40 • já falei que o álcool é o ponto fraco?
[🎤]
JEON JUNGKOOK
⠀
| Uma semana depois |
Sete dias se passaram desde o dia em que conseguimos a guarda provisória do Yohan, e preciso admitir o quanto tem sido bom ter ele em nossas vidas. Tô vivendo momentos que nunca imaginei que viveria, e tudo graças à um loirinho surtado que me mudou completamente.
Falando no Ji, mesmo que a guarda ainda não seja definitivamente nossa, ele já decorou e mobiliou todo o quarto do bebê. Com a casa também não foi diferente, compramos tudo que faltava, e a cada dia ela fica mais a nossa cara... ou na verdade, a cara do Jimin, que eu amo da mesma forma.
Até o Bam tem um quarto apenas dele, com todos os seus brinquedos barulhentos e coisas que ele gosta.
— Bom dia, meu amor. — Parei na porta do banheiro enquanto ele arrumava o cabelo no espelho.
Ele se virou pra mim, e pude ver o quanto ele estava incrível em um terno preto, com o cabelo arrumado para trás, e os lábios mais vermelhos que o normal.
— Bom dia, Kookie.
Apoiei na parede e coloquei a mão no coração.
— Caralho, que lindo...
Ele riu, desviando o olhar tímido.
— Gostou?
— Gostar é pouco... tô me sentindo mais apaixonado que o normal. — Abracei ele, já respirando fundo no seu pescoço pra sentir seu cheiro de morango.
Hoje será a audiência de partilha de bens do Eunwoo. Essa audiência foi adiada diversas vezes... nos fez voltar antes da lua de mel, e vai realmente acontecer só agora, uma semana depois do previsto.
— Que abraço bom, me acalmou...
— Tá nervoso?
— Uhum... medo do juiz decidir deixar a Town com meu avós. Eles não são pessoas ruins, mas com certeza não sabem gerenciar uma empresa como essa, virada quase toda ao público mais jovem.
— É quase certo que ficará com sua mãe, então relaxa, ok? Vai dar tudo certo.
— Obrigado...
— Agora me deixa beijar essa boca, por favor. — Eu não conseguia parar de olhar, cheio de vontade de sentir o gosto dela.
Ele riu e me beijou, e eu não queria soltar mais, e só paramos quando o celular dele, que estava no quarto, tocou.
Ele correu pra atender, e era o advogado. Ele não pôde chamar o tio por causa do parentesco, então contratou outro advogado. Mesmo assim, o tio dele tem nos ajudado muito no processo da guarda do bebê.
Enquanto ele terminava de se arrumar e preparar alguns documentos, o Yohan acordou. Peguei ele no colo, preparei uma mamadeira e sentei na sala.
O Bam sempre junto onde eu ia, subiu no sofá e deitou do meu lado.
O Jimin desceu as escadas, e assim que pisou na sala, escutamos a buzina do lado de fora; era um dos motoristas da Town pra buscar ele.
Nos despedimos com um selinho e ele saiu apressado.
— Não vamos ficar em casa também, né filhão?! — Falei enquanto ele me olhava curioso.
Hoje o Yohan tem uma consulta com o pediatra, a primeira desde que ele está conosco. O Jimin chorou ontem por não poder ir junto, mas não tínhamos outra escolha, adiar a audiência de novo seria loucura.
O show também será hoje, e nessa semana fomos todos os dias ensaiar na Town, e em todos eles, o Jimin preferiu deixar o Yohan com a Sra. Yoo. Ele tem condições de contratar a melhor babá da Coreia, mas quis que ele ficasse com ela.
Hoje não será diferente enquanto viajamos para Daegu, ela também cuidará do bebê.
O Ji até cogitou levar ele junto, mas não funcionaria. Será muito corrido, e lá não temos como deixar ele com qualquer pessoa, então entramos em um consenso que era melhor ele ficar em Seoul.
Preparei a bolsa com as coisas do Yohan, coloquei ele no assento e saímos de carro para ir ao consultório.
Lá, só haviam mulheres com seus filhos, nenhum homem, e era nítido todos os olhares pra mim. Eu estava de boné, mas, não sei se é o suficiente pra esconder meu rosto. Sei que não sou famoso, mas atualmente, minha cara e a do Jimin andam estampadas por todo site e post de fofoca, e como ele é bem famoso, acabam me reconhecendo com facilidade...
A mídia ainda não sabe sobre o Yohan, e preferimos manter assim até conseguirmos a guarda dele, mas com todas as coisas que andam especulando sobre nós, uma hora ou outra vão descobrir.
O doutor nos chamou nesse momento, e entramos no consultório.
— Que garotão mais lindo. — O doutor pegou ele e colocou na balança, apenas de fralda. Também mediu temperatura e conferiu batimentos.
— Vamos lá, papai. Peso do Yohan está ótimo. Vou te passar a receita de algumas vitaminas que devem dar, sempre uma vez ao dia, pela manhã.
— Ok doutor.
— Mais uma coisa, tá vendo essas marquinhas bem fracas na barriga? Isso é sinal de alguma alergia, então vou encaminhar vocês ao alergologista para verificarem qual o tipo de alergia. Enquanto não sabemos, mantenham apenas o leite materno, além das vitaminas.
— Não há uma mãe, somos dois pais. Podemos dar fórmula? É o que temos feito.
— Ahh, sim claro, me perdoe pela indelicadeza.
— Imagina, tudo bem. — Dei um sorriso sem jeito.
Ele prescreveu uma receita com a fórmula que devemos dar para ele, junto com as vitaminas, e me entregou.
Ao fim da consulta, saí com o Yohan no colo e voltamos para o carro.
Eu estava faminto. Olhei no relógio e pelo horário, eu sabia que a audiência ainda estava rolando, então temos tempo. Dirigi até um Starbucks e fiz o meu pedido pra viagem. Eu queria aparecer no apartamento, então peguei vários capuccinos e coisas pra comer.
Voltei para o carro e parei em uma farmácia. Além da fórmula, já comprei vitaminas e fraldas. O tempo todo ele ficou tranquilo no meu colo, e bastou voltar a dirigir pra ele dormir no assento do carro.
[...]
Passei pela portaria do prédio e estacionei. No apartamento, estava tudo silencioso, apenas a voz do Tae vinda do quarto chamava atenção.
Apareci na porta do quarto dele, e sem fazer barulho, acenei com as mãos. Ele estava jogando em live, e com um gesto, me pediu uns minutos.
Voltei pra sala, deixei as sacolas na mesa e sentei no sofá com o Yohan.
Assim que o Tae apareceu, correu na minha direção, mas era óbvio que não era por causa de mim, e ele foi rápido em pegar o Yohan.
— Solta ele!!! Oi fofura do tio. — Ele abriu seu sorriso quadrado enquanto abraçava e brincava com o neném.
