37 • aloha, hawaii
[🎙️]
PARK JIMIN
Acordei com meu celular despertando, eram 09:30 da manhã. Desliguei cheio de ódio e voltei a fechar os olhos pra voltar a dormir, mas não consegui. Olhei para o meu lado, e pra variar, o Jk não estava lá.
— Porra, o que custa ele acordar tarde comigo pelo menos um dia? — Reclamei.
Levantei cambaleando e fui para o banheiro me arrastando, quase como um bêbado, sem ao menos ter bebido, tudo porque eu dormi mais de 12 horas... meu corpo estava implorando por uma boa e longa noite de sono.
No banho, lembrei da bagunça que deixamos ontem, então deduzi que ele estava arrumando.
Finalizei o banho e fui até a sala, e pra minha surpresa, o apartamento já estava todo limpo.
Mas, ele não estava lá, nem o Bam estava...
Eu estava traumatizado demais, pois bastou isso pra me deixar preocupado.
Ele tem comentado todos os dias o quanto estava ansioso pra voltar a se exercitar, então tentei relaxar pensando nessa possibilidade.
Não estava funcionando...
Peguei meu celular para enviar uma mensagem, pelo menos pra saber se estava tudo bem, mas assim que olhei mais atentamente na mesa, vi um bilhete dele, escrito a mão.
"Fui correr com o Bam e volto com nosso café assim que finalizar. Te amo, meu loirinho."
Respirei aliviado com o bilhete.
Jamais imaginaria que o Jimin de antes seria tão apegado por alguém, muito menos que faria o que fiz pra salvar ele.
Comecei a andar de um lado para o outro no apartamento, sem ter o que fazer, já que ele fez simplesmente tudo.
Lembrei de algo que precisava encarar, e abri meu instagram já preparado para o que me aguardava.
Mesmo com as inúmeros comentários na foto nos apoiando, era óbvio que teriam pessoas ofendendo, o que é algo que sequer me importo.
Ainda com o celular na mão, ele começou a tocar; era minha mãe.
— Droga...
Parece que ela estava sentindo que eu estava pensando nisso. Atendi apreensivo, já esperando todo tipo de bronca sobre o post.
— Oi mãe, bom dia.
— Bom dia, Jimin. Preciso fazer uma reunião com todos os contratados da Town e você e o Jungkook devem participar, será daqui duas horas e não aceito faltas. Já avisei o Seokjin também.
— Tudo bem.
— Aproveitando, após a reunião, passe sem falta na minha sala, preciso conversar com você.
Concordei e encerramos a chamada. À essa altura e com esse tom pouco amigável, imagino que ela já saiba da foto. Eu quebrei algumas cláusulas do meu contrato, mas, espero que ela releve... eu só estava cansado de esconder quem eu sou de verdade.
Fui até a varanda e fiquei olhando a chuva intensa que caía em Seoul. O tempo estava fechado e cinzento, e choveu todos os últimos dias, mesmo não sendo época de chuva.
Em meio a vários pensamentos, sobre vários assuntos, a chuva densa me lembrou a mãe do Seung-ho, no dia em que fui até o café.
Ela sequer apareceu no julgamento.
Pelo que pude notar, ele era o único filho dela, e o olhar de orgulho que ela fez pra mim enquanto falava dele estava me consumindo nos últimos dias.
Eu sei que não deveria estar pensando nisso, mas eu simplesmente não conseguia não me importar, muito menos deixava de me sentir culpado.
Eu precisava ir no café.
— Acho que consigo ir e voltar antes dele chegar...
Não pensei duas vezes. Pequei minha blusa de frio no quarto, a chave do carro dele e desci até a garagem.
Coloquei o endereço no GPS e saí com o carro, e fiz tudo isso em menos de três minutos.
A chuva não dava trégua, e no caminho ela se intensificou ainda mais. Por mais que eu quisesse correr pra ser breve, eu diminuí minha velocidade.
E depois de pouco mais de dez minutos, cheguei e estacionei um pouco distante do café, assim como fiz aquele dia.
Olhei para todo lado dentro do carro e me dei conta que sequer lembrei de trazer um guarda-chuva.
Não me restava outra opção, então coloquei a touca e desci na chuva mesmo, fazendo uma breve corrida até chegar na entrada.
O café era simples, então não tinha uma cobertura na frente pra me proteger. Me espremi próximo a porta, em um ponto minúsculo que a chuva não caía.
E, estava fechado. Ao lado, havia um papel simples escrito à mão, colado na porta;
"Café Yoo está fechado por motivos de luto, voltaremos dia 22."
— É hoje, mas ainda não abriu...
As portas eram de vidro, então apoiei as mãos e olhei para dentro, e realmente não havia ninguém. Notei que algumas cadeiras e mesas pareciam empurradas, como se alguém tivesse saído com pressa, deve ter sido quando ela soube da notícia...
Corri de volta para o carro e esperei por um tempo, na esperança que alguém aparecesse.
E pouco mais de vinte minutos depois, nada.
Eu estava completamente molhado e com frio, e não podia mais esperar. Peguei na chave pra ligar o carro, mas no mesmo momento, meu celular que estava em cima do banco do passageiro, tocou; era uma ligação do Jk.
Sequei as mãos ligeiramente e atendi.
— Oi meu am...
— Onde você tá? — ele perguntou com a voz preocupada.
— Eu... eu vim na farmácia, acordei com um pouco de dor de cabeça, mas já estou indo embora. Não coma sem mim.
Ele suspirou fundo, parecendo aliviado.
— Que susto... me desculpe por ligar.
Eu dei risada.
— Tá tudo bem, vou desligar pra dirigir.
— Cuidado, por favor, tá chovendo muito...
— Te amo. Obrigado por se preocupar comigo, vou devagar.
Desligamos, liguei o carro e saí. Eu não podia voltar de mãos vazias, então realmente passei na farmácia pra comprar um analgésico.
[...]
Cheguei no apartamento.
Ele estava organizando a mesa, que tinha alguns doces, do jeito que eu gosto. No centro da mesa, uma torta linda com morangos vermelhinhos estava chamando atenção, e foi a primeira coisa que vi.
— Esqueceu o guarda-chuva, né? — Ele riu.
Estendi meus braços mostrando a roupa ensopada.
— Talvez...
Ele veio na minha direção, ainda rindo, e me deu um beijo rápido.
— Vá tirar essa roupa molhada logo.
— Para de rir, idiota.
Troquei de roupa no quarto e voltei para a sala, com o cabelo ainda molhado, eu estava com fome e sem paciência de secar.
