Undisclosed Desires - Único

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Undisclosed Desires - Muse


Gemidos estrangulados surgiam em sua garganta e morriam, pouco depois, nos lábios já machucados pelo cuidado feroz dispensado por seu Senhor.

Ele estava diferente essa noite... Dominador. Possessivo. Mais do que o comum.

O homem, daiyokai, às suas costas nunca fora um amante carinhoso, mas por vezes era gentil. Entretanto... Entretanto, as carícias a ela destinadas esta noite gritavam seu controle, sua possessividade. Sob seus dedos furiosos, Rin só podia se derreter com fervor e paixão.

Pressionou as pálpebras com força quando ele, num gesto que denunciava toda a sua maldade, percorreu com suas longas garras a pele sensível de seus seios por cima do tecido fino da yukata branca com um leve bordado vermelho.

Para seu horror, ele se recusara a tirar as roupas naquela noite e todo e qualquer toque ocorreria por cima do que trajavam. Afirmara, naquela voz profunda e sensual, que a faria se derreter e gemer seu nome, antes mesmo que ele tivesse a oportunidade de tomá-la por completo.

Sendo perito como era na arte do amor, Rin não duvidava que isso, de fato, acontecesse. A antecipação queimava suas veias ao sentir a ponta do dedo longo lhe acariciar nas partes mais íntimas. Estremeceu de prazer.

Ao menos, pensou com certo alívio, ele não destruíra mais uma das bonitas peças de roupa que lhe presenteara.

Os próximos pensamentos, ou fragmentos de, Rin sabia que pensar coerentemente era um luxo que não teria mais, sumiram numa névoa de prazer que a dominou quando atingiu o primeiro orgasmo da noite. Um gemido um pouco mais alto irrompeu por sua boca.

O Senhor Sesshomaru não sorria, nunca foi um homem dado a sorrisos, mas ela podia dizer que os lábios próximos ao seu pescoço se inclinaram levemente num traço que ambos poderiam classificar como diabólico.

Estava contente. Claro que estava. Depois de passar a tarde toda observando aquele yokai inferior não tirar os olhos de sua Rin o dia todo, Sesshomaru estava mais do que contente por poder maculá-la com seu cheiro.

Ele sabia, no entanto, que seu odor não duraria. Não por muito tempo. Desde que concordara com aquele relacionamento às escondidas, sequer sabia quando havia concordado com ele ou por que, era uma loucura afinal de contas, sua protegida sempre se utilizava de ervas que pudessem remover seu cheiro efetivamente dela.

A princípio, a ideia o incomodara em demasia, mas com o passar dos meses e dos encontros, percebera que fora para o melhor. Rin já era encarada por muitos de seus inimigos como sua fraqueza, caso soubessem que eram amantes...

Amantes...

O outrora poderoso daiyokai que odiava humanos agora se rendia ao calor de uma humana frágil e patética. Não. Rin era diferente. Sempre fora. Desde o primeiro contato, os grandes olhos castanhos curiosos a encará-lo até o primeiro beijo e, por fim, a primeira noite em que passaram nos braços um do outro.

Humana...

A mera palavra fazia Sesshomaru se lembrar da efemeridade de sua existência. O relógio, ele sabia, era um inimigo impiedoso que mal podia esperar para clamar a breve vida dela para si.

Seu demônio rugia diante da mera possibilidade de perdê-la novamente. Já havia passado por tal situação antes e não a aceitara. Não seria agora que se curvaria diante da luxúria de um demônio inferior, ainda que este fosse um Lorde aliado, o Senhor do Sul, ou do tempo que teimava em querer clamá-la para si.

Ambos tremeram quando ele a mordeu de leve no ombro, sem, contudo, marcá-la como ele dolorosamente desejava. A mão nos quadris avantajados coordenava os movimentos enquanto ele a preenchia cada vez mais profundamente.

Ambos sabiam que havia uma forma de blindá-la dos dois problemas. Torná-la sua parceira. Mate. Uma breve mordida e todos os seus problemas estariam resolvidos. Simples. Como num passe de mágica.