— Vai assustar ele com esse cabelo todo bagunçado e essas roupas largas... Você faz live assim, parecendo um andarilho?
— Vou te expulsar da minha casa! Vai, cai fora daqui. — Ele apontava na direção da porta.
Eu mal conseguia responder de tanto rir.
— Então devolve meu filho que eu vou.
Estendi os braços, mas ele segurou o Yohan mais forte e desviou.
— Tô expulsando você, não ele. E outra, ele também vai ser gamer pois eu vou ensinar a jogar antes mesmo dele aprender a andar, e você nem é louco de me impedir.
— Não deixando ele assim igual você, tá bom.
— Filho da puta.
Ficamos rindo, e mesmo me xingando, ele realmente arrumou o cabelo, o que me fez rir mais ainda.
Ele sentou na mesa com o Yohan no colo e ficamos conversando e comendo.
Enquanto jogamos conversa fora, toquei no assunto que ele tem evitado a muito tempo.
— E você e o Hoseok, como vocês estão?
Ele me encarou e fechou a cara, disfarçando enquanto brincava com o Yohan.
— Do que você tá falando? Não existe essa de "vocês", se liga...
Apoiei os braços na mesa e olhei no fundo dos seus olhos.
— Tae, eu te agradeço muito por conseguir ir no meu casamento, mas se não fosse o Hoseok, você não iria... Você tem feito coisas que nunca fez, por causa dele. Se está te fazendo bem, qual é o problema em assumirem que se gostam?
Ele me olhou e ficou em silêncio.
— Não me ignora.
— Você não entende, Jk.
— Não entendo? Olha pra mim, casado com um cara e com um filho, você realmente acha que não entendo?
Ele coçou a cabeça, tentando achar palavras pra justificar o injustificável.
— Com você foi diferente...
— Não tem nada de diferente. Você sabe que eu sempre namorei com mulher, mesmo assim, quando notei o que estava sentindo por ele, apenas aceitei. Não é justo vocês se gostarem e ficarem agindo desse jeito. A não ser que vocês queiram viver dessa forma pra sempre.
— Não quero... — ele sussurrou.
— O que você disse?
Ele não respondeu.
— Se você não repetir, eu vou embora.
Ele respirou fundo revirando os olhos, e me encarou em seguida.
— Não quero ficar escondendo, mas não tô entendendo nem a mim mesmo. Eu sei que ele me faz bem, mas, eu preciso entender tudo isso. Ele também precisa, então não podemos forçar nada. Mas sim, eu gosto dele... tá satisfeito? Que inferno! — Ele despejou tudo em uma única fala.
— Meu melhor amigo apaixonado pelo melhor amigo do meu marido, não tem como ser melhor.
— Vai à merda, Jungkook. — Ele ficou com o rosto vermelho, e voltou a disfarçar enquanto brincava com o Yohan, e eu rindo do stress dele.
— Vocês já transaram?
— Ahh não, puta que pariu! Eu não vou responder essa merda de pergunta. — Ele levantou revoltado, e mesmo puto, não desgrudava do Yohan.
— Tá, tá, desculpe, não vou perguntar mais, senta aí. — Eu não conseguia parar de rir das reações dele, que são as mesmas que o Jimin teve depois que beijamos a primeira vez.
— Tá engraçado, né? Babaca...
— Obrigado por se abrir comigo, mesmo que tenha sido forçado.
Ele demorou pra responder, parecendo pensar no que falar.
— Não conte isso ao Jimin, por favor. Ele vai contar para o Hoseok, e não quero que ele ache que tô apaixonado, ou algo do tipo.
— Mas você está... bom, pelo menos combina com o que ele sente por você.
Ele me olhou e ficou sem jeito, desarmando toda a raiva que estava à uns minutos atrás.
— Pfff, ele não sente nada.
— Não é o que o Jimin me conta.
Ele puxou a cadeira pra perto, e agora, parecia completamente interessado.
— O que ele te contou? Ele já falou alguma vez que gosta de mim?
Olhei pra ele rindo.
— Ué, não tô te entendendo. Tá interessado em saber agora?
— Não, é só curiosidade.
— Bem, senhor curioso, é meio óbvio que ele também sente o mesmo, mas tem agindo feito um medroso igual você. Namorem logo, porra, e foda-se o que acham sobre vocês...
Ele abaixou a cabeça, olhando para o Yohan, e pude ver um sorrisinho bem sutil no seu rosto.
— Nós já tivemos essa conversa outra vez, Tae, espero que dessa vez você entenda.
— Ok, eu vou pensar sobre isso. Agora, vamos só mudar de assunto.
Fiquei mais um tempo no apartamento conversando com o Tae, e fui embora para casa quando notei que estava próximo do fim da audiência.
[...]
Assim que pisei dentro de casa, o Yohan começou a chorar. Eu já imaginava que era fome, então preparei uma mamadeira.
Dei banho, e a mamadeira em seguida. Ele sequer bebeu metade do leite, e dormiu.
Coloquei ele no berço e fui arrumar nossas malas.
Enquanto terminava de organizar, escutei a porta da entrada da casa abrindo, e o Ji veio até o quarto. Seu semblante parecia exausto e ele se arrastava ao invés de andar.
— Eu já estava ficando preocupado... Você demorou.
Ele sentou desmotivado na cama enquanto suspirava fundo. Eu sentei logo em seguida ao seu lado.
— O que aconteceu?
— Meu pai tem mais crimes do que imaginávamos... Sonegação de impostos, empresas em nome de laranjas, contratos fraudulentos com patrocinadores, fora outras coisas que sequer sei explicar.
Mesmo com tudo o que o Eunwoo fez com a gente, essas coisas também me pegaram de surpresa.
— Que merda, Ji... Eu sinto muito.
— Tudo bem, eu tô em paz que ele está preso e vai continuar lá pra pagar por tudo, só tô decepcionado pois não esperava nada disso. No fim, ele nunca prestou.
Ele até tentou disfarçar abaixando o rosto, mas era perceptível que ele estava chorando. Sem dizer nada, abracei ele, que retribuiu me apertando forte.
Depois de uns minutos, ele voltou a falar após enxugar as lágrimas.
— Minha mãe ficará com a Town, e o restante das empresas o juiz dividirá entre ela e meus avós paternos. Eu vou ficar com uma empresa de marketing, e na real, nem queria, e insisti pra minha mãe ficar, mas ela praticamente me obrigou. Eu não nasci pra isso, e não quero empresa alguma... Eu nasci pra ser idol, não empresário.
Fiz carinho nos seus fios dourados enquanto olhava no seu rosto, que demonstrava o quanto ele estava magoado.