Ele estava me esperando sentado no apoio do sofá, e me deu um abraço gostoso assim que voltei, envolvendo minha cintura e mergulhando seu rosto no meu pescoço.
Assim que seu olhar voltou na direção do meu, ele deu um sorriso bem sútil, e seus olhos grandes brilhavam.
— Eu vi a foto que você postou. — Ele passou a mão no meu rosto, e eu desviei o olhar. Não vou negar que fiquei um pouco tímido, e nem sei o porquê.
— Gostou? — perguntei baixo, ainda sem jeito.
— Se eu gostei? Garoto, o que eu mais queria era gritar pro mundo que você é meu, e agora eu posso fazer isso...
Ele me abraçou ainda mais, só que segurou na minha bunda e me levantou no colo. Sua facilidade pra me levantar me choca toda vez.
Entre vários beijos no pescoço, ele perguntou.
— Tá com fome?
— Muita, e que mesa linda.
— Especialmente pra você. Vem, vamos comer.
Ele me soltou com cuidado e sentamos, até que, ao meu lado, apoiado na mesa entre os doces, vi um envelope todo branco.
— O que é isso? — Apontei olhando desconfiado para ele.
— Não sei, vê aí.
Peguei com cuidado e abri, e dentro haviam duas passagens de avião.
— Que delícia, pra onde vamos viajar? — Assim que perguntei, li o destino escrito nas passagens. — Para, isso é sério?
— Uhum, gostou?
Levantei no mesmo momento e pulei no colo dele, fui tão rápido que quase caímos da cadeira.
— Eu AMEI! Caralho vou surtar, preciso fazer minhas malas... — Levantei do colo dele e corri na direção do quarto, enquanto ele ficou rindo na sala e me chamando.
— Calma, vamos terminar de comer primeiro.
Eu nem dei ouvidos pra ele, mas, não bastou um minuto no quarto pra realmente voltar até a sala. Peguei desesperado o envelope pra conferir o horário das passagens.
— Ufa, temos tempo...
— Tempo para?
— Terá uma reunião daqui a pouco na Town, e temos que participar. Além disso, minha mãe quer falar comigo, e já imagino que seja sobre eu ter divulgado nosso namoro.
— Você acha que ela vai ficar brava com você?
— Não sei.
— Então vem, vamos comer primeiro e depois ir para a gravadora resolver isso, assim voltamos rápido e fazemos nossas malas.
Sentei cheio de energia. Eu tinha tantos planos pra esse momento que queria por tudo em prática agora mesmo. Fiquei tagarelando sobre tudo que eu queria, e ele me ouvia atentamente enquanto seus olhos grandes pareciam sorrir junto de seus lábios.
E sobre o café, estava tudo uma delícia. Ele sempre acerta em tudo que eu gosto, e eu amo o quanto ele fica atento pra aprender cada vez mais sobre mim.
Assim que terminamos de comer, fomos nos arrumar. Com essa chuva e esse tempo gelado, precisamos ficar bem aquecidos. Eu fui com o moletom que ele me deu, uma calça jeans larga e tênis, já ele escolheu uma calça, blusa de gola alta preta, e por cima, um sobretudo, também preto.
Estamos vestidos perfeitamente no estereótipo de um manhwa BL, o mocinho indefeso e o mafioso durão, e isso me fez rir sozinho.
— Como você tá lindo... — Falei enquanto coloquei meus braços por cima dos seus ombros.
Ficamos nos beijando um pouco, mas não podíamos perder tempo, então logo saímos. O mesmo caminho de sempre, primeiro o petshop pra deixar o Bam, e depois, a Town.
Eu fui dirigindo, e no caminho eu ainda estava angustiado pra ver se o café da mãe do Seung-ho estava aberto. Assim que saímos do petshop, eu virei pra ele.
— Nós podemos passar em um lugar antes?
— Claro, onde quer ir?
— Em um café...
Ele me olhou com certa estranheza, afinal acabamos de comer, mas não questionou.
— Tudo bem, vamos.
Virei uma rua diferente do nosso caminho e fomos até lá.
Dessa vez parei o carro na frente, e o papel não estava mais colado na porta. O Jk já estava tirando o cinto pra ir comigo.
— Eu vou lá rapidinho e já volto, só trouxe um guarda-chuva.
Ele franziu a testa como se já tivesse desconfiando que eu estava aprontando alguma coisa, mas aceitou e ficou me esperando no carro.
Abri o guarda-chuva e saí. Me aproximei da porta, respirei fundo e entrei.
Lá dentro haviam poucos clientes, e a atmosfera estava pesada e triste, diferente do dia em que vim aqui. No caixa, havia uma pessoa diferente, me aproximei e perguntou.
— Oi, bom dia, a Sra. Yoo está?
Ela me olhou e pensou por uns segundos.
— Ela está na cozinha, vou chamar ela.
— Obrigado.
Fiquei mexendo nas mãos, apreensivo. A essa altura, não sei o quanto ela já sabe sobre mim, e se tenho a ver com a morte dele, então isso me deixava mais preocupado ainda. Até que devagar e com dificuldade, ela apareceu.
— Oi meu querido...
— Bom dia, Sra. Yoo.
Ela estava abatida, com o olhar fundo e as olheiras marcadas. Ela já era senhora, e parece estar mais debilitada do que quando a vi.
Ela saiu da parte de trás do balcão e se aproximou de mim.
— Você é o amigo do meu filho, certo?
Concordei apenas com a cabeça. Eu não deveria mentir a essa altura, mas acho que não consigo falar a verdade.
— Infelizmente eu perdi ele. Meu filho estava envolvido com amizades ruins, que levaram ele a caminhos ruins... Perdi meu único filho. Sinto muito por você não conseguir ver ele antes de partir. — Sua voz saía enquanto ela tentava segurar o choro.
Eu comecei a estender os braços pra oferecer um abraço, e ela me abraçou antes mesmo que eu terminasse, e ali, ela começou a chorar. Eu abracei de volta, e por mais que eu tentasse parecer forte, também chorei.
— Sinto muito por isso que aconteceu, muito mesmo. Ninguém merece passar por essa dor.
— Eu vou ser forte, rapaz, eu preciso ser forte. — ela enxugou as lágrimas que escorriam pelo rosto. — Ele é pai de um rapazinho lindo de 3 anos, ele era um cabeça dura, mas era um bom pai. Agora, temos que ser fortes pra cuidar dele e seguir em frente.
Meu corpo todo ficou em estado de choque com o que ela falou, mas tentei disfarçar. Fiquei conversando mais alguns minutos com ela, dei outro abraço me despedindo e saí.
