Prólogo

. deixe uma estrelinha e um comentário 🚩

As botas de Minho tocaram os beirais do telhado da velha igreja sob um frio céu estrelado. Ele trouxe as asas para junto do corpo e admirou a paisagem. As barbas-de-velha pendiam das árvores centenárias, como estalactites brancas à luz do luar. Construções térreas de concreto circundavam um campo cheio de ervas-daninhas e um par de arquibancadas cheias de farpas. Do mar, vinha a brisa agitada.

Férias de inverno na Escola Kwangya. Não havia vivalma à vista. O que ele fazia ali?Passava pouco da meia-noite. Ele tinha chegado de Troia. Viajara em meio a uma névoa de confusão, as asas guiadas por uma força misteriosa.

Flagrou-se cantarolando uma canção que não se permitia recordar havia milhares de anos. Talvez ele tivesse voltado ali porque fora onde os anjos caídos encontraram Renjun em sua última e amaldiçoada vida. Era sua tricentésima vigésima quarta encarnação, e a tricentésima vigésima quarta vez que os anjos caídos se reuniam para ver como a maldição se desenrolaria.

Agora, a maldição fora quebrada. Renjun e Jeno estavam livres.

E, caramba, que inveja Minho sentia disso.

Ele correu os olhos pelo cemitério. Nunca teria imaginado que um dia ficaria nostálgico em relação àquele ferro-velho, mas seu início em Kwangya fora empolgante de certa forma. O resplendor de Renjun nunca fora tão intenso, levando os anjos a duvidarem das próprias expectativas em relação a ele.

Durante seis milênios, sempre que ele completava 17 anos, eles presenciavam alguma variação do mesmo acontecimento: os demônios - Minho, Mark e Jisung - tentavam ao máximo fazer Renjun aliar-se a Lúcifer, enquanto os anjos - Donghyuck, Jaemin e, às vezes, Johnny - se esmeravam para fazê-lo voltar à proteção do Paraíso. Nenhum dos dois lados jamais chegava nem perto de convencê-lo.

Pois toda vez que Renjun encontrava Jeno - e ele sempre encontrava Jeno -, nada se tornava mais importante que o amor de ambos. Em todas as vezes, eles se apaixonavam, e, em todas as vezes, Renjun morria em meio a uma explosão.

Até que, certa noite em Kwangya, tudo mudou. Jeno beijou Renjun, e ele sobreviveu. E então todos souberam que Renjun, finalmente, receberia o poder da escolha.

Algumas semanas mais tarde, todos viajaram até o local original de sua queda, Troia, onde Renjun escolheu seu destino. Ele e Jeno novamente se recusaram a alinhar-se com o Inferno ou o Paraíso, escolhendo um ao outro em vez disso. Abdicaram da imortalidade para passar uma vida mortal juntos.

Agora os dois tinham morrido, mas continuavam nas lembranças de Minho. Aquele amor triunfante o fez ansiar por algo que não ousava colocar em palavras.

Começou a cantarolar novamente. Aquela canção... Mesmo depois de tanto tempo, ainda se lembrava dele...

Fechou os olhos e viu o cantor: o cabelos castanhos e macios, seus dedos longos acariciando as cordas de uma lira enquanto ele se recostava numa árvore. Ele não se permitira pensar nele em milhares de anos. Por que agora...?

- Esta lata aqui já era, dá pra me passar outra? - pediu uma voz familiar.

Minho virou-se. Não havia ninguém ali. Notou um movimento atrás da claraboia de vitrais quebrados do telhado e aproximou-se para espiar por ali. Queria ver o interior da capela que Kang Seulgi havia usado como escritório quando era a bibliotecária em Kwangya.

Lá dentro, as asas iridescentes de Donghyuck se dobraram quando ele sacudiu uma lata de tinta spray e levantou-se, mirando o jato na parede. O mural que havia criado mostrava um garoto numa floresta azul cintilante. Ele usava roupas negras e olhava para um garoto loiro, que lhe oferecia uma peônia branca. Renjun e Jeno.

Para Sempre, escreveu Donghyuck com letras góticas prateadas. Atrás de Donghyuck, um demônio de pele pálida e cabelos negros acendia uma vela alta, confinada num vidro pintado com a imagem da Santa Muerte, a santa da morte venerada na cultura mexicana.

Nenhum anjo caído podia entrar num santuário de Deus, pois, tão logo pisasse ali, todo o local se acenderia em chamas e incineraria os mortais presentes. Aquela capela, porém, fora dessacralizada depois que Seulgi se instalara nela.

Minho abriu as asas e desceu pela claraboia quebrada, aterrissando atrás de Donghyuck.

- Minho. - Mark abraçou o amigo.

