31 • standing next to u
[🎙️]
PARK JIMIN
| Seis dias depois |
Nesses últimos dias as coisas parecem mais tranquilas, mesmo com meu pai pegando no nosso pé sobre sigilo e toda essa chatice. Pelo menos, não estamos mais namorando escondido deles, e isso já é um avanço.
Meu pai me pediu perdão no dia em que conversamos, e desde então, nossa relação tem melhorado um pouco... em passos bem lentos, mas, está progredindo. Como estou ajudando o Jk com o disco, ele não tem implicado com nossa convivência diária.
Falando no disco, ele será lançado amanhã, e hoje tem a gravação do último MV, e é óbvio que eu estarei presente.
Eu estava tão ansioso por isso, mal podia acreditar que finalmente estava se tornando real.
Ele pegou todas as coreografias muito rápido, e vejo o quanto ele tem se dedicado pra tudo dar certo.
Eu mal podia esperar pra ver ele em um palco.
Levantei da cama morrendo de preguiça, e ainda de pijama, desci pra tomar café com meus pais. Tenho que fazer o papel do filho perfeito, pro meu pai não tentar vincular os meus comportamentos ruins com o fato de eu namorar o Jk, até porque eu sei que ele vai fazer isso na primeira oportunidade que ele tiver.
— Bom dia. — Cumprimentei eles e sentei à mesa.
— Bom dia, filho. Não demore muito para ir à Town, preciso de você lá pra organizar os últimos preparativos para o disco. Após o ensaio do Jungkook, vá com a equipe para a gravação e ajude com o que puder por lá. — Minha mãe falou.
— Tudo bem. Você não vai participar das gravações?
— Vou, mas preciso ir antes no fanmeeting do Taemin, então vou chegar quando já tiverem iniciado.
— Ok, vou comer rápido e já vou.
Depois de alguns minutos, meu pai, que estava em um completo silêncio desde o momento em que me sentei, finalmente falou.
— Jimin, vou viajar daqui a pouco à Los Angeles para negociar seu próximo show, e o Namjoon ficará aqui em casa com vocês nesse tempo. As regras continuam as mesmas, mantenham isso às sombras; nada de interações em público, ainda mais agora que a mídia está direcionada no debut dele.
"Isso"... meu pai não muda.
— Ok, não se preocupe. Você sabe que nos últimos dias estou quase como um produtor do disco dele, não tem porquê a mídia achar outra coisa diferente disso. E outra, só o fato de eu estar envolvido nisso tem ajudado na divulgação.
— Ótimo, que permaneça assim. E você já sabe, cada um dorme na sua casa.
— Ok. — Até parece.
Conversamos mais um pouco e minha mãe passou mais algumas informações sobre as filmagens.
Estamos muito atrasados, gravar um clipe para lançar no dia seguinte é uma loucura, mas todos estão dispostos à tentar, inclusive, o Jk, que já está ensaiando desde cedo na Town.
Não só hoje, ele tem ensaiado fielmente todos os dias, tanto canto quanto coreografia.
— Ontem assisti um dos ensaios de dança do Jungkook, o garoto tem muito talento, por isso sua evolução foi rápida. — Minha mãe falou enquanto dava um gole na xícara de café.
— Sim! Ele nasceu pra isso. Eu tô ansioso pra ver como o MV vai ficar, tenho certeza qu...
— Com licença. — Meu pai empurrou a cadeira pra trás de forma um pouco bruta, levantou incomodado e saiu da mesa. Era óbvio que ele fez isso porque estávamos falando do Jk.
— Não liga para ele. Vamos terminar de comer. — Ela falou quando notou que fiquei olhando ele sair.
Ele só aceitou nosso namoro porque aconteceu tudo aquilo comigo, mas isso não significa que ele goste, porque é nítido que ele não gosta.
Ele se sente culpado pelo acidente, mas ao mesmo tempo, me acha uma decepção... Posso até estar errado, mas é exatamente o que sinto vindo dele.
E isso retrocede o progresso que estávamos tendo.
Terminamos de comer enquanto conversamos e subi para o meu quarto logo depois. Entrei e me deparei com a bagunça que estava. Mesmo que tenha funcionários pra isso, eu tenho vergonha do que vão achar sobre mim, não quero ser taxado como desleixado. Arrumei minha cama e organizei algumas roupas que deixei jogadas.
Deixei a porta entreaberta enquanto terminava de organizar tudo, até que escutei a voz da minha mãe.
— Toc toc... — Ela brincou.
— Oi mãe, entra.
Ela estava tão bonita.
— Quer ver as fotos? — Ela balançou o tablet na mão. — Foram para a produção do álbum há três dias atrás, mas só recebi agora por e-mail. Inclusive elas ficaram ótimas.
— Eu quero ver! — Respondi em completo êxtase, e então ela me entregou o tablet. Sentei na cama e ela sentou do meu lado.
Eram várias fotos, mas logo nas primeiras eu já estava completamente fascinado.
Fiquei um pouco sem graça de ficar assim na frente dela, mas eu não sabia como reagir. Eu podia sentir minhas bochechas pegarem fogo, e ao mesmo tempo, eu não conseguia parar de olhar para a tela.
Ele estava tão, mas tão tão tão lindo, que droga! Como pode existir alguém tão perfeito assim?! Só de olhar essas fotos eu já podia sentir meu coração bater acelerado e minhas mãos suarem.
— O que achou? — A voz da minha mãe me trouxe de volta da viagem que meu cérebro fez vendo essas fotos.
— Ahhh... f-ficaram incríveis, e-esse fotógrafo é muito bom... — Respondi gaguejando e nervoso, e mal conseguia olhar para ela direito.
Ela olhou para baixo e deu uma risada sútil.
— Porque você tá rindo? — Perguntei confuso.
Ela voltou a me olhar, mas dessa vez, mirou bem no fundo dos meus olhos.
— Quando me apaixonei pela primeira vez, mais ou menos com a sua idade, eu fiquei exatamente assim como você.
Fiquei completamente sem jeito com o comentário dela, o que me deixou mais tímido que antes. Dei um sorriso pra disfarçar, mas não dava pra enganar ninguém. Meu rosto todo vermelho e minha expressão corporal denunciava.