— Se você precisar ficar com a empresa, eu vou te ajudar, e se não quiser, eu te ajudo a não ter ela. Vou te apoiar no que você decidir. Não quero te ver triste assim.
— O-obrigado... — ele me olhou com seus olhos pequenos, que já estavam inchados. — Cadê o Yohan?
— No berço. Vou pegar ele, espera aí.
Peguei ele ainda dormindo, e levei até o nosso quarto. O coloquei bem lentamente na cama, e ficamos ali deitados com ele enquanto conversamos. Ele mexia carinhosamente nas mãos do Yohan enquanto falava, já o Yohan, continuava dormindo pesado.
E depois de uns minutos conversando, o Jimin também pegou no sono, ainda com as roupas sociais.
Olhei no relógio e eram 14:11, deixei os dois dormindo juntos e terminei de preparar tudo, com a supervisão do Bam do meu lado.
Coloquei ração e água pra ele, e ficamos na sala até a hora da viagem.
[...]
O relógio marcava 16:30.
Colocamos as malas no carro, o Yohan e o Bam no banco de trás, e saímos. O Jimin já estava sofrendo por deixar ele aqui em Seoul, e não conseguia parar de chorar.
Enquanto eu saía com o carro e tentava consolar ele, notamos alguém estava parado em frente à casa, do outro lado da rua. Bastou eu olhar mais atentamente e ver que era quem, atualmente, é meu maior problema.
... minha tia.
Parei o carro na saída e encarei ela, enquanto sentia meu coração acelerando de ódio em questão de segundos.
— Que porra essa mulher está fazendo aqui? — O Jimin reconheceu ela e perguntou enquanto enxugava as lágrimas.
— Não sei. Espera aqui no carro, eu já volto.
Tirei o cinto, saí, e me aproximei dela.
— O que você tá fazendo aqui?
— Vocês arrumaram um filho? Que lindo, achei que era mentira, mas realmente é verdade... ahh, os fãs amariam saber disso, mas não seria legal, huh? Vocês meio que estragariam a carreira dos dois.
Ela gesticulava exageradamente pra falar, e cada movimento dela aumentava minha raiva. Dei um sorriso cheio de raiva, e perguntei desacreditado da audácia dela.
— Isso é uma ameaça?
— Claro que não, por que eu faria isso?
— Se você fosse a porra de um homem, eu juro que enchia essa sua cara de soco, até quebrar cada dente seu.
— Ahh, Jungkook, agora você é tão covarde ao ponto de também bater em mulher? Já não basta matar duas pessoas, agora quer me matar também? Você é um louco, sempre foi, e não adianta querer brincar de pai de família, não combina com você.
Cheguei bem próximo dela, e respondi em uma voz baixa, para o Jimin não ouvir.
— Se eu te ver mais uma vez perto dessa casa, eu juro que vou te perseguir e espancar aquele vagabundo do seu filho até deixar ele na beira da morte. Vai ser prazeroso te ver sofrer, implorando pela vida dele. Pisa perto da minha casa e da minha família de novo, que vou te mostrar o quanto eu consigo ser a porra de um louco doente.
— Quem você pens...
— Eu não quero ouvir a sua voz, e te dou cinco segundos pra sumir da minha frente. Você sabe que consigo achar seu filho onde quer que ele esteja. Cinco, quatro, três...
Com um olhar de ódio pra mim, e sem dizer mais nenhuma palavra, ela saiu andando. Entrou em um carro preto e partiu acelerando.
Voltei para o carro em silêncio, liguei e comecei a dirigir.
— O que você disse pra ela?
— Falei pra ela ficar distante de nós, se não, chamaria a polícia.
Ele apoiou as costas no banco, respirando aliviado.
— Que mulher maluca. Como ela descobriu onde moramos?
— Não sei, ela deve ter nos seguido algum dia.
Ele me olhou preocupado e pensativo, e não respondeu.
— Fica tranquilo, meu amor, ela não tem coragem de fazer nada. Ela quer me extorquir, mas é claro que isso não vai funcionar, logo ela desiste e some, ok?
— Ok...
— Quer comer algo antes da viagem?
— Não, tô sem fome.
Dirigi até o café e deixamos o Yohan com a Sra. Yoo. A despedida dele foi a pior parte, mesmo sabendo que já voltaremos amanhã.
Liguei o carro, e antes de ir até o aeroporto, passamos no apê pra deixar o Bam com os meninos.
A Hyejin providenciou o jato da Town e vamos com ele. Assim que chegamos no aeroporto, entramos separados e cobertos por roupas e máscaras. Já havia seguranças pra nos escoltar, assim como fãs por todo lado.
Depois de passar entre aquela quantidade absurda de pessoas, embarcamos no jato, e pra nossa surpresa, o Namjoon também estava lá.
— Nam, você vai com a gente? Que bom, vou te perturbar o voo todo. — O Jimin brincou e sentou do lado dele.
— A Sra. Park não vai ao festival? — Perguntei, também me sentando próximo.
— Vai, mas chegará um pouco mais tarde, no mesmo voo do Yoongi.
Nesse momento, encarei o Jimin, que também me encarou. Ficamos uns segundos em silêncio, até que a voz tranquila do Namjoon soou ao fundo.
— Então vocês já sabem?
O Jimin olhou assustado pra ele, e o bombardeou de perguntas.
— Como assim? Você sabe disso? Desde quando? Espera... Porque você nunca me contou?
— Desculpe Jimin, mas isso não diz respeito à mim, logo, eu não tenho que me meter nisso.
— Mas você sabia todos os meus segredos... eu confiava em você.
— Exato, e nunca falei nada para o seus pais, assim como não falei nada sobre eles pra você. Se trata da vida de vocês, não da minha.
O Jimin cerrou os olhos pra ele, levantou, e pisando fundo, deu as costas e foi sentar no último assento do jatinho. Ele ficou puto sem motivo algum.
— Essa birra vai passar... — Falei tentando amenizar o comportamento dele.
— Eu sei que vai. — Ele riu.
Me arrumei no banco e fiquei um banco mais perto.
— Ele viu os dois se beijando, por acidente. Já faz um tempo, mas até hoje ele não conseguiu tocar nesse assunto com ela, então fica frustrado sempre que isso vem à tona.
Ele olhou pra frente e respondeu.
— Entendo que isso seja difícil pra ele, que cresceu com os pais juntos. Pelo que me lembro, ela e o Yoongi estão juntos há uns dois anos, tem bastante tempo.
— Dois anos? Que loucura...
— Sim. O Eunwoo nunca mereceu ela, e sinceramente, tô do lado da Hyejin. Aquele velho asqueroso mereceu o par de chifres que tomou.
A sinceridade dele me fez rir, e ele riu junto, desfazendo a expressão séria que quase sempre ele tem.
O voo seria rápido, e ficamos conversando enquanto o Jimin ficou mexendo no celular, sentado longe de nós a viagem toda.