- Ei, vá com calma - retrucou Minho, mas não se desvencilhou do abraço.

Mark inclinou a cabeça.

- Que coincidência encontrar você por aqui.

- Ah, é? - perguntou Minho.

- Não se você gostar de carnitas - disse Donghyuck, atirando um pacotinho embrulhado em papel alumínio para ele. - Lembra-se daquele food truck de tacos em Lovington? Eu estava louco por um desses tacos desde que viemos para este fim de mundo. - Ele abriu o próprio embrulho e devorou o taco em duas mordidas. - Delícia.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou Mark para Minho.

Minho encostou-se numa coluna de mármore fria e deu de ombros.

- Esqueci minha Les Paul no dormitório.

- Nossa. E você veio até aqui só por causa de uma guitarra? - questionou Mark, depois assentiu. - Bem, acho que todos nós precisamos encontrar maneiras de preencher nossos dias intermináveis, agora que Renjun e Jeno se foram.

Minho sempre odiara a força que atraía os anjos caídos até os amantes amaldiçoados a cada 17 anos. Tinha sido obrigado a abandonar campos de batalha e cerimônias de coroação. A desistir dos braços de garotos maravilhosos. Certa vez tivera até mesmo de deixar um set de filmagem. Sempre era obrigado a largar tudo para encontrar Renjun e Jeno. Porém, agora que aquela força irresistível se fora, ele sentia saudades.

A própria eternidade estava aberta à sua frente. O que ele faria com ela?

- O que aconteceu em Troia te deu, sei lá... - começou Mark, mas deixou a frase solta no ar.

- Esperança? - Donghyuck pegou o taco intocado de Minho e o devorou. - Tipo, se depois de todos esses milhares de anos Renjun e Jeno foram capazes de enfrentar o Trono e conseguir um final feliz, porque não os outros? Por que nós não podemos também?

Minho olhou pela janela quebrada.

- Talvez eu não seja esse tipo de cara.

- Todos nós carregamos conosco pedaços de nossas jornadas - retrucou Mark. - Todos nós aprendemos com nossos erros. Quem disse que não merecemos a felicidade?

- Ah, essa é boa. - Donghyuck tocou as cicatrizes em seu pescoço. - O que nós, três aves de rapina desiludidas, sabemos sobre o amor? - Ele olhou de Minho para Mark. - É ou não é?

- O amor não é propriedade exclusiva de Renjun e Jeno - argumentou Mark. - Todos sentimos o gostinho dele um dia. Talvez voltemos a sentir de novo.

O otimismo de Mark não bateu bem para Minho.

- Eu não - anunciou ele.

Donghyuck suspirou, arqueando as costas para abrir as asas e erguer-se alguns centímetros do chão. Um som esvoaçante preencheu a igreja vazia. Com movimentos hábeis da lata de tinta spray branca, ele acrescentou uma levíssima sugestão de asas acima dos ombros de Renjun.

Antes da Queda, as asas dos anjos eram feitas de luz empírea. Eram perfeitas, um par idêntico ao outro. Agora, as asas haviam se tornado manifestações da personalidade de cada anjo, de seus erros e impulsos. Os anjos caídos que se aliaram a Lúcifer possuíam asas douradas. Já as dos anjos que haviam retornado aos braços do Paraíso exibiam, nas suas fibras, os toques prateados do Trono.

As asas de Renjun haviam sido especiais. Eram surpreendentemente puras e brancas. Intocadas. Inocentes das escolhas alheias. Além dele, o único outro anjo caído que preservara as asas brancas fora Jeno.

Donghyuck desembrulhou o segundo taco.

- Às vezes eu me pergunto se...

- Se o quê? - interrompeu Mark.

- Se vocês poderiam voltar no tempo e não dar uma mancada tão épica no quesito amor, sabem?

- E de que adianta se perguntar isso? - disparou Minho. - Yuta morreu. - Ele viu Mark estremecer ao ouvir o nome do amado perdido. - Taeil jamais irá perdoar você - acrescentou, olhando para Donghyuck. - E Jisung...

Pronto. Ele disse o nome dele.

Jisung foi a única pessoa que Minho amou. Ele o pedira em casamento. Não deu certo.

Ele ouviu aquela música mais uma vez, latejando em sua alma, cegando-o com o arrependimento.

- Você está cantarolando? - perguntou Donghyuck, olhando para Minho, desconfiado. - E desde quando você cantarola, posso saber?

- Qual é o lance com Jisung? - insistiu Mark.

Jisung também havia morrido. Embora Minho jamais tivesse descoberto como foram os últimos dias dele na Terra depois que se separaram, sabia que ele já devia ter abandonado este mundo e retornado ao Paraíso há muito tempo. Se Minho fosse um cara diferente, talvez sentisse certo consolo em imaginá-lo envolto em luz e alegria. O Paraíso, porém, lhe era tão dolorosamente distante que achava melhor simplesmente nem pensar nele.

Mark pareceu ler sua mente.

- Você poderia fazer as coisas do seu jeito.

- Eu sempre faço as coisas do meu jeito - retrucou Minho, suas asas pulsando silenciosamente às costas.

- Sim, é uma de suas melhores qualidades - disse Mark, olhando para as estrelas através do telhado destruído. Depois, olhou novamente para Minho.

- Que foi? - perguntou Minho.

Mark deu uma risada baixinha.

- Eu não falei nada!

- Deixe comigo, sim? - interrompeu Donghyuck. - Minho, este seria o exato momento no qual todo mundo fica esperando para ver uma de suas partidas dramáticas... daquelas em que você sai voando até um bando de nuvens como aquele ali. - Ele apontou para uma névoa que pendia do Cinturão de Órion.

- Minho. - Mark olhou alarmado para o amigo. - Suas asas.

Perto da pontinha da asa esquerda de Minho havia um único e pequenino filamento branco. Donghyuck ficou boquiaberto.

- O que isso quer dizer?

Era uma única mancha branca em meio à vastidão dourada, mas obrigou Minho a se lembrar do momento em que suas asas deixaram de ser brancas e ganharam a cor do ouro. Há muito tempo aceitara seu destino, mas agora, pela primeira vez em milênios, vislumbrava uma possibilidade.

Graças a Renjun e Jeno, Minho tivera uma nova chance. E um único arrependimento.

- Preciso ir. - Ele abriu as asas completamente, e uma brilhante luz dourada banhou a capela.

Donghyuck e Mark saíram do caminho. A vela tombou e se estilhaçou no chão. Sua chama apagou-se lentamente no frio piso de pedra.

Minho disparou até o céu e atravessou a noite, rumando em direção às trevas que estavam sempre à espera desde o dia em que fugira do amor de Jisung.

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ola docinhoooos

pra quem não sabe, o wtt excluiu minha conta (taegyeo) sem nenhum aviso. simplesmente excluiu com todas as minhas 27 histórias, olha que legal 😀

to repostando essa pq eu tenho ela postada no spirit também

é isso, vamos aos avisos

bem vindos a unforgiven

eu to muito animada kdjdjjddkjfjd

essa história é uma adaptação do livro unforgiven, um spin of da série fallen

eu tava em duvida se eu adaptaria apenas esse livro ou se eu adaptaria a série toda, mas eu decidi por adaptar apenas esse livro por enquanto. e eu tenho um bom motivo pra isso ok kkkkk

fallen foi a primeira série de livros que eu li na minha vida. foi a série que me fez descobrir o meu amor por livros e eu tenho um apego gigantesco por essa história. e o Cam (aqui interpretado pelo Minho) é o meu personagem favorito da vida, meu confort character, meu utt do mundo literário kkkk

entao eu decidi escrever primeiro a história dele pra vcs se apaixonarem por ele antes de ler o resto da história. pq eu não vou admitir ninguém odiando o minho nessa casa kkkkkk

ai se vcs quiserem, depois eu escrevo o resto da história. que no caso seria a história do Renjun e do Jeno, que foram citados nesse prólogo

Agora vamos a uns avisinhos básicos antes da gente começar ^^

. Isso é apenas uma adaptação, todos os créditos da história e dos personagens pertencem à autora, Lauren Kate.

. Essa história contém elementos sobrenaturais e elementos que podem ser considerados heresia pra algumas religiões. eu pessoalmente não tenho nenhuma religião e não acredito em um deus, mas eu não tolerarei nenhum comentário desrespeitoso sobre nenhuma religião. nenhum tipo de intolerância é aceito nesse perfil

. Ao longo da história serão feitas algumas referências à história principal (Renjun e Jeno) mas nada que afete a leitura ou o entendimento

. Eu NÃO ACEITO comentários ofensivos ou desrespeitosos, e principalmente, NÃO ACEITO SPOILERS. Se eu ver algo do tipo nos comentários, eu vou apagar o seu comentário e bloquear a sua conta.

. Por último mas não menos importante. Deixem uma estrelinha e comentem bastante nos capítulos, isso me motiva muito e me ajuda a saber o que vcs estão achando.

O mais importante de tudo, aproveitem a história. Se você nunca leu esse livro, eu te convido a embarcar nessa aventura e se apaixonar por essa história e por esses personagens tanto quanto eu me apaixonei. Se você já leu, eu te convido a reviver essa história magnífica junto comigo, agora do meu ponto de vista.

Espero que vcs gostem ^^

xo, candy

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