30 • em meio às regras

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JEON JUNGKOOK

Acordei com o som do meu celular despertando, eram exatamente 06:00h. Do lado de fora, o sol começava a brilhar timidamente, refletindo seus raios fracos sob as cortinas. O som das ondas quebrando, vindas do lado de fora do quarto, era quase um convite para correr em direção ao mar... mas, infelizmente, vai ficar só no convite mesmo, pois temos que ir embora.

Ao meu lado, o Jimin ainda estava dormindo, abraçado à mim. Eu não queria, mas precisava acordar ele, nosso vôo é daqui duas horas, e precisamos tomar café e voltar pra Tóquio antes de embarcarmos.

Eu sei que se a gente não comer antes, ele vai ficar reclamando depois. E ele odeia a comida do vôo.

Fiz um carinho cuidadoso no seu rosto pra acordar ele, mas por uns segundos, fiquei apenas o admirando. Meu sorriso naturalmente se abriu enquanto meus olhos circulavam por cada traço dele.

Ontem foi incrível, assim como todas as vezes que transamos, só que dessa vez foi mais especial ainda, afinal, agora ele é meu noivo.

Ainda parece um sonho que vamos nos casar, acho que a ficha ainda não caiu de verdade.
Sei que as coisas serão difíceis, talvez mais do que atualmente, mas, tô disposto à lutar por ele... sempre estarei.

— Ji, acorda. — Falei baixo tentando acordar sem assustar, e ele logo foi abrindo os olhos aos poucos.

— B-bom dia... — Sua voz saiu rouca e sonolenta.

— Temos que embarcar daqui a pouco, vamos levantar e comer.

— Me deixa... — Ele resmungou e enrolou por mais alguns minutos na cama, até que finalmente conseguiu se levantar. Trocamos de roupa e fomos ao o restaurante do hotel.
As mesas da área interna também eram posicionadas em frente ao mar, e comer com essa vista era perfeito, assim como ontem no jantar também foi.

Um garçom trouxe alguns pratos típicos de café da manhã e começamos a comer.

— Onde vamos nos casar? — Ele perguntou ainda de boca cheia, o que me fez rir.

— Você escolhe.

Ele olhou pensativo para o alto e para os lados, mas, foi rápido na resposta.

— Eu quero no Havaí... em um dia de calor, com um céu azul radiante, e com o mar ao fundo fazendo cenário pra gente. — Seus olhos pequenos brilhavam enquanto ele gesticulava animado pra falar.

Eu sabia que ele ia escolher praia.

— Então está decidido, será lá.

Ele me respondeu com um sorriso lindo, o mesmo sorriso que faz seus olhos fecharem quase completamente. Suas bochechas estavam naturalmente coradas, e seu cheiro de morango se espalhava por todo o nosso redor.

Caralho... como eu sou obcecado por ele.

Ficamos conversando sobre mais algumas coisas que ele queria, e eu não conseguia parar de o olhar a cada palavra que ele dizia.
Nós ficamos tão animados que, por alguns segundos, esquecemos todas as dificuldades que isso envolve.

Terminamos de comer e voltamos para o quarto. Organizamos as poucas coisas que faltavam e chamamos um táxi, que não demorou pra chegar.
Precisamos embarcar em Tóquio, então seria mais uma hora dentro do táxi.

Chegamos no aeroporto atrasados, mas ainda conseguimos embarcar. Mais cinco minutos seria suficiente pra perdermos o vôo.

Como de costume, ele estava escondido entre várias roupas, máscara, óculos de grau e boné, e sei o quanto ele odeia isso. Tentei esconder um pouco do seu rosto, então, ele tirou a máscara e se apoiou no meu braço pra descansar.
Mesmo que seja um vôo de duas horas, ele sempre acaba pegando no sono, ainda mais agora com esses remédios.

Esperei tanto por esse momento, finalmente estamos voltando pra Coreia com ele recuperado, depois de todo esse tempo.

[...]

Enfim, desembarcamos em Seoul.

Ainda no voo, ele avisou a Hyejin que estávamos chegando, então ela pediu para que um dos motoristas da Town trouxesse a Porsche do Ji até o aeroporto. E como combinado, ele já estava esperando do lado de fora. Ele me entregou a chave e entrou em outro veículo, partindo em seguida.

O Jimin já foi direto para o banco do passageiro e entrou.

— Você tem algum compromisso hoje? — Ele me perguntou assim que entrei no banco do motorista.

— Nenhum, porquê?

— Preciso ir em casa pra guardar essas malas e ir para a Town em seguida, tenho que resolver umas coisas por lá, então vou demorar. Pode dirigir até sua casa e descansar.

— E por acaso, você vai sozinho?

— Uhum, eu já tô ótimo, e você precisa descansar. Olha quanto tempo você não volta pra sua casa...

— Sem acordo, eu vou com você, não tô cansado.

Mesmo que eu não seja mais seu guarda-costas, não me atreveria a deixar ele andar sozinho. Meu papel de cuidar dele continua, e agora, ainda mais.

Liguei o carro e partimos.

Primeiro passamos na casa dele pra deixar suas malas. Tive que ajudar a guardar no quarto dele, mas por sorte, nenhum de seus pais estavam em casa, apenas alguns funcionários.
Saímos em seguida e fomos para a Town.