Respirei fundo e tomei coragem pra falar, era minha oportunidade.
— Mãe, nós... nós estamos noivos.
Seu corpo saltou, e ela me olhou assustada. Seu silêncio durou alguns segundos enquanto ela respirava fundo, tentando processar a informação.
— Jimin, vocês não acham que estão indo rápido demais?
— Não. Talvez possa ser, mas... eu tô feliz. Nós dois estamos.
— Eu sei que estão, por isso permiti desde o começo, mas, você sabe, um casamento torna mais difícil ainda de esconder da mídia e dos seus fãs.
— Mas, eu não quero ficar escondendo pra sempre.
Ela me olhava e mal conseguia esconder sua surpresa. Minha mãe sempre foi bem expressiva, e nesse momento, seus olhos pequenos estavam arregalados. Agora já é tarde, então respirei fundo e continuei.
— Eu sei que pode ser que eu perca fãs, mas os fãs de verdade eu sei que estarão comigo e me apoiarão, independente das minhas escolhas.
— Mas até esse ponto ele também terá fama, então serão dois idols em um relacionamento homoafetivo, e pra ajudar, serão dois idols da mesma empresa. A carreira dos dois podem ser prejudicadas, principalmente a dele, que ainda está no início.
— Mãe, os tempos mudaram, vários idols já são assumidos, e você sabe disso. E a carreira deles segue normalmente.
Ela olha para o alto enquanto encolhe os ombros, e sua feição de surpresa muda para uma expressão de preocupação. Ela respira fundo e volta a me olhar.
— Tenho medo de julgarem você... vocês dois. Medo do preconceito que vocês podem passar.
— Eu tô pronto pra enfrentar tudo. — Respondi confiante, afinal, eu realmente estava disposto a enfrentar o que viesse.
Ela passou a mão no meu cabelo bagunçando ele, da mesma forma que ela fazia quando eu era pequeno.
— Você mudou tanto. Meu garotinho loiro e pestinha cresceu tão rápido... Tô orgulhosa em ver que você se tornou um adulto que luta pelo o que quer.
— Obrigado mãe.
Ela respirou fundo, tentando disfarçar que estava segurando as lágrimas à todo custo.
— Acho que não tô pronta pra ver você sair de casa... — Os olhos dela, que já estavam marejados, se encheram de lágrimas.
— Vem cá, chorona. — Dei um abraço forte e confortável nela. — Ainda vai demorar, então ainda temos muito tempo pra curtir juntos, e outra, eu vou visitar vocês sempre. Só... só não fala pro pai ainda, por favor.
Ela respirou fundo, puxando o choro.
— Tudo bem.
Fiquei abraçado com ela mais um pouco, mas ela precisava terminar de se arrumar pra sair, e eu também. Nos despedimos e ela saiu do quarto.
O Jk me pediu pra avisar quando eu estivesse pronto, pois me buscaria, mas, eu não desaprendi a dirigir. Eu sofri aquele acidente porque estava bêbado e provoquei, duas coisas que obviamente não vou fazer. E nem faz sentido eu tirar ele do seu ensaio pra me buscar.
Eu sei que todos estão com medo que eu dirija, mas preciso mostrar que não vai acontecer de novo.
Tomei uma ducha rápida e já fiquei arrumado. Assim que vi meus pais saírem, corri para a garagem sorrateiramente e peguei meu carro.
Eu já estava saindo, mas o Nam, que surgiu do além, parou bem na frente do carro.
— Que merda... — Sussurrei e desci o vidro da minha janela, colocando no meu rosto o sorriso mais sínico do mundo. Com passos lentos ele veio do meu lado, apoiando os braços na porta.
— Faz exatamente quatro minutos que seus pais saíram... quatro minutos e você já veio pegar o carro?
— Nam, eu sei dirigir. Eu sofri aquele acidente porque estava bêbado e chateado. Eu nunca mais bebi nada, muito menos estou triste.
Ele cerrou os olhos pra mim e continuou em silêncio, apenas pensando.
— Confia em mim, eu vou devagar, e só vou até a Town. Eu te envio uma mensagem assim que eu chegar lá, prometo.
Ele levanta e coloca as mãos na cintura.
— Ai ai Jimin... eu sei que não vai adiantar nada eu proibir, então vai, né?! Só toma cuidado, por favor.
— Uhuuul! Pode deixar.
Saí arrancando com o carro pra assustar ele, e pelo retrovisor, pude ver ele colocando a mão na cabeça desesperado, o que me fez gargalhar enquanto saía.
— Que saudade que eu tava do meu carro. — Uma pisada leve que eu dava no acelerador era o suficiente pra ganhar muita velocidade em poucos segundos. Se eu estivesse com um carro assim aquele dia, acho que eu não teria sobrevivido...
— Que merda... para de pensar nisso! — Tentei repreender à mim mesmo. Minha mente às vezes consegue ser minha maior inimiga, e já me provou que pode realmente me matar.
Eu precisava esquecer disso.
Enquanto dirigia, voltei a lembrar do que tem me preocupado nos últimos dias: O aniversário do Jk. Ele fará 26 anos daqui duas semanas, e todos esses dias venho tentando pensar em um presente. Não quero um presente simples, quero algo surpreendente...
Parei no semáforo e olhei ao meu redor, e depois, para o painel do carro, buscando uma ideia, até que...
— Como não pensei nisso antes?!
Mudei minha rota e fui até uma concessionária próxima.
Assim que cheguei, coloquei um boné, uma máscara e entrei. Demorou alguns minutos e um vendedor apareceu por perto, mas fingiu que não me viu. Eu não estava mal vestido, mas, não estava com as roupas que os ricaços engravatados costumam vir aqui.
Levantei um pouco do boné, deixando a parte da frente do cabelo ligeiramente bagunçada pra fora. Fiz um gesto o chamando, e pude ver ele respirar fundo antes de se aproximar, em uma completa má vontade.
— Pois não? — Ele perguntou com desdém, mas assim que mantivemos contato visual, ele me reconheceu. À partir desse momento, o atendimento dele mudou completamente.