Mas Rin se recusava.

Achava que o colocaria numa situação complicada com o conselho. Que questionariam sua liderança, sua posição como Senhor do Oeste por se relacionar com uma humana. Uma humana... O implacável daiyokai que odiava humanos, perdido pelos seus desejos carnais por uma. E, ao pensar mais um pouco sobre o assunto, ele também percebeu que sim, era sábio esperar mais um pouco. Rin poderia ser usada contra ele novamente. Uma fraqueza que seus inimigos não hesitariam em explorar.

Enquanto Sesshomaru não tinha dúvidas que poderia reverter a situação a seu favor contra o conselho, preferia evitar colocá-la em perigo novamente. Já se mostrara incapaz de protegê-la uma vez, temia ser surpreendido novamente.

A ideia de perder Rin era... Insuportável.

E fora assim que ela passara a mascarar o cheiro que a marcava como dele. Obviamente isso não o impedia de tocá-la às escondidas nos corredores, quando passavam um pelo outro, durante as refeições, um leve roçar de mãos, ou mesmo um beijo apaixonado entre uma reunião importante e outra.

Olhos comumente dourados foram dominados pela cor vermelha enquanto ele perdia, aos poucos, o controle de seus movimentos e a puxava para si com cada vez mais ferocidade. Rin já nem mais tentava abafar os gemidos que lhe escapavam, o que fazia a besta em Sesshomaru rugir com orgulho. Que os ouvissem. Era o que mais desejava. Que soubessem a quem ela pertencia.

Talvez por esse mesmo motivo nunca tivessem se encontrado em seus aposentos, tampouco nos dela. Seus encontros eram destinados às sombras. Seu escritório ou a biblioteca do castelo. Olhares furtivos, meio sorriso aqui e lá e palavras carregadas de significados que pareciam apenas simples palavras para os outros. Sempre às escondidas. Longe das luzes.

Desejos ocultos.

Uma mentira.

Uma mentira a qual ele se afeiçoara e encontrava-se, no presente momento, viciado.

O que diria seu pai se o visse agora?

O cruel daiyokai, aquele que odiava toda a raça humana, tornara-se escravo dos seus desejos por uma.

#

"Perdão?" ele disse, num tom que denunciava sua completa confusão. Passara boa parte da reunião perdido em pensamentos nada menos do que pecaminosos em relação a sua protegida. A sensação da pele suave e frágil colada contra a sua, dos gemidos altos que se permitiram escapar por sua boca.

"Sesshomaru-sama..." Um dos mais velhos do conselho o encarou, estupefato. Não era típico de seu Senhor passar a reunião toda distraído. "Falávamos sobre a sua união com uma das herdeiras das terras do Norte."

Ainda que o tópico o dessagrasse, ele não verbalizou sua resignação. Continuou em silêncio, sabia que havia mais por vir. E, parte de si, sabia que não gostaria nada do que estava por vir.

Moveu o nariz levemente. Podia discernir o odor de receio. Medo talvez. Isso só fez com que o demônio dentro de si rugisse, ameaçando se libertar. Pressentia que na verdade odiaria o que quer que aquele bando de velhos, ainda que parecessem apenas um bocado de anos mais velhos que o próprio Sesshomaru, estivesse prestes a sugerir.

"E..." Um outro se pronunciou, a voz trêmula, o medo a dominar suas feições. A mera ideia de falar em voz alta o que todos acreditavam ser o melhor deixava-os em choque. Saber que seu Senhor usualmente se divertia com seu medo e que podia cheirar o tal sentimento vergonhoso há léguas não tornava a tarefa mais fácil. Isso não quer dizer que não deveriam tentar, é claro. "O casamento de Lady Rin."

Ao seu lado, Jaken observava a cena com extrema discrição, o que chocou e agradou Sesshomaru. Viu o pequeno demônio engolir em seco diante da das palavras de um dos membros.

"Não." A resposta veio seca, baixa, mas tão fria que todo o cômodo pareceu ser dominado pela nevasca que lá fora tomava conta do quintal. "Não," repetiu, a voz mais baixa, um grunhido perigoso.