Assim que passamos pela porta de entrada do prédio, ali na recepção mesmo, várias pessoas começaram a cumprimentar ele e o parabenizar pela melhora. Ele agradeceu a todos e entramos rápido no elevador.

Ele parecia um pouco tímido com a atenção que estava pairando sob ele.

No elevador havia duas trainees bem jovens, aparentando no máximo uns 16 anos. Elas pareciam bem nervosas enquanto cochichavam entre si, mas uma delas tomou coragem e cumprimentou o Ji, dando parabéns pela recuperação.

Ele agradeceu um pouco sem jeito e elas continuaram puxando assunto, sendo interrompidas pela porta do elevador, que abriu no andar que elas iriam. Elas se despediram e saíram.

— Tá tudo certo? — Perguntei um pouco preocupado.

— Tá... tá sim, só tô com um pouco de vergonha, mas já já passa.

Não sei ao certo se essa resposta me convenceu, mas era o que realmente parecia ser. Ele realmente parecia tímido, mesmo que ele não seja uma pessoa tímida.

Ou talvez, triste.

Subimos ao último andar.

— Não sei se é uma boa ideia eu estar aqui. E se seu pai me ver?

— Ele não vai fazer nada, e nem é louco de tentar. Isso só me afastaria mais ainda dele, e ele sabe disso.

Desde o dia em que perdi a paciência e ofendi o Eunwoo no hospital, nunca mais trocamos uma única palavra. Ele visitava o Ji e agia como se eu não existisse lá, e comigo era a mesma coisa.

Não sei como ele vai agir agora que o Jimin está melhor, e nem como vai ser quando descobrir que estamos noivos, e isso tem me deixado maluco.
Não sei se quero encontrar ele, mas se acontecer, vou ter que ser firme, não vou mudar de ideia.

Andamos até a direção da secretária dos pais, que estava atrás de uma mesa grande, distraída com alguns papéis.

— Bom dia, Min Jae, minha mãe já chegou?

— Olá, bom dia Jimin-ah, parabéns pela sua recuperação. — Ela se levantou e se curvou.

— Ahh, muito obrigado.

— A Sra. Park ainda não chegou, apenas seu pai.

A feição dele mudou.

— Ok, depois eu volto. — Ele saiu andando depressa e me puxou pelo braço.
Ele também estava evitando o pai desde que acordou do coma, mas não dá pra gente ficar assim por muito tempo, só vai piorar as coisas.

Pegamos o elevador e fomos até a sala de som onde o Jaechan costuma ficar. O Ji mexeu na maçaneta, e a sala estava aberta, então entramos.
Havia alguém dentro do estúdio, enquanto o Jaechan estava sentado com fones de ouvido.

— Jimin, você voltou. — Ele tirou os fones assim que notou nossa presença, e foi na direção dele com os braços abertos, o convidando para um abraço. Ele me cumprimentou em seguida e eles começaram a conversar.

A porta do estúdio abriu, e pra minha mais absoluta infelicidade, era o Taemin. Como não percebemos que era ele quem estava na sala de som?!

Que merda...

Ele me olhou com desdém, e em seguida, para o Ji.

— Que bom que você está de volta, Jimin. Fico feliz pela sua recuperação.

Eu preciso me controlar.

— Obrigado Taemin. — O Jimin respondeu.

O silêncio pairou na sala por alguns segundos.

— Bem, vou indo nessa, depois continuamos, Jaechan. — O Taemin falou e saiu da sala, passando por mim e me encarando mais uma vez antes de sair.

Por mais que a presença dele me incomode muito, não há nada que eu possa fazer pra evitar, não aqui dentro da Town. Arrumar mais confusão com ele só me atrapalharia com os pais do Jimin, já que as chances dele sair daqui são mínimas.

Conversamos um tempo sobre o disco, e então, saímos da sala.

Nos corredores, o Jimin parou e pegou o celular. Era uma mensagem da mãe dele avisando que chegou no prédio, então, subimos novamente até a sala dela.
Logo que chegamos no andar, fui em direção à um sofá na sala de espera e sentei.

— O que você tá fazendo? Você vai entrar comigo, nós também vamos falar sobre seu disco.

Antes que eu pudesse ter qualquer reação ou resposta, ele pegou minha mão e me puxou, e isso me fez sentir algo.

— Sua aliança... você estava usando todo esse tempo?

Ele olhou na direção da sua mão.

— Droga, eu esqueci.

E eu também estava usando a minha, e como são iguais, qualquer bobo entenderia.

Ele levou a mão na nuca e abriu o fecho de um colar que estava usando, colocou a aliança nele e voltou a colocar no pescoço. Também colocou o colar por dentro da camisa.

Eu tirei a minha e coloquei no bolso.

O Jimin bateu na porta e entramos.

— Oi mãe, com licença.

— Entrem meninos.

Ela levantou e veio na nossa direção, abraçando ele.

— Oi, meu amor, como você está? — A mão dela se apoiou com carinho em seu rosto.

— Tô ótimo, até meu braço já está melhor.

Ela virou ele de um lado para o outro, conferindo se realmente estava bem, e logo depois, virou para mim.

— Obrigada por cuidar dele, Jungkook. Não deixe que ele beba mais, por favor.

— Imagina Sra. Park. E pode deixar, ele não vai chegar perto de sequer uma gota de álcool.

— Eu tô aqui, parem de falar de mim como se eu não estivesse presente. — Ele riu e sentou.