— Park Jimin? Q-que honra. Em que posso ajudar?
Hipócrita do caralho...
— Preciso de um carro, um carro excelente.
Ele imediatamente começou a andar pela concessionária me mostrando com alguns modelos de carros esportivos.
— Vem aqui logo! — Ele disfarçou e chamou outro vendedor com uma certa ignorância, o rapaz se aproximou rapidamente. Ele parecia ser bem mais jovem, e quando me olhou, ficou completamente sem jeito.
— Traga um champagne para o nosso convidado, por f...
— Eu não quero. E muito menos sou seu convidado.
Me afastei e voltei a olhar os carros, enquanto eles ficaram parados por alguns segundos me olhando, tentando processar a forma que respondi.
Enquanto eu andava entre os modelos, e ele me seguia feito um espírito obsessor, vi um carro que chamou minha atenção no mesmo momento.
— Qual carro é esse? — Apontei.
— Este é um Mercedes Benz GT63S, lindo demais, certo? Essa cor vermelho ruby é uma preciosidade.
Eu me senti apaixonado por um carro... era realmente lindo, uma verdadeira máquina. Enquanto eu admirava, o sem noção continuou falando do meu lado.
— Equipado com um motor V8 biturbo, entrega incríveis 630 cavalos de potência. Além disso, a tração integral e a suspensão adaptativa garantem um desempenho excepcional em qualquer condição de estrada. Seja qual for sua finalidade de uso, ele forn...
— Qual o valor?
Ele respirou sutilmente após eu cortar sua frase programada, que parecia mais a merda de um robô seguindo um roteiro, tentando vender a todo custo.
— Esse modelo completo está saindo por 355.969.800,69 won. (aproximadamente um milhão e quatrocentos reais)
Ele se afastou por alguns segundos e voltou com a chave nas mãos. Entrei no carro e fiquei mais fascinado ainda, eram tantos detalhes que eu estava sem palavras.
E o melhor, é a cara dele, mas, essa cor não me lembra ele.
— O que achou, Sr. Park?
— Quero esse, mas quero preto.
O sorriso do vendedor instantaneamente se abriu.
— Excelente escolha. Mas, esse vermelho está incrível... pra mim, é a melhor cor desse modelo.
— Se é a melhor, compre pra você. Aqui sou eu quem está comprando, e eu quero preto.
— C-claro, um momento. — Ele ficou completamente sem graça e sentou em uma mesa próxima, mexendo por alguns minutos em um notebook.
— Na cor preta consigo te entregar em uma semana.
— Ok.
Sentei na mesa pra fechar a venda.
— Qual a forma de pagamento?
Nesse momento, vi um homem de terno passando próximo à mesa, com um crachá no pescoço.
— Com licença, você é o gerente? — Perguntei enquanto o chamava com um gesto sutil com as mãos.
Ele se aproximou e respondeu.
— Olá boa tarde, sou sim.
Pela sua expressão, sei que ele também me reconheceu.
Olhei para minhas roupas, em seguida, para ele.
— O que você acha dessas roupas?
Ele me olhou com confusão no olhar, e o vendedor também.
— Me desculpe, não entendi s...
— O vendedor aqui foi excelente no atendimento, tirou todas as minhas dúvidas sobre meu carro novo, até champagne me ofereceu, mas, isso só foi à partir do momento em que ele me reconheceu. Antes disso, ele sequer queria me atender, assim como se aproximou com extrema falta de educação, claramente pensando "que porra esse pobre tá fazendo aqui?". Esse é o tipo de atendimento que seus funcionários são treinados?
Os dois me olharam assustados, e o gerente respondeu gaguejando em meio ao nervosismo.
— N-não senhor, aqui tratamos todos da mesma maneira, essa nunca foi nem será nossa conduta.
Revirei os olhos pra essa resposta de merda, e olhei ao redor, onde vi o mesmo vendedor da outra vez, o jovem que estavam tratando mal.
— Ele. Eu quero que ele feche minha venda.
O gerente olhou para trás, e então, de volta para mim.
— Ele ainda é novo nisso. Se quis...
— Ou ele fecha minha venda e recebe a comissão, ou eu vou embora.
Eles ficaram em silêncio. O gerente chamou ele, que sentou na mesa em seguida.
— B-bom dia, senhor.
— Bom dia. O pagamento é à vista.
Ao fim da venda ele me agradeceu e eu levantei pra sair. O vendedor hipócrita estava parado próximo a saída, com uma cara de quem estava pronto pra me dar um soco.
Passei por ele e falei.
— Não conheço você e muito menos me importo com essa sua cara de quem tá putinho que perdeu uma venda nesse valor. Nunca mais trate ninguém assim.
Ele me olhou se corroendo de ódio, e qualquer um poderia perceber.
Dei risada da porra da cara dele e saí da loja.
Fui para o meu carro e corri para a Town. Eu já estava mais do que atrasado e perdi muito tempo com isso.
Meu plano de não arrumar confusão já começou errado, mas, foi por uma boa causa. É ótimo prejudicar gente ruim, e eu amo isso.
[...]
Cheguei na gravadora e fui correndo até a sala onde o Jungkook estava ensaiando para o MV.
Abri a porta em silêncio e fiquei bem no canto, assistindo ele e os dançarinos terminarem essa parte.
— Uau... — Eu sussurrava, ainda tentando buscar palavras pra descrever o que eu estava sentindo.
Ele cortou o cabelo para as filmagens, evidenciando mais ainda cada traço do seu rosto.
Ele estava lindo pra caralho!
Além de lindo, pra mim, ele já era um idol completo. Acompanhei todos os ensaios dele nessa última semana, e em todos eles, eu me surpreendi cada vez mais. Ele evoluiu tanto, e em um tempo tão curto, o que me faz ter certeza que ele nasceu pra isso.
E pra ajudar, tudo isso me deixava mais apaixonado ainda.
Assim que ele notou que eu estava ali, desconcentrou e errou alguns passos. Ele pediu uns minutos de pausa, pegou uma garrafa de água e veio na minha direção. Eu estava sentado no chão, encostado no espelho, então, ele sentou do meu lado.