[...]
Chegamos em Daegu após pouco mais de uma hora de voo, e na saída do aeroporto também haviam fãs... Pode passar o tempo que for, eu nunca vou entender como essas notícias de embarque e desembarque se espalham com tanta rapidez.
O Jimin foi na frente cumprimentando a todos, exalando simpatia, e eu e o Namjoon atrás, com alguns seguranças.
Ele olhou para trás, praticamente me matando só com o olhar.
— O que você tá fazendo aí atrás? Você não é mais o meu guarda-costas.
Ele pegou minha mão, e entrelaçando nossos dedos, me puxou para o lado dele. Continuamos de mãos dadas até a saída, e isso foi suficiente para a quantidade de flashs das câmeras aumentarem ainda mais.
Do lado de fora já havia um motorista da Town nos esperando, e entramos rapidamente no carro.
O Jimin continuava fazendo birra e de cara fechada, e o Namjoon nem ligava para o comportamento dele e estava distraído com o celular.
Quando chegamos no hotel e fizemos check-in, o Namjoon foi para um quarto, e eu e o Ji para outro.
Pra nós, o Jimin escolheu uma suíte presidencial, pra variar. O quarto era todo decorado com plantas e tons de madeira, e uma banheira de hidromassagem enorme chamava atenção no meio de um banheiro gigantesco, que seguia a mesma decoração do quarto. Velas estrategicamente dispostas pelos cômodos emitiam uma luz suave e reconfortante, criando uma atmosfera confortável.
O quarto era incrível, mas ele sequer se importou. Largou suas malas e parou em frente a uma das janelas, olhando a vista do centro de Daegu.
Me aproximei e abracei ele por trás.
— Não fique bravo com o Namjoon, ele está certo.
— Você está dando razão pra ele? — Ele se soltou dos meus braços e se virou pra mim indignado.
— Estou, porque ele realmente está certo. Eu no lugar dele também não me meteria nisso. Quantas vezes eu já te pedi pra resolver isso com sua mãe? Você não resolve, e fica nervoso assim toda vez que esse assunto vem à tona.
— Eu não casei com você pra ser criticado, que merda!
Ele não vai processar nada do que estou falando enquanto estiver assim, então é melhor eu não insistir.
— Tudo bem, Ji, me desculpe.
Ele não respondeu, foi nervoso até a cama e se sentou. Eu fui atrás dele, e sem dar tempo pra ele fugir, o agarrei e deitei por cima do seu corpo.
— Se ficar bravo assim, vou ser obrigado a tirar sua roupa e te jogar naquela banheira.
— Eu não quero fazer sexo com você, nunca mais, sai de cima de mim.
— Ahhh, não?
— NÃO! — Ele aumentou a voz.
Comecei a rir e ele conseguiu me empurrar para o lado, me tirando de cima dele.
— Qual a graça?
— A graça é que você irritado assim me deixa com mais vontade ainda de te foder.
Ele cruzou os braços e levantou.
— Pois não vai, não sou fácil assim. E outra, eu tô com fome, e sua obrigação é me levar pra comer algo, AGORA!
— Se não melhorar esse humor aí, não vamos.
Ele respirou fundo e revirou os olhos.
— Ok.
— Eu não tô te ouvindo.
— Tá booom, eu vou melhorar, agora vamos. — Ele deu as costas e saiu do quarto.
Quando ele quer e invoca com isso, consegue ser a pessoa mais difícil do planeta inteiro.
Troquei de roupa e fui atrás dele. Na recepção do hotel alugamos um carro, e enquanto esperamos, ele pesquisava no celular lugares pra gente ir.
— Vamos nesse café. — Ele apontou o celular na minha direção.
Nosso tempo era curto, e um jantar nos tomaria muito tempo, então um café é realmente o ideal.
Pegamos o carro alugado e saímos em direção ao café. No carro, seu humor foi melhorando até voltar a normalidade.
E chegando lá, nada diferente do que já estou acostumado. Ele pediu várias sobremesas, tantas que ele mal aguentaria comer.
— Você precisa exagerar assim sempre? — Perguntei.
— Preciso, assim não fico na dúvida do que comer, e posso provar tudo.
Ele respondeu e em seguida, levou a colher à boca, com um pedaço enorme de brownie. Suas bochechas ficaram cheias, e ele mastigava animado, já escolhendo outra sobremesa premiada a ser a próxima colherada.
Até nesses momentos completamente normais eu fico feito um idiota por ele, mesmo depois dele agir feito uma criança mimada.
— Ai ai garoto, como eu te amo...
Ele virou o rosto emburrado, enquanto fazia aquele bico gostoso de sempre.
— Nem vem, ainda tô bravo com você.
Peguei a mão dele por cima da mesa e fiz carinho, e bastou isso para o seu rosto ficar todo vermelho, e ele, todo sem jeito.
— Parece que você não está mais...
Ele riu todo desconcertado.
— Você tem sorte que eu também amo você, se não, nós já teríamos saído no soco há muito tempo.
— Lindo assim? Eu deixaria você me bater, mesmo sabendo que você tem força o suficiente pra me quebrar todo.
— Idiota... — Ele riu, e conversamos mais um pouco enquanto comemos.
Ele comentou que queria sair pra beber logo após o show. Desde que estamos com o Yohan, nós não fizemos isso, então acho que dessa vez é realmente uma boa ideia.
Terminamos e voltamos rápido para o hotel. O festival já estava acontecendo, e entraremos daqui 1 hora, e já enrolamos o suficiente.
[...]
No hotel, nos arrumamos em menos de dez minutos. A Hyejin chegou em Daegu e foi direto para o show, e o Namjoon também foi, para acompanhar ela. Nós dois escolhemos ir sozinhos, mesmo contra a vontade do produtor do festival.
O entorno do estádio já estava todo congestionado, o que também nos atrasou, mas mesmo assim, conseguimos entrar à tempo.
Vários shows já estavam acontecendo há horas, e artistas renomados de todo o mundo já haviam pisado naquele palco. Era uma sensação única estar no meio de tantos talentos, alguns dos quais inclusive eu admiro e acompanho.
Nem nos meus melhores sonhos eu sonhei que viveria tudo isso.
Voltei dos meus pensamentos quando um produtor nos chamou. Ele nos passou algumas orientações e nos colocou em camarins separados.
Fui até o meu, e lá dentro já havia uma roupa separada para usar; Uma camisa branca simples, junto de uma calça jeans. Quando entramos no estádio pude notar que todos os outros artistas também usavam branco, então já imaginei que fosse o tema do festival.
Enquanto a maquiadora arrumava meu cabelo, alguém bateu na porta e abriu devagar, era o Jimin. No primeiro segundo em que olhei pra ele, pude notar seus olhos vermelhos e cheio de lágrimas.