"Sesshomaru-sama..." Jaken pronunciou, incerto. "Meu senhor..."

"Não." Levantou-se do zabuton no qual se sentava e olhou para o conselho que o encarava, expectante.

"Maeda-sama declarou suas intenções no jantar de ontem, durante a vossa ausência, meu Senhor, e ele pareceu profundamente interessado na sua protegida."

À Sesshomaru não escapou o tom acusatório contido nas duas pequenas palavras. Vossa Ausência. Justamente por causa do enxerido Maeda Yamato, Sesshomaru escapara com Rin, ato do qual não se envergonhava ou se arrependia.

Era quase certo que o Senhor do Sul os tivesse ouvido. Ainda que não fosse um Inu Yokai, um yokai dragão, na verdade, sua audição não poderia ser tão ruim, ainda mais quando ele fizera o impossível para que Rin se derretesse em seus braços como nunca antes.

"O senhor não pode evitar o casamento para sempre, Sesshomaru-sama, tampouco pode evitar que Lady Rin seja cobiçada por seus aliados. Se me permite a sugestão, o senhor não só pode como deve usá-la para uma aliança."

Ele permaneceu em silêncio, em estado contemplativo, a caminho da porta enquanto ouvia os membros do conselho concordarem com o disparate sem noção que um deles acabara de proferir. Concordava, em partes. Sabia que precisava desposar alguma yokai em breve e garantir a linhagem pura de sua família e uma aliança em tempos de paz era sempre bem-vinda. Nunca sabia quando poderiam entrar em guerra novamente e duvidava que seu irmão, agora com dois filhos pequenos, fosse se envolver em alguma de suas contendas.

Não que precisasse do patético hanyou.

Entretanto, isso não significava que estava pronto para abrir mão de Rin ou entregá-la de bandeja para outro.

Quem quer que fosse esse outro.

Rin era sua.

Voltou a caminhar decidido rumo a parte coberta do jardim onde se encontraria para uma partida de go com Maeda Yamato. Deixaria bem claro que sua protegida não estava disponível para o casamento agora e que nunca estaria.

Faria questão de deixar claro a quem Rin pertencia — se é que já não o deixara claro suficientemente na noite anterior.

Já estava a meio caminho, seguido por dois dos integrantes do conselho e Jaken, a passos comedidos, quando ouviu o leve sussurro e palavras tão baixas que, não fossem sua audição superior, jamais teria ouvido.

Deveríamos vendê-la o quanto antes. Aproveitar enquanto ainda não sabem de suas indiscrições. Ninguém mais oferecerá tanto pela amante do demônio... Já passou da hora de nos livrarmos de Lady Rin de uma vez por...

As palavras morreram em sua garganta quando se encontrou entre a parede e o corpo ágil e poderoso de seu senhor. As garras do inu daiyokai o prendiam fortemente ao compensado de madeira, arrancando um filete de sangue da pele. Ao seu redor, todos os encaravam boquiaberto. Os olhos brilharam, vermelhos. Apenas um sinal do demônio interior que pressionava o calmo exterior em busca de uma matança descomunal e violenta.

"Eu vou me casar tão somente quando o momento me for oportuno. Quanto à Rin..." Seus olhos voltaram a cor normal, um dourado brilhante, desprovido de emoção. Gélido. "O futuro dela só cabe a mim."

E tão repentino quanto fora seu ataque, fora a liberdade que lhe concedeu.

Geralmente calmo e sereno, raramente se deixava afetar por qualquer emoção que. Entretanto, tudo que concernia Rin parecia atingi-lo ao extremo.

"Eu não ouvirei mais nenhuma palavra sobre isso."

"Perdoe-nos, Sesshomaru-sama," um deles falou, sem encará-lo diretamente nos olhos. Todos se curvaram diante dele, num gesto de submissão absoluta.

"Hn."

Em um silêncio tão sepulcral que faria vergonha até o túmulo de seu pai, ele se retirou da sala a passos comedidos, Jaken ao seu encalço.