Haviam várias pessoas ao redor, então precisávamos agir como amigos.
— Dormiu até tarde hoje, ein?! — Ele brincou.
— Uhum, eu estava com muito sono, ontem o dia foi bem puxado.
— Não faz nem um mês que você teve alta, e já está trabalhando dessa forma, e por minha culpa. — Ele ainda falava ofegante.
— É por uma boa causa. Tô tão animado como se fosse um disco meu.
Ele sorriu e bebeu a água, e disfarçadamente, fiquei o admirando. Sinto atração por ele até nesses momentos completamente normais, eu devo estar pirando.
— Você veio com sua mãe? — Ele perguntou, me puxando de volta dos meus pensamentos impuros.
— Não, vim sozinho.
Ele abaixou a garrafa e me olhou indignado no mesmo momento. Seu olhar completamente expressivo podia praticamente falar, sem ao menos ele dizer uma única palavra.
— Não briga comigo, tem pessoas por perto. — Brinquei tentando amenizar a tensão dele.
— Eu te falei que era pra me chamar.
— Ei, confia em mim, eu não vou mais fazer o que fiz.
Ele já era cuidadoso comigo, mas depois que contei que causei o acidente, seu cuidado triplicou mais ainda.
— Eu confio, mas, tenho med...
— Jungkook, vamos voltar, não temos tempo. — O coreógrafo falou do outro lado da sala, cortando sua fala.
— Vai lá, esse coreógrafo é chato pra caralho.
— Percebi... me espera, vamos acabar daqui a pouco.
[...]
Fiquei na sala de som com o Jaechan trabalhando nas melodias por mais ou menos uma hora. Após alguns ajustes, estava tudo impecável. A música do MV de hoje tem uma pegada muito inspirada no Michael Jackson, e estava perfeita. Ele repetiu a coreografia incansavelmente a semana toda, em um ponto que eu memorizei só de assistir.
O Jk me avisou por mensagem que finalizaram. Ele e os dançarinos terão duas horas de descanso até o horário das gravações.
Encontrei com ele no corredor, e era visível o quanto ele estava cansado.
— Duas horas não dá nem pra descansar direito... Vamos comprar alguma comida no caminho e ir pra sua casa, você come e dorme. — Falei.
— Não sei se consigo dormir...
— Consegue sim. Vamos, me dê a chave da sua moto.
Ele me deu e deixei com um dos funcionários, pedindo para que ele deixasse na minha casa. Como vamos pra casa dele, não é bom levar a moto lá também.
Assim que nos aproximamos do carro, fui na direção da porta do motorista.
— Eu vou dirigir, pra você confiar mais em mim. Entra aí.
Ele me olhou com um olhar desconfiado, mas entrou sem questionar.
Liguei o carro e partimos. Parei em um restaurante e peguei dois rámen pra viagem, voltei e terminamos o caminho até a casa dele.
Entramos no apartamento, e aparentemente, não tinha ninguém.
Ele deixou as sacolas na mesa e se jogou no sofá, respirando fundo em um ritmo rápido.
Sentei do lado dele, enquanto minha mão foi quase que automaticamente no seu rosto.
— Tá cansado, né?
— Uhum... — Ele respondeu com os olhos fechados.
— Assim que o lançamento passar, vamos viajar pra algum lugar, precisamos descansar.
Ele passou o braço pela minha cintura e me puxou pra mais perto dele.
— Vamos, meu loirinho. Pra onde você quer ir?
— Havaí.
Ele abriu os olhos e levantou a cabeça ligeiramente pra me olhar, afinal, ele entendeu o que eu quis dizer.
— É isso mesmo o que você tá pensando, eu quero casar com você logo.
Ele deu um sorriso tão gostoso. Sua mão se apoiou no meu pescoço enquanto ele me olhava nos olhos.
— É você quem manda, meu amor.
Fiquei de joelhos no sofá e comecei a pular animado. O Bam vendo nossa bagunça, pulou no sofá e começou a pular na gente.
Por mim, poderia ficar horas nessa bagunça boa, mas ele precisa descansar.
Sentamos na mesa e comemos, sem enrolação.
Logo após terminarmos, fomos para o quarto. Ele disse que não ia conseguir dormir, mas bastou poucos minutos deitado comigo pra pegar no sono, abraçado à mim.
E eu, que nem estava com sono, acabei adormecendo também.
[...]
Acordamos com meu celular despertando. Ele tomou um banho rápido, se arrumou, e partimos para o local da gravação do MV, que ficava a uns quarenta minutos da casa dele. Mesmo assim, insisti em dirigir.
Ele poderia aproveitar esse tempo no carro pra descansar mais um pouco, mas ele ficou ligado no trânsito e em mim o tempo todo.
Depois de mais um tempo, chegamos. As ruas eram de terra e as gravações em um teatro antigo. Tudo aqui combinava perfeitamente com a estética da música...
Falando na música, ele compôs ela sozinho. O Jaechan criou toda a melodia com a minha ajuda e o coreógrafo criou os passos, tudo em menos de 7 dias. E estava simplesmente incrível.
A Town tem os melhores funcionários e isso sempre fica claro em cada trabalho feito.
Uma staff chamou ele e foram para o camarim dentro de um trailer.
Andei ao redor observando todas as decorações do local. Havia uma equipe enorme correndo por todos os lados, pra deixar tudo perfeito para as filmagens. Câmeras estavam espalhadas por todos os lados, enquanto alguns dançarinos ensaiavam mais um pouco, cada um em um canto.
A diretora de gravação se aproximou de mim.
— Quanto tempo, Jimin! — Foi ela quem dirigiu meu último MV, e minha mãe acertou em cheio chamando ela pra dirigir as gravações. Tudo que ela participa fica surpreendente.
— Oi Lina, obrigado por ter aceitado esse trabalho.
— É uma honra atender um pedido da sua mãe. Vem cá, vou te apresentar ao pessoal.
Ela me apresentou algumas pessoas novas que estavam na equipe, que não conheci da última vez. Havia uma mulher bonita e bem vestida próximo ao camarim. Nos aproximamos e a diretora me apresentou.