Estendi as mãos chamando ele perto, que se aproximou e sentou em uma cadeira ao lado.
— Olha isso...
Ele virou o celular na minha direção, e era uma foto do Yohan, que a Sra. Yoo enviou. Ele estava enrolado entre as cobertas, e abraçado com uma de suas pelúcias.
Eu já estava morrendo de saudades dele, e era nítido o quanto o Jimin também estava.
— Ela ainda escreveu "de banhinho tomado", eu vou morrer sem ele. — Ele falou, já em prantos.
Virei pra maquiadora e falei.
— Desculpe, mas você pode nos dar cinco minutos?
Ela concordou e saiu.
— Amanhã nós vamos voltar, bem cedo, e a primeira coisa que faremos será buscar ele. Não precisa ficar assim, você sabe que ela está cuidando bem dele, assim como fez em todas as outras vezes.
— Eu sei...
— Então vamos, se anime, nós vamos entrar no palco daqui dez minutos.
Eu sorri enquanto olhava pra ele enxugando as lágrimas com lenços de papel.
— Obrigado por me proporcionar a sensação de saber o que é ter uma família.
Assim que falei, pude ver os olhos pequenos dele lacrimejarem ainda mais.
Ele pulou na minha direção e me deu um abraço apertado, seguido por vários beijos.
Por mim, ficaríamos o resto da noite assim, mas não podemos.
Ele voltou para o camarim dele e terminou de se arrumar, assim como a maquiadora que estava comigo voltou, acompanhada de um staff que passou todos os fios dos pontos que ficariam no meu ouvido e presos no meu corpo.
E depois de quase dez minutos, chegou a nossa vez.
O produtor nos posicionou perto da entrada do palco, e vamos literalmente entrar juntos. Era meio óbvio que os organizadores do festival queriam aproveitar o hype de todas as fofocas sobre nós, por isso pagaram tanto pelo nosso cachê.
O Jimin já estava se sentindo melhor, e parecia completamente confiante e tranquilo para entrar no palco, já eu, que estava tranquilo, agora sentia o nervosismo percorrer por cada centímetro do meu corpo, como se fosse a primeira vez.
Eu olhava pra frente tentando respirar de forma padronizada, até que senti a mão dele pegando a minha. Olhei na sua direção, e ele sorria enquanto seus olhos acompanhavam o sorriso e se fechavam.
— Vai dar tudo certo, assim como em todas as outras vezes... eu confio em você.
Pode parecer loucura, mas era como se o mundo tivesse sido silenciado, e eu realmente me acalmado só com as palavras dele.
— Obrigado, meu loirinho.
Ele colocou um óculos e ajeitou o cabelo. Já eu, só conseguia me preparar respirando fundo.
E depois de um minuto, entramos no palco.
Eram muitas pessoas, um mar de gente pra ser mais exato, e eu estava sem palavras pra tudo aquilo. Os gritos da plateia eram ensurdecedores, e todas as luzes de lighsticks do fandom do Jimin estavam acesas. Também pude ver vários cartazes com mensagens para nós.
Eu estava completamente surpreso, mas tentava fingir normalidade.
E então, o Jimin começou a cantar Letter, e eu acompanhei ele cantando junto. A plateia também cantava junto, e era lindo. Eu olhava na direção do Ji, e mesmo que estivesse me sentindo nervoso, olhar pra ele me passava a certeza de que tudo daria certo.
Meu amor por ele era evidente, e cada momento nosso no palco parecia uma confirmação disso. Enquanto cantamos juntos, nossos olhares demonstravam uma conexão única entre nós dois. Era como se, naquele instante, nada mais importasse além da música, da presença um do outro e do amor entre nós.
Nossos toques físicos eram inevitáveis, e a todo momento ele me tocava, e eu retribuía. A cada toque, mesmo que mínimo, os gritos soavam cada vez mais altos.
Depois de mais algumas músicas, e ao fim da última em que cantamos, ele se aproximou de mim, e em um movimento rápido e completamente inesperado, colocou a mão na minha nuca e me beijou. Foi rápido, mas o suficiente pra plateia surtar e gritar euforicamente, muito mais alto que os gritos de antes.
Me pegou muito de surpresa, afinal nunca imaginei que ele faria isso em público, em hipótese alguma.
Ele me olhou e riu, e com o microfone para baixo, falou próximo do meu ouvido.
— Agora quero ver falarem que é fanservice...
Eu comecei a rir, completamente desacreditado, enquanto a plateia ainda gritava loucamente.
— Você é surpreendente, garoto.
Nos despedimos da platéia que continuava gritando, e saímos, largando pra trás a maior loucura que fizemos publicamente.
Entre os corredores dos bastidores, muitas pessoas vieram falar com a gente sobre o beijo, até que, entre essas pessoas, vi a Hyejin se aproximando. Eu já imaginava que ela falaria sobre o que aconteceu, mas antes disso, senti a mão do Jimin me puxando entre as pessoas, até a direção do camarim.
Assim que passamos pela porta, ele trancou.
— O que foi?
— Minha mãe vai surtar com o beijo, então deixa a poeira baixar. — Ele riu enquanto começou a tirar as roupas.
— Porque não me contou que faria isso?
— E perder a cara que você fez? Jamais.
Ele já estava sem camisa, e sentado no braço de um dos sofás enquanto tirava a calça.
Me aproximei rápido dele, onde parei entre suas pernas, pressionando ele contra o encosto do sofá.
Ele sorriu da forma mais sem vergonha possível, e imediatamente comecei a beijar aqueles lábios carnudos.
Pra provocar, ele também pressionava o seu quadril contra o meu, e nós dois ficamos excitados.
Só paramos os beijos quando fomos interrompidos por batidas na porta, que achamos ser da Hyejin, mas felizmente era só um dos staffs pra tirar os pontos que estavam no meu corpo.
— Vamos embora para o hotel logo, por favor. — Falei beijando o pescoço dele, mas ele levantou e parou de frente pra mim, antes de abrir a porta.
— Não, não. Nosso acordo era sair pra beber, e é isso que vamos fazer.
— Desfaço o acordo, tô morrendo de vontade de foder você.
— Nem pensar, Jk, eu quero beber.
Contra as vontades dele nunca tem acordo, então só me resta ceder.
— Então nós não vamos demorar.
— Ok, não vamos, prometo.
Terminamos de trocar de roupa e saímos do estádio. Pra realmente sair foi bem difícil, devido a quantidade de gente e congestionamentos que ainda havia ao redor, que já nos atrapalharam pra chegar.
O Jimin quis ir dirigindo, e eu mal sabia onde ele nos levaria.
— Você está só dirigindo sem rumo ou sabe onde ir?