#

Suas garras se enroscaram nos sedosos fios cor-de-corvo. Em um movimento não característico, ele os trouxe para seu rosto e inalou o cheiro adocicado que deles desprendia. Havia uma mistura única ali. O odor que a ele pertencia. A sombra de um sorriso inclinou seus lábios levemente.

Sua.

Rin era sua.

Em seu futon, sua protegida jazia adormecida, num sono que era em parte induzido e em parte natural. Suas costas imaculadas estavam nuas para sua apreciação. Correu uma garra levemente por sobre a coluna vertebral e observou como a luz solar incidia por sobre a pele alvíssima.

Os primeiros raios de sol entravam pelas portas de shoji entreabertas de seu quarto, anunciando que em breve ele deveria se levantar para mais um dia. Maeda Yamato iria embora naquela manhã e como o bom anfitrião que era Sesshomaru estaria lá para se despedir.

Com sorte, Rin o acompanharia.

Ou não.

Seus olhos brilharam diante da possibilidade de, ao se despedir de Maeda, poder dizer que Rin não pudera acompanhá-lo, pois descansava em seus aposentos e ele, como o bondoso senhor que era, a deixaria acordá-la em seu próprio tempo.

Isso provavelmente encerraria de vez as atitudes atrevidas do yokai dragão que se atrevera a perguntar a ela o que achava e esperava de um casamento. Rin, inocente como era, dissera que não queria se casar, ficar longe de seu Lorde, mas que faria de tudo em seu alcance para ajudá-lo a fortalecer o seu reino.

Naquela tarde, após inúmeras horas desperdiçadas numa única partida de go — o homem provara ser, sem dúvidas, melhor do que ele esperava —, Sesshomaru acreditara ter deixado claro que o único que desejava de Maeda era sua lealdade e portas abertas para o livre comércio entre suas terras.

Mas parece que não fora incisivo e claro o suficiente. Precisava colocar sua protegida contra ele. Precisava fazê-la acreditar que talvez um casamento fosse vantajoso para ele — mesmo que ela não desejasse se casar de forma alguma.

Naquela tarde, enquanto servia seu chá, Rin chegara a dizer que talvez fosse melhor acabar com a relação secreta. Não torná-la pública, nunca, mas encerrá-la de uma vez por todas.

Colocar um ponto final.

Seu Senhor deveria se casar com uma yokai fêmea de uma família poderosa, alguém que pudesse fortalecer sua imagem, que pudesse lhe dar herdeiros, filhotes, legítimos. Yokais puro sangue, algo que ela nunca poderia.

Aquela união, desde o princípio, estava fadada ao fracasso.

A mera ideia de Rin fugindo para que ele fosse mais feliz o enchia de raiva. Ele não precisava de aliança com Princesas do Norte ou filhotes puro sangue para ser completo. Ou feliz.

E pensar que ela realmente acreditava em suas próprias palavras.

Humana tola.

O cheiro enjoativo e irritante de lágrimas preencheu o ambiente e num gesto abrupto ele a puxou pelo pulso para si, mas a porta aberta de supetão por um dos membros do conselho fê-lo soltá-la.

Observou-a escapar, sua fúria parcamente contida.

Naquela noite, logo após o jantar em que ela não havia dado as caras, Sesshomaru foi atrás dela, apenas para encontrá-la na companhia do desagradável Maeda.

Ela sorria e seu sorriso dirigido a outro homem despertou um sentimento primitivo, egoísta e cru dentro dele. Antes que pudesse se dar conta do que estava fazendo, dispensara Maeda e a arrastava para seus aposentos, os rostos passando por eles como num borrão diante da fúria que o cegava e os comentários surpresos a alcançar seus ouvidos.

Não deu atenção a nenhum deles.

Quando alcançaram as portas de shoji de seu quarto ele as abriu sem cerimônia, indiferente ao fato de Rin nunca ter entrado em seu quarto e a jogou em seu futon sem nenhuma consideração.

Um som entre surpreso e excitado escapou seus lábios quando avançou sobre ela, prendendo-a contra a sua cama. Nos olhos dourados, a promessa de uma noite intensa.