— Jimin, essa é a Emma Corrin, uma atriz americana. Ela vai participar de alguns takes do MV. Ela não está nos entendendo, então nem adianta falar nada. — Ela brinca.
Fiz um gesto cumprimentando a atriz, que correspondeu educadamente.
Nesse momento, vi que as atenções das pessoas se viraram para atrás de mim; olhei para trás também e vi o Jk.
Nesse momento, senti a mesma sensação como se todos simplesmente deixassem de existir ali. Fiquei parado olhando para ele, ignorando completamente qualquer um que estivesse perto de mim.
— Com licença Jimin, vamos iniciar as gravações. — A voz da diretora me fez acordar.
— C-claro.
O Jungkook, dançarinos e toda a equipe se posicionaram, e então, começaram as filmagens.
— Luzes, câmera e ação. — A diretora anunciou, e a música começou. Ele fazia tudo de forma majestosa, e já estava em uma sincronia absurda com os dançarinos. Era lindo de ver.
Eu assistia completamente bobo, e não conseguia tirar os olhos dele.
E de novo, minha mente reforça o que enxerguei desde o dia em que ouvi a voz dele cantando pela primeira vez... Ele nasceu pra isso.
Enquanto eu assistia com atenção cada segundo das gravações, eu tive a certeza de que realmente quero casar com ele. Eu queria que o mundo soubesse nesse momento que ele é meu.
Mal posso acreditar que aquele guarda-costas carrancudo virou um idol, e modéstia parte, o idol mais perfeito de todos.
Ele trocou de roupa algumas vezes, assim como gravou vários takes com a atriz. Eu não vou negar, fiquei com ciúmes, e muito, ainda mais quando ela tocava ele, mas eu sei que isso é só profissional.
E ela era linda...
— Relaxa Jimin! — Eu pensava tentando calar minhas paranóias.
E de novo, ela tocou ele, e ele olhava para ela entre os toques, à pedido da diretora.
Eu queria voar nela, e eu realmente tô paranóico de estar com ciúmes de um trabalho, sendo que foi eu mesmo quem envolveu ele nisso.
Mas poxa, pra que a mulher?
Queria que minha mente silenciasse.
[...]
Quatro... quatro horas foram necessárias pra gravar tudo. Minha mãe chegou um pouco depois de começarmos as gravações e ficou o tempo todo perto da diretora, fazendo as correções.
Se eu que estava só assistindo já estava me sentindo cansado, imagino ele e os dançarinos. Ele sentou em uma cadeira e ficou sentado tentando recuperar o fôlego, então, me aproximei lentamente dele
— Oi... eu amei assistir tudo, você estava perfeito. — Abaixei o rosto até a altura em que ele estava sentado.
— O-obrigado Ji... — Sua resposta saiu ofegante.
— Vá trocar de roupa, vamos embora.
Ele concordou com a cabeça e foi para o camarim. Enquanto eu esperava, minha mãe se aproximou.
— Faço questão de mostrar essas imagens para o Eunwoo. Ele tem os defeitos dele, mas, ele sabe reconhecer um talento. Eu sei que ele vai gostar disso, talvez, ajude entre vocês.
— Já falei que te amo?!
Ela sorriu e me deu um abraço.
— Também te amo. Agora me dê licença, tenho que falar com a diretora.
— Que insensível. — Brinquei enquanto ela se afastava rindo.
Esperei mais alguns minutos e o Jk saiu do trailer. Fomos andando até o carro, que por estar na rua e ser branco, já estava todo sujo de poeira.
— Você foi incrível, em tudo!
Ele abriu aquele mesmo sorriso que faz meu coração acelerar quase imediatamente.
— Obrigado. Como recompensa, será que você poderia dormir em casa hoje? Sabe como é né, quase uma semana sem esse seu corpo e eu já tô em abstinência.
— Shhhh... — Coloquei o dedo na boca mandando ele ficar quieto e olhei para os lados, pra ver se alguém ouviu.
Ele riu do meu desespero.
— Vou considerar isso como um sim, e sem chance de você falar que não. Considere como uma bonificação por todo o meu esforço nessa semana.
— Eu seria um louco se recusasse. Só preciso convencer minha mãe, mas é moleza.
Eu estava morrendo de fome, e ele também, então sugeri que fôssemos na feira de Myeongdong.
Os dançarinos e alguns funcionários da equipe até nos convidaram pra comemorar em um restaurante junto com eles, mas, eu não estava muito afim, e ele notou. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele respondeu que tinha alguns compromissos e não poderia ir.
E eu, fiquei todo feliz.
[...]
Entramos no carro e dirigi até Myeongdong. Estacionei em uma rua próxima, e assim que descemos do carro, pude ver a quantidade de pessoas que havia nas ruas. Geralmente aqui é bem movimentado, mas hoje estava bem mais lotado que o comum.
— É melhor a gente ir embora.
— Não, nós já estamos aqui, vamos. — Coloquei um chapéu bucket, máscara e óculos de sol, e então descemos.
Fomos andando até um food truck e compramos uma porção com vários nikuman (bolinho cozido à vapor, recheado com carne de porco moída), que veio acompanhado de vários molhos. Eu até queria comer ali na feira, mas tirar a máscara nessa multidão pode não ser uma boa ideia., então pedimos pra viagem e fomos para o carro.
— Me dê a chave, eu vou dirigir. Você está dirigindo o dia todo. — Ele falou, mas eu sequer dei ouvidos à ele. Entrei no banco do motorista, e ele logo em seguida no banco ao lado.
— Você é tão teimoso, Jimin.
Soltei uma risada maligna e liguei o carro.
— Ser teimoso é minha especialidade.
Dirigi até um parque próximo, a apenas cinco minutos de distância. Estacionamos, pegamos as sacolas e nos sentamos na grama, sob a sombra de uma grande macieira, perto do rio.
O aroma de grama fresca e flores se espalhava pelo ar. O som suave da água do lago se movendo e o canto dos grilos criavam a trilha sonora perfeita para o momento.
Abrimos duas latas de refrigerante e começamos a comer enquanto conversamos. Era tão bom viver essas coisas simples com ele, coisas que antes eu sequer fazia.