— Eu e o Hobi viemos aqui ano passado, quando participei desse mesmo festival, e fomos em um bar muito bom depois do show, você vai gostar.
Ele dirigiu por mais alguns minutos, e parou o carro em uma vaga que achou na rua. Ele colocou um boné e descemos.
Na entrada do lugar já percebi que "bar" era só um nome de fachada, afinal, era nitidamente uma balada.
Lá dentro estava cheio de gente. Um DJ tocava música eletrônica, enquanto muitas luzes neon iluminavam o ambiente.
A música estava alta, cheguei perto do ouvido dele e tentei falar.
— Isso tá longe de ser um bar.
Ele riu e respondeu perto do meu ouvido.
— Você viu que lá fora estava escrito bar... Vem, vamos nos divertir.
Ele é extremamente sociável, já eu sou completamente o contrário. Enquanto ele estava conversando com o barman pedindo a indicação da melhor bebida, eu estava perto dele, em silêncio, com a mesma energia de quando eu era seu guarda-costas.
Em poucos minutos ele já estava com dois copos enormes de bebida na mão, me entregando um deles.
— Eu estava louco pra beber. — Ele deu um gole generoso, e pela expressão, era a mesma animação como se estivesse comendo um pedaço de bolo de morango.
— Não bebe muito.
— Tá, tá bom.
Dei um gole pequeno e foi o suficiente pra revirar os olhos.
— Porra, que bebida forte... — Falei sozinho olhando para o copo. Eu podia sentir gosto de Absinto, misturado com várias outras coisas que sequer sei o que são.
Meu copo era igual ao que o Jimin virou na boca, sem nem sentir. Como ele consegue beber algo assim com tanta facilidade?
Enquanto ele dançava e se divertia, eu mal conseguia parar de olhar na sua direção, completamente obcecado por cada movimento dele.
Quanto mais eu bebia, mais focado nele eu ficava, como se ninguém existisse nesse lugar.
Que poder é esse que ele tem que me fez esquecer completamente tudo que eu sabia sobre mim? Em qual momento eu passei a desejar tanto um homem? Quanto mais eu olho pra ele, mais eu fico louco de amor, e mais eu quero cada pedacinho dele.
À medida em que observava ele, me veio a lembrança da presença completamente desagradável da minha tia hoje mais cedo. Não tenho medo das ameaças dela, mas tenho receio do que ela pode fazer em relação ao Yohan. Qualquer motivo, mesmo que mínimo, pode atrapalhar o processo de adoção dele.
E se ela fizer isso, espancar o filho dela será pouco.
Em meio aos meus pensamentos, o Jimin se aproximou de mim, e na minha visão ele parecia brilhar enquanto andava entre as pessoas, mesmo em meio a escuridão da balada. Minha mente imediatamente silenciou.
— Você vai dançar ou só ficar me secando? — Ele falou perto do meu ouvido e sorriu assim que se afastou, e era nítido que ele já estava bêbado.
— Tô pensando no quanto tô louco pra te levar embora. Chega de beber, você já tá bêbado, e se ficar demais, vai dormir. E digamos que não é isso o que eu quero.
Ele apoiou um dos braços por cima do meu ombro, e me olhou nos olhos, com nossas bocas próximas.
— E o que você quer?
Segurei no quadril dele, e em seguida, apertei a sua bunda.
— Quero terminar o que começamos no camarim.
Ele sorriu e mordeu meu lábio.
— Esse é o último copo, e vamos assim que eu terminar com ele, pode ser?
— Pode.
E ele realmente cumpriu com a palavra dele. Dançou mais um pouco até acabar com o copo que estava bebendo.
Assim que terminou, segurou minha mão e fomos até a saída.
— Me dá a chave, você não vai dirigir assim. — Estendi a mão, ele resmungou mas me entregou.
No carro, ele tirou o boné, apoiou a mão na minha perna e começou a beijar meu pescoço enquanto eu dirigia. Até que sua mão pegou em cheio no meu pênis.
— Hmmm, você é muito fraco, Jungkook... uns beijinhos no pescoço e você já fica de pau duro.
Olhei pra ele enquanto dirigia, e sua expressão era a mais sem vergonha que já vi ele fazer.
— Se tratando de você, é óbvio que sou fraco. Fico excitado só com o seu cheiro, Park, quem dirá com seus beijos.
Ele riu todo orgulhoso, fechando os olhos pequenos ainda mais.
— O que foi? — Perguntei rindo também, já esperando que ele falasse mais alguma barbaridade, afinal, quando está bêbado, perde toda a vergonha que naturalmente tem.
Ele se afastou de mim, encostou no banco dele e colocou a mão na sua calça, puxando e marcando seu pênis.
— O meu também tá duro, olha... — Ele olhou na sua calça, e depois olhou pra mim, enquanto sua língua circulava de forma gostosa pelos seus lábios carnudos.
Ele me deixou louco...
Eu fiquei desorientado entre olhar para ele e olhar para a direção. Eu queria parar o carro e agarrar ele agora mesmo, mas ao mesmo tempo, quero ir para o hotel o mais rápido possível pra foder ele a madrugada inteira.
Era tarde, e as ruas de Daegu já estavam vazias, e sinceramente, nem me importo com multas, então acelerei o carro o mais rápido que eu pude.
[...]
Já no hotel, e ainda no elevador, ele me pressionou contra a parede e começou a me beijar. Sua mão foi rapidamente por dentro da minha camisa, deslizando pelo meu abdômen.
— Você é tão gostoso, puta merda! — Sua voz saiu baixa e sexy, enquanto sua expressão exalava desejo.
Assim que entramos no quarto e tranquei a porta, voltei a beijar sua boca, o prendendo contra a parede. Em poucos segundos beijando, eu já estava tirando a camisa dele e a minha.
Ele parou ofegante e me olhou.
— Quero tomar banho com você. — Ele falou com a boca colada na minha, enquanto sua mão descia e abria o botão da minha calça.
— Que delícia ouvir isso...
Peguei o lubrificante em uma das malas e fomos nos beijando freneticamente até o banheiro. Estava tão quente entre nossos corpos que nós dois começamos a suar só com os beijos.
A banheira já estava cheia, e só precisamos ligar as bolhas e colocar o sabonete.
Ele tirou a calça e entrou primeiro, onde sentou em um dos cantos da banheira. Tirei o restante das minhas roupas e fiquei em pé pra entrar, e ele olhava fixamente na direção do meu pênis, sem sequer disfarçar.
— O que você tá olhando?
— Tô admirando o que eu sou dono... — Ele respondeu sorrindo e com as bochechas coradas, mas sem timidez alguma.
Entrei e me aproximei dele, onde comecei a beijar sua boca e pescoço.
Ele se contorcia conforme eu pegava no pau dele, e continuei estimulando só pra assistir ele cheio de tesão só com a minha mão.