— Sente-se também Jungkook, tenho novidades.

Nos sentamos, e então, ela apoiou as mãos na mesa, direcionando seu olhar pra mim.

— Você vai gravar mais três faixas, e faremos seu debut semana que vem. Desde o evento que você foi, a imprensa vem especulando quem é você, então não podemos perder tempo. O Jaechan e o Jimin vão te auxiliar nisso, tudo bem pra você?

— Três faixas? Eu não sei se cons...

— Está ótimo, nós vamos conseguir. — Ele nem me deixou terminar de falar.

— Ótimo, vamos erguer as mangas e compor essas músicas, nosso tempo está curto. Pra começar, quero que você vá agora até Seongnam pra tirar algumas fotos pra colocarmos na capa e no álbum do disco. Jimin, você já está bem para ir com ele?

— Sim, estou.

Praticamente só os dois estavam falando. Três músicas... três músicas em 7 dias, isso é loucura. Olhei para o lado e vi a animação do Jimin, e nesse momento, tive a certeza que não posso desistir, isso frustraria ele. Eu vou conseguir.

Ela explicou mais algumas coisas sobre as músicas, e o Jimin também tirou algumas outras dúvidas.

— Agora vão logo para as fotos, passem antes na sala dos figurinos e levem algumas roupas que separaram para o ensaio.

Saímos da sala dela, pegamos as roupas e saímos da Town. Eu fui dirigindo. Seongnam não é muito longe, e no endereço que ela me passou, chegaremos em 30 minutos.

No carro, fomos conversando pelo caminho.

— E o Bam, você está esse tempo todo sem ver ele?

— Tô, mas os meninos estão cuidando bem dele, e me enviavam fotos e vídeos sempre. Depois que a gente terminar tudo, quer ir um pouco em casa ver ele? Vou tentar escrever uma das músicas, assim eu te coloco pra me ajudar.

— Eu? Ahh, quero sim.

Ele respondeu e ficou em silêncio, olhando a vista pela janela. Ele parecia estar com os pensamentos distantes, de novo, e eu deveria respeitar isso, mas minha ansiedade não me permite.

— Aconteceu alguma coisa?

Não é a primeira vez que ele fica assim.
Ele voltou de seus pensamentos e olhou pra mim.

— N-não, tá tudo certo. — Ele respondeu tentando disfarçar e voltou a virar para a janela. Não estava tudo certo.

Tentei ficar quieto, mas minha mente só conseguia criar mil paranóias. Será que ele se arrependeu de aceitar se casar comigo? E se, a mãe dele já falou com ele e proibiu? Foi algo que eu disse? É sobre o disco? E se o pai del...

— Eu não mereço você. — Suas palavras cortaram meus pensamentos, mas, conseguiram me deixar mais preocupado do que eu já estava.

Dei seta e parei o carro no acostamento, onde apoiei minha mão no volante e virei o corpo um pouco na direção dele.

— Do que você tá falando?

Ele levou as mãos no rosto e começou a chorar. Senti meu coração apertando de medo.

— Jimin, me responde... — Insisti.

Ele levantou o rosto e me olhou, e já estava com as bochechas molhadas e o nariz vermelho de chorar.

— Você sofreu todo esse tempo, por mim. Nem o Bam você viu mais. Olha quanta coisa você passou... por minha culpa.

— Ji, nós já conversamos sobre isso, eu já te disse que você não tem culpa de nada.

— Eu tentei me matar... não foi um acidente, eu causei o acidente de propósito. — Ele respondeu e voltou a chorar, abaixando a cabeça.

Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, tentando processar o que ele falou. Ele tentou tirar a própria vida, e o único culpado disso, sou eu.
Se eu não tivesse aceitado o emprego de guarda-costas dele, nós não nos conheceríamos, e ele jamais teria feito isso.

Antes que eu pudesse responder qualquer outra coisa, ele continuou falando em meio à soluços.

— Eu não sei porquê fiz isso. Eu bebi demais no dia, e isso me levou a um colapso de cansaço, por não poder ter o controle da minha vida. Meu pai queria me manter no Japão à força, pra me afastar de você, e isso foi o limite pra minha mente.
Eu sei que eu fui um fraco, e se você quiser me largar e desistir do casamento, eu vou te entender e respeitar, mas, eu não quero te perder. Me desculpa...

Estendi meu braço e puxei ele, o envolvendo em um abraço forte. Minha mão se apoiou na sua nuca, enquanto seu rosto ficou escondido no meu ombro.

Por mais que eu quisesse segurar pra me mostrar forte, meus olhos também se encheram em lágrimas.

— Olha pra mim, Ji.

Ele levantou devagar e me olhou. Seus olhos, que já eram naturalmente pequenos, estavam inchados.

— Eu jamais desistiria de você. E não só isso, não me arrependo de nada do que fiz e faria tudo da mesma forma, mesmo se já soubesse disso.
Eu vou fazer o possível e o impossível pra que nunca mais você passe por isso de novo. Prometo te fazer muito feliz, meu loirinho.

Ele começou a chorar ainda mais e me apertou no abraço.

— Obrigado por existir, eu amo tanto você... — Ele falou chorando e sorrindo ao mesmo tempo, e nossa, meu coração voltou a acelerar só de olhar aquele sorriso. Voltei a retribuir o abraço ainda mais forte.