Entre uma mordida e outra, ele respirava fundo com os olhos fechados, sentindo a brisa bater na pele enquanto se apoiava com os braços pra trás. O sol já estava em uma posição no céu que fazia seus raios cortarem as árvores quase horizontalmente, e refletia bem no rosto dele, em cores alaranjadas.
Na minha cabeça isso virou quase a cena de um filme, o nosso filme. Parei de comer quase automaticamente enquanto admirava ele. Eu nunca senti isso por ninguém, e cada dia que passa, parece que esse sentimento por ele aumenta cada vez mais.
Eu seria um tolo se não me apaixonasse por ele...
— Tô orgulhoso de você. — Falei baixinho, mas o suficiente pra ele ouvir.
Ele abriu os olhos no mesmo instante e me olhou, e, assim como sempre, seu olhos grandes brilhavam.
— Obrigado, meu amor. — Ele tirou uma das mãos do chão e apoiou do meu lado, se aproximando um pouco mais. — Sem você, nada disso seria real.
Ele olhou para baixo e pegou minha mão, e ficamos trocando carinho entre elas, enquanto nossos dedos se entrelaçavam entre si. Sempre que não podemos beijar e queremos nos tocar, automaticamente fazemos isso, e eu amo tanto.
Eu amo tudo o que ele faz.
— Vou fazer um show em Los Angeles, meu pai foi lá fechar negócio com os patrocinadores.
— Wow, parabéns Ji. Vai ser seu show de retorno, tô ansioso pra te ver no palco de novo.
— Eu também estou ansioso por isso. Você não vai só assistir, vai cantar comigo também.
Ele me olhou surpreso.
— Cantar no palco? Com você? Com aquele tanto de gente?
— Sim. E nem vem com esse papo que não sabe se é uma boa ideia, olha seu MV de hoje, todo mundo elogiou, todos te acharam incrível. Eu sei que no palco você vai ser tão perfeito quanto hoje...
Ele voltou a se apoiar para trás, pensativo.
— Por favorzinho, só uma música, uma. — Insisti balançando a perna dele algumas vezes enquanto pedia.
— Como que eu consigo falar não pra você me pedindo com essa carinha? Ok, né?! Não te garanto que vou ser tão bom quanto você, mas te prometo tentar.
— Você vai ser perfeito, e eu sei disso.
Meu celular começou a tocar, peguei pra conferir e era uma ligação do meu pai. A princípio eu queria só ignorar, e o Jk percebeu isso.
— Melhor atender, Ji.
Olhei pra ele, e de volta para o aparelho, e então atendi.
— Oi pai...
— Jimin, seu show será daqui uma semana. Os ingressos já serão anunciados e colocados à venda hoje mesmo, então não fique de enrolação. Vá para a Town após as filmagens e comece a ensaiar.
— Espera aí, uma semana?
— Sim. Você já está melhor e não tem motivos pra perdermos tempo. A próxima semana terá vários feriados aqui nos Estados Unidos, então isso atrairá o público.
Se tem uma coisa que ele não gosta, é de perder dinheiro, por isso a pressa pra fazer esse show.
— Tudo bem. Me mande as imagens pra postar nas redes sociais.
— Ok. Preciso desligar, depois ligo para a Hyejin pra combinar sua viagem e da equipe.
Desligamos e olhei para o Jk.
— Meu show vai ser semana que vem... Isso porque já corremos a semana toda pra lançar seu disco, agora vai ser mais uma semana sem descanso.
Ele me olhou com ternura e deu uma apertadinha no meu queixo.
— Eu sei que você consegue, e eu vou te ajudar no que puder.
— Obrigado. Já preciso ensaiar hoje, então vou te deixar na sua casa e voltar pra Town.
— Não, eu vou te ajudar.
— Que não o quê, você necessita de um descanso, se não nem vai conseguir me ajudar de verdade.
Assim que eu terminar por lá, vou pra sua casa e durmo com você, te prometo.
Ele sabe que estou certo. E amanhã é o lançamento dele, ele precisa estar bem disposto.
Terminamos de comer, voltamos para o carro e dirigi até a casa dele, que deu uns dez minutos de distância.
Na garagem, nos despedimos com um beijo gostoso.
— Dirige com cuidado, por favor. — Sua voz soou preocupada, assim como seu olhar demonstrava um certo medo.
— Eu vou, pode ficar tranquilo. Te mando uma mensagem quando chegar lá.
Ele me deu mais um beijo e desceu. Liguei o carro e voltei para a Town.
[...]
Assim que cheguei, entrei no elevador. Eu já estava me esquecendo do Jk, então peguei meu celular e avisei que já tinha chegado.
Ao chegar ao andar, percorri várias salas em busca do coreógrafo, mas não o encontrei em lugar algum. Ao sair de uma delas, dei de cara com o Yoongi no corredor.
— Jimin, finalmente tô te vendo! Você parece muito bem. Todos ficaram muito preocupados quando soubemos do acidente.
Desde o dia em que vi ele beijando minha mãe, não o encontrei mais aqui pela gravadora, afinal tentei o evitar o máximo que pude.
— E aí, Yoon, obrigado. Foram tempos difíceis, mas agora ficaram só na lembrança. Tô feliz de estar de volta.
— Estamos todos felizes com sua volta também.
Depois que acordei do coma, cheguei a conclusão que eu só ia fingir que não vi os dois juntos, mas, esse assunto perturbava minha mente todo dia.
— Bem, preciso ir na sala de som, e já tô atrasado, depois conversamos. — Ele se despediu e continuou andando.
E se... e se eu perguntar pra ele?
— Yoon?
Ele ouviu eu chamando e olhou para trás.
Não. Eu não posso fazer isso.
— Ahhh... é que, vou fazer um show em Los Angeles daqui uma semana, quer cantar uma música comigo? — Tentei disfarçar, e ainda bem que pensem em algo rápido.
Ele me olhou surpreso.
— Claro que quero, vai ser uma honra, obrigado pelo convite, Jimin. — Ele sorriu animado.
— Isso é ótimo. Bem, não quero te atrasar, pode ir para a sala de som, depois nos falamos pra combinar o ensaio da música.
