26 • um passo de cada vez

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JEON JUNGKOOK

Quatro dias se passaram desde o dia em que o pai dele descobriu sobre nós e surtou, e desde então, só nos falamos por mensagem ou ligação. Nosso plano de nos encontrarmos no dia que ele sairia com a mãe deu errado, afinal, o pai dele também foi junto.

Ele continua rondando o Jimin de todas as formas pra impedir que a gente tenha contato, e infelizmente está funcionando.

Hoje foi mais um dia que tive uma noite de sono péssima, eu não me sentia assim desde aquela vez em que ficamos separados por causa daquela armação. Sei que agora é diferente, mas, ainda tô com medo que a gente se afaste.

Reuni coragem e me levantei da cama. Eu estava faminto, e pelo cheiro, imagino que alguém esteja cozinhando alguma coisa. Saí do quarto e o Jin estava brincando com o Bam na sala, enquanto o Tae estava na cozinha.

— Nossa, sua cara está péssima. — O Jin falou assim que me viu.

— Obrigado pelo apoio, Seokjin...

O Tae apareceu com uma travessa de bulgogi e colocou na mesa.

— Só por causa da sua falta de modos, você vai lavar a louça. — O Tae falou para o Jin.

— Se fudeu. — Sussurrei enquanto dava risada.

Nós nos sentamos em seguida. Mas, assim que começamos a comer, o Bam começou a latir.

— Vá colocar ração pra ele. — Apontei para o Bam enquanto falava com o Jin e mastigava.

— Que? Porque? O cachorro é seu.

— Meu, mas você não desgruda dele, né? Ou acha que eu não vi ontem a noite pela janela você voltando com ele e com uma garota?

Ele engasgou com o bulgogi assim que ouviu.

— Mulheres gostam de caras que tem pets, tá legal?! Não me julgue por ser o último romântico do mundo.

Isso nos tirou uma risada sincera e escandalosa.

— Então vá colocar a comida dele, senhor romântico. É o pagamento por estar usando ele.

— Mas que porra... — Ele reclamou mas se levantou e foi encher o pote de ração, e o Bam foi atrás dele pois sabia que era hora de comer.

— Como estão as coisas? — O Tae perguntou.

— Ontem não deu certo pra gente se ver também, ele colocou dois seguranças pra andar com ele por todo lado...

— Que merda, Jk... É louco pensar que se ele fosse uma pessoa comum, talvez vocês não passariam por isso. A fama realmente tem seu preço.

— Sim... E ele ama o que faz, perder a carreira com certeza não é uma opção.

— Ontem vi o Jimin enquanto eu saía da Town, e ele realmente estava rodeado de seguranças, uns eram enormes, inclusive. — O Jin falou enquanto voltava pra mesa.

— Eu não sei o que fazer pra resolver isso...

— Foge com ele. — O Jin brinca.

— Se eu pudesse, realmente faria isso. — Sim, eu realmente faria.

Enquanto comemos e conversamos, meu celular vibrou no meu bolso.

Levantei e fui para o meu quarto enquanto eles continuavam na mesa conversando e comendo. Fui na varanda do quarto e observei a vista, e por uns segundos, parei pra pensar o quanto ele está se arriscando pra me ver.

— E se eu estiver... atrapalhando a vida dele? — Eu odiava pensar dessa forma, mas ele realmente estava se metendo problemas com a família e com a carreira, por minha culpa. Não era pra ser assim.

— Eu preciso falar com ele pessoalmente.

Voltei pra dentro do quarto e troquei de roupa. Ele me mandou o endereço, então peguei minha moto e saí.

O endereço era no prédio de uma emissora de televisão, a principal da Coréia. Estacionei minha moto um pouco mais longe e desci. Coloquei um boné pra não ficar andando de cara limpa.

Assim que me aproximei da entrada, vi o Namjoon e fui na direção dele.

— Bom dia Jungkook.

— Bom dia, Namjoon...

— Em hipótese alguma o Eunwoo pode saber que tô ajudando vocês, eu estou literalmente quebrando com a confiança de anos que ele tem em mim.

— Ele jamais saberá, te prometo. Obrigado por isso.

— De nada. Vem, vamos entrar. — Entramos na emissora e percorremos alguns corredores extensos, que nos levaram a um auditório cheio de pessoas, tanto no palco quanto na plateia. O apresentador já conduzia o programa com alguns participantes. Sentamos e ficamos assistindo. Após alguns minutos, o Jimin entrou e se juntou aos outros participantes.

— Minha nossa... — Meu pensamento saiu em voz alta sem ao menos eu perceber. Ele é tão lindo e não me canso de me surpreender a cada vez que o vejo.

Ele estava usando uma roupa toda branca, com o cabelo jogado pra frente de forma um pouco ligeira, e sinceramente, ele brilhava feito um anjo. Eu estava sentindo tanta falta dele, isso em poucos dias que não nos vemos.

Seus olhos pequenos e curiosos começaram a olhar na plateia de um lado para o outro, até que ele me viu. Eu estava próximo do palco então foi fácil para ele me achar, mesmo que eu estivesse usando boné.

Ele sorriu assim que me viu, em um sorriso disfarçado enquanto seus olhos pequenos brilhavam feito jóias na minha direção.

Ele tem literalmente o jeito de um anjo, mas é terrível, e eu amo isso. Eu assistia apaixonado por cada coisa que ele fazia, por mais simples que fosse.

— Você mudou ele. — A voz do Namjoon me trouxe de volta do meu transe.

— E isso é algo bom ou ruim?

— Ele era um grande irresponsável. Cresceu tendo tudo que queria, então já viu, né?! Sempre deu muito trabalho para os pais, e isso desde novo, até agora. Ultimamente ele não falta mais à nenhum compromisso ou evento, e não fica chegando bêbado em casa, fora outras coisas que nitidamente mudaram. É uma pena que o Eunwoo não veja dessa forma.

— Imagino como ele era pelo que conheci dele no começo... Você acha que tem alguma chance do pai dele aceitar? Tipo, se ele parar pra pensar nessas coisas.

Ele joga o corpo pra trás na poltrona enquanto respira fundo.

— Eu não sei te dizer, infelizmente. Se o Jimin já tivesse dado algum sinal, talvez o Eunwoo já estivesse preparado, e eu saberia como ele agiria. O namoro de vocês realmente pegou ele de surpresa, ainda mais pelo fato que o Jimin já teve algumas namoradas na adolescência. Então não sei nem te dizer se ele está fazendo isso por preconceito ou só por saber que vocês estavam namorando pelas costas dele.

— Infelizmente eu acho que são as duas opções... Eu espero que algum dia ele entenda, eu não escolhi gostar do Jimin, assim como ele também não escolheu gostar de mim, só aconteceu.

— Vou torcer por isso. Bem, a mãe dele aceita, então já é um ponto positivo pra vocês.

— Isso é um alívio.

Nesse instante, o apresentador chamou o Ji e começou a fazer algumas brincadeiras com ele e os outros participantes, então nossa atenção se voltou para o palco.

[...]

O programa continuou por cerca de uma hora, e durante todo esse tempo, eu observava cada gesto dele. Em várias ocasiões, ele olhava na minha direção, mostrando que tava doido pra sair dali.

Ao fim do programa, ele saiu do palco, e eu fiquei sentado, o acompanhando com o olhar até sair de vista.

— Vamos, vou te levar ao camarim. — Assim que o Namjoon falou, me levantei e o segui. Voltamos por alguns corredores ainda movimentados. Ele abriu a porta de uma sala e fez um gesto com as mãos, me pedindo para entrar, onde ele fechou a porta logo em seguida, nos deixando sozinhos.

A sala estava vazia, apenas o Ji de costas, sentado em frente a um espelho. Ele se virou imediatamente para trás ao ouvir o barulho da porta, e abriu o sorriso mais lindo do universo inteiro.

O camarim inteiro cheirava a morango, e eu estava com tanta saudade desse cheiro...

Ele correu na minha direção e me abraçou, um abraço tão apertado e gostoso que eu ficaria assim por horas. Minha mão se posicionou na sua nuca, fazendo um carinho gentil em seu cabelo enquanto estávamos abraçados.

Ele afastou o rosto, olhou nos meus olhos e, em seguida, sua mão pequena tirou meu boné e apoiou carinhosamente no meu rosto.

— Eu senti tanto a sua falta... — Ele fala e seus olhos brilham mais que antes.

Eu sequer consegui responder, a vontade de sentir seu gosto me consumia enquanto observava seus lábios carnudos. Puxei o rosto dele na minha direção, e nos entregamos a um beijo apaixonado e intenso.

Meu braço envolvia sua cintura, sentindo seu corpo contra o meu, e ele correspondia me trazendo ainda mais para perto de si, enquanto sua mão pequena continuava apoiada no meu pescoço, quase me guiando no beijo.

Após longos minutos sentindo o seu gosto e o toque dos seus lábios, paramos ainda ofegantes, com nossos rostos proximos. Minha mão circulava com carinho pelo seu rosto enquanto eu o admirava.

Mesmo nesse momento bom, eu precisava perguntar o inevitável.

— Ji, você acha que... bem... — Eu não encontrei palavras.

— Pode perguntar.

— Seja sincero comigo. Você acha que eu tô atrapalhando sua vida?

— Do que você tá falando? — Ele espreitou os olhos pra mim enquanto falava.

— Bem, olha quanta coisa você tem passado, por minha culpa...

— Sua culpa? Eu escolhi você, e escolheria mesmo com essa ou qualquer outra dificuldade. Eu sempre estive ciente que não seria fácil, não sou criança.

— Mas, isso não é justo com você. Eu não quero te perder, mas, também não quero te fazer mal.

— Eu não me importo. — Aqui a expressão dele mudou.

— Ji, mas...

— Cala a boca! — Ele aumentou a voz comigo em uma explosão, e em seguida, começou a chorar.
— Você me prometeu nunca me deixar e agora está cogitando isso! Eu sabia que você não ia querer passar por isso, ninguém suportaria namorar alguém que o pai...

Antes dele terminar de falar, peguei seu braço e o puxei de volta em outro abraço.

— Eu não tô cogitando, e nem consigo mais viver sem você. — Coloquei minhas duas mãos no rosto dele, apertando suas bochechas e virando pra mim. — Me perdoa, tá bem? Eu jamais desistiria de você, garoto.

Ele chorou mais ainda enquanto voltou a me abraçar, mergulhando seu rosto no meu pescoço.

— Eu vou dar um jeito nisso. — Ele puxa o choro pra dentro novamente. — Já tô me organizando pra morar sozinho.

— O que? Mas assim seu pai vai ficar mais bravo ainda.

— Eu realmente não ligo. Quero ser feliz com as minhas escolhas.

Ele é uma caixinha de surpresas, e nem adianta eu tentar discutir com ele. No fim, ele sempre vence.

Nesse momento, alguém bateu na porta, em uma batida padronizada que soava quase como um código.

— É o Nam. — Ele falou enquanto secava as lágrimas dos olhos com a manga da blusa. — Já vou. — Ele respondeu um pouco mais alto, mas ainda com voz de choro.

Ele abriu a porta e o Namjoon olhou seu rosto, e em seguida, olhou pra mim.

— Desculpe Jimin, mas precisamos ir.

— Nam, por favor, diz pro meu pai que fomos comer alguma coisa, ou qualquer outra mentira, eu te imploro. — O choro que ele tava tentando segurar, voltou a cair enquanto falava.

— Você me coloca em cada uma, Jimin... — Ele respira fundo. — Não dá pra vocês ficarem aqui. Vão pra algum lugar e depois me encontrem aqui, vocês tem uma hora, é o tempo que consigo mentir para o seu pai sem ele desconfiar.

Ele voltou a me olhar e me entregou a chave de um carro.

— Valeu, Nam! — O Ji agradeceu e as lágrimas pararam na hora. Ele puxou meu braço e saímos da sala, deixando o Namjoon pra trás. Nos corredores, coloquei o boné de volta e nos afastamos pra evitar suspeitas de pessoas que estavam pela emissora.

Chegamos ao estacionamento da emissora e fomos na direção de uma BMW. Pela cor e modelo do carro, acredito que seja um dos carros do pai dele.

— Quer dirigir?

— Não. — Ele respondeu e correu pra entrar no banco do passageiro. Eu entrei logo em seguida.

O carro era enorme, com todos os vidros blindados e escuros.

— Onde você quer ir? Nosso tempo está passando, tem que ser algum lugar perto. — Perguntei.

— Na sua casa. Eu quero ficar à vontade com você, e na rua não vamos conseguir.

— Vamos. — Liguei o carro e partimos. Dirigi o mais rápido que pude, mas por sorte, não estávamos tão distantes. Guardei o carro na garagem e subimos rapidamente. No apê, estava tudo silêncio. Pela voz do Tae ecoando de dentro do quarto, já sabia que ele estava fazendo live, e tenho certeza que o Bam está junto.

O Ji pegou minha mão e me puxou para o meu quarto, trancando a porta assim que entramos.

— Espera aí, nós não temos temp... — Antes que eu terminasse de falar, ele me empurrou na cama, e eu caí sentado na beirada. Ele se sentou em cima de mim, voltando a me beijar em seguida.

Apenas esse gesto foi o suficiente para colocar meu corpo em conflito. Seu calor envolvendo o meu tornava tudo ainda mais intenso. Sua mão pequena, inicialmente no meu pescoço, desceu pelo meu tórax em direção à minha barriga. Chegando próximo ao meu quadril, ele agarrou minha camisa e a puxou para cima, claramente me pedindo pra tirar.

Nós não bebemos uma única gota de álcool, e ele estava tão cheio de atitude que eu estava desacreditado, apenas obedecendo.
Com a intensidade dos beijos aumentando, eu me sentia cada vez mais excitado, e era óbvio que ele também estava, e era perceptível mesmo através das nossas roupas.

Ele levantou e em seguida se ajoelhou no chão, onde suas mãos se apoiaram na minha calça, abrindo meu botão e zíper.

Isso não é possível...

— Ji, esper...

Eu mal terminei de falar e ele segurou firme no meu pênis, onde ele passou a língua por todo o comprimento enquanto me olhava. Isso foi o suficiente pra me desmontar inteiro, e assim que ele percebeu, colocou na boca e começou a me chupar.

Ok, isso realmente me surpreendeu, e que surpresa gostosa.

A boca dele era quente, e eu podia sentir sua língua passando por cada ponto, e por várias vezes ele me olhava enquanto chupava, o que me deixava mais louco ainda.

Ele parou com a boca no início e chupou forte, enquanto sua mão continuava subindo e descendo no restante do comprimento. Minha mão se guiou automaticamente na sua cabeça, onde entrelacei meus dedos em cada fio do cabelo dourado dele, sentindo cada movimento.

Estava tão gostoso que eu já estava louco pra gozar.

Em um momento, ele parou de chupar, mas continuou com o rosto próximo, enquanto me estimulava e me olhava.

Meu sorriso mais cafajeste se abriu pra ele enquanto olhava nos seus olhos.

— Eu quero te chupar também... — Falei enquanto quase implorava pra ele.

— Agora é só minha vez, na próxima eu deixo você. — Ele morde os lábios enquanto responde com aquele olhar safado que me deixa maluco.

Assim que ele voltou a colocar a boca, já não conseguia segurar mais. Coloquei a mão e peguei, onde escorreu pra minha barriga.

— De novo voc...

— Shhh, você já sabe que não vou fazer isso no seu rosto, muito menos na sua boca. — Minha mão acaricia seu queixo enquanto levanta ele um pouco na minha direção. — Olha pra esse rosto, eu nunca faria isso com essa preciosidade.

Ajudei ele a levantar e joguei meu corpo na cama, ele deitou do meu lado logo em seguida, com o corpo de lado, na minha direção.

— Eu tô sem palavras. — Falei enquanto ainda respirava alto.

Ele sorri envergonhado pra mim e me abraça, escondendo o rosto. Em seguida, dei um beijo demorado na sua cabeça, enquanto meu rosto se perde entre seus fios de cabelo, fascinado pelo cheiro que emana deles.

Ele afasta seu rosto que estava escondido e me olha nos olhos, e assim como sempre acontece, ficamos trocando olhares enquanto nossas mãos brincam e se acariciam.

— Eu te amo tanto... — Falei enquanto olhava apaixonado para esses olhos que conseguiam me deixar mais apaixonado ainda. Sou capaz de enfrentar o mundo pra ter ele, e não vou desistir disso.

Ele sorri e seus olhos se fecham assim que seu sorriso se abre. Nossa.

— Você é meu pra sempre. — Sua voz sai baixa e calma enquanto vejo seus olhos intercalar entre meus olhos e minha boca.

—  Sempre.

Ficamos ali deitados enquanto beijamos e trocamos carinhos pelo restante do tempo que nos restava.

O celular do Ji tocou uma notificação de mensagem, ele levantou rápido e pegou para ver.

— É o Namjoon, eu preciso ir... — E a pior hora chegou.

Eu levantei em seguida e abracei ele.

— Me promete que vou te ver logo?

— Prometo. — Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um selinho, abrindo um sorriso logo em seguida.

— Vou te esperar.

Saímos do apartamento e pegamos o carro. Fui dirigindo até chegar na emissora, e lá, o Namjoon já nos esperava no estacionamento. Dei um último selinho nele e desci do carro.

— Obrigado Namjoon, nem sei como te agradecer.

— Só não deixem que saibam, esse já é o agradecimento. — Nos despedimos e eles saíram. Fui na direção da minha moto que tinha ficado lá, montei nela mas por uns segundos, não saí, fiquei parado com o pensamento distante.

Bastou ele ir embora pra essa sensação de vazio voltar. Como pode eu gostar tanto de alguém ao ponto de me sentir assim?

Liguei a moto e fui para casa, mas antes de chegar, senti meu celular tocar e parei no caminho para ver, imaginando ser o Jimin. Olhei a tela e pra minha mais absoluta surpresa, era a mãe do Ji.

— Alô?

— Jungkook? Boa tarde. Você tem tempo pra tomar um café?

Pronto, ela vai acabar comigo.

— Oi Sra. Park, boa tarde. Agora?

— Isso, só um momento. — Ela começou a falar com alguém próximo à ela, e voltou para a linha. — Vou te mandar o endereço, te espero lá.

Ela desligou, e eu sequer respondi...

No mesmo momento ela enviou o endereço, era um Starbucks que tinha próximo da gravadora. Bem, não me sobrou outra opção, liguei a moto e fui direto até lá.

[...]

Cheguei e me sentei em uma mesa, e poucos minutos depois, ela também chegou.

Não sei se eu deveria ter trocado de roupa, mas eu estava usando roupas casuais, já ela, estava completamente elegante.

Assim que ela se aproximou da mesa, me levantei e ela sentou, e sentei em seguida.

— Obrigada por vir, mesmo que eu tenha te chamado em cima da hora. — Ela fala enquanto se acomoda, e agora que estamos próximo pude notar o quanto eles são parecidos fisicamente.

— Imagina, eu estava próximo.

Uma atendente veio e anotou nossos pedidos; Dois expressos americanos.

— Bem, te chamei porque gostaria de alinhar sobre o lançamento do seu MV.

Olhei pra ela um pouco surpreso, pois imaginei que ela falaria sobre o Ji.

— Desculpe, Sra. Park, mas devido a tudo o que aconteceu, achei que seria cancelado...

— O que? Jamais. Sou tão dona da Town quanto o Eunwoo, e ele não vai me impedir de lançar. Você tem talento e quero você conosco, não com outra empresa. Ele nem é louco de tentar mexer nos contratos que eu faço.

A essa altura, não acho mais que seja uma boa ideia...

A atendente trouxe nossos cafés, e saiu logo em seguida.

— Te agradeço muito, mas estive pensando, não é melhor a gente realmente cancelar tudo isso?

Ela me olhou surpresa assim que ouviu.

— E porque você desistiria?

Respirei fundo buscando coragem do além pra falar.

— Sra. Park, eu não sei o que posso fazer pra resolver tudo isso, mas eu amo seu filho. Tenho receio do Sr. Park achar que usei o Jimin pra me aproximar da Town e conseguir debutar. Se existir pelo menos 1% de chance dele pensar assim, eu prefiro cancelar tudo. Eu escolheria ele mil vezes.

Eu nem sei se fiz mal em falar tudo isso, mas agora já é tarde pra arrependimentos.

Ela me olha nos olhos e é nítido que sua cabeça está fervendo em pensamentos. Espero profundamente que não seja planejando formas de me matar por me meter com o único filho dela.

— Vou te perguntar a mesma coisa que perguntei para o Jimin; Você sabe que não será fácil, e não é só com Eunwoo que vocês precisam lidar. Você está disposto a isso?

— Estou. Por ele, estou.

Ela dá um gole no café enquanto me observa.

— Você tem a minha permissão pra namorar ele, mas com a condição de lançarmos seu MV.

Eu não soube o que responder. Ela aceitar é só cinquenta porcento do problema resolvido, ainda tem o pai dele.

— Não se preocupe com o Eunwoo, eu cuido dele. Até ele aceitar, é melhor vocês continuarem agindo da forma que ele quer, até ele se acostumar com a ideia. Vou ajudar vocês.

Eu realmente não sabia como resolver tudo isso, mas agora, ela trouxe essa luz, a ponta de esperança e chance que eu precisava.

— Eu aceito. Obrigado Sra. Park.

— Fico feliz em ouvir isso, você fez a escolha certa. No seu contrato terá informações sobre a divisão dos lucros entre você e a Town, assim como outras informações importantes do lançamento. Peço que você leia com atenção cada ponto citado lá.

— Ok, farei isso.

Ela deu o último gole no café antes de continuar.

— E por último, não seja louco de machucar o Jimin. Vou confiar que é verdadeira cada palavra que você disse aqui sobre ele.

— Pode confiar, eu jamais faria qualquer coisa contra ele.

Ela dá um sorriso sútil e se levanta.

— Foi um prazer conversar com você melhor, mas preciso ir. — Ela estende uma das mãos e eu me levanto pra apertar.

— Obrigado por tudo, Sra. Park.

— Pode me chamar de Hyejin, você é meu genro.

Senti um frio na barriga assim que ouvi isso. Eu me sentia feliz e finalmente tenho a certeza de que tudo vai dar certo.

Ela se despediu e saiu. Eu dei o último gole no meu café e saí logo depois.

[...]

Cheguei em casa e o Bam estava correndo pelo apartamento, enquanto o Tae estava sentado na sala jogando videogame.

— Vem cá. — Peguei o Bam no colo e enchi ele de beijos.

— Pela sua mudança de humor, você tem alguma boa notícia, acertei? — O Tae falou.

— Sim. Acabei de tomar café com a mãe dele, e ela não só nos aceitou, como também disse que vai nos ajudar com o pai dele.

Ele dá um sorriso como se parecesse pensar em algo.

— O que foi essa cara aí? — Perguntei.

— Meses atrás eu jamais imaginaria que você estivesse tão afim assim de alguém, ainda mais conhecendo o Jungkook de antes.

— Afim é pouco, eu quero casar com ele.

— Tô orgulhoso. Se isso acontecer, eu juro que eu saio de casa pra poder ir no casamento.

— Promessa é dívida, Taehyung, e eu vou cobrar isso.

Fui na cozinha e peguei duas garrafas de soju pra comemorar. Me sentei junto pra jogar com ele enquanto conversamos. Essas duas garrafas viraram quatro, oito...

Depois de algumas partidas e algumas boas rodadas de soju, o Tae capotou no sofá, enquanto eu continuei jogando, com o Bam deitado no meu colo.

Meu celular vibrou, era o Ji. Larguei o controle imediatamente, mesmo que o jogo seja online.

Pode parecer exagero da minha parte, mas eu realmente estava com saudades dele, mesmo que tenhamos nos visto hoje.

E essa foto, nossa, vou revelar e colocar num quadro. Não só isso, quero tirar outras mil fotos com ele, pra guardar pra sempre todos os nossos momentos.

Ainda nessa vibe do namorado bobo e apaixonado, abri o YouTube e fui ver nosso vídeo que gravei no Japão. Admirei cada momento dessa viagem que foi incrível, e não só essa, todas as outras que fizemos.

Isso me fez lembrar que até agora não mostrei o vídeo pra ele, e isso não é justo, afinal ele é o personagem principal da gravação.

— Amanhã eu vou ganhar coragem e envio para ele.

Continuei assistindo em replay enquanto admirava cada parte que eu não tinha reparado das outras vezes. Ele estava tão radiante, nós dois estávamos, na verdade. Ainda não tínhamos a preocupação dos pais dele saberem sobre nós.

Joguei o corpo pra trás no sofá e fiquei olhando para cima, com meus pensamentos longe, enquanto o Bam pulava em cima do Tae.

Escutei o barulho da porta abrindo, era o Jin. Mas, pra minha surpresa, ele estava acompanhado.

Era a Nayeon...

— Oi, boa tarde. — Ela fez um gesto de olá com a mão enquanto segurava no braço do Jin.

Isso é muita informação pra minha cabeça. Eu sequer consegui disfarçar ou cumprimentar direito.
Agora tá tudo explicado, como eu não percebi? A menina que eu vi ele chegando ontem, era ela.

Ele realmente falou que tentaria se aproximar dela, mas não me avisou que realmente estava fazendo isso, e que estava conseguindo.

— Vocês estão juntos? — Perguntei na lata, sem ao menos filtrar.

— Você já está querendo saber demais. Vem. — Ele segurou a mão dela e a levou para o quarto dele. Eu nem conseguia expressar qualquer reação.

Me sinto aliviado pois agora é uma pessoa a menos pra se meter com o Ji, mas, e se ela está fazendo isso pra se aproximar?

Não, isso não é possível, ela nem sabe sobre mim e o Jimin.

Eu tô ficando louco e paranóico.

Fiquei bebendo mais um pouco enquanto tentava ignorar os dois juntos. O Tae acordou e foi direto para o quarto dele continuar dormindo

Eu não devia me meter, mas eu estava louco de curiosidade.

E se ele estiver certo? E se ela está aprontando alguma coisa?

Sinto meu corpo todo gelar de raiva, só de imaginar que pode ser isso.

— Eu preciso desligar minha cabeça, hoje aconteceu muita coisa...

Fui na direção do meu quarto e o Bam me acompanhou. O quarto do Jin é ao lado do meu, mesmo assim, não dava pra ouvir nada, estava um completo silêncio lá dentro.

Mesmo que ainda seja cedo, o sono me dominava cada vez mais, deitei e mexi um pouco no celular, mas isso só me deixou com mais sono.

E depois desse dia repleto de coisas, consegui pegar no sono.

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Helloooo!

Estou feliz de ver você por aqui, espero que tenha gostado do capítulo.

Podem aguardar grandes surpresas no próximo.

Não esqueçam de votar e comentar, pra eu saber que estão gostando da história 🫂

E até o próximo capítulo!

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