22 • merry christmas
[🪽]
JEON JUNGKOOK
Acordei e respirei fundo enquanto encarava a janela do meu quarto. O sol ainda brilhava fraco através da cortina. Depois de dias, finalmente consegui ter uma noite de sono normal. Um suspiro de alívio escapou de mim; mal podia acreditar que finalmente nos resolvemos e o tenho de volta.
Estava morrendo de saudades dele, e ontem foi incrível. Estou feliz por tudo isso e animado com a ideia de viajarmos juntos novamente, só nós dois.
Levantei e fui correr pelo bairro. Como ainda não tinha mensagens do Jimin, não quis acordar ele. Corri aproveitando a brisa gelada do fim do ano, com a vista cinzenta de Seoul devido ao frio.
Corri por quase uma hora e, na volta, parei em um café para comprar cappuccinos e alguns croissants para levar para casa. Enquanto aguardava o pedido, ainda estava um pouco ofegante da corrida.
— Seu pedido está pronto, senhor. — A atendente falou.
Me aproximei e peguei as duas sacolas.
— Obrigado. — Virei de costas pra sair.
— Senhor?
Virei para trás novamente.
— Você esqueceu seu celular. — A atendente apontou para o meu celular em cima da mesa.
— Nossa, muito obrigado. — Voltei e peguei ele.
— A propósito, bem... sempre vejo você passar por aqui, e estava tentando tomar coragem pra falar com você. Você me passaria seu número? — Ela parecia completamente nervosa enquanto esticava as mãos trêmulas com o celular na mão.
— Desculpe, mas tenho namorado.
Ela retraiu as mãos pra si, guardando o aparelho.
— Ahh... não sabia que você tinha namor... namorado? — Assim que ela entendeu, me olhou com os olhos arregalados enquanto sua voz demonstrava surpresa.
Quanta inconveniência.
— Sim, namorado. Com licença. — Eu virei as costas e saí em seguida. Depois do Jimin, eu simplesmente não consigo ter olhos pra mais ninguém, e eu prefiro que assim seja.
Voltei para o apê em um ritmo lento enquanto recuperava o ar. Assim que entrei em casa, notei que nenhum dos meninos ainda haviam acordado, então sentei na mesa e comecei a comer. Eu não poderia perder tempo, pois vamos embarcar logo.
Não levou dois minutos após eu sentar, o Jin apareceu com seu pijama de passarinhos e o cabelo bagunçado.
— Bom dia para o nosso futuro idol.
— Para com isso. — Eu ri. — Bom dia Jin.
Ele se senta na mesa enquanto escolhe qual capuccino queria.
— Você não vai me mostrar como ficou o MV? Tô curioso.
— Ainda não divulgaram, vou pedir para o produtor me enviar.
— Tô animado que você topou isso, há anos eu insisto nesse assunto.
— Sei não... você acha que eu posso me arrepender?
— Para de ser idiota, Jk! Lembra o quanto a gente sonhava com isso?
Na época da escola era nossa brincadeira favorita, brincar de cantar e imaginar que éramos famosos. O Seokjin sempre correu atrás desse sonho, já eu, desisti assim que tive consciência da minha realidade na época.
— Bem, já gravei a música e o MV, não tem mais como voltar atrás, né?
— Isso aí! Ainda bem que não vai desistir. — Ele mordeu o croissant. — Queria ser uma mosquinha pra ver a reação do Jimin quando ele assistir.
— Ele já viu.
— Que? Como você sabe?
Meu sorriso abriu no mesmo momento enquanto eu mastigava e olhava pra ele.
— Espera aí, você tá feliz demais... vocês voltaram?
— Uhum.
— Wooow, que boa notícia! Até seus olhos estão sorrindo. — Ele brinca enquanto ri.
— Tô aliviado, Jin.
— Até eu estou... tô feliz por vocês, de verdade. — Ele sorri e dá um gole no capuccino.