#

Seus olhos se endureceram diante das duas marcas em seu pulso. Não era um amante carinho, mas fora muito rigoroso com ela. Traçou o machucado com delicadeza, culpando-se por sua falta de controle.

Controle era algo que Sesshomaru sempre se orgulhara de ter. Não importava a situação, sempre estava no controle. Dono de si, nada o tirava de seu estado de completa calmaria. E sua fúria... Sua fúria era silenciosa, lenta e controlada. E, no entanto, lá estava ele, ferindo sua amante por uma ridícula explosão de ciúmes.

Patético.

Com cuidado, pegou o pulso e levou aos seus lábios, correndo sua língua por toda a extensão da pele. As marcas avermelhadas desapareceram imediatamente, como num passe de mágica. Demorou-se ali, inalando o cheiro maravilhoso que dela desprendia.

Antes que pudesse perceber, depositava beijos em toda a sua coluna, até alcançar a única marca que não desapareceria — que ele não queria que desaparecesse.

Sua marca.

A marca que a fazia dele.

Tocou com os lábios a mordida que cobria a junção de seu pescoço cremoso com os ombros, lambendo novamente a pele que aos poucos cicatrizava. Um rosnado baixo surgiu em seu peito.

Orgulho.

Essa era a única palavra para descrever a sensação que o preenchia naquele momento.

A marca não fora algo premeditado. Quando a arrastara para seus aposentos sequer sabia o que estava fazendo e, se fosse sincero consigo próprio, Sesshomaru admitiria que estava contente por ter agido em seus instintos. Seu lado racional jamais o deixaria marcá-la. Adiaria por anos e anos, até que Rin desfalecesse em seus braços, tomada ou por algum inimigo ou pelo implacável tempo.

Até que a única coisa que restasse fosse ele e seu maldito orgulho.

Com os olhos fechados, beijou a marca mais uma vez, demorando-se nela e na agradável sensação que preenchia todo o seu ser.

"Bom dia, Sesshomaru-sama."

Olhou-a de soslaio, sem responder à sonolenta saudação. Com um pouco de dificuldade, assistiu-a se virar para encará-lo, ainda deitada, os lençóis a cobrir sua modéstia.

Quando ele não respondeu, o sorriso em seus lábios pareceu falhar levemente até que ele beijou sua testa num gesto muito fora de seu personagem. Observou, então, o sorriso crepitar de volta a sua boca, os dedos finos movendo-se para os cabelos prateados de seu senhor.

Seus olhos dourados se fecharam diante do agradável toque. Não estivesse tão preocupado durante toda a noite, teria adormecido com as leves carícias dela, mas passara as últimas horas da madrugada a assisti-la enquanto a segurava em seus braços.

Tinha medo que ela fosse desaparecer a qualquer instante.

Que aquela noite não passasse de um sonho e que Rin, na verdade, tivesse ido embora com Maeda.

"Sesshomaru-sama..."

"Sesshomaru..." ele a corrigiu, sua voz mais profunda do que o costume. Abriu os olhos e a encarou por um segundo antes de pegá-la no colo sem cerimônia, fazendo-a soltar um gritinho afetado, e levá-la para o onsen atrás de seus aposentos.

#

O corpo dela tremia ao ser apoiada contra as rochas que emergiam da grande piscina natural. Abaixou o olhar diante do homem, não, yokai, devia se lembrar disso sempre, que se aproximava dela com a sombra de um sorriso nos lábios.

O sorriso predador de Sesshomaru a deixava ainda mais desconfortável. Olhou para cima, ciente de que ele a pediria para encará-la e não desviar a atenção. Era sempre assim. Gostava de monopolizá-la e mesmo a ideia de que Rin pudesse estar envergonhada ou olhando para outra coisa que não fosse ele o desagradava.

Ofegou ao sentir o corpo masculino contra o seu. Os músculos completamente definidos contra sua pele macia e feminina. Enlaçou as pernas em seus quadris e gemeu levemente ao sentir a ponta de seu desejo pressionar contra sua barriga.