Por mais que eu quisesse ficar o tempo todo abraçado com ele, estamos parados no acostamento, precisamos sair daqui.

Voltei a dirigir e ele já parecia um pouco mais aliviado, até conseguiu se distrair um pouco enquanto mexia no celular. Tenho certeza que ele estava remoendo isso desde que acordou.

As coisas teriam sido diferentes se o pai dele tivesse nos aceitado desde o início.

Chegamos ao endereço e era um estúdio enorme. Eu estava me sentindo tenso, mas tentava disfarçar ao máximo. Uma produtora que estava no local me levou até o camarim.

Coloquei a primeira roupa que ela pediu, então, fui até a sala e me posicionei. Haviam muitas pessoas, mais de dez, e entre elas, o Ji estava ali, me olhando.

Ele movimentava a boca em silêncio, me dizendo pra ficar calmo, respirei fundo e então começamos. Eu fazia as poses que o fotógrafo pedia, e aos poucos, fui relaxando.

Troquei de roupa mais algumas vezes, onde tiramos várias fotos com cada uma delas.

Eu tentava evitar, mas a cada mudança de pose, eu olhava automaticamente na direção do Jimin.

Foram várias vezes que o Jin insistiu pra fazer as audições com ele, e eu nunca aceitei, e agora, olha onde eu tô... E tudo isso, por um cara.

Que loucura...

[...]

Depois de quase duas horas, finalizamos. Finalmente.

Voltei para o camarim, coloquei minha roupa e saí. O Jimin tava encostado na parede do corredor.

— Será que é possível se apaixonar mais enquanto você já está apaixonado? — Ele falou baixinho.

Aproximei meu rosto no ouvido dele pra responder.

— Com certeza é, sinto isso por você cada dia mais.

Duas pessoas passaram no corredor e disfarçamos. Logo após, a produtora se aproximou.

— Jimin, avise a Sra. Park que amanhã eu envio as fotos.

— Tudo bem.

— Aproveitando, dá uma olhada nessas fotos de referência para o seu próximo ensaio...

O Ji ainda ficou conversando com a produtora por um tempo, e nesse momento senti meu celular vibrar no bolso.

Agradecemos a todos da equipe e fomos para o carro.

— Você tem algum compromisso hoje à noite? — Perguntei.

— Uma pessoa que voltou quase agora de um coma não costuma ter muitos compromissos... — Ele brincou e riu, o que também me fez rir.

— Quer jantar fora? Chamei um amigo da época da polícia e a esposa dele para irem também, vou convidar eles pra serem nossos padrinhos.

— Merda... — Sua resposta saiu rápida.

— O que foi? Não quer ir?

— Não é isso, eu simplesmente esqueci que preciso de padrinhos também.

— Ainda temos tempo pra resolver isso, meu loirinho, não precisa ter pressa.

— Vou ter pressa sim, não quero perder tempo.

— Calma aí... — Dei risada.  — Vamos fazer tudo com calma. Você conhece seu pai, não quero ele te sequestrando pra outro país.

— Tá né.

Liguei o carro e comecei a dirigir de volta para Seoul, enquanto continuamos conversando. Ele pegou o celular e começou a digitar incansavelmente várias mensagens, que eu já supus ser com o Hoseok.

No caminho, ele tirou a aliança do colar e voltou a colocar no dedo, e isso me deixou todo bobo.
No começo do nosso namoro eu avisei que ele seria meu, e isso se tornou mais real do que imaginei.

[...]

Como combinamos, ele quis ir para o apartamento ver o Bam, e ainda temos tempo até o jantar. Estacionei na garagem e fui até o porta-malas pegar minhas malas, que ainda estavam no carro.

— Deixa eu te ajudar. — Ele foi na direção de uma das malas, mas peguei antes dele.

— Nem pensar, eu levo.

Ele cruzou os braços e cerrou os olhos pra mim.

— Você não acha que tá me mimando demais?

— Acho, e vai ser assim sempre.

— Então... eu mando em você?

Em um movimento rápido, soltei as malas no chão e puxei ele na minha direção, envolvendo sua cintura com meu braço. Aproximei nossos rostos e respondi.

— Manda, e você sabe que manda.

Seu sorriso mais sem vergonha se abriu no mesmo momento enquanto ele mordia o lábio.

Olhei por todos os lados do estacionamento, e não tinha ninguém, então, aproximei minha boca e beijei ele, que prontamente correspondeu. Encostei seu corpo no carro e continuamos com o toque saboroso dos nossos lábios.

O mais engraçado é como as coisas entre a gente são imediatas. É só começarmos a nos beijar e os dois já ficam excitados.

— Assim você me deixa maluco, Ji... — Meu quadril movimentou sutilmente contra o dele, buscando sentir ele mais e mais.

O barulho do portão abrindo ecoou por toda a garagem, o que nos afastou rapidamente.

Caímos na risada com o susto que levamos, e subimos para o apartamento. Assim que entramos, notamos o silêncio, onde apenas a voz do Taehyung ecoava do quarto dele. Pelos xingamentos, é óbvio que ele estava em live.
O Jin, que também estava no quarto, veio para a sala assim que ouviu o barulho da porta.

— Eu não acredito que vocês voltaram... Jimin, você parece muito bem, parabéns pela melhora.

— Muito obrigado, Jin. Fui muito bem cuidado, por todos. Foi essencial pra minha recuperação.