Nos despedimos novamente e ele continuou seu caminho.
— Que merda eu ia fazer? — Falei sozinho.
Não estou justificando a traição da minha mãe, mas ao mesmo tempo, não sei como lidar com isso agora que sei que eles têm um caso. Ignorar parecia a alternativa mais sensata, mas isso estava me consumindo por dentro.
Continuei meu caminho tentando esquecer desse assunto e fui até a sala de ensaios. Conversei com o coreógrafo e então, começamos a ensaiar ali mesmo, apenas eu e ele. O movimento da dança se tornou um refúgio temporário, me permitindo esquecer temporariamente disso.
[...]
Depois de algumas horas, pedi para finalizarmos, pois estava exausto.
Antes de ir embora, subi até o último andar para falar com a minha mãe. Ela já estava saindo da sala, prestes a partir, mas consegui alcançar ela à tempo.
— Oooi mãe... — Fui seguindo ela até o elevador.
— Com esse "oi" aí, já sei que você tá querendo algo. Fala logo.
— Você se importa se eu dormir na casa do Jungkook?
Seu olhar mais julgador possível mirou pra mim quando ela parou em frente ao elevador.
— Isso foi exatamente o que o Eunwoo pediu pra você não fazer, Jimin.
— Mãe, eu tenho 20 anos, e outra, nós vamos casar. Não tem sentido eu ser tratado como um adolescente pelo meu pai, e você sabe disso. Por favor...
Ela respira fundo e a porta do elevador se abre.
— Ok, mas com uma condição: Quero você aqui cedo, bem cedo. E seu pai não pode saber em hipótese alguma.
— Tudo bem, obrigada mãe, te amo. — Abracei ela e descemos até a garagem. Ela foi embora com o carro dela e eu fui com o meu.
Passei em casa pra pegar umas roupas e fui para o apartamento do Jk.
[...]
Estacionei na garagem e subi. Toquei a campainha uma única vez, e ele atendeu rápido.
— Oi, meu loirinho. — Ele me puxou pela cintura e encheu meu pescoço de beijos enquanto me abraçava.
Ele fechou a porta e o Bam correu na minha direção, pulando em mim cheio de energia.
— Tá com fome?
— Tô faminto! — Respondi passando a mão na barriga.
Ele riu e respondeu.
— Vou cozinhar algo pra gente.
— Acho justo, já que dá última vez foi eu quem cozinhou. Hoje quero só te assistir.
— Justíssimo. Agora vá lá guardar suas coisas.
Peguei minha mochila e fui até o quarto dele, e notei que o apartamento estava vazio. Sei que o Jin está viajando com o grupo dele, pois foram fazer um show em Daegu, mas nem o Taehyung parecia estar, o que é estranho, afinal ele odeia sair.
Voltei até a cozinha onde ele já estava lavando alguns legumes.
— Estamos sozinhos?
— Uhum. O Jin está em Daegu e o Tae vai passar dois dias na casa dos pais.
— Hmmm, então quer dizer que o apartamento é só nosso? — Aproximei meu rosto dele.
— Sim. — Ele veio na minha direção e me deu um selinho. — Já vamos ensaiar nossa vida de casados.
Ele secou as mãos e deu uma apalpada firme na minha bunda, e depois de mais alguns beijos e mãos bobas, ele voltou a cozinhar depois que ouviu minha barriga roncar de fome. E o babaca ainda ficou rindo de mim.
Quando ele começou a preparar tudo, parei atrás dele e tirei uma fotinha disfarçadamente, pra guardar pra sempre.
Eu fiquei assistindo ele fazendo cada processo, e era como arte. Além disso, o aroma de comida bem temperada se espalhava por todo apartamento, me deixando com mais fome ainda.
Ele manuseava os talheres e alimentos com muita prática, e puta merda, meu coração batia forte só de ver ele cozinhando.
Depois de ficar um bom tempo observando ele, fui organizar a mesa. Mesmo que eu não seja tão bom nisso, deixei tentar deixar tudo romântico.
Assim que ele terminou, colocamos a panela de bulgogi na mesa. Antes de sentar, também coloquei ração para o Bam, e então, começamos a comer.
— Nossa... isso tá incrível, Kookie. — Falei ainda de boca cheia.
Ele me olhou e riu.
— Fico feliz que gostou, meu amor.
Estava realmente delicioso, com todos os temperos harmonizando de forma única.
Só de saber que logo vou poder comer essa comida sempre, fico mais animado ainda.
— Quando a gente casar, vamos morar juntos, né? Porque eu quero comer isso todo dia.
— Claro que vamos, não tenha dúvidas disso.
Olhei de um lado para o outro, observando cada detalhe do apartamento deles, e então, fiquei em silêncio por alguns segundos.
— O que foi? — Ele perguntou.
— Você mora à tanto tempo com seus amigos, tem certeza que quer sair daqui?
— Eles são a minha família, e vou visitar eles sempre, mas, você é a pessoa mais importante da minha vida. Não me atreveria nunca à perder a chance de viver com você.
E meus olhos encheram de lágrimas.
— Não vale chorar. — Ele brincou, mas já era tarde, eu já estava em prantos.
Eu ri de volta em meio às lágrimas.
— Vou te fazer muito feliz, te prometo. — Falei enquanto enxugava as lágrimas.
— Você já faz, garoto. — Seu olhar exalava amor, e eu amava tanto isso.
Trocamos mais alguns sorrisos e olhares, e depois de um tempo conversando, terminamos de comer.
Enquanto ele guardava a bagunça que deixou, abri a geladeira pra guardar o chá gelado que sobrou. Vi várias garrafas de soju, completamente geladas.
Virei pra ele no mesmo momento, ainda com a porta da geladeira aberta.
— Posso beber uma garrafa de soju?
Ele veio na cozinha feito um jato.
— Não, Ji. Você lembra do nosso acordo... Você ainda está tomando remédio.
Revirei os olhos com a resposta dele, que era o que eu já imaginava.
— Você consegue ser mais chato que meu pai. — Cruzei os braços e fui com a cara fechada para a varanda da sala.