Até que ele segurou no meu rosto de forma autoritária, e falou.
— Eu quero te sentir dentro de mim. — Sua língua circulou pelos seus lábios enquanto pedia, me deixando com mais prazer do que eu já estava.
Peguei um pouco do lubrificante, e por baixo d'água, penetrei ele com o dedo. Ele me sentia enfiando e gemia, enquanto cravava com força as unhas no meu ombro.
Isso porque ainda era só a minha mão...
Sentei na beirada da banheira, com o quadril fora da água pra passar o lubrificante, mas antes mesmo de colocar na mão, ele pediu pra passar em mim.
Entreguei a embalagem e apoiei as mãos na banheira, ligeiramente para trás. Ele colocou o lubrificante na mão, e então, começou a espalhar no meu pênis em movimentos lentos, enquanto me olhava.
— É tão lindo... — Ele falou tão confiante enquanto olhava e mexia, que só aumentou mais ainda a minha vontade de socar dentro dele.
Ele voltou a sentar no canto da banheira, abriu as pernas e me chamou. Entrei de volta na água e voltei a beijar sua boca, enquanto encaixei meu pau nele e comecei a enfiar devagar.
Caralho, como ele é quente por dentro...
Apoiei minhas mãos na borda da banheira enquanto movimentava meu quadril lentamente, socando aos poucos, até que ele segurou na minha cintura e me puxou forte na sua direção.
— Calma aí, se não vou te machuc...
— Enfia logo... — Sua voz soou baixa, quase como uma súplica.
Respondi com um sorriso e enfiei tudo, ele então gemeu assim que sentiu. Ele era tão apertado que não tinha dúvidas que isso doeu, e eu ia tirar, mas ele voltou a segurar meu quadril, me pressionando com as suas pernas.
— C-continua, não para... tá gostoso.
A cada movimento ele ia ficando cada vez mais à vontade, em um ponto que eu podia sentir ele elevar o quadril várias vezes, buscando me sentir ainda mais fundo. Eu segurei firme na coxa dele, e também o puxava cada vez mais contra mim.
O barulho da hidro borbulhando, junto do som da chuva fraca que caía do lado de fora do hotel formavam a trilha sonora perfeita desse momento cheio de amor e prazer.
Ele pegou minha mão e colocou no pau dele, e estava tão duro que eu podia sentir as veias dilatadas.
Comecei a enfiar devagar, no mesmo ritmo em que masturbava ele.
— Caralho, que delícia que você é, Park! — Eu olhava obcecado pra ele, que retribuía me olhando cheio de prazer no olhar.
Ele já estava com o cabelo todo molhado com a água, e droga, como isso pode ter deixado ele mais lindo?! Como isso é possível?!
— D-deixa eu ir por cima? — Ele pediu com a voz ofegante, próxima ao meu ouvido.
Tirei com cuidado de dentro dele e sentei na outra ponta da banheira, e ele veio por cima de mim, voltando a penetrar com cuidado.
À medida que minha mão circulava nas suas costas, eu deixava várias marcas pelo seu corpo, louco de prazer. Eu queria devorar ele inteiro, e mesmo assim não seria suficiente pra me saciar.
Ele sentava devagar, se segurando no meu ombro e jogando a cabeça para trás, e eu, chupava seu mamilo ao ponto de deixar completamente inchado e vermelho.
Ele parou e começou a rebolar, me olhando nos olhos com aquele mesmo sorriso safado. Isso já era o suficiente pra ter um orgasmo, mas estava tão gostoso que segurei pra continuar.
— Kookie... eu t-te amo...
Caralho!!!
— Fala de novo.
— Eu te amo. — Ele repete enquanto me olha e começa a me beijar entre as sentadas.
A língua dele circulando pela minha boca com aquele gosto de morango me deixa maluco, e o que eu estava segurando à mais de uma hora, não conseguia evitar mais.
Segurei forte na sua bunda e gozei enquanto aumentava o movimento dele.
Com um sorrisinho sem vergonha, ele parou de sentar, levantou pra tirar de dentro dele e sentou por cima do meu pênis, se esfregando nele.
— Eu quero mais...
Meu sorriso automaticamente se abriu no meu rosto, e em fração de segundos, fiquei excitado de novo. Ele voltou para o outro lado da banheira, enquanto eu mexia no meu pênis, esperando pra socar nele de novo.
Pra minha surpresa, ele virou de costas e ficou de quatro, se apoiando na beirada da banheira. Ele sorriu e segurou em uma das nádegas, abrindo na minha direção.
O álcool realmente tira toda a timidez dele, e me deixa completamente louco.
Sem ele esperar, abaixei com meu rosto e passei a língua na sua bunda. Ele olhou surpreso pra trás, mas antes de falar qualquer coisa, agarrei no seu quadril e voltei a penetrar de novo. Enquanto ele se apoiava com uma mão na borda da banheira, a outra ele usava pra estimular a si mesmo.
Ficamos assim por tempo suficiente pra ele gozar.
Abaixei e cheguei com a boca perto da sua nuca.
— Esse é só o começo...
Ele olhou pra trás com um sorrisinho sútil e sem vergonha no rosto.
— É isso que eu quero.
Coloquei ele de frente pra mim, e voltei a ficar por cima do seu corpo. Com a mão no seu rosto, meu polegar deslizou pelos seus lábios gostosos, e ele começou a chupar meu dedo.
— Assim você tá jogando sujo...
— Eu só sei jogar trapaceando.
Com minha mão segurando uma das pernas dele pra cima, e a outra me apoiando na beirada da banheira, voltei a socar nele, de novo.
Através da espuma que cobria quase toda a água, eu podia ver ele ficar duro novamente, e tudo que eu conseguia pensar enquanto via seu pau se movimentando, era o quanto eu queria chupar ele.
Continuei socando enquanto gememos e nossos corpos se esfregam entre si. Nossos beijos, mesmo que ofegantes, eram o que deixava tudo mais gostoso ainda.
Transamos por horas, e esse era facilmente o sexo mais longo e prazeroso da minha vida. Tive orgasmo várias vezes, assim como ele, e quanto mais fazíamos, mais queríamos continuar.
E realmente continuamos.
Ele estava por cima de mim, e enquanto me abraçava, ele continuava sentando e gemendo, até que ele gozou mais uma vez.
— Eu... eu tô morto... — Ele apoiou o corpo no meu e desabou. Eu continuava dentro dele e continuaria assim por um bom tempo, mas ele estava cansado.
Com ele ainda abraçado e em cima de mim, levantei um pouco a bunda dele e tirei meu pênis de dentro dele.
— O que você tá fazendo? Eu quero continuar.
— Estamos aqui à horas, você precisa descansar. — Fiz carinho no cabelo dele, enquanto nossas respirações pesadas e cansadas saíam quase em sincronia.