Enquanto eles conversavam, guardei as malas e o Bam veio correndo na minha direção. Achei que ele me estranharia por conta de todo esse tempo que estive fora, mas ele me reconheceu assim que me viu.

Peguei ele no colo e o abracei, ele notei o quanto ele estava grandinho e forte.

— Obrigado por cuidar dele, Jin.

— Imagina, eu e o Tae até ensinamos até alguns truques pra ele.

Soltei o Bam no chão, e no mesmo momento, ele foi na direção do Jimin, também reconhecendo ele.

Sentamos no sofá e ficamos conversando um pouco. O Tae finalizou a live dele e se juntou a nós na sala.
O Jin estava louco pra beber, mas chamei ele de canto e falei pra não pegar nada, pelo menos, não agora.

— Espera aí... que alianças de ouro são essas? — O Taehyung sempre está atento a tudo.

— Eu ia contar agora, né?! Bem, estamos noivos.

O Jin deu um grito no mesmo momento.

— Vocês tão brincando... Isso é sério?

— Óbvio que é sério. — Respondi. O Ji também concordou com a cabeça, dando um sorriso sem jeito.

Ele levantou e andou de um lado para ao outro na sala, em completa animação e energia, e o Bam pulando em cima dele, no maior caos.

— Caralho... eu vou ser padrinho! É graças a mim que vocês se conheceram, então eu mereço. Me escolham, por favor...

— E vai ser mesmo, vocês dois vão ser.

— Eu? — O Tae perguntou meio receoso. — Vocês tem certeza? Eu não vou conseguir sair pra ir no casamento, então não é boa ideia contarem comigo.

— Você vai sim, não existe a possibilidade de você recusar. Nós estaremos com você, o tempo todo, vai dar tudo certo. — Respondi.

— Ele vai, eu vou com ele comprar um terno. Ele não é louco de não ir. — O Jin apontou para seus olhos e em seguida para o Tae, o ameaçando.

— Eu vou pensar, prometo.

O celular do Jin tocou e ele se afastou até a varanda para atender, voltando logo em seguida.

— Era a Nayeon, vou sair com ela, tchau.

Antes que pudéssemos responder qualquer outra coisa, ele saiu e fechou a porta.

Olhei para o Tae no mesmo momento.

— Eles estão namorando mesmo?

— Estão... ela já veio aqui algumas vezes, e em uma delas ele me fez cozinhar, inclusive. Cozinhei um monte de coisa, pra no fim ela reclamar que não queria e pedir fast food. Não sei como ele aguenta alguém assim.

Isso coloca minha mente em estado de alerta. Ela realmente gosta do Jin, ou está com ele com alguma outra intenção? Talvez, se aproximar do Ji?
Não deve ser isso, afinal, ela não sabe sobre eu e o Jimin.

Conversamos mais um pouco e o Tae voltou para o quarto, ele precisava jogar umas partidas ranqueadas pra subir no ranking mundial.

Eu e o Ji ficamos na sala até ficar mais perto do horário do jantar. Peguei um caderno e uma caneta e comecei a escrever a letra de uma das músicas, com a ajuda dele.

O Jaechan pediu uma música mais animada.
As primeiras linhas começavam a sair. O Jimin estava sendo essencial, pois estava me ajudando na maioria dos trechos. Geralmente, não tenho dificuldade de compor, mas agora que a música é pra mim, tô bloqueado.

Com "Hate You" eu estava sofrendo por ele, então foi fácil de colocar no papel o que eu estava sentindo.

— Já compus duas músicas do Zen1th (grupo do Jin), e com elas foi tão fácil... não sei porque agora está tão difícil. — Comentei enquanto escrevia, ele parou no mesmo momento e me olhou surpreso.

— O que? Isso... isso é sério?

— Uhum. — Abri o YouTube e mostrei as duas músicas. Ele foi até a descrição do vídeo onde aparece o nome dos compositores, e viu a sigla "JK".

— Eu conheço essas músicas, são perfeitas. Não acredito que você compôs elas... Porque não quis colocar seu nome?

— Não sei... Eles queriam colocar, mas eu não deixei. Não queria nem que colocassem a sigla, mas eles insistiram.

— Não vou permitir que você fique escondendo seus talentos, tá me entendendo?

— Ok, meu loirinho gostoso. Agora vem cá. — Agarrei ele e o joguei no sofá, prendendo suas mãos e ficando por cima dele.

— Te amo. — Ele sussurrou e fez um biquinho, pedindo um beijo, que logo correspondi. Ficamos ali nos beijando por alguns minutos, tentando criar coragem de parar pra trocar de roupa para o jantar.

Nesse momento, seu celular despertou; ele precisava tomar um dos seus remédios.

— Que droga... ficou na minha mochila que deixei em casa.

— Vamos lá, eu te levo.

— Tem certeza, se quiser eu vou e volto rapidinho.

— Absoluta. Vamos na sua casa e depois, já vamos direto para o restaurante. Vou só trocar de roupa.

Fui ao quarto e coloquei uma blusa de frio e um chapéu, mesmo sendo início de fevereiro, o frio insistia em deixar seus rastros aqui em Seoul.

Entramos no carro e dirigi até a casa dele.

[...]

Nós chegamos e eu fiquei esperando dentro do carro. Se fosse no começo, com certeza eu acenderia um cigarro, mas graças à ele, não fumo à um bom tempo.