Eu realmente tinha os melhores amigos que a vida poderia me proporcionar. Desde o começo ele e o Tae me apoiaram nisso, e não só me apoiaram como já me ajudaram várias vezes.
— Obrigado por tudo, Jin.
— Você é meu irmão, você sabe disso. Quero que você seja feliz, independente com quem seja.
— Para, se não você vai me fazer chorar daqui a pouco.
Nós rimos enquanto conversamos mais um pouco.
— Vou para o quarto terminar de arrumar minhas malas.
— Mais uma viagem? Qual o destino do casal dessa vez?
— Suíça. Ele quer passar o natal lá.
— Que chique. Aproveitem muito, vê se posta algumas fotos.
— Pode deixar.
Fui para o quarto e terminei de arrumar poucas coisas que faltavam para colocar nas malas. Nesse momento, escutei uma notificação no meu celular.
Terminei de me arrumar e saí do quarto. O Tae ainda estava dormindo, então me despedi do Jin e saí. Sentia uma ansiedade boa pela viagem, sabendo que seria um momento especial só nosso.
Guardei minhas malas no carro e parti.
Pouco tempo depois, cheguei à casa dos Park. Passei pelos portões e estacionei em frente à entrada. Não precisei esperar muito; logo ele saiu com o Namjoon ajudando nas malas. Fui na direção deles pra auxiliar com as bagagens.
Enquanto o Jimin organizava algumas coisas no carro, Namjoon se aproximou de mim.
— Preciso que vocês sejam mais discretos.
— Discretos? Como assim? — Droga...
— Eu já saquei o que tá rolando entre vocês dois desde aquele dia do jantar que fomos com o pai dele. Não deixem em hipótese alguma que o Sr. Park saiba. Do mesmo jeito que eu percebi, poderia ser ele ou qualquer outra pessoa. O Jimin é uma pessoa pública, não esqueçam disso.
— O-ok, obrigado Namjoon.
— Agora vão logo. — Ele faz um gesto com a mão me mandando ir.
Saí sem jeito e entrei no carro.
— Tá tudo bem? Você tá meio pálido. — O Ji pergunta.
— Vamos sair daqui primeiro. Quer ir dirigindo?
— Não, estou com preguiça. — Seus olhos pequenos piscavam lentamente enquanto me olhava e com a cabeça apoiada no banco.
Comecei a dirigir em direção ao Aeroporto Internacional de Incheon, onde nós embarcaremos.
— O Namjoon falou algo com você ultimamente? — Perguntei.
— Como assim?
— Ele sabe sobre nós.
Ele arregalou os olhos, seu corpo deu um pulo. Logo depois, encostou no banco e levou as mãos ao rosto.
— Merda... eu devia imaginar que isso aconteceria uma hora ou outra, ele sempre descobria tudo que eu fazia, desde quando ele começou a trabalhar na família.
— Ele pediu para gente ter cuidado. Você acha que ele pode contar para os seus pais?
— Isso não, tenho certeza.
Respirei aliviado.
Não quero viver escondido assim com ele para sempre, mas, por enquanto, é a única forma que temos de ficarmos juntos.
Antes de chegarmos lá, parei em uma rua menos movimentada para sentir seu beijo pela última vez nas próximas horas.
Ainda estava puxando o freio de mão quando ele colocou sua mão pequena na minha nuca e me puxou na direção dele. Amo o sabor do seu beijo, e quanto mais o tempo passa, mais fico obcecado. Minha mão envolve sua cintura, aproveitando a sensação enquanto me perco em seus cabelos macios e no reconfortante cheiro de morango que ele exala.
Ficamos ali por longos e deliciosos minutos, e por mim eu ficaria por horas, mas precisamos ir logo. Liguei o carro e partimos.
Assim que chegamos no aeroporto, fui fazer nosso check-in, e ele estava completamente escondido entre as roupas enquanto esperava do meu lado. Aguardamos por mais trinta minutos e, finalmente, embarcamos no vôo.