— Venha mais vezes, ver você me deixou bem.
— Eu voltarei, obrigado, Sra. Yoo.
Voltei para o carro e fiquei quieto. O Jk olhou para as minhas mãos confuso e perguntou.
— Cadê o café?
— Café? Ahh, eu já bebi... — Essa foi a pior desculpa que já inventei, e era óbvio que não ia colar.
Liguei o carro, e bastou meio quarteirão pra eu começar a chorar de raiva, raiva de mim mesmo por estar me sentindo mal por algo que nem estava no meu controle.
— Para o carro, Ji. — ele falou.
— Não vou parar, nós estamos atrasados.
— Para agora, Jimin.
Ele insistiu com a voz firme, e eu parei.
— Você não vai me falar o que tá acontecendo? Tá na cara que você não foi beber café.
Abaixei a cabeça, e ao mesmo tempo que eu sentia raiva, também estava envergonhado.
— Aquele café é da mãe do Seung-ho, eu queria ver como ela estava. Descobri que ele tinha um filho pequeno, além dela mesma ser uma boa pessoa, então tô me sentindo culpado, tá legal?
Ele tentou passar a mão no meu cabelo, mas eu me afastei.
— Você sabe que não é culpa sua, Jimin, ele escolheu esse caminho. E isso é pior ainda na situação dele, porque decidiu cometer um crime sabendo que tinha um filho. É uma dor imensa pra família dele, mas você não tem nada a ver com isso.
— Eu sei, só... só vamos embora, não quero mais falar sobre isso.
— E eu não quero mais que você fique se culpando por tudo.
Eu não respondi. Liguei o carro e fomos para a gravadora.
Ele viu o quanto eu estava frustrado comigo mesmo, e nesse ponto, falar comigo se torna quase inútil, então ele não insistiu.
Eu preciso esquecer disso.
[...]
Chegamos e fomos direto para o auditório, onde grande parte dos idols, funcionários e staffs já estavam reunidos. Algumas pessoas nos olhavam e foi assim o caminho todo.
— Basta você me autorizar e eu vou tirar satisfação com cada um que tá olhando pra gente. — ele falou, incomodado com as pessoas.
— Tá tudo bem, eu nem me importo, afinal sempre foi assim. Cada mínima coisa que eu fazia já era motivo pra julgarem, seja as vezes em que eu saía pra balada, ou outras, simplesmente por ser filho dos donos que tinha "privilégios" aqui. Nosso namoro é só mais um motivo pra eles falarem mal, e a opinião deles não importa em nada.
Ele deu um sorriso orgulhoso pra mim e entramos no auditório.
Vimos o Jin que já estava sentado com o grupo dele, então sentamos ao lado.
Dentro do auditório não foi diferente, assim que entramos, vários idols começaram a nos olhar e cochichar, e alguns poucos nem se davam ao trabalho de serem discretos.
— Porque tá todo mundo olhando pra gente? Estamos fedendo? — O Jin perguntou.
Abri a foto no meu celular e mostrei a postagem para ele, que assim que viu, abriu a boca, desacreditado.
— Então é por isso.
— Sim, estão loucos pra nos julgar.
— Olha, não se importem com ninguém, e nem com nenhum olhar torto, só vocês sabem tudo que já enfrentaram pra ficarem juntos, e a vida de vocês é unicamente de vocês.
— Obrigado Jin.
Nós continuamos conversando, mesmo em meio a todos aqueles olhares curiosos e julgadores.
Em um momento em que o Jin e o Jk estavam conversando, eu vi o Taemin olhando na nossa direção, e ele sorriu assim que olhei na direção dele, então desviei.
É irônico pensar o quanto nós éramos amigos e agora somos distantes assim... amizade que só eu via, porque ele só estava esperando eu completar 18 anos pra dar em cima de mim, e só não fez isso porque foi para o exército.
Após alguns minutos, minha mãe subiu no palco do auditório acompanhada do Jaechan e de alguns outros supervisores e produtores da Town.
Todos ficaram em silêncio, e sem formalidades, ela começou a falar.
— Como todos sabem, o Eunwoo está preso. Não vou me delongar explicando motivo, pois a esse ponto, sei que todos vocês sabem, notícia ruim corre rápido. O que tenho pra falar é o que já imaginam, serei responsável pela Town até que uma decisão definitiva me mantenha na presidência. Infelizmente não conseguiremos esconder totalmente o que aconteceu com o Eunwoo, e todos aqui serão questionados sobre isso, mas quero que evitem ao máximo falarem sobre o assunto.
Ela também falou mais algumas palavras sobre algumas mudanças que aplicará na gestão da Town, e pra finalizar, simplesmente soltou as palavras mais inesperadas para todos, até pra mim.
— A última coisa; A vida do Jimin interessa apenas à ele, e qualquer pessoa que eu souber mais uma vez que está falando nos corredores da Town sobre esse assunto, será penalizada. Lembrem-se que acima de tudo, ele é meu filho, e não vou tolerar nenhum comportamento preconceituoso e infantil de vocês. — Ela entregou o microfone para o Jaechan, que continuou falando mais algumas palavras enquanto ela saía.
Eu olhei sem reação para o Jk, que fez o mesmo olhar para mim.
— Eu vou atrás dela, fiquem aí.
Saí do auditório correndo, e consegui alcançar ela esperando o elevador, e assim que me viu, fez a pior cara possível.
— Vamos para minha sala.
— Ok.
Abaixei a cabeça e subi junto com ela. Com essa defesa que ela fez no palco, realmente achei que seu humor estaria legal... só achei mesmo.
Nós entramos, ela sentou atrás da mesa dela, e eu em frente.
— Você é adulto, e sabe muito bem dos seus atos, então imagino que você já esteja preparado pra algumas consequências, certo?
— Aconteceu alguma coisa?
Ela virou a tela do computador na minha direção.
— Esses são os patrocinadores que cortaram contratos com você após sua postagem, por enquanto.
Sentei na ponta da cadeira e me aproximei da tela.
Eram três empresas. Mesmo que não fosse nenhuma marca grande, me deixou sem reação.
— Qual o sentido disso? Digo, o que minha sexualidade muda no meu trabalho?
Ela respirou fundo enquanto voltava a tela na sua direção.
— Você sabe o quanto a Coreia é dura, Jimin. As coisas mudaram, mas ainda existem pessoas com a mente completamente fechada. Você tinha que ter mais calma antes de divulgar, seu pai acabou de ser preso, então já estávamos rodeados de escândalos, esse não era o momento certo.