Ele saiu do meu colo e sentou ao meu lado na banheira, onde apoiou a cabeça no meu ombro. Puxei o rosto dele e dei um beijo.
— Que sexo foi esse?!
Ele sorriu mordendo o lábio inferior.
— Era tesão acumulado de mais de uma semana sem transar. — Ele brincou.
Após alguns minutos descansando na banheira, nos levantamos para irmos para a cama. Ao conferir o celular, percebi que já passava das três da manhã. O tempo parecia ter voado.
— Eu tô com fome. — Ele reclamou assim que sentou na cama.
— Eu já deveria imaginar.
Ele riu.
— Vou pedir algo no serviço de quarto.
Ele falou "algo", mas o exagero dele sempre fala mais alto, e pude ouvir ele pedir várias coisas, o que também não é nenhuma novidade.
Depois de uns minutos conversando, os pedidos chegaram e eu fui receber. Ele ficou sentado esperando, e coloquei tudo ali mesmo na cama pra gente comer.
Ele ligou a tv, e colocou seu anime favorito, parecendo um grande déjà-vu de todas as outras vezes em que transamos.
Enquanto ele comia e assistia todo feliz, o roupão que ele usava estava aberto no peitoral, e levemente caído em um dos ombros, ali eu notei quantas marcas de chupadas e mordidas deixei nele, muito mais que o normal.
Ele olhou na minha direção e notou que eu estava olhando.
— Tá tudo bem? — Ele colocou a mão na frente da boca pra perguntar, enquanto ainda mastigava o kimchi.
— Eu já prometi pra mim mesmo várias vezes que não ia deixar marcas assim no seu corpo, mas você é tão gostoso que... nossa, eu fico maluco. Me desculpe.
Ele começou a rir, pegando mais um pouco de kimchi com o hashi e levando à boca.
— Acho que você não se viu no espelho, huh?!
— Por que? — Perguntei.
Ele pegou seu celular, abriu a câmera frontal e me entregou o aparelho. Meu pescoço e ombro estavam com muito mais marcas que ele, tipo, muitas mesmo.
— Tava tão bom assim? — Brinquei.
— Uhum, muito! Tanto que é impossível expressar em palavras. Você pode me marcar inteiro, chupar, morder, o que você quiser. Você me dá um prazer que nunca senti na vida, que eu nem sabia que era possível existir.
Sorri todo idiota por ele.
— Só de você falar assim eu já vou querer te comer de novo.
Ele riu e fez um gesto de "não" com o dedo enquanto terminava de mastigar.
— Se fizermos de novo, amanhã eu acordo sem sentir meu corpo. Você acabou comigo...
— Eu? E quem é que queria continuar?
— Não sei de nada. — Ele desviou o olhar.
Dei risada da resposta esfarrapada dele.
Ficamos conversando enquanto comemos mais um pouco. Tirei o restante da comida da cama e deitamos. Ele deitou com a cabeça no meu peito enquanto continuava assistindo tv, e bastou ouvir o nome do personagem principal pra ele voltar a ficar ansioso.
— Será que o Yohan está bem? E se ele chorou pra dormir? Será que ele conseguiu dormir sem nós? Eu vou ligar lá.
Ele realmente sentou na cama e pegou o celular.
— É claro que ele está bem, se não já teria alguma ligação dela. Já é madrugada, e se você ligar agora, a única coisa que vai conseguir é acordar ela e o Yohan. Amanhã cedo nós ligamos antes de embarcar.
Ele hesitou um pouco, mas voltou a deitar.
Ficamos conversando um pouco sobre várias coisas, dentre elas, o show.
— Hahaha, olha isso. — Ele riu e virou o celular na minha direção, e a hashtag mais em alta era sobre nós, assim como um mar de fotos e vídeos do nosso beijo, de vários ângulos.
— Você acha que sua mãe vai ficar brava?
— Não vai... mas se ficar, eu me resolvo com ela.
Cheguei perto e enchi o pescoço dele de beijos.
— O mundo inteiro sabe que você é meu, tem noção disso? Eu realmente achei que teria que esconder o que temos pra sempre, e olha tudo o que aconteceu...
Peguei uma das mãos dele e fiquei fazendo carinho, entrelaçando nossos dedos enquanto falava.
— Você é meu, pra sempre. Um idol lindo, gostoso e talentoso desse jeito, é bom que saibam que você tem dono, e que sou eu. — ele brincou.
— E eu tenho dono? Achei que eu era só seis anos mais velho que você...
Em um salto único, ele voou em cima de mim, segurando meus dois braços contra a cama.
— Não brinca com fogo, Jungkook.
Dei risada do quanto ele ficou sério.
— Meu nome soa tão gostoso nessa sua boca. Fala de novo?
Ainda me segurando, ele abaixou e sussurrou no meu ouvido.
— Eu mando em você, Jeon Jungkook.
— Pedindo assim, você manda em mim e em tudo o que você quiser.
Ele sorriu orgulhoso e me soltou, voltando a deitar do meu lado.
— Gosto assim.
Dei risada e fiz cócegas nele, que perdeu a pose séria na mesma hora e começou a gargalhar, tentando fugir e segurar minhas mãos.
Essa risada, porra... Não sei se é normal amar alguém assim, mas até a risada dele faz meu coração bater tão acelerado ao ponto de travar minha respiração.
Ficamos conversando mais um pouco, e bastou parar com as cócegas e mudar para um carinho no cabelo, que ele se apoiou no meu peito e pegou no sono.
Minha mão desceu até seu rosto, e olhando pra ele, fiz carinho na sua bochecha.
Eu estava feito um adolescente apaixonado admirando ele.
Na minha vida eu já estava conformado que nunca amaria alguém, não considerando a vida cheia de traumas e problemas que eu sempre tive, e ele chegou pra me provar que eu estava completamente errado.
Se hoje tô vivo e construí uma família, é graças a ele que me salvou duas vezes; me tirou do pior momento da minha vida, e ainda enfrentou a pior situação possível pra me resgatar.
Além disso, hoje meu sangue corre através das veias dele, e assim como meu sangue, eu daria minha vida por ele.
Depois de um longo tempo admirando ele e me perdendo em pensamentos, também peguei no sono.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
[🎤]
Oi leitor(a) maravilhoso(a) 🤍
Espero que tenham gostado do capítulo, teve de tudo, e o final foi pra fechar com chave de ouro, hihi
Peço miiiiil perdões pela demora, assim como peço que me desculpem por qualquer errinho de escrita. Revisei algumas vezes, mas uma coisinha ou outra sempre passa despercebida.
Não esqueçam de se alimentar bem e beber muita água, não sejam como o Ji que só bebe cachaça e come doces KKKKJKKKK
Até o próximo capítulo!
✨
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top