Escolhemos dois assentos na classe executiva. O Ji quis ir na janela, então sentei ao lado dele. Ele já estava sonolento desde cedo, então pegou rápido no sono com a cabeça apoiada em mim.
Enquanto passava o tempo vendo filmes, depois de algumas horas e alguns filmes medianos, também peguei no sono.
Acordei um tempo depois com ele respirando alto.
— Ei, o que foi?
— Tô sufocado com essa máscara e essas roupas. — Ele responde agoniado enquanto tira o chapéu e o cachecol que estava usando. Seu rosto estava suando e vermelho, mesmo com o clima frio. Ele não estava bem.
A vida dele é repleta de sacrifícios diários em nome da carreira.
— Tira essa máscara.
— Mas, se me verem...
— Não vão. — Levo a mão com cuidado na orelha dele e tiro. — Tá com sono?
— Uhum. — Ele coça os olhos de forma sonolenta e adorável.
— Vem, deita aqui. — Estendi o braço, e ele deitou no meu peito. Virei o corpo um pouco mais na direção dele para esconder seu rosto. O cabelo dele estava tão próximo que não podia deixar de mergulhar meu rosto várias vezes para sentir seu cheiro.
Desse momento em diante, não dormi mais, para que ele pudesse descansar tranquilamente.
[...]
Depois de quase doze horas no voo sem escalas, finalmente chegamos ao aeroporto de Genebra. Eram 22:16h, mas mesmo assim a cidade estava toda iluminada com decorações de Natal.
— Que lugar lindo, nunca vi nada igual toda a minha vida. — Eu olhava admirado ao redor.
— Onde nós vamos é ainda melhor.
— Como assim? Não é aqui?
— Precisamos de um carro, temos mais duas horas e meia de viagem.
Dei uma risada nervosa no mesmo momento.
— Para vai...
— É sério. — Ele ri. — Nós vamos para Lauterbrunnen, é uma cidadezinha montanhosa mais próxima aos Alpes, você vai amar.
Ele é inacreditável.
— O que eu não faço por você, huh?
— Por isso eu te amo. Vem, vamos. — Ele segurou no meu braço e me puxou animado na direção de um táxi que estava parado. Mesmo sendo um país europeu, a maioria das pessoas falava inglês, o que facilitava para o Ji falar por nós.
O taxista nos levou até uma locadora de carros, e lá, escolhemos um carro com mais tração, devido à neve que vamos enfrentar no caminho.
Eu já estava indo para a porta do motorista, até que o Jimin entrou na minha frente.
— Nem pense nisso, eu vou dirigir, eu sei que você ficou a viagem toda acordado.
— Eu não tô com sono.
— Vai logo. — Ele apontou para a outra porta do carro.
Fui sem questionar. Assim que entramos, ele ligou o carro, colocou o endereço no GPS e saímos.
— Sabe, eu fico com tanto tesão quando você me obedece, igual fez agora.
Dei uma risada sacana assim que ouvi.
— Você gosta de mandar em mim?
— Uhum. — Ele mordeu os lábios gostosos e hidratados dele enquanto me olhava rapidamente algumas vezes.
— E eu amo que você mande.
— Assim você me deixa mal acostumado. — Ele ri.
Ficamos por mais duas horas na estrada quase deserta. Não dava nem pra correr com o carro, então ele manteve a velocidade baixa. O objetivo era ele dirigir para eu poder descansar, mas era praticamente impossível; eu nem conseguia pegar no sono e deixar ele sozinho.
Chegamos na cidadezinha, a tal de Lauterbrunnen, e, nossa, eu estava desacreditado com o que eu via, era realmente mais linda que Genebra. Paramos o carro em um hotel que era no alto de uma montanha, e o vilarejo era todo nessa cadeia de montanhas.