— Desculpe mãe, mas não dava mais pra ficar esperando esse tal momento certo. Se me assumir significa perder uns contratos insignificantes ou até mesmo ganhar olhares tortos, eu simplesmente não ligo. Tô me sentindo leve por ter acabado com todas aquelas notícias tendenciosas inventando mil mentiras sobre nós, e é como se um peso enorme tivesse saído das minhas costas por finalmente ser quem eu sou.
Apoiei no encosto da cadeira e respirei fundo após despejar tudo que eu estava segurando.
Ela também respirou prolongadamente enquanto seus olhos denunciavam que ela estava pensativa.
— Você está certo, eu só não quero te ver sofrer, eu... — O telefone da mesa dela tocou, a interrompendo. Ela atendeu, ouviu por alguns segundos e desligou.
— O que eu precisava falar era sobre isso. Seus avós estão aqui em Seoul, e acabaram de chegar na Town... querem falar com você, e pra te adiantar o assunto, já sabem do seu namoro.
Ok, isso me pegou de surpresa mais que tudo. Eles já estavam frustrados por conta da prisão do meu pai, e agora, também descobriram que estou em um relacionamento gay, o único neto deles...
— Mãe, desculpe, mas eu não vou e nem quero falar com eles, eu preciso ir embora, meu tempo tá curto.
— E porque "precisa"? Sua agenda já voltou ao normal, garoto, vocês dois tem ensaios a cumprir.
É agora ou nunca, então tomei coragem e falei.
— Nós vamos viajar daqui a pouco... para o Havaí
Ela cerrou os olhos pra mim, e com certeza entendeu, afinal eu já tinha comentado com ela que escolhemos o Havaí.
Ela apoiou as mãos na mesa e foi direta na pergunta.
— Vocês vão se casar?
— Uhum... — Eu estava me sentindo nervoso e a voz mal saiu, assim como minha perna não parava de balançar.
— Vocês sabem que agora que assumiram, os paparazzis estarão mais loucos ainda atrás de vocês. Espero que estejam prontos quando todos souberem que não é só um namoro.
— Ok, nós estamos prontos.
Ela levantou e começou a andar de um lado para ao outro na sala, impaciente, até que se virou pra mim e estendeu os braços, pedindo um abraço. Eu levantei e dei um bem apertado nela.
— Te amo, mãe.
— Também te amo, agora vá, saia daqui logo antes dos seus avós subirem, eu falo com eles. — Ela enxugou as lágrimas e me empurrou em direção a porta.
—Vou te enviar uma mensagem com a data, eu quero você e o Nam lá, tchau.
Eu corri e saí do andar pelas escadas, pra não correr o risco de encontrar com eles.
O Jk estava me esperando na saída do auditório, completamente impaciente.
— Que demor...
— Vem — puxei o braço dele. — Vamos sair daqui logo.
Descemos até o estacionamento da Town e fomos para o carro. Expliquei no elevador que meus avós estavam aqui e não queria encontrar com eles, assim como a conversa que tive com a minha mãe.
Liguei o carro e fomos embora para o apartamento arrumar nossas malas, finalmente.
— Você acha que seus avós vão brigar com você?
— Sim, tenho certeza. Eles são meus avós paternos, então meu pai teve à quem puxar. Não quero ter esse desgaste de enxugar gelo com eles, são pessoas antigas e jamais irão entender.
— Desculpe por te causar tudo isso.
— Fica quieto, Jungkook.
— Eita, que grosseria, que isso meu amor?
— Você tá me forçando namorar e casar com você?
— Não.
— Então não me peça desculpas.
Ele riu e se aproximou de mim e colocou a mão na minha coxa, e eu olhava pra ele e pra direção.
— Às vezes esqueço que você é bravinho assim... Vou te pegar de jeito lá no hotel, e rapidinho essa sua postura vai passar.
Eu arregalei os olhos e olhei pra ele. Não adianta nem eu falar que não, porque eu também queria.
— Quero só ver, não sou fácil assim, ok?
— Veremos, Park.
Ele voltou para o banco, e só com umas palavras ele conseguiu me desestabilizar. Enquanto ele estava tranquilo, eu estava me segurando mentalmente pra não ficar duro, que loucura.
Ele me excita só de falar sobre isso. Eu... eu sou fácil sim.
Chegamos no apê e o Jin já estava lá, assim como o Taehyung, então eles saíram da sala e ficaram no quarto do Jk com a gente, nos ajudando com as malas e conversando.
— Tae, vou contar com você lá, não ouse não ir, tá entendendo? — Falei quase em um tom de ameaça.
— É claro que ele vai, o namoradinho dele vai também. — O Jin respondeu, provocando o Tae.
— Cala a boca, Seokjin. — O Tae respondeu e ficou com o rosto vermelho quase instantaneamente.
— Aproveitem e já casem junto comigo e com o Ji, nós deixamos.
— Nós somos só amigos, parem com isso.
Nós três rimos da resposta dele, que rapidamente levantou da poltrona em que estava e saiu do quarto nervoso.
— Seus cuzões, não ajudo em mais nada, se fodam aí...
Ele realmente ficou puto e não voltou mais no quarto, o que fez a gente rir mais ainda. É óbvio que eles estão tendo algo, só não assumem.
Não podemos perder tempo, então terminamos de fazer o restante das malas, nos despedimos dos dois e do Bam, e saímos para o aeroporto.
Chegando lá, fizemos o check-in e esperamos o horário do voo, e foi tudo muito rápido.
E depois de uns minutos, finalmente embarcamos.
Será uma viagem de 14 horas, sem escalas, então me acomodei apoiado no Jk já nos primeiros minutos de voo, e dormi, pra variar.
Durante todo o percurso nós dormimos, acordamos, comemos, dormimos de novo, assistimos filme, e a hora não passava, eu estava maluco dentro daquele avião, torcendo pra chegarmos logo.
[...]
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| No dia seguinte|
Depois de longas e cansativas horas, até que enfim chegamos no aeroporto de Honolulu. Ainda era cedo, mesmo assim, o clima já estava quente. Viemos com roupas de frio da Coreia, e aqui elas eram completamente desnecessárias, então logo começamos a tirar.
Assim que saímos do aeroporto, vi ele concentrado no celular, andando de um lado para outro.
— Quer ajuda pra achar o hotel?
— Já reservei nossas hospedagens, tô esperando o motorista da locadora trazer o carro que vamos usar, ainda temos mais trinta minutos na estrada.
Depois de alguns minutos, o motorista chegou com um Jeep 4x4. Entramos e ele quis ir dirigindo até o hotel, seguindo o caminho do GPS.
