar a edifícios mais antigos e sombrios, com arquitetura gótica. As pessoas que passavam por eles não pareciam ser apenas humanas; havia uma aura misteriosa e sobrenatural em torno delas.
David Good estava indo para uma nova jornada para explorar o vasto e incrível universo da magia.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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