Todas as construções seguiam um modelo um pouco rústico; era tudo lindo.
Fizemos o check-in e fomos para o quarto.
— Uau. — Eu estava sem palavras, as surpresas não acabavam a cada segundo que estávamos nesse país. O quarto era todo espelhado, com vista para as montanhas e para uma floresta de eucalipto gelada que havia ali por perto. Não só isso, o cômodo era lindo e aconchegante, e já estava todo decorado para o Natal.
Entre as paredes espelhadas, havia uma porta que dava acesso a uma área externa, onde havia uma piscina aquecida e uma fogueira, com o vilarejo ao fundo.
— Ji, olha isso. — Eu falei e ele saiu logo em seguida.
— Surpreendente, né? É o melhor país que já visitei, e tô animado demais por poder viver isso com você. — Ele me abraça. — Vem aqui dentro, quero te mostrar uma coisa.
Ele me puxou e entramos, e então, ele me mostrou a cama. Era uma edícula totalmente de vidro, separada do quarto, como se flutuasse no ar.
— Céus, imagino a vista quando estiver de dia... — Eu estava alucinado por cada detalhe.
Ele sobe na cama animado enquanto olha para baixo através do chão, que também era de vidro.
Eu quero foder ele tanto nessa cama. — Pensei sozinho enquanto o olhava. — Que pensamentos perversos, Jk...
Comecei a tirar as trezentas blusas de frio que eu estava usando, até que...
— Eu quero transar olhando pra essa vista. — Ele continua olhando para baixo enquanto fala completamente à vontade.
— Eu estava pensando exatamente isso. — Sentei do lado dele e comecei a beijar o seu pescoço, enquanto apertava sua cintura. — Por mim, já podemos começar agora.
— Não não, hoje vamos dormir, amanhã é véspera de natal então vamos fazer muuuitas coisas, precisamos de energia.
— Aff... — Resmunguei jogando meu corpo para trás. — Que maldade, Park.
— Amanhã eu te recompenso, prometo. — Ele deita do lado e beija meu pescoço.
— Então não me provoca.
— Eu gosto de ver você com vontade.
Segurei firme no rosto dele e mordi seu lábio inferior. Minha mão puxou uma das pernas dele em cima de mim e comecei a passar a mão por ela, subindo e apertando a bunda dele.
Ele veio na minha direção pra me beijar cheio de vontade, mas eu coloquei um dedo na frente.
— Não não, só amanhã.
— Filho da mãe... — Ele abriu a boca indignado e riu. — Tchau, vou tomar banho sozinho.
Ele entrou no banheiro e trancou a porta.
— Amanhã você não escapa, meu amor. — Falei um pouco mais alto pra ele ouvir.
Sua risada ecoou de dentro do banheiro.
Enquanto esperava ele terminar, fui desfazer nossas malas. Ele saiu de roupão e sentou na cama pra desfazer algumas malas dele, e eu fui tomar banho em seguida.
Eu saí, e pra variar, não conseguia parar de olhar para ele, que estava tão perfeito sentado usando um pijama quentinho, com o cabelo molhado enquanto escolhia algum canal na TV.
Me sentei na cama, e ele estendeu os braços.
— Vem, vai dormir agarradinho comigo.
Nos abraçamos e ficamos assistindo, realmente pegamos no sono em pouco tempo. A viagem tinha sido cansativa, e nossos corpos estavam implorando por um descanso merecido.
Como sei que ele é cheio de energia, tenho que me preparar para amanhã.
[...]
Acordei cedo com a claridade das janelas logo atrás da cama, e como de costume, acordei primeiro que o Ji. Fui escovar os dentes e me alonguei ali no quarto mesmo, pra preparar meu corpo para o frio que está lá fora.
— Bom dia... — Ele senta e espreguiça o corpo.
— Bom dia, meu loirinho, tá com fome?
— Muita. — Ele faz aquele biquinho lindo.