Escutei a porta da casa abrindo, e olhei achando que era o Jimin... era o Eunwoo e a Hyejin, usando roupas de gala. Como parei o carro um pouco longe da porta principal, e estava com os vidros fechados, eles sequer olharam na minha direção. O Namjoon saiu logo após eles e pegou um carro na garagem, eles entraram e partiram.

— Que alívio... — Falei sozinho enquanto finalmente conseguia respirar. Não dá pra viver nessa apreensão toda, eu preciso falar com o Eunwoo e esclarecer tudo de uma vez por todas.

O Jimin saiu logo depois, correndo na direção do carro.

— Eles te viram? — Ele perguntou assim que entrou.

— Não, nem notaram o carro aqui.

Ele jogou as costas no banco, respirando aliviado.

— Não dá pra gente ficar fugindo assim, Ji, ele sabe que estamos juntos.

— Eu sei... Só não quero pensar nisso agora, por favor. Tô com fome.

Dei risada da resposta dele.

— Vamos. — Liguei o carro e partimos.

O restaurante era perto da corporação onde trabalhamos, e as carnes aqui são as melhores. Eu e o Mingyu adorava fugir do expediente pra comer. Tenho certeza que o Jimin vai gostar.

Após poucos minutos, chegamos. Assim que estacionei, ele tirou o cinto e virou o corpo para mim.

— Ele... hmm, bem, ele sabe que eu sou eu?

Minha mente deu um clarão nesse momento, que me fez ficar em silêncio.

— Tá tudo bem? — Ele perguntou.

— Que merda Ji, eu nunca falei pra ele... ele sabe que é um homem, mas não lembro de ter falado que era você. E em todas as fotos que postei, você sempre esteve escondido. Melhor a gente cancelar. — Coloquei a mão na chave pra ligar o carro de novo, mas ele colocou a mão no meu braço.

— Não! Não vai cancelar, nós vamos.

— Me desculpe, vacilei demais.

Ele colocou a mão na minha nuca, fazendo carinho.

— Para com isso, não tem porque pedir desculpas. A chance dele me conhecer é pouca, vai por mim.

Ele estava de boné, mas, dava pra notar que era ele.

Ele colocou uma máscara e descemos. O Mingyu avisou que já estava chegando, então escolhemos uma mesa e sentamos.

Eu ainda estava me sentindo culpado. Me acostumei tanto com ele que esqueço o quanto ele é conhecido.

O Ji desceu a máscara até o queixo e fez pedido de alguns petiscos. Antes de terminar o pedido, ele chegou bem perto do meu ouvido.

— Posso beber só uma garrafa de soju?

— Não. Você está tomando remédio.

Ele jogou o corpo no banco e cruzou os braços, ignorando totalmente o garçom ali. Olhei pra ele sem jeito e falei.

— Acrescenta mais dois copos de refrigerante, por favor.

Ele anotou e saiu.

O Jimin me olhou emburrado no mesmo momento.

— Idiota!

— É para o seu bem. E se você não vai beber, eu também não vou. E prometo só voltar a beber quando você puder também.

Sua carinha emburrada se desfez, abrindo um sorriso tímido. Como eu queria beijar ele agora mesmo... Mas, com essa quantidade de gente ao redor, não dava pra arriscar nem um aperto de mão.

O garçom trouxe nosso pedido, E poucos minutos depois, o Mingyu e a Aeri chegaram.

Levantei pra cumprimentar e apresentar eles. O Ji ainda estava usando a máscara no queixo, e com o boné. Tentei também não usar o sobrenome, mas, não adiantou.

— Mingyu, Aeri, esse é o Jim...

— Jimin??? Park Jimin??? — A Aeri olhou para ele em estado de choque, o que também deixou o Jimin assustado.

Merda... ela conhece ele.

Assim que ela falou o nome dele, o Mingyu olhou direito para o rosto do Ji, então, ele também o reconheceu.

— Aeri, para de escândalo, vamos sentar. — Ele puxou ela e sentamos.

— Me desculpa, é que eu sou muito sua fã, olha. — Ela tentava falar baixo enquanto mostrava uma tatuagem no braço, com o símbolo do antigo grupo em que ele participou.

Como eu não pensei nessa possibilidade? Ele é muito famoso, eu deveria supor que eles realmente poderiam conhecer ele. E não só conhecem, como ela é fã dele, e viemos aqui justamente pra falar do casamento... é melhor a gente ficar de boca fechada e não tocar nesse assunto.

O garçom voltou e anotou o restante dos pedidos.

— Eu estou sentada na mesma mesa que Park Jimin em pessoa... — Ela falava e dava pulos de felicidade na cadeira. — Eu não tô conseguindo me conter de felicidade, posso te tocar?

— Aeri!!! — O Mingyu chamou a atenção dela, que o ignorou totalmente.

— Tá tudo bem. Quer tirar uma foto? — O Jimin perguntou.

— Como sua voz é linda. Sim!!! Eu quero muito. Eu não acredito que você existe mesmo. — Ela começou a chorar enquanto se levantava. Eu troquei de lugar com ela e tirei a foto deles, e voltei em seguida.

— M-muito obrigada. — Ela agradeceu. — Jk, você não disse que ia nos apresentar seu namorado? Que horas ele vai cheg... — Ela parou de falar quando olhou pra nós dois e finalmente entendeu.