No caminho, eu olhava fascinado pela janela do carro. Mesmo que seja cedo, a ilha parecia tão viva, e o clima quente dava um toque especial. Tudo era lindo; as ruas, os comércios locais, as decorações, tudo, e a cada esquina tinha uma vista digna de cartão postal.
— Qual hotel você escolheu? Me dá só uma dica, uma única dica de como ele é. — Eu estava morrendo de curiosidade e queria pesquisar sobre ele na internet.
— Ok, uma dica só... é um hotel havaiano.
— Ahh, você jura? Babaca.
Fiquei puto com a resposta dele e dei um tapa leve no seu braço, enquanto ele ria da minha cara.
— Nós já estamos chegando, aguenta aí, curioso.
— Idiota.
— Vamos para um lugar chamado Lanikai Beach, fica na cidade de Kailua, é menos populosa que Honolulu, e consequentemente, bem mais bonita.
Pesquisei o nome na internet, e realmente era bem mais linda que a capital, me deixando mais ansioso ainda.
Após um tempo andando e admirando cada lugar da ilha, inclusive pegando estradas de terras e remotas, chegamos em um lugar mais reservado, com pouquíssimos prédios, e a natureza reinava aqui.
Ele estacionou em um hotel à beira-mar, e ali a minha ficha caiu. Se o hotel que ficamos no Japão já era lindo, esse daqui superava muito.
— Mentira... — abri a boca sem acreditar. — É aqui que vamos ficar?
— Uhum, gostou?
— Eu tô num paraíso! Eu preciso tirar uma foto, espera aí. — Corri um pouco mais à frente pra tirar a foto em um ângulo perfeito, pegando os raios de sol fracos que batiam na água, e o céu em tons alaranjados que apareciam ao fundo do hotel.
Ele ficou rindo enquanto tirava as malas do carro. Fiquei tão feliz que até esqueci que ele estava pegando todas as malas sozinho.
— Ei, pode parar. — Voltei correndo até ele apontando o dedo. — Larga essa mala aí, você não pode pegar peso.
— É claro que posso, já tô melhor.
— Ah, você é médico? Não sabia...
Enquanto ficamos ali batendo boca, decidindo quem pegaria, apareceu um funcionário do hotel, com um carrinho próprio para as malas. Olhamos um para o outro e caímos na risada.
Subimos para o quarto, e ele simplesmente escolheu a melhor suíte, no último andar e de frente para a praia. Na sacada havia uma piscina exclusiva, e eu olhava tudo alucinado.
O quarto era enorme, e tudo aqui remetia ao Havaí e a essa vibe praiana, eu estava fascinado por cada mínimo detalhe.
— Isso não é justo, eu tenho certeza que esse quarto nesse hotel é uma fortuna, eu vou pagar também.
— Não quero e nem permito que você se preocupe com nada, tudo relacionado à viagem ficará por minha conta.
— Até a organização das coisas do casamento?
— Sim.
— E você vai ter todo esse trabalho enquanto eu só descanso?
— Sim.
— Acho que você tá me mimando demais, como sempre. Eu quero fazer alguma coisa, quero me sentir útil, não vou me sentir bem em só esperar as coisas caírem do céu.
— Hmm, então você pode chamar pra vir quem você quer que esteja aqui.
— Só convidar? Por favor né, Jungkook.
Ele pegou na minha mão e me puxou rápido pra perto dele.
— Por favor, confie em mim.
— Eu confio.
— Obrigado, meu loirinho. Será daqui dois dias, o que acha?
Eu sei que eu choro por tudo, e só choro nas horas que não são necessárias, mas tem circunstâncias que eu simplesmente não consigo segurar, e essa foi uma delas.
Ele se aproximou rápido e me abraçou.
— O que foi? Você não quer? Tá muito cedo? — Ele realmente parecia preocupado.
Tentei enxugar as lágrimas que continuavam a cair.
— Tô chorando de felicidade... Eu quero muito, muito, e por mim, seria hoje mesmo.
Seu olhar, que antes parecia preocupado, aliviou, me olhando com paixão.
— Não quero mais ficar nenhum instante sem você.
Nós dois chegamos perto da morte simplesmente por nos amar, e é louco pensar que passamos por tudo isso por esse motivo. Mas é mais louco ainda lembrar que conseguimos superar tudo, juntos.
Sei que ainda tem muita coisa pela frente, mas nós dois estamos dispostos a enfrentar qualquer coisa.
Ele foi desfazer as malas dele enquanto eu me sentei na varanda, olhando a vista e com o pensamento longe. Ele realmente está dedicado a cuidar de tudo, e eu sei que vou amar porque amo tudo o que ele faz.
Ele apareceu na porta.
— Vamos para a praia?
Eu não pensei duas vezes e concordei animado no mesmo instante.
Colocamos roupas frescas e fomos para a praia em frente ao hotel.
Estendemos nossas toalhas na areia, e rapidamente eu larguei tudo e corri para o mar.
Como imaginei, a água era uma delícia, e eu nunca nadei em um mar com a água tão quente assim.
Eu pulava pra todo lado, e ele também veio para a água e me acompanhava nas brincadeiras. Ficamos muito tempo nos divertindo, e praticamente o tempo todo a gente se abraçava e se beijava.
Ninguém importava naquele momento, e era como se só eu e ele existisse.
[...]
Depois de mais de uma hora nos divertindo na água, nós dois estávamos exaustos, então fomos até a areia, e deitamos um do lado do outro pra descansar.
Parei próximo a um paredão de pedras que havia próximo de nós, tirei uma foto e enviei para o Hobi.
Mostrei a foto pro Jk, que leu e riu no mesmo momento.
— Olha só, estão até viajando juntos, coisa que o Tae nunca teve coragem de fazer comigo e com o Jin. Vamos ver até quando eles vão manter esse papo de amigos.
— Nós vamos ajudar eles a assumirem que se gostam, espera só.
O Jk deitou na toalha enquanto eu fui passar protetor nas costas dele. O dia estava lindo, e o clima perfeito, mas senti minha barriga roncar, afinal nossa última refeição foi aquela comida horrível do voo.
— Eu tô com fome. — Reclamei.
— Tava demorando... — ele riu. — Vamos para o hotel guardar nossas coisas e saímos pra comer algo.
Concordei, juntamos todas as nossas coisas e voltamos.
Na entrada do hotel, a recepcionista me chamou e entregou dois convites, e falou em inglês que eram para um lual que terá hoje a noite na praia.
Ele não estava entendendo nada, mesmo assim confirmei nossa presença. Virei animado para ele.