Antes que percebesse, deslizava sobre ele, numa escandalosa simulação do ato sexual, fazendo com que ele enterrasse as unhas em suas coxas, movimentando-a contra si de forma mais veemente. Dura. Apaixonada.

Sua língua brincava com o pescoço dele, mordendo e chupando, para depois soprar sua respiração quente sobre a pele sensível.

Ouviu-o gemer. Um som baixo, estrangulado e tão não característico que a deixou ainda mais excitada.

Logo era afastada dele e tinha as costas pressionadas contra as rochas, seus seios envolvidos pela boca faminta e mão habilidosa. Os movimentos de estimulação atingindo uma velocidade que ela não acreditara ser possível antes.

E então se desfazia em seus braços, num forte orgasmo que a tomava.

Sabia que a ligação os deixaria mais próximos, era curiosa o suficiente para passar dias enterrada na biblioteca lendo os diários de Izayoi e tudo que ela escrevera sobre a ligação que compartilhara com Inusho. Estava bem consciente de que ao se tornar a parceira, mate, de Sesshomaru seria capaz de sentir quando ele estivesse em perigo, e vice-versa, que partilharia de seu tempo de vida e que seria mais resistente a doenças humanas, mas nunca... Nunca imaginara que os prazeres carnais seriam intensificados.

Ou que teria estamina o suficiente para acompanhá-lo em tantas rodadas.

Todo e qualquer pensamento coerente fugiu de sua mente quando se sentiu preenchida por ele. Um gemido irrompeu pelos lábios de ambos, um gemido que nem ele nem ela foram capaz de segurar, um gemido que nenhum deles queria segurar. Um gemido que Sesshomaru queria que todos na propriedade ouvissem.

Inclusive o atrevido Maeda-sama.

Beijou-a. Beijou-a como nunca antes, sentindo e explorando cada canto da boca deliciosa. Suas línguas se envolvendo e se acariciando de forma luxuriosamente lenta.

Gemeu contra os lábios dela quanto a sentiu pegar suas mãos a guiar para seus seios. Sendo um homem que não precisava de muitos avisos, passou a acariciá-la, seguindo a cadência por ela ditada, enquanto observava a outra mão pequena desaparecer entre seus corpos.

Não sabia se o próximo gemido quem soltava era ele ou ela, ou ambos, ao vê-la acariciar seu próprio ponto doce. Estocava seguindo o ritmo de sua mão, para então mudar levemente, deixando-a enlouquecida.

Tomou seus lábios com fúria novamente, estimulando-a de todas as formas possíveis. Não sairia daquele onsen nem que a água se tornasse tão gelada quanto o oceano pacífico.

#

"O que fará com Maeda-sama?" ela perguntou num tom baixo, ainda ofegante enquanto ele brincava com seus cabelos negros enrolando-os em seus dedos.

"Hn," foi a sua resposta. Ou o que se aproximaria de uma resposta.

Sesshomaru podia ter mudado muito em si por causa dela. Podia até ter agido de forma não característica por causa dos sentimentos que por ela nutria.

Humana...

Mas ela não podia mudar sua essência. Sua verdadeira natureza. E nela jazia uma profunda possessividade, o desejo de dominar por completo aquela mulher que o encarava, os olhos castanhos semiabertos, enevoados pela luxúria que os dominava.

Com a sombra de um sorriso diabólico a dominar seus lábios, Sesshomaru se perdeu entre as coxas roliças, sua língua experiente a provar do néctar mais saboroso.

Havia outro traço que Rin jamais seria capaz de modificar nele: seu egoísmo. Nunca fora uma criatura altruísta, nunca fora de pensar nos outros ou colocar a necessidade alheia antes da sua.

E não seria agora que faria.

Quando um gemido rouco e profundo escapou pelos lábios castigados de sua protegida, agora mate, companheira para a eternidade, o yokai não pode deixar sentir uma pontada de orgulho preencher seu coração gelado.

Ela era sua.

A amante do demônio.

Sempre fora.

E sempre seria.   

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