Ele veio na minha direção e me abraçou por trás, beijando meu pescoço.
— Você fica lindo quando faz birra.
— Sai. — Empurrei ele pra me soltar, mas em um movimento rápido, ele me virou e me pegou no colo.
— Me solta. — Tentei sair do seu colo, mas eu nem tinha chances contra a força dele.
— Me obrigue.
Ele me levou pra sala e me colocou no sofá, onde veio em cima de mim, ficando de uma forma que conseguia me travar completamente, segurando meus braços e pernas.
— Além de lindo, fica gostoso pra caralho quando está com raiva. — Sua língua circulava pelo piercing enquanto seu olhar intercalava entre meus olhos e minha boca.
Ele abaixou o rosto e começou a me beijar, até tentei manter minha marra e esquivar por alguns segundos, mas era óbvio que eu não conseguiria. Retribui o beijo enquanto ele me soltava e nossos corpos colavam ainda mais.
A ideia de irmos para o quarto falhou miseravelmente. Ali na sala mesmo, já começamos a tirar as roupas em meio aos beijos, que ficavam cada vez mais intensos.
O clima estava quente, então antes mesmo de fazermos qualquer coisa, nossos corpos já estavam suados.
Ele levantou rápido e levou o Bam para o quarto, onde fechou a porta. Ele também já voltou com o lubrificante.
Ele tirou minha camisa e sua boca circulou por cada ponto da minha barriga, até que um segundo depois, ele abaixou mais um pouco e começou a me chupar.
Soltei um gemido assim que senti a boca dele. Sua língua dançava pelo comprimento, e fazia meu corpo contorcer de prazer.
Enquanto minha mão se apoiava entre seu cabelo, eu olhei pra ele, e ele também me olhou, ainda me chupando...
Isso me deixou maluco.
— Ei, esp... espera, se não eu vou gozar...
Ele levantou e era inacreditável o quanto ele estava duro, ao ponto que as veias estavam totalmente dilatadas.
Ele pegou o lubrificante e já estava passando na mão e em mim, mas, eu já queria sentir ele de uma vez.
— Enfia logo.
— Mas, se eu não te preparar, vai doer.
— Vai logo, caralho! — Insisti cheio de tesão e brutalidade.
Ele sorriu, e então, apertou a bisnaga de lubrificante na mão mais uma vez e passou por todo o comprimento do seu pênis.
— Você quem manda, meu loirinho.
Ele abriu minhas pernas e pincelou em mim, espalhando o lubrificante, e então, enfiou devagar. Com esse tamanho todo, era óbvio que ia doer, mas ele continuou enfiando devagar enquanto me olhava, observando cada expressão que eu fazia.
Eu não fazia diferente, e olhava para ele da mesma forma. Era surreal o quanto ele é lindo, e saber que ele é meu me deixava ainda mais excitado.
Tentei relaxar e fui ficando cada vez mais à vontade. Ele apoiou uma das pernas dele no chão, enquanto a outra permanecia no sofá. Quando ele sentiu que eu já não estava sentindo dor, apoiou uma das mãos no encosto do sofá, ao lado do meu rosto, enquanto a outra mão cravou no meu quadril, socando mais fundo, mas, ainda de forma lenta.
Nosso sexo consegue ser a coisa mais gostosa que eu já senti na vida, e não importa onde quer que a gente faça, é sempre incrível.
Ele abaixou o rosto e me beijou enquanto continuava socando, ou ao menos tentamos, pois estávamos tão ofegantes que o beijo era interrompido várias vezes pela nossa respiração intensa.
Ele mordeu meu lábio e sorriu em seguida, e isso me deixou mais louco do que eu já estava.
— Não sorri assim... — Segurei firme no rosto dele trazendo a boca dele mais próxima.
Ele diminuiu o ritmo e voltou a colocar devagar, e de novo, deu o mesmo sorriso de propósito.
Ele afundou a boca no meu pescoço e sua língua deixou um rastro até meu ouvido.
Ele levantou um pouco do corpo, ficando de joelhos, e então, começou a me estimular. Ele movimentava sua mão e olhava pra ela enquanto assistia mordendo os lábios.
Ficamos transando por pouco mais de uma hora, sem parar. Por várias vezes eu quis gozar, mas segurei a todo custo, tudo pra gente continuar.
Segurei na sua cintura e puxei ele, que abaixou novamente. Ele voltou a segurar meu quadril enquanto sua outra mão se apoiava.
Cravei minhas unhas nas costas dele, e então, bastou alguns beijos entre as socadas pra eu não conseguir segurar mais, gozei entre minha barriga e a dele, só com ele me penetrando.
Ele levantou um pouco e olhou para baixo, e em seguida, de volta pra mim.
— Que delícia...
Ele voltou a me beijar e continuou socando.
— Espera aí... — Falei e ele parou, tirando com cuidado. Deitei de costas, apoiando uma das almofadas por baixo da minha barriga.
Ele sorriu e então, colocou de volta, apoiando o corpo em mim. Sua língua circulou por toda minha nuca enquanto ele respirava alto e intensamente, e bastou poucos minutos assim pra ele também gozar.
Ele tirou de dentro de mim e deitou do meu lado.
O sofá era espaçoso, então ficamos deitados de conchinha.
Foi tão gostoso que eu já queria fazer amanhã de novo.
Sua mão acariciava meu corpo enquanto ele cheirava meu cabelo e nuca.
— Até depois de transar você exala aroma de morango, qual é o truque, me explica, por favor... — Ele brincou, e isso me fez rir.
Ele se aproveitou da oportunidade e me fez mais cócegas, transformando minha risada em gargalhada.
— P-para... tô sem ar... — Tentei falar enquanto ria.
Brincamos mais um pouco e fomos ficando sonolentos.
O plano era descansar um pouco pra tomar banho, mas, nós acabamos pegando no sono, ali no sofá mesmo.
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Oi ami,
Como estão?
Escrevi um capítulo bem grande, espero que tenham gostado 🫂
Votem e comentem se estiverem gostando, isso incentiva essa probi autora fanfiqueira à continuar
🥺❤️🩹
Até o próximo capítulo!
✨
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