Peguei o telefone do hotel pra pedir o café, mas assim que ouvi o "hello", me lembrei.
— Esqueci que não vou conseguir pedir. — Dei risada. — Consegue pedir nosso café? — Entreguei o telefone pra ele.
— "Hi, good morning... could you provide the full presidential coffee for room 26?" — Ele parece ouvir o que a atendente fala. — "Ohh, sure, thank you." — Ele desliga.
— Você fica tão sexy falando em inglês.
— Mais tarde posso falar no seu ouvido o que você quiser...
Ele adora me provocar, e nem precisa mais beber pra ter coragem de fazer isso.
— Vem cá, eu quero agora. — Peguei ele e coloquei na cama, onde comecei a beijar cada centímetro do seu pescoço, enquanto minha mão fazia cócegas no seu corpo.
Ele gargalhava a cada apertadinha que eu dava nele.
Ahh, essa risada...
Poucos minutos depois, a campainha do serviço de quarto tocou. Eu fui atender e acompanhei eles montando a mesa enquanto ele preferiu ficar no banheiro esperando, para evitar ser reconhecido. Seria péssimo se isso acontecesse, ainda mais ele estando hospedado no quarto com outro homem.
Assim que terminaram, os dois copeiros do hotel saíram. E serviram um café simplesmente incrível, com uma vista deslumbrante dos Alpes Suíços.
Parecia até cena de filme.
Nos sentamos e começamos a comer. O pão com creme de morango foi o primeiro que ele pegou, e mordia com gosto.
— Hmm, que delícia. Prova. — Ele esticou a mão na minha direção.
Era realmente maravilhoso.
Nós continuamos saboreando cada coisa enquanto conversamos.
— O que você quer fazer hoje?
— Vamos primeiro andar de snowboard. — Ele fala enquanto tampa a boca, terminando de mastigar.
— Mas eu não faço ideia de como se anda nisso.
— Pra tudo tem uma primeira vez. É fácil de aprender, eu vou te ajudar.
Terminamos de tomar café e fomos trocar de roupa. Lá fora estava fazendo -2°C, então colocamos muitas roupas pra encarar o clima pesado.
[...]
Nós saímos e fomos caminhando pela cidade até a pista de snowboard. O céu estava azul, e dava a falsa impressão que estava calor, quando na verdade estava um frio congelante.
Já na pista, um instrutor nos explicou sobre o esporte e como andar, então minhas tentativas começaram. Depois de muita persistência, parece que eu finalmente estava começando a pegar o jeito.
Pegamos o teleférico para subir até o topo de uma das montanhas para descer com o snowboard. Não tinha uma parte sequer do nosso corpo à mostra de tão protegido que estávamos.
— Vem, vamos tirar uma foto. — Estiquei o braço com o celular, e ele se aproximou.
— Eu queria poder postar... — Ele fala com um certo tom de decepção.
— Eu posto por nós, tudo bem? — Pego na mão dele e olho em sua direção. — Droga, não consigo te ver com essas roupas.
Ele ri abafado através do protetor de tecido que usava no rosto.
— Depois eu deixo você ver cada centímetro do meu corpo.
— Só se for pra eu percorrer seu corpo com a minha boca.
Ele ri e concorda.
Nós chegamos ao topo e então começamos a andar. Ele tinha mais costume, então conseguia até arriscar algumas pequenas manobras, já eu parecia um tronco rígido descendo no snowboard.
Mesmo com várias quedas e tentativas frustradas, estava divertido, tão divertido que eu não queria que acabasse nunca mais.
Ele também parecia se divertir muito, e ouvir essa risada dele era quase um combustível para mim.
Em uma parte da montanha, eu caí para trás e ali mesmo eu fiquei no chão, com o corpo rígido de frio. Ele veio do meu lado e sentou na neve também.
— Já tô sem ar... — Ele fala enquanto levanta o óculos. