25 • a dor de um segredo

[🎙️]

PARK JIMIN

Acordei ainda sonolento e me virei lentamente na cama para abraçar o Jk, mas minha mão encontrou apenas o vazio, o que me despertou imediatamente.

— Onde ele está?

Me sentei na cama, peguei o celular e vi que ainda era cedo. Ao lado, a cama do Bam também estava vazia.

Me levantei e abri a porta com cautela, receoso de encontrar um dos meninos no corredor, mas não havia ninguém. Vestindo apenas cueca e uma blusa, fui em direção à cozinha, onde ouvi barulhos. Assim que passei pela sala, me deparei com a mesa já arrumada para o café da manhã.

— Bom dia, meu amor. — O Jk surgiu da cozinha e veio na minha direção, me abraçando em seguida, junto de um beijo no pescoço e uma apertada gostosa na bunda.

— Bom di... hmmm, sua boca tá com gosto de chocolate. — Dei outro beijo nele.

— Fiz chocolate quente, vem, vamos comer... Ahh, dá bom dia para ele também. — Ele apontou para o sofá, onde Bam estava sentado usando uma roupinha de frio. Isso arrancou uma risada sincera enquanto eu me derretia de amores.

— Bom dia, Bam. — Me abaixei e fiz carinho nele. — Onde você comprou essa roupa? Ficou um amor nele.

— Passei no pet shop mais cedo. Inclusive, vamos passar para deixar ele lá antes de ir para a Town. Não sei que horas os meninos voltam, e não dá para deixar ele sozinho.

Olhei para ele todo orgulhoso, e em seguida, para o Bam.

— Seu pai está se saindo muito bem, Bam.

Ele sorri, mais orgulhoso ainda do que eu falei.

— Obrigado, meu loirinho.

Levantei e olhei para o meu corpo.

— Melhor eu colocar uma roupa, né?

— Por mim, você pode e deve ficar assim; eles não vão chegar agora. — Ele me abraça e começa a passar a mão pelo meu corpo.

— Ei, temos crianças no ambiente. — Brinquei, olhando para o Bam, que estava todo bonzinho sentado nos observando.

— Bam, vá para o quarto agora, tenho algo para resolver aqui com seu segundo pai. — Ele ri, brincando e apertando minha bunda.

— Não expulsa ele, tadinho. — Dei uma batidinha no braço dele. — Já volto.

Fui rapidamente para o quarto, coloquei minha roupa e voltei para a mesa. Meus olhos estavam perdidos em todas as opções de coisas pra comer. Ele sempre acerta em tudo e compra as coisas que eu mais gosto.

— Quanta coisa, não era pra você comprar tudo isso.

— Aprendi com você. — Ele ri. — E outra, gastamos muita energia ontem, o café tem que ser caprichado hoje. — Ele espreita os olhos com aquela feição safada que sempre faz... ele sabe que me deixa todo sem jeito.

Mesmo que eu estivesse um pouco bêbado ontem, me lembro de tudo, principalmente de como eu estava excitado e as coisas que fiz. Isso me deixa mais envergonhado ainda.

Ele esticou seu braço e pegou na minha mão que estava apoiada na mesa.

— Você fica lindo com essas bochechas vermelhas. — Ele sorri enquanto me olha, e isso já me deixa todo bobo por ele.

Meu celular vibrou na mesa e cortou nosso momento. Peguei o aparelho e olhei, era uma notificação de mensagem da minha mãe. A essa hora, no primeiro dia do ano, coisa boa não deve ser.




Ela só enviou uma única mensagem, e não me respondeu depois disso. Fiquei intrigado olhando para o celular enquanto colocava de volta na mesa.

— Tá tudo bem? — O Jk perguntou.

— Parece que minha mãe quer conversar comigo...

Ele me olhou preocupado enquanto permaneceu em silêncio.

— Tenho certeza que não deve ser nada demais, talvez algo sobre o meu disco. Vamos comer primeiro, eu tô faminto.

Meu olhar volta à mesa, entre a variedade de opções, tentando decidir o que vou comer primeiro. Peguei a xícara de chocolate quente e dei um gole generoso.

— Hmmmm...

— Gostou?

— Muito! — Estava cremoso e na temperatura ideal. Ele consegue ser incrível até com um café da manhã.

— Imaginei que iria gostar. — Ele sorri.

Tudo estava maravilhoso, e sinto que nosso dia será mais incrível ainda.

— Ahh, eu já estava me esquecendo, hoje à noite temos uma premiação para ir. Desculpe não te avisar antes, se você tiver outro compromisso, tá tudo certo. — Falei.

— Já te disse que meu compromisso é você. Me avise quando estiver pronto que eu te busco.

— Obrigado, meu amorzinho.

Cortei uma fatia de uma torta de morango que havia ali, e enquanto levava um pedaço à boca, olhei para ele, que estava com os olhos fixados em mim.

— O que foi? — Falei com a boca cheia.

— Tô te admirando... — Ele sorri enquanto seus olhos grandes brilhavam, e os meus retribuíam logo em seguida.

Nossa troca de olhares foi interrompida pelo Bam, que começou a chorar. O Jk levantou, pegou ele no colo e voltou a sentar na mesa. Isso foi o suficiente para o choro passar.

— Você leva jeito pra ser pai. — Brinquei. — Quando a gente casar, quero um filho seu. — Falei espontaneamente enquanto continuava comendo.

Ele levantou a cabeça no mesmo momento, surpreso.

— O que você disse?

Olhei de um lado para o outro.

— Eu? — Realmente saiu de forma tão natural que nem eu percebi.

Ele puxou sua cadeira e parou do meu lado.

— Não me ilude, loirinho. — Ele beijou meu pescoço e ficou com a cabeça apoiada no meu ombro, com o Bam ainda no colo.

— Eu tô falando sério.

Ele voltou a me olhar enquanto pegou uma das minhas mãos.

— Eu seria o cara mais feliz do mundo.

Isso é tão louco... Estamos em um estágio que, mesmo que involuntariamente, já me imagino até idoso, casado com ele enquanto moramos na beira da praia. Com filhos, netos...

Um estágio que já não sei imaginar minha vida sem ele.

Terminamos de tomar café, e ele foi se arrumar; precisamos ir logo para a Town ver o que minha mãe quer. No caminho, passamos no pet shop e deixamos o Bam, então fomos para a gravadora.

[...]

Assim que chegamos, pegamos o elevador e subimos para o último andar. Ele ficou me esperando no jardim da varanda, e eu fui para a sala dela.

— Com licença, mãe. — Bati na porta e entrei devagar.

— Entre e tranque a porta. — Ela responde sem me olhar, enquanto digitava no computador. As luzes da sala estavam fracas, apenas com alguns abajures ligados e as persianas fechadas.

Me aproximei e sentei na cadeira em frente à sua mesa. Ela digitou por mais alguns minutos, e então, tirou os óculos e virou para mim, apoiando os braços na mesa.

— Você tem algo pra me falar?

Ok, isso me assustou, mesmo que ela não parecesse brava.

— Eu? C-como assim?

Ela levanta, começa a andar na minha direção e encosta na sua mesa, próxima à mim.

— Se tem uma coisa que você sempre foi péssimo, é esconder as coisas de mim, e você sabe disso, Jimin. Já tem um tempo que noto você olhando diferente para alguém, e como você mesmo disse que estava gostando de uma PESSOA, eu meio que juntei as peças.

Merda, fudeu!

— Mãe, i-isso é só impressão sua, você não conhece ele.

— Ele? - Ela espreita os olhos pra mim enquanto dá o sorriso mais intimidador que já vi.

— Ahhh — Dei uma risada sem graça. — Eu disse errado, era pra dizer ela...

Eu estava nervoso e me entregando sozinho. Eu realmente nunca fui bom em mentiras com ela.

— Olha pra mim, Jimin.

O tempo todo eu estava desviando o olhar dela, e isso estava nítido. Eu olhei e continuei em silêncio.

— Você está namorando com o Jungkook?

Direta e reta, como sempre.

— N-não, da onde v-você tirou isso? — Eu não conseguia nem falar.

O que eu mais temia, aconteceu...
Eu não sabia o que responder ou como reagir, eu só queria sair correndo.

Ela desencostou da mesa e começou a andar pela sala, olhando alguns porta-retratos da nossa família que haviam atrás da mesa dela, era minha oportunidade de fugir. O Jimin de 15 anos certamente faria isso, mas o de 20 perdeu essa coragem.

Ela respira fundo enquanto volta a virar na minha direção.

— Por um tempo eu achei que era imaginação ou até uma loucura da minha cabeça, mas seus sinais não negam, não só os seus como os dele. E eu não sou burra.

Já não adianta mais eu ficar tentando inventar desculpas. Entrelacei minhas mãos em cima do meu colo enquanto tentava criar coragem pra falar o inevitável.

— Sim...

— Sim o que? — Ela anda e se aproxima um pouco mais e volta a encostar na mesa com os braços cruzados.

— Eu estou com ele. — Minha voz sai em um tom quase imperceptível.

Nós dois ficamos em um silêncio ensurdecedor por longos minutos, e nem consigo imaginar o que tá se passando na cabeça dela nesse momento.

— E vocês pretendiam manter isso escondido por quanto tempo? — Sua voz calma quebra o silêncio.

— Não sei...

— Você sabe que isso é um problema, e não é só UM problema, são vários. Imagina só como o Eunwoo vai agir quando souber disso?

Eu realmente não tenho idade pra esperar aprovação deles sobre ter ou não um relacionamento, mas o fato de eu ser uma pessoa pública em um país como a Coreia, muda tudo. E o pior, tô amarrado a um contrato cheio de regras.

— Por favor, não fala pra ele.

— E vocês dois pretendem continuar? Jimin, sua carreira está em jogo.

— Eu não ligo...

Ela me olha surpresa com a minha resposta. Em seguida, olha pra baixo e dá um sorriso sutil, como se pensasse em algo.

— Você gosta mesmo dele? — Ela volta a me olhar.

— Sim, muito. — Minha resposta saiu rápida. Respirei fundo e continuei. — Eu não me importo se ele é homem. Sei que ainda sou novo e você provavelmente vai falar isso, mas eu tenho certeza absoluta que, o que eu sinto por ele, nunca mais vou sentir por qualquer outra pessoa.

Ela olha para cima enquanto respira fundo, e então, volta a olhar nos meus olhos.

— Você sabe que não dá pra esconder esse namoro pra sempre, eu sou a prova disso. Espero que você esteja preparado para o que possa vir.

— Eu estou pronto. — Tentei ser firme na minha resposta, mas tenho certeza que minha feição estava péssima. Eu estava sentindo um misto de sentimentos, desde medo, angústia, até um certo alívio, por pelo menos, ela saber.

— Se depender de mim, eu estou bem com isso. Não vou mentir, me surpreendeu, mas, é nítido que você está feliz. E se você está, eu também estou.

— Obrigado por entender, mãe. — Que alívio!

Ela passa a mão no meu cabelo e me olha por alguns segundos.

Meus batimentos estavam pesados e rápidos, começam a ficar mais lentos e calmos. Eu mal podia acreditar que ouvi isso dela, e que ela me aceita, independente da minha escolha. Com meu pai infelizmente não vai funcionar assim, mas tenho que estar preparado.

— Seu pai me falou sobre a briga que vocês tiveram com o Taemin... Não sei por qual motivo isso aconteceu, afinal vocês sempre foram amigos, mas imagino que isso tenha a ver. Não quero que se repita nunca mais. Ele também vai na premiação e vai sentar próximo, então hajam normalmente lá.

— Tudo bem. — Já consigo imaginar a reação do Jk quando souber...

— Agora vá e saia logo antes que o Eunwoo venha aqui na sala e te veja.

Eu realmente não estou afim de encontrar com o meu pai. Levantei e fui em direção a porta, mas virei para ela de novo.

— Mãe, sobre o MV do Jungkook...

— Nada mudou, o contrato continua normalmente. Já veiculamos a notícia de um novo debut, então hoje quero que ele vá na premiação como idol, não como seu guarda-costas. E já sabe, certo? Se comportem vocês dois. Os paparazzis ficarão em cima dele curiosos, pois não divulgamos quem era, justamente para alavancar as notícias.

— Ok, muito obrigado. — Um peso enorme saiu das minhas costas nesse momento.

Saí da sala dela e fui em direção a varanda de descanso, onde o Jk estava me esperando sentado em um dos bancos abaixo da sombra. Sentei do lado dele e respirei fundo, ainda em silêncio.

— Ji, tá tudo bem? — Ele me olha curioso.

— Minha mãe... ela descobriu sobre nós.

Ele saltou o corpo, virando para o lado assim que ouviu.

— O que? Como assim? —Ele ficou pálido em questão de segundos.

— Bem, ela disse que descobriu sozinha, que eu estava "dando sinais"... Nós dois na verdade.

— Você acha que foi o Taemin?

— Tenho certeza que não, ela me falaria se fosse ele.

Ele apoia os braços na perna e cobre o rosto com as mãos.

— Merda... Ela ficou muito brava? Se for preciso eu desistir desse contrato, eu desisto sem nem pensar duas vezes, não quero ficar sem você.

— Você não vai desistir de nada, eu não permitiria isso. Ela está bem, disse que está feliz por me ver feliz, mas, meu pai não vai agir assim. Ela não vai contar pra ele, mas, eu sei que uma hora ou outra ele vai acabar sabendo.

Ele não responde, mas posso sentir o quanto ele estava apreensivo só pelo seu olhar.

— Vai ficar tudo bem, eu prometo. — Passei rapidamente a mão nas suas costas. — Ahh, ela também disse que você vai na premiação, já como idol.

— Você tá falando sério?

— Uhum. Divulgaram algumas notícias sobre um debut, então vai ter bastante mídia em cima de você, isso vai ajudar no lançamento do MV. Com um rosto lindo assim, impossível não ficarem curiosos com você.

— Hoje você tá inspirado nas más notícias, ein?! — Ele ri tentando disfarçar a preocupação. — Nós vamos juntos?

— Não, outro motorista da Town vai te buscar, mas eu vou te esperar logo após a entrada. Nós vamos ficar juntos lá.

Ele joga o corpo pra trás, deixando os braços soltos no banco enquanto respira alto.

— Puta merda... eu preciso ir mesmo?

— Uhum. Eu confio em você, vai ficar tudo bem. E outra, você não vai precisar se apresentar, eu vou, então você fica me assistindo, tá bom assim?

Ele concorda com a cabeça.

— Agora vem, você vai ensaiar com um professor de canto. Assim que ele finalizar, me envie uma mensagem avisando que encontro você. Mas, se precisar, estarei na sala 3 do 6° andar.

— Tô te falando, hoje você tá tirando minha sanidade, garoto. — Ele ri quase como um pedido de socorro, e eu dou risada da reação dele.

— Vamos. — Levantei e ele levantou em seguida.

Deixei ele na sala de canto e fui ensaiar para a apresentação de hoje.

Mesmo que eu tenha tentado passar confiança para o Jk, eu estava preocupado, e isso não me deixava ensaiar direito. Meu disco lança daqui dois dias, e o MV dele logo em seguida, se essa notícia se espalhar, vai atrapalhar tudo.

E outra, não sei como o Taemin vai reagir quando nos ver juntos hoje, mas espero que isso não seja o gatilho que ele precisa pra abrir a boca dele. Se isso acontecer, eu não sei o que fazer.

Não imaginei que seria tão difícil gostar de alguém.

[...]

Insisti e fiquei ensaiando por algumas horas, tanto sozinho quanto com os dançarinos. Escutei o som de uma notificação no meu celular e corri pra ver, era uma mensagem do Jk avisando que tinha terminado.

— Gente, preciso ir. — Me despedi de todos que estavam ali e saí.

O Jk estava me esperando em um dos corredores próximo a sala de canto. Assim que me aproximei dele, vi sua expressão de cansado.

— Ei, tá tudo certo?

— Já tô quase sem voz. — Sua voz saiu toda falhada, o que me fez cair na risada.

— Deixa eu adivinhar: Ensaiou notas agudas?

Ele concorda com a cabeça.

— Com o tempo você acostuma, prometo.

— Não sei não, viu... Ainda dá tempo de desistir? — Ele dá um sorriso tão lindo que me deixa com uma vontade absurda de beijar ele.

Descemos para a garagem e saímos com o carro. No caminho ele parou em uma rua quase deserta e me puxou pra um beijo.

— Eu já estava com saudade dessa boca. — Ele passa o polegar nos meus lábios enquanto me olha.

— Eu já estou com saudade de mais coisas também...

Assim que falei, ele abriu um sorriso canalha pra mim.

— Se quiser, podemos voltar para o apartamento e resolver isso. — Ele morde os lábios.

Dei outro beijo gostoso nele, e em seguida respondi.

— Eu queria tanto, mas não posso, eu preciso ir pra casa. Ultimamente nem fico lá direito e meu pai pode começar a reparar isso, ainda mais hoje que ele está lá.

— Tá, né?! Não tenho outra escolha. — Ele fecha a cara.

— Te amo, meu manhoso. — Brinquei.

Ele ligou o carro e dirigiu até minha casa. Assim que chegamos, eu desci do carro e o Jk guardou na garagem. Ele saiu com a moto dele e parou próximo pra colocar o capacete. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, seu olhar mudou olhando para trás de mim.

— Boa tarde. — Olhei pra trás e vi que era meu pai, acompanhado do Namjoon.

— Boa tarde, Sr. Park. — O Jungkook respondeu e cumprimentou o Nam em seguida.

Ele e o Namjoon entraram no carro dele que já estava parado ali próximo a escada.

— Tchau Ji, até depois. — Ele sussurra, coloca o capacete e sai.

Entrei em casa e fui direto pra cozinha, eu precisava comer algo. Não tinha ninguém em casa, então tinha que me virar. Conferi a geladeira e achei as guiozas de carne de porco que minha avó mandou através do meu pai na última visita que ele fez à ela, antes do réveillon.

Coloquei pra assar na panela à vapor e fiquei sentado na mesa esperando enquanto mexia no celular. Assim que cozinhou, dei uma selada na frigideira, coloquei em um prato e subi para o quarto, acompanhado de uma garrafa de soju.

— Hmmm... — Respirei fundo quando entrei no meu quarto, estava tudo arrumado e cheiroso. Sentei na cama e liguei a tv pra assistir alguma coisa enquanto comia.

Peguei o celular e mandei mensagem para o Hobi.




Terminei de comer, coloquei o prato na mesinha ao lado e deitei na cama. Mexi no celular por alguns minutos, e isso foi o suficiente pra me fazer pegar no sono.

[...]

Acordei com meu relógio vibrando no pulso, ainda faltavam duas horas para a premiação, mas eu já precisava me arrumar. Fiquei conversando com o Jk por mensagem, onde nos ajudamos a escolher nossas roupas. O tema da festa era branco, então precisávamos usar ao menos alguma peça de roupa da cor.

Terminei de me arrumar e desci as escadas. Assim que desci, encontrei com minha mãe próximo a porta de saída.

— Uau, que linda. — Ela estava usando um vestido vermelho e jóias que brilhavam tanto quanto ela.

— Obrigada filho. Você também está. — Ela coloca a mão nos meus ombros e em seguida, arruma uma das golas da minha camisa.

— Meu pai não vai?

— Não, vai embarcar amanhã cedo, China? Japão? Já nem me lembro mais. — Ela ri.

— Ele vai ficar muito tempo fora? — Preciso saber quanto tempo teremos de paz.

— Um dia só, ele voltará no dia do lançamento do seu disco.

Ele realmente viaja muito, e sempre foi assim. Esse era o meu alívio, e talvez, seja o dela também.

Escutei o barulho de um dos carros da Town estacionando do lado de fora.

— Vou indo mãe, o motorista chegou.

— Ok. Você já sabe, se comportem. Estarei de olho em vocês dois.

— Pode deixar.

Me sinto um pouco aliviado que ela aceitou, mesmo do jeitinho dela...

Entrei no banco de trás e partimos.

No local da premiação havia muitas pessoas do lado de fora, e também muitos paparazzis e pessoas da mídia.

Desci, parei para algumas fotos e entrei. Assim que passei da entrada, olhei para os lados procurando o Jk. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para ele, que logo em seguida respondeu que estava chegando. Isso me deixou aliviado.

Ele passou da porta principal, e nesse momento, eu sentia como se o local imediatamente estivesse vazio, apenas ele existindo.

— Boa noite, Jimin. — Os olhos dele brilham enquanto circulam por cada parte do meu rosto.

— Boa noite, Jungkook. Vamos, o Hoseok vai chegar daqui a pouco e sentar junto com nós.

Estávamos entrando entre as várias pessoas, mas um dos fotógrafos nos abordou.

— Com licença, rapazes. Podemos tirar algumas fotos de vocês?

— Claro. — Respondi.

Me posicionei em frente às câmeras e eles tiraram algumas fotos, em seguida, foi a vez do Jk.

E nossa...

Eu estava bobo, ele realmente nasceu pra isso. Eu sequer conseguia disfarçar que estava secando ele enquanto pousava pra foto.

Ele ficou um puta de um gostoso com essa roupa!

Céus, ele é a pessoa mais linda do universo inteiro, e o melhor, ele é MEU.

O fotógrafo agradeceu e finalizou as fotos, e então, entramos no local do evento. Já havia várias pessoas, grupos e idols. Sentamos em um local um pouco mais próximo do palco.

— Uau... — Desabafei assim que sentamos.

— O que?

— Você está tão lindo... Que droga, eu queria te agarrar. — Falei enquanto disfarçava olhando para frente.

— Você também está, e isso me deixou com mais vontade ainda de te levar pra minha casa de novo depois que sairmos daqui.

Olhei rápido pra ele e vi aquele sorriso canalha e gostoso.

— Eu topo.

Nesse momento o Hoseok chegou e sentou do meu lado.

— E aí, casal, tudo certo? — Ele nos cumprimentou e olhou para o Jk. — Wow, que isso Jungkook, que bonitão, digno de um idol mesmo.

Nós três rimos.

— Obrigado, o Jimin que me ajudou a escolher.

— Para. Como vocês são perfeitos! Não me canso.

Conversamos ali por mais um tempo, e então, a premiação começou. Os apresentadores falaram por um tempo, e então, começaram a apresentar as categorias, os idols e grupos que estavam concorrendo.

— Sua mãe não para de olhar pra cá, aconteceu alguma coisa? — O Hobi perguntou.

Olhei na direção dela, onde ela estava sentada junto com outros CEO's, e ela realmente estava de olho.

— Advinha... — Falei.

— Não vai me dizer que...

— Sim, ela descobriu sobre nós dois.

— Por vocês estarem aqui, imagino que ela aceitou, acertei?

— Uhum, do jeito dela, mas aceitou.

Nesse momento escutamos a voz do apresentador anunciando que o Taemin tinha ganhado um dos prêmios da noite. Ele foi para o palco e meu olhar foi para o Jk, que nem conseguia disfarçar a cara de desgosto.

— Psiu, desfaz essa cara aí, antes que vejam.

— Assim tá bom? — Ele deu o sorriso mais sínico do universo, e isso me fez cair na risada enquanto disfarçava.

— Você consegue melhorar, vai. Deve ter alguém tirando foto de nós agora.

Ainda no palco, o Taemin começou a agradecer enquanto segurava o troféu, até que...

— ... sou muito grato por todas as pessoas que tornaram meu caminho possível até aqui, e acima de tudo, aos meus fãs. Sem vocês eu não seria nada. Ahh, também gostaria de agradecer ao Jimin, como vocês sabem, somos amigos há muitos anos, e ele foi essencial no meu crescimento e na minha ausência durante o serviço militar.

— Que porra é essa? — Fiquei indignado porque sabia que ele tinha feito isso de propósito. Todas as câmeras e pessoas se viraram na nossa direção assim que ele falou isso. Olhei para o Jungkook e seu rosto estava vermelho de raiva.

Ele não vai conseguir disfarçar.

Levantei para o foco sair dele, agradeci com as mãos e voltei a me sentar.

— Eu quero quebrar esse arrombado. — Ele sussurra enquanto vejo seu rosto mudar de cor quase instantaneamente.

— E o pior é que ele ainda tá olhando pra cá. — O Hobi coloca mais lenha na fogueira, mas era a verdade, o Taemin não parava de olhar na nossa direção.

— Espero que ele não tente trocar uma palavra sequer com você. — O tom do Jungkook pra falar isso era o pior possível.

Depois de mais alguns troféus entregues, me anunciaram como vencedor de música do ano. Todos aplaudiram enquanto eu fui ao palco receber o prêmio.

Assim que o apresentador me deu o troféu, comecei a falar algumas palavras de agradecimento aos fãs que votaram incansavelmente na minha música.

- Boa noite a todos! Primeiramente, gostaria de expressar minha profunda gratidão por este prêmio de Melhor Música do Ano. Estou verdadeiramente honrado por receber esse reconhecimento.
Quero dedicar este prêmio a todos os meus incríveis fãs ao redor do mundo, vocês são a força que impulsiona cada nota, cada passo e cada momento em que estou no palco. Sem o apoio de vocês, nada disso seria possível! Gostaria também de agradecer à equipe dedicada que tenho por trás de cada produção e a todos que contribuíram para o sucesso desta música e dos meus discos. Este prêmio não é apenas meu, mas de todos nós. E mais uma vez, um enorme agradecimento aos fãs, vocês são a razão pela qual amo o que faço. Continuarei a trabalhar duro para retribuir todo o amor que recebo. Muito obrigado!

Todos aplaudiram assim que terminei.

Me posicionei no palco e as luzes apagaram, apenas com um holofote me iluminando, e então a melodia da música começou. Primeira música que escolhi para cantar foi Letter.

Por mais que eu quisesse evitar, meu olhar ia com frequência na direção do Jungkook enquanto eu cantava. Ele não tirava os olhos de mim, e eu piro quando ele me olha obcecado assim. Nós dois nos olhávamos obcecados, na verdade, afinal eu não conseguia parar de olhar para ele.

Mesmo um dia após o lançamento, as pessoas já sabiam cantar a música, e isso me deixou tão feliz e completo. Ainda mais pelo fato de ser uma música para o Jk.

Cantei mais uma música e voltei para o camarim para tirar os pontos e fios, e em seguida, voltei para a plateia, pois ainda teria outras apresentações.

Ao fim do evento, nós três fomos andando pelo hall de entrada enquanto combinamos de sair pra beber.

— Com licença... — Eu conheço essa voz mais do que ninguém, era o Taemin.

— O que você quer? — O Jungkook respondeu.

Segurei disfarçadamente no braço dele pra ele entender que não era pra fazer nada ali.

— Jimin. — Ele ignora o Jk e vira para mim. — Gostaria de pedir desculpas pelo que aconteceu da última vez, foi totalmente infantil da minha parte. Isso não vai se repetir, assim como não vou falar para ninguém.

— É o mínimo que alguém com dignidade faria. Com licença, precisamos ir. — Respondi e saí andando. O Jk ainda encarou ele por alguns segundos e veio atrás de mim.

Descemos para a garagem e entramos no meu carro pra ir embora, enquanto o Hobi partiu com o dele. O plano de beber foi por água abaixo, assim como a ideia de ir à casa do Jk; eu lembrei que meu pai está em casa, e se eu sair, vou piorar as coisas. Eu precisava ir embora.

Jungkook me deixou em casa e partiu logo depois. Queria muito dormir com ele hoje, mas é melhor evitar levantar suspeitas do meu pai.

Entrei em casa e fui para o meu quarto. Fiquei ali assistindo tv por um tempo e dormi com ela ligada.

[...]

Dois dias depois...

Meu disco foi finalmente lançado ontem. Na internet esse é o assunto mais buscado, eu estava tão animado que nem podia acreditar que esse dia finalmente chegou, depois de tanta luta e impedimentos.

Fiquei deitado enquanto mexia no celular vendo a movimentação nas redes sociais sobre o assunto. Não enrolei muito e levantei, antes que minha mãe viesse me buscar pela orelha.

O dia foi super corrido, precisei ir com a minha mãe em dois eventos, e como ela estava com os seguranças dela, não precisou que o Jk viesse, pra minha tristeza. Mesmo assim, não paramos de nos falar por mensagem.

Assim que o dia terminou, voltamos pra casa. Corri para o meu quarto e continuei conversando com o meu docinho por mensagem. Não vi ele o dia todo e já estava me sentindo com tanta saudade que parecia que eu não via ele a meses.

Além disso, estamos à dias sem transar, o que obviamente tá me deixando maluco de vontade.

Escutei alguém batendo na porta e me chamando, o que me tirou dos meus pensamentos. Abri e vi que era o Namjoon, acompanhado de outro segurança.

— Que porra tá acontecendo? Vão me prender?

— Seu pai está te chamando no escritório. — O olhar do Nam pra mim era o pior que já vi, ele realmente parecia estar tentando me avisar de algo, mas não podia por conta do outro segurança.

— Ok, estou indo. — Saí e andei pelos corredores da casa até chegar no escritório.

— Com licença, pai.

Ele não responde e continua em silêncio. O outro segurança sai da sala, ficando apenas eu, ele e o Nam.

— O que isso significa? — Ele joga o celular dele na mesa, e eu pego em seguida.

Na tela tinha uma foto aberta, e era uma imagem com qualidade ruim, como se tivesse sido tirada escondida, mesmo assim, dava pra perceber que era eu e o Jungkook. Isso foi o suficiente para o meu corpo congelar.

Eu sequer lembrava desse dia. Acho que a única vez que arriscamos beijar em público foi na balada, e aqui com certeza não era esse dia.

Então era por isso que o Namjoon estava tentando me avisar com o olhar.

Agora a merda tá feita!

— Que foto é essa? — Meu coração saltava do meu peito de desespero.

— Não esperava, certo? Eu também não esperava isso de você, Jimin.

— Eu... eu p-posso explicar. — Eu gaguejava pra falar.

Ele respira fundo, vira uma garrafa de uísque em um copo e volta a me olhar.

— Quem você acha que é pra fazer isso comigo? Com a sua família? Você quer arruinar a minha imagem que levou décadas pra se consolidar? — Ele começou a aumentar o tom de voz enquanto sua feição já era de completo ódio.

Eu não tinha mais pra onde fugir. Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, mesmo assim, eu não estava pronto e nem queria estar. Eu queria fugir.

Infelizmente isso não vai se resolver da forma que foi com a minha mãe.

Ele levanta e começa a andar pelo escritório com o copo na mão, balançando o gelo. Sua raiva era perceptível só de ver a forma que ele pisava no chão.

— Meu único filho... Meu único herdeiro me dando uma decepção dessas. — A essa altura ele já estava falando alto, aumentando pra gritos no mesmo momento. — Eu contrato um guarda-costas pra você não se envolver mais em encrenca, e o que você faz? Começa a se agarrar com ele? Qual é o seu problema?

— Eu não tenho culpa, só aconteceu.

— Aconteceu? — Ele ri irritado. — Esse desgraçado devia tá de olho em te confundir desde o começo, pra se beneficiar de alguma forma. Isso é ridículo, Jimin!

— Ele não é assim, nunca. Você não conhece ele!

Ele mirou o olhar pra mim já querendo voar no meu pescoço.

— Cala a boca agora, você está me irritando ainda mais.

O Nam, que também estava no escritório, estava indo em direção a porta para sair.

— Namjoon, volta aqui, não mandei você sair! — Ele grita, e o Nam que já estava de costas e cabeça baixa, voltou a virar na nossa direção. — Você sabia dessa porra?

— Não senhor. — O Nam sabia, mas mentiu que não.

Meu pai respira fundo e, inesperadamente, joga o copo na parede com toda a força que ele podia, que logo quebra e voa cacos e uísque pra todo lado. Eu nunca vi ele tão irritado assim...

— Desde quando essa merda está acontecendo, Jimin? — Aqui seus gritos já ecoavam por toda a casa.

Nesse momento minha mãe abriu a porta e entrou.

— O que está acontecendo aqui?

— A porra do seu filho é gay, você sabia disso, Hyejin? — Ele aponta pra mim com as mãos trêmulas.

Ela me olha no mesmo momento, e volta a olhar pra ele.

— E você tá xingando ele por causa disso?

Pela sua reação, ele realmente não esperava essa resposta da minha mãe.

— Por causa disso??? Você entendeu o que eu falei? Não é possível!

— Não só entendi como pra mim isso não é um problema, quero ver meu filho feliz. Você ja viveu a sua vida, o Jimin não é propriedade sua, olha a idade dele.

— Eu não acredito que estou ouvindo isso. Você já sabia dessa merda toda? É por isso que ele faz o que quer, você sempre defende as cagadas dele e mima esse garoto!

— Abaixa seu tom pra falar comigo, Eunwoo!

Ele retrai o corpo. Eles nunca brigam, nunca mesmo, e estavam brigando por minha culpa.

— Mãe, esquece, não preci...

— Senta aí, Jimin! — Tentei intervir, mas ela sequer me deixou terminar de falar. — Se você não é capaz de aceitar o que seu próprio filho está sentindo, já tenho a certeza que não sobrou nenhum coração dentro desse seu peito de pedra. Estou decepcionada.

— Agora você quer me transformar no vilão? Sou EU quem está decepcionado, e não vou aceitar isso, nunca. — Ele volta a olhar pra mim. — Arrume suas malas, você vai viajar comigo.

— O que? Meu disco foi lançado ontem. Eu não vou. — Levantei da cadeira já com raiva.

— Foda-se. Pensasse nisso antes de fazer o que fez.

Minha mãe fala mais furiosa ainda.

— Eunwoo, ele não vai pra lugar algum! Estamos a meses preparando esse disco e já foi adiado uma vez. Ele tem várias apresentações marcadas e esse seu comportamento não vai estragar nosso trabalho de meses, trabalho de uma equipe inteira.

Ele leva a mão no rosto e não responde, e volta a andar pela sala, enchendo outro copo de uísque em seguida.

— Eu vou ficar de olho nele e impedir que isso volte acontecer, se é assim que você quer. — Ela completa.

Ele me olha com raiva no olhar e então, olha para o Nam.

— Namjoon, fale com esse desgraçado e o dispense, ele não trabalha mais para essa família. E não quero ver a cara dele na minha frente.

— Ok, com licença. — Ele responde e sai. Era nítido que ele estava completamente desconfortável de assistir essa palhaçada toda acontecendo, até nisso meu pai consegue ser a porra de um sem noção!

— Se eu souber que você está continuando com essa merda de comportamento, eu não vou prejudicar você, vou prejudicar ELE. E outra, você terá outro segurança, e será um dos meus seguranças pessoais.

Ele sai andando e bate a porta do escritório em seguida. Assim que ele saiu, senti como se um peso tivesse saído do meu pulmão, me permitindo respirar finalmente.

— Obrigado por me ajudar... — Mesmo que eu estivesse segurando o tempo todo, eu chorei assim que falei com ela, que veio na minha direção logo em seguida.

— Olha pra mim. — Ela puxa meu rosto. — Você sabe que não vou te impedir de namorar com ele, nós vamos resolver isso. E outra, o MV dele será lançado da mesma forma, eu me responsabilizo e te dou a minha palavra.

Ela era incrível, mesmo em meio a esse caos.

— Obrigado por me defender, mãe. — Assim que agradeci, ela voltou a me abraçar.

— Agora vá para o seu quarto, antes que ele volte a te infernizar, ainda mais que ele está bêbado.

Subi as escadas ainda chorando, e quanto mais eu tentava secar as lágrimas, mais elas caíam. Assim que entrei no meu quarto, tranquei a porta e desabei na cama.

— Eu preciso me mudar e morar sozinho, isso vai aliviar boa parte dos meus problemas. — Respirei fundo enquanto tentava digerir tanta coisa ruim acontecendo de uma vez só.

Tomei coragem e peguei meu celular, que já tinha apitado diversas vezes.




Ele ligou segundos depois.

— Ji?

Eu nunca fui bom em controlar ou esconder minhas emoções, então, assim que ouvi a voz dele, comecei a chorar.

— Eu tô com medo de te perder...

— Ji, por favor, não chora, isso não vai acontecer, nunca. Nós vamos resolver tudo de uma vez por todas. — Isso me fez chorar ainda mais.

— Eu não posso deixar que ele te faça nada... — Respondi.

— Você não está cogitando fazer o que ele quer, né?

Eu fiquei em silêncio, eu não sabia o que responder ou como agir.

— Jimin, para com isso.

Respirei fundo tentando segurar o choro.

— Mas...

— Não tem essa de "mas", essa é a SUA vida, não a dele. Você tem 20 anos e já é muito bem independente financeiramente. Ele quer usar seu contrato como desculpa pra te controlar, e você sabe disso.
Ele não vai fazer nada comigo e eu te garanto isso. Muito menos com você.

Eu não sei o que meu pai é capaz de fazer, mas sou capaz de fazer qualquer coisa pra proteger ele.

— Amanhã preciso ir com a minha mãe em um evento, vou te enviar o endereço e a gente dá um jeito de se ver. — Minha voz saía fraca, assim como eu estava.

Ele respira alto na ligação.

— Eu vou esperar o endereço e vou te encontrar.

— Eu vou desligar antes que ele ouça, vamos nos falando por mensagem amanhã. Boa noite meu amor. — Eu tentava manter minha voz firme, sem chorar.

— Boa noite meu loirinho, eu te amo, pra sempre. — Sua voz saiu baixa e triste.

— Eu também te amo.

Desliguei e larguei o celular, ali, eu desabei e chorei de verdade tudo o que eu estava segurando. Beber me ajudaria a esquecer de tudo que aconteceu, mas eu sequer tinha coragem de sair do quarto.

Fiquei remoendo essa angústia por horas, virando de um lado para o outro na cama. E só depois dessas horas, eu consegui dormir.

Eu queria sumir.

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

[🎙️]

Oi ami

Eu já tô sofrendo por antecipação, porque esse véio tinha que descobrir eles? E o pior, como ele começou a desconfiar dos dois? 😭

Veremos nos próximos capítulos.

Espero que tenham gostado desse capítulo, e até o próximo, espero você lá 🫶🏻

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top