O Mingyu levou a mãos nos olhos com a pergunta dela, porque certamente ele entendeu assim que eles chegaram. Ela continuou em silêncio por longos segundos, até que a voz do Jimin cortou o silêncio.

— Desculpe se isso possa ser uma surpresa ou talvez até uma decepção pra você como fã, mas sim, eu sou o namorado dele. Eu espero profundamente que você não fale isso pra ninguém, pois isso me causaria problemas, e tenho certeza que você não quer me causar problemas sendo minha fã.

A mesa ficou em silêncio.

— Eu prometo que não vou contar isso pra ninguém. — Ela respondeu.

— Muito obrigado. — Ele agradeceu e sorriu.

O garçom chegou com os outros pedidos e colocou na mesa. Começamos a comer e o clima foi ficando mais descontraído. Eles perguntaram algumas coisas sobre a recuperação dele e ficamos conversando.

— Tô esperando você falar o que ficou de contar pra gente. — O Mingyu falou e deu um gole no soju.

E eu tinha pensado justamente sobre não falar isso. Olhei sutilmente para o Jimin, esperando uma aprovação, e ele concordou com a cabeça.

— Bem, nós vamos nos casar, e queremos convidar vocês pra serem nossos padrinhos.

A Aeri surtou de felicidade.

— Sim! Sim, nós aceitamos! Eu não acredito!!! — Sua reação fez todos rirem.

— Que notícia maravilhosa, parabéns pra vocês dois. Será uma honra para nós. — O Mingyu respondeu.

— Obrigado.

Ficamos tirando algumas fotos pra registrar o momento.
A Aeri levantou e foi para o banheiro, então sentei do lado do Mingyu e o Ji tirou uma foto nossa.

— E você, Jk, vai voltar para a corporação?

— Não sei... — Dei um gole no refrigerante. — Não sei se tô disposto à enfrentar tudo aquilo, sabe?

— Eu imaginei, não foram momentos fáceis. Bem, quando quiser voltar, conte comigo.

— Obrigado Mingyu.

— E aquele cara que peguei a ficha, conseguiu achar ele? — O Mingyu perguntou, e o Jimin me olhou no mesmo momento, afinal, ele não sabia disso. Não até agora...

— Ahh, ele? Bem, acabei desistindo... — Respondi sem jeito e o Mingyu percebeu. Por sorte, a Aeri voltou e mudamos de assunto. Ficamos ali comendo e conversando por pouco mais de uma hora.


— Desculpe gente, mas eu e a Aeri precisamos ir pra buscar nossa filha, que ficou na casa da avó. Ela tá enorme Jk, e esperta, você precisa ver ela. Na próxima, vamos combinar um almoço em casa. — O Mingyu falou.

Nos despedimos e eles foram embora, e nós fomos para o carro logo em seguida. Assim que entramos, ele virou para mim e perguntou o que eu já sabia que ele perguntaria.

— Que ficha é essa que ele falou?

— Do Yoo Seung-ho, o desgraçado que você brigou na praia. Pedi a ficha policial dele assim que a briga aconteceu, e descobri que ele tinha problemas na justiça. Denunciei, mas esse desgraçado conseguiu uma foto nossa juntos. Foi ele quem mandou aquela foto para o seu pai.

Ele apoiou no banco e ficou alguns segundos em silêncio.

— O acidente, seu coma, a raiva do seu pai... tudo isso, foi culpa desse desgraçado. E de uma coisa eu tenho certeza, na melhor hora ele vai pagar por tudo isso.

— Esquece disso. Você já se meteu em problemas demais, e agora tem seu disco. Não quero que você faça nada. E se fizer, eu vou brigar com você.

Eu sei que ele quer me proteger, mas é inevitável, vou destruir qualquer pessoa que ousar a se meter com ele.

E na melhor hora, aquele maldito vai pagar pelo o que fez.

— Ok, meu amor. — Respondi.

[...]

Chegamos na casa dos Park. Como os pais dele não estavam, parei em frente a escada da entrada da casa. Olhamos ao redor e não vimos ninguém por perto, então, puxei ele pela cintura e dei um beijo. Fiquei desejando essa boca dele o jantar todo e já estava com saudade desse gosto de morango que ele tem.

Ficamos nos beijando até escutarmos um carro parando logo atrás. Nos afastamos no mesmo momento, mas não dava mais pra fugir. Eram os pais dele chegando.

Os dois entraram na casa e nossos olhares acompanharam eles, mas, duas batidinhas no meu vidro foram suficientes pra assustar nós dois; era o Namjoon, e nem percebemos ele se aproximar.

Abaixei o vidro.

— O Eunwoo quer falar com você, Jk.

O Jimin tomou minha frente, respondendo enfurecido.

— Ele não vai!

— Ji, calma, é melhor eu ir.

Era nítido no seu olhar que ele estava com medo, mas, não podemos mais fugir disso. Primeiro, preciso ter a confiança do Eunwoo, e só depois, falaremos sobre o casamento.

Tiramos as alianças e entramos na casa. Eu tentava disfarçar meu nervosismo a todo custo. Acompanhei o Namjoon e o Jimin veio logo atrás de mim.

— Com licença, Sr. Park. — O Namjoon falou com ele após abrir a porta do escritório, e eu entrei logo em seguida.

— Jimin, minha conversa é primeiro com ele. — O Eunwoo disse assim que viu ele entrando.

Olhei para o Ji, como se eu quisesse dizer que estava tudo bem. Mesmo apreensivo, ele saiu da sala e o Namjoon fechou a porta.

— Sente-se. — Ele apontou para a cadeira em frente a sua mesa. Assim que sentei, ele levantou e foi até um pequeno móvel próximo, onde pegou uma garrafa de uísque e colocou em um copo com gelo, voltando a sentar em seguida.

— Vocês não vão desistir disso, certo?

— Desculpe Sr. Park, mas nada vai me fazer desistir dele.

Ele jogou o corpo para trás, se apoiando no encosto da cadeira. Ele deu um único gole no uísque, foi o suficiente pra beber tudo de uma vez. Era nítido que ele estava se controlando ao máximo.

— Vocês sabem que esse namoro só vai trazer problemas, porque insistem nisso? — Ele me olhou com uma expressão séria, enquanto eu sentia a tensão no ar aumentar a cada palavra dele.

— Porque eu amo seu filho, e sei que ele sente o mesmo por mim. Problemas todos tem, e sei que os que surgirem, nós conseguiremos superar.

— Amor... e você acha que amor basta? Isso envolve muito mais coisas. A carreira dele está em jogo.

— Não basta, mas é essencial. Se fosse um relacionamento com uma mulher, mesmo com um contrato e a carreira dele, eu sei que todos aceitariam melhor, mas, não escolhemos isso.
Da mesma forma que ele nunca se relacionou com um homem, eu também não. Tudo isso é muito novo pra nós dois, mas tivemos coragem de encarar o que estávamos sentindo. Você esteve no hospital assim como eu, você viu com seus próprios olhos o quanto ele é importante pra mim.

Ele me olhava nos olhos enquanto cada palavra saía da minha boca. Assim que terminei, ele permaneceu me olhando, levantou, colocou outro copo de uísque e voltou a sentar.

Ele colocou o copo de forma firme na mesa e ficou girando, ainda olhando para ele.
E eu o olhava apreensivo, aguardando uma resposta, seja qual for.

— Eu não tenho outra escolha, pois sei que se eu proibir, vocês vão continuar agindo pelas minhas costas. Estou disposto a dar uma chance pra esse namoro, mas você precisa aceitar que vai ser do meu jeito, com as minhas regras. Nada de escândalos, nada de exposição em público, ninguém vai saber disso. E se eu souber que isso se espalhou, não hesitarei em intervir. Entendeu?

Ou seja, ele quer que a gente continue vivendo escondido...

A princípio, não me resta outra opção.

— Ok, eu aceito.

— Também nao quero vocês dormindo juntos. Ele aqui e você na sua casa.

Como se isso fosse apagar as inúmeras vezes que já transamos.

— Tudo bem.

— E por último, seu disco será lançado. Não vou impedir.

— Ok. Obrigado por tudo, Sr. Park.

— Agora vá, nossa conversa já terminou. — Ele gesticulou com a mão, me mandando sair.

— Com licença. — Levantei, abri a porta e saí do escritório. O Jimin estava esperando perto da porta, cheguei próximo, mas o Namjoon logo falou.

— Seu pai está te chamando, Jimin.

— Ele deixou a gente namorar, mas eu preciso ir pra não provocar ele, te amo. — Sussurrei baixo, só pra ele ouvir.

— Vai com meu carro, me manda mensagem. — Mesmo na frente do Namjoon, ele passou a mão delicadamente no meu rosto, e então, foi em direção ao escritório, eu saí logo depois.

Entrei no carro e respirei fundo.

Com todas essas regras, se ele souber que estamos noivos, ele vai enlouquecer.
Não podemos contar agora, de jeito algum.

Liguei o carro e fui pra casa. Como não moramos longe, e com um carro desses, consigo chegar em menos de dez minutos.

Estacionei e subi pro apartamento. Como imaginei, o Jin já estava dormindo, e o Tae, ainda fazendo live. O Bam também estava dormindo na sala, mas acordou assim que cheguei.

Brinquei um pouco com ele e fui tomar banho, onde fui pra cama logo em seguida. O Bam veio atrás de mim e ficou deitado junto comigo.

Peguei meu celular, e já tinha uma mensagem do Jimin.

Coloquei meu celular no carregador e fiquei assistindo tv. Acostumei a dormir com a televisão ligada, e até isso é algo que mudou em mim após o Jimin na minha vida.

Peguei o caderno e naturalmente, consegui terminar a música. Deixei o caderno de lado, e então, minha mente começou a pensar no que ele me disse no carro.

Ainda não consigo acreditar que ele tentou tirar a própria vida. Um lado de mim pede pra me afastar dele pra não causar mais problemas, só que o outro lado, implora pra ter ele pelo resto da minha vida.

Eu não quero desistir dele, nunca, mas, acima de tudo, quero que ele seja feliz.

Que merda, minha cabeça fervia em pensamentos.

De forma automática, a imagem do rosto dele me vem à mente, então, é como se as milhares de vozes do meu subconsciente silenciassem imediatamente.

Bastou isso pra me lembrar que eu não posso desistir dele. Com minha mente silenciando aos poucos conforme eu pensava nele, acabei pegando no sono.

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[🪽]

Olá doçura!

Espero muitíssimo que tenha gostado do capítulo, sua presença aqui é muito importante.

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Até o próximo capítulo!

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