Namorávamos por mais ou menos dois anos, tivemos uma briga uma vez que foi muito feia e nos fez terminar, mas não conseguimos jogar tudo fora, apenas sentamos, conversamos e resolvemos nos acertar novamente, sempre resolvemos tudo na conversa sem estresse, nunca apelamos para escândalo ou brigas sem razão, era comum afinal éramos humanos, mas nada exagerado ou que saia do controle e no final de tudo eu sempre dizia a mesma:

"Aconteça o que acontecer quero que saiba que farei cada momento junto de você ser inesquecível!"

Acabei indo para casa na manhã do sábado para trocar de roupa e tomar um banho, tentar comer algo e voltar para vê-la, sua família já estava lá e minha família estava já a caminho por a distancia ser maior. Eu estava preocupado e nada passava pela minha garganta quanto antes aquele pesadelo terminasse seria melhor para mim.

Quando voltei notei médicos conversando com meus sogros e tratei de me aproximar, algo misturado com espanto e tensão tomava seus rostos e novamente o medo de saber o que estava acontecendo me tomou; minha sogra sempre foi um doce de pessoa e apoiava nossa relação confiando plenamente na gente, assim que me viu correu para me abraçar um abraço apertado, triste e com muito sentido.

- Ela acordou! – me senti aliviado mesmo assim incomodado – mas... Vá lá vê-la...

As palavras dela não me confortaram e quando entrei na sala notei que havia um medico conversando calmamente com ela e a mesma estranhamente confusa, dei meu melhor sorriso e  a vi me olhar com duvida ali em sua frente eu já sentia que algo estava para acontecer... E então:

- Fico feliz que tenha acordado – me aproximei vagarosamente – fiquei muito preocupado!

- Desculpe – ela disse com calma me analisando desconfiada – mas nós nos conhecemos?

Aquelas palavras doeram dentro de mim e repercutiram em meu cérebro por longos segundos, perguntas começaram a surgir e o desespero começou a me assombrar, a mãe de Hyuna aparece na sala e tentou começar a explicar tudo, mas eu a pausei, naquele momento não era necessário a encher de perguntas principalmente depois da crise que ela teve.

O medico que estava na sala antes de eu entrar me chamou para conversar e de forma calma me explicou tudo que estava se passando, a memoria de Hyuna estava fragmentada e cansada, seu cérebro estava enviando sinais a esses neurônios mas eles estavam trabalhando lentamente devido a sua estafa, como a teimosa não sossegava de jeito nenhum a melhor forma que seu corpo achou para faze-la descansar foi forçar um desligamento daí o motivo dela ter desmaiado, seu corpo precisava de descanso, seu cérebro achou essa saída e começou excluindo coisas que achava desnecessário, só que quando forçamos demais nosso corpo uma hora ela toma uma atitude e quando ela faz isso, na maioria das vezes não é bom.

- Ela teve algo relacionado com a lapso de memoria ou perda de memoria, isso pode levar dias, meses ou até anos para voltar e em casos mais complicados o paciente nunca retoma sua memoria.

- E o que eu faço? – perguntei me sentindo indefeso

- Vamos começar um tratamento com ela aos poucos, você pode ficar ao lado, não a forçando e se seu amor for realmente forte sugiro que tente a reconquistar...

Vi um sorriso no rosto do médico e fiz questão de retribuir, bem se a conquistei uma vez poderia fazer isso de novo não é mesmo? O problema é que estava perdido e sem chão, aquelas informações foram muito intensas para mim, quer dizer em um dia você esta conversando normalmente com sua namorada e no outro ela só tem lapsos do relacionamento que tem com você. Contudo não iria desistir, eu a amava e não a perderia mesmo com esses problemas.

Voltei para sala e tentei agir normalmente, conversamos algumas vezes e vi que ela me encarava em momentos de distração, ela estava se esforçando e aquilo era bom, Hyuna não era uma mulher de ceder, ela lutava até o fim e eu tinha a certeza que mesmo nesse estado que estava ela lutaria.

- No que precisar eu estarei aqui.

- Min Yoongi não é? – ela me olhou e sorri de imediato concordando – quando eu sair daqui você pode me levar em meu apartamento, sinto meio deslocada nessa situação toda.

- Claro, no que poder eu irei ajudar! - repeti feito um bobo

A mesma concordou com um lindo sorriso, nunca achei que estaria tão perto e ao mesmo tempo tão longe da pessoa que amava, daquele dia se iniciou um novo desafio para mim...