— Olha, fomos convidados pra um luau, dá pra acreditar? — minha voz soava como a de uma criança animada.
Ele olhou o convite e voltou a me olhar.
— Não entendo nada do que tá escrito, mas seguindo essa imagem aqui, acho que precisamos de roupas típicas.
Olhei para ao convite e realmente dizia isso, com a foto ilustrativa de duas pessoas no convite.
— Então vamos comprar agora.
— Mas você não estava com fome?
— Eu espero, vem.
Tomamos uma ducha rápida no quarto, pegamos o carro e fomos procurar lojas, em uma rua de comércio que passamos assim que chegamos ao Havaí.
Escolhemos uma loja e entramos. Eram tantas opções de roupas que foi só risada enquanto provamos, algumas realmente ficavam engraçadas.
Eu só vejo o Jk praticamente de roupas pretas, e ver ele todo colorido assim me tirou a risada mais sincera que eu poderia ter.
— Para de rir, garoto, eu sou mais velho que você... que falta de respeito. — Ele brincou, e me fez rir ainda mais.
No fim, pegamos duas bermudas bege iguais, e duas blusas floridas de cores diferentes, mas estampas parecidas. Literalmente um look de chamar muita atenção em qualquer outro país, menos aqui.
Pegamos nossas sacolas e voltamos a andar com o carro, à procura de um restaurante que chamasse a minha atenção.
E finalmente achei, era um pouco mais distante do hotel, porém, era lindo. Era todo aberto, com as decorações quase inteiramente em madeira.
Entramos e sentamos em uma mesa com vista para o mar, e o garçom logo trouxe os cardápios.
Nós não conhecemos nada, então falei para o garçom no indicar algo. Ele perguntou algumas preferências que temos, e logo em seguida saiu para prepararem os pratos.
Ficamos de mãos dadas enquanto nós olhávamos e esperamos os pedidos chegarem, e nesse meio tempo, o garçom voltou com dois copos de uma bebida típica chamada Mai Tai, e explicou que era um coquetel feito de rum, licor de Curaçao, xarope de orgeat e suco de limão.
Olhei desconfiado para o copo, e pelo cheiro, já imaginei que tinha muito álcool nisso. Brindamos e demos um gole, e era realmente forte, mas era delicioso.
O celular dele tocou enquanto bebemos, ele soltou minha mão e pegou o aparelho, já se levantando.
— Só um minuto.
Ele se afastou e atendeu a ligação. Eu olhava atentamente a cada expressão que ele fazia, tentando descobrir o que era, mas eu sou péssimo nisso.
Ele voltou alguns minutos depois e sentou.
— É sobre o casamento?
— Uhum. — Ele deu um gole no coqueteu.
— Tô ansioso pra saber o que você tá preparando, pena que eu não tô fazendo nada.
— Você pode escolher nossas roupas.
— Uau, finalmente vou poder fazer alguma coisa útil além de só convidar as pessoas.
Ele riu enquanto dava mais um gole.
Nossos pratos chegaram, e eram dois pokes, com pedaços de salmão e várias frutas e legumes juntos. Eu nunca tinha comido isso e nem nada igual, mas amei assim que provei, e rapidamente o poke ficou só na história, comi tudo até deixar a tigela limpa.
Ele também gostou, e tava surpreso por eu ter gostado, afinal sou a pessoa mais chata que existe quando o assunto é comida.
[...]
Terminamos de comer e voltamos para o hotel. Ainda temos algumas horas até o luau, então pegamos duas garrafas de cerveja e sentamos na varanda do quarto, com os pés na piscina.
Lá, nossas conversas se prolongaram ainda mais. Nossos assuntos não acabavam nunca, e sempre tínhamos algo a dizer, ainda mais agora que estamos tão próximos de nos tornarmos casados.
Enquanto conversamos, o celular dele tocou. Ele pegou o aparelho despreocupado, supondo ser alguma das ligações sobre os preparativos, mas quando olhou para a tela, seu sorriso se fechou.
— Quem é? — perguntei.
Ele virou o celular na minha direção, e era um número desconhecido, e eu já imaginava quem era.
— É sua tia?
— Sim...
Ele abaixou a cabeça, e era nítido o quanto isso conseguiu afetar o humor dele.
— Vamos comprar outro número pra você, não dá mais pra ficar aguentando isso. Não sei porque você não fez isso ainda...
Ele não respondeu, mas ficou de cabeça baixa, olhando para a piscina. Apoiei minhas mãos na perna dele e aproximei meu rosto.
— Não quero ver você assim, olha como nosso dia estava bom... não deixe essa louca estragar.
Ele levantou o rosto e me olhou.
— Você tá certo, me desculpe.
Peguei na mão dele, entrelaçando nossos dedos, e olhei nos seus olhos.
— Você sabe que sua família sou eu e seus amigos, esquece que essa mulher existe. Ela e meu pai não existem mais para nós.
Ficamos bebendo enquanto eu tentava distrair ele puxando outros assuntos.
E depois de muito papo e algumas garrafas de cerveja, fomos para o quarto e descansamos um pouco.
[...]
Era o primeiro luau da minha vida, e eu estava muito animado por isso.
Levantamos, tomamos banho e colocamos as nossas roupas, e pra variar, voltamos a cair na risada assim que nos vimos.
Parei em frente ao espelho e analisei meu look.
— Definitivamente eu sou um havaiano bem falsificado. — dei risada.
Ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço várias vezes.
— Eu faria tanta coisa com esse havaiano, e faria agora, inclusive.
— Não não, só depois do casamento.
Ele afastou e me olhou indignado.
— Que? Você tava falando sério?
Envolvi meus braços em cima do ombro dele.
— Seríssimo, só faremos na noite de núpc... — Ele avançou rápido na minha direção e começou a me beijar antes mesmo de eu terminar de falar, e nossa, que beijo bom.
Sua boca percorreu até meu ouvido e meu corpo arrepiou inteiro.
— Eu duvido que você vai aguentar. — ele riu e voltou a se afastar. — O luau já começou, vamos.
— Olha só você, me provocando de propósito... pois saiba que eu vou sim, e agora é questão de honra, só por ter duvidado de mim.
Ele saiu rindo de mim, e o filho da mãe tava um puta de um gostoso até com essa roupa.
Ele me provocou com um único beijo de propósito, e pra ser sincero, nem eu acho que aguento esperar até lá, mas agora me senti desafiado, e tenho que tentar.
Saímos do hotel e caminhamos um pouco pela praia até chegarmos onde estava acontecendo o luau.
Estava tudo perfeito. Tinha várias barracas com comidas típicas, música havaiana ao vivo e muitos dançarinos nativos. O céu estava lindo, e era o mais estrelado que já vi na vida.
Uma fogueira enorme no meio, e várias decorações deixavam tudo mais incrível ainda.
— Olha aquela barraca... eu quero provar aquilo. — Puxei a manga da blusa dele quando vi algumas pessoas comprando o que parecia ser um bolinho quente.
O vendedor explicou que chamava Manapua, era um pãozinho recheado com carne de porco e molho de ostras, e o cheiro me deixou com muita vontade de experimentar.
Era realmente uma delícia, e eu comprei mais alguns pra levar.
Após comer tanto, eu já estava morrendo de sede, então fomos direto para a barraca de bebidas.
No cardápio vi a foto de um coquetel chamado Okolehao, eu nem sabia do que era feito, mesmo assim pedi um copo grande pra cada.
Era refrescante, e picante ao mesmo tempo. Perguntei para o vendedor do que era feito, e ele explicou que era uma bebida legitimamente havaiana, feita da fermentação da raiz de uma planta nativa das ilhas havaianas.
— Caralho, eu quero mais. — Falei assim que virei o copo todinho na boca.
Pegamos mais dois copos e fomos assistir as apresentações no palco, e tudo exalava arte e cultura. Eu estava apaixonado por esse lugar.
O vulcão Mauna Loa ao fundo e o céu estrelado harmonizam com essa noite incrível.
Depois de mais algumas diversas vezes que voltamos para a barraca de bebida, já estávamos bêbados. Na verdade, só eu estava, pois o Jk parecia normal perto de mim.
— Você não tá bebendo? — Falei enquanto dançava claramente como um alcoolizado.
— Tô, mas também tô tomando conta do meu amor.
Apoiei um braço no seu ombro, enquanto minha outra mão permanecia segurando o copo.
— Eu... eu te amo tanto, taaanto, que eu me jogaria nesse mar por você. — Apontei na direção do oceano.
— Não fala iss.. — Cortei sua resposta com um beijo, ali em meio a todas as pessoas, e ele prontamente retribuiu.
Senti seu braço forte envolver minha cintura, me puxando pra mais perto dele.
— Se me ama, quero você bem vivo, nada de se jogar no mar, nem muito menos entrar em cativeiro cheio de bandidos de novo.
— Ok ok, agora me beija mais um pouco.
Ficamos nesse amor e nos divertindo por horas, até o fim do luau, e aproveitamos cada segundo.
Compramos alguns artesanatos nas barracas pra colocar de decoração na nossa casa. E com uma sacola repleta de bolinhos, e a outra, de lembrancinhas desse paraíso, voltamos para o hotel caminhando pela praia.
A água do mar estava quentinha, então fomos caminhando por ela. Eu brincava de chutar a água nele, ele ria e jogava de volta em mim.
Só de olhar para o sorriso dele eu já podia sentir meu coração palpitar bem mais forte no meu peito.
No elevador do hotel, voltamos a nos beijar com paixão, e fomos assim beijando e rindo até o quarto.
Assim que entramos e eu fechei a porta, ele me prendeu nela e começou a me beijar. Sua mão circulava por dentro da minha camisa e em seguida, começou a abrir os botões dela.
— Nós... nós não pod... — eu tentava falar "não" enquanto meu corpo implorava "sim".
Ele tirou a camisa dele e entre os beijos quentes e cheios de fogo, também tirou a minha.
Foi questão de minutos nos beijando pra nós dois ficarmos pelados. Quem eu queria enganar?
Eu estava excitado e ele tanto quanto eu, e os beijos e as mãos bobas não paravam.
Ainda em pé, comigo apoiado na parede, ele segurou nossos pênis juntos e começou a estimular devagar enquanto me olhava, assim era realmente impossível dizer não.
Começou a beijar meu pescoço e foi lentamente descendo sua boca pelo meu corpo, onde ele abaixou, pegou no meu pênis e começou a me olhar, como se esperasse uma aprovação minha.
Eu estava tão excitado que era nítido que eu também queria só pelo meu olhar.
Ele colocou a boca e começou a me chupar. Eu podia sentir sua língua quente passar por cada parte do comprimento. Minha mão se apoiou entre seu cabelo enquanto eu me jogava mais ainda para trás, contra a parede, e ao mesmo tempo, também levava o quadril mais na sua direção, praticamente implorando pra ele chupar mais.
Estava tão bom que era impossível não gemer.
Ele sorriu olhando pra mim, mordeu os lábios e começou a passar a língua no comprimento enquanto seu olhar mais cafajeste mirava nos meus olhos.
Nós dois estávamos loucos de tesão, e depois de um tempo me chupando, era óbvio que queremos mais que isso.
Ele parou, passou o polegar no próprio lábio de forma sexy enquanto limpava a boca que estava toda molhada, e me olhou em seguida.
— Eu quero te foder...
Eu também queria, e minha cara nem negava.
Ele levantou do chão, achando que íamos para a cama, mas eu fui até a porta de vidro da varanda. Apoiei uma das mãos em uma barra de proteção que havia na porta, e a outra, segurei uma das minhas nádegas, ficando de costas e abrindo levemente pra ele.
— Vem...
Ele sorriu, levou as mãos nos olhos e falou.
— Caralho, você é surpreendente, Ji.
Ele foi até a mala e pegou o lubrificante. Quando ele ficava em pé assim, seu pau ficava ainda maior, e estava tão duro e lindo que eu mal conseguia parar de olhar para trás enquanto ele espalhava o lubrificante.
Ele me aproximou e me penetrou com um dedo enquanto beijava minha nuca, e conforme sentia que eu estava ficando à vontade, rapidamente esse dedo viraram três. Ainda estava um pouco dolorido, mas eu não queria mais esperar e queria mesmo com dor.
Virei o rosto novamente pra ele.
— Enfia logo...
Sua língua percorreu pelo seu piercing em meio a um sorriso canalha.
— Você quem manda, meu amor.
Ele pincelou seu pênis em mim e então, segurou no meu quadril e penetrou devagar e em movimentos cuidadosos. Era tão grosso que eu cheguei a conclusão que nunca vou me acostumar, e sempre vai doer.
— Já sabe, né? Se doer, me avisa que eu paro.
— Cala a boca e soca logo.
— Caralho... — Ele riu com a minha resposta, e foi aumentando seu ritmo gradativamente, e eu, cada vez mais à vontade.
Foi ficando tão gostoso que eu ficava praticamente na ponta dos pés pra sentir mais fundo, enquanto minhas mãos marcavam a porta de vidro em um rastro de suor.
Voltei a segurar minha nádega com uma das minhas mãos, abrindo mais.
Joguei a cabeça para trás e sua boca circulou por cada ponto da minha nuca e pescoço, me dando várias mordidas por onde passava.
— Eu quero te olhar... — Ele pediu, então tirou devagar de dentro de mim. Eu não queria perder essa vista, então puxei uma poltrona e coloquei em frente a mesma porta da varanda.
Sentei e ergui levemente uma das minhas pernas, ele ergueu ela um pouco mais e apoiou no seu ombro, e voltou a enfiar, se segurando apenas com um braço apoiado no encosto da poltrona, e os pés no chão.
Ele não tirava os olhos de mim, e intercalava entre meu rosto e meu corpo o tempo todo.
Nossos corpos já estavam muito suados, e eu não queria que isso acabasse nunca mais. Ele então pegou meu pênis enquanto socava e ficou mexendo pra cima e pra baixo em movimentos lentos.
Eu estava muito molhado, e é claro que a mão dele também ficaria molhada, mas pra minha mais completa loucura, ele parou seu dedo indicador na cabeça do meu pênis e começou a mexer lentamente, logo após, levou o dedo na boca.
Puta que pariu... eu fiquei maluco.
Agarrei com as unhas no seu quadril e puxei ele mais ainda contra mim.
— Coloca mais, ahhh...
E assim ele o fez, segurando firme na minha coxa e me puxando mais a cada socada.
— Você é uma delícia, Ji, caralho... Eu te amo tanto.
Desci a perna que estava erguida e apoiei meus braços no ombro dele, onde com uma das mãos puxei seu rosto pra sentir sua boca. Eu estava louco de prazer, e quanto mais sentia ele dentro de mim, mais eu queria isso cada vez mais.
— Eu... eu também... também te amo... — Eu mal conseguia falar em meio a respiração intensa e aos gemidos que eu naturalmente emitia.
Com uma das mãos, comecei a me estimular. Ele sorriu assim que viu e começou a morder meu pescoço e a gemer. Ele aproximou a boca do meu ouvido e sussurrou.
— Você sabe que tá jogando sujo assim... — Sua intensidade aumentou.
— Você gosta de ver?
Ele chegou com a boca bem pertinho da minha pra responder.
— Eu amo. — Ele sussurrou ofegante apertando meu rosto.
Duas palavras bastaram... Senti meu corpo todo colapsar, e quando vi, já estava gozando enquanto nos beijamos entre os gemidos.
Ele notou e também teve um orgasmo junto comigo, só que bem mais intenso que o meu.
Uau...
Minhas pernas estavam fracas e formigando, e eu mal sentia elas. Na real, meu corpo todo estava assim.
Ele tirou de dentro de mim com cuidado e ficou em pé.
— O que foi isso, Ji? — Ele sorriu, e eu retribuí envergonhado.
— Foi uma delícia, mas você me paga por isso.
— Eu? E o que eu fiz?
— Me convenceu a transar antes do dia casamento. — Levantei da poltrona e fui destruído em direção a cama, onde me joguei nela.
Ele também sentou na cama e me deu um selinho.
— Não seja por isso, também podemos e vamos fazer isso depois do casamento, e todos os dias que você quiser.
— Você não vale nada.
Ele segurou meu rosto e me olhou nos olhos.
— Você gosta... — Ele deu com os ombros enquanto sua língua circulava no seu piercing.
— Gosto mesmo, mas não fica se achando não, só descumpri com a minha promessa porque eu quis, afinal, eu que mando no nosso namoro.
— Então tá ok. Você me concederia a honra de tomar pelo menos um banho com você, chefe?
— Sem sexo?
— Sem sexo. — Ele torceu os dedos, em um sinal de promessa.
— Então vamos.
Tomamos banho juntos, ou pelo menos tentamos, pois na real ficamos só beijando e brincando por um bom tempo.
Voltamos para o quarto, e em seguida, saímos para a varanda, onde havia um sofá redondo enorme na beira da piscina.
Com um paraíso desses, eu sequer tinha vontade de ficar dentro do quarto assistindo tv. Ficamos deitados nesse sofá, admirando o céu e ouvindo o som das ondas quebrando.
Aqui há pouca iluminação artificial, comparado com grandes cidades, então o céu era completamente diferente. Era possível ver muito mais estrelas, assim como o braço da galáxia em cores lindas e chamativas.
Nossas mãos brincam enquanto se entrelaçam e fazemos vários planos.
— Que lugar incrível... eu moraria aqui. — Falei enquanto olhava para o céu.
— Então vamos.
— Não podemos, nossa vida é toda na Coréia. Quando a gente se aposentar, quem sabe. — brinquei.
— Tudo bem, ficamos onde você quiser. Ficaremos em Seoul mesmo?
— Não sei... não precisa ser necessariamente lá. Bem, vou falar com um corretor de imóveis e ver o que consigo.
Ele não respondeu, então olhei para ele, e nossa, seus olhos grandes e expressivos podiam refletir as estrelas que brilhavam no céu, e um sorriso bobo estava em seu rosto.
— O que foi? — Perguntei enquanto sorria junto, sem ao menos saber o motivo.
— Tô animado pra viver tudo isso com você, independente de onde seja. E se você quiser uma família, eu te dou. Quer um filho? Três? Dez? Eu te dou quantos você quiser.
Abracei ele em um abraço apertado e aconchegante. Não achei que ele estava falando sério quando concordou no assunto de filhos que toquei no dia da audiência.
— Eu também estou, e um só tá bom, o Bam já vale pelos dez. — Dei risada, e ele também riu.
Eu realmente queria ter um filho com ele.
Enquanto conversamos e aproveitamos o momento, o carinho que ele fazia no meu cabelo foi me deixando sonolento, e depois desse dia incrível, foi fatal. Eu acabei dormindo ali mesmo, nos braços dele e sentindo o cheiro do mar.
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[🎙️]
Oi leitor(a)!
No próximo capítulo teremos algo bem especial!
💍💒
Espero que estejam gostando da história, esse capítulo foi bem soft, pra compensar o tanto que esses dois já sofreram kkkkjjk
Ok ok, o final não foi soft, mas considerem como uma recompensa para eles dps de tanto sofrimento 🙈
Um segredo: Não revisei quase nada do hot pq fiquei envergonhadinha das barbaridades que meus dedos escreveram KKKKKKKK me perdoem se tiver algum errinho.
Não se esqueçam de votar e comentar, incentiva demais essa probe autora a continuar.
Amo vocês,
E até o próximo capítulo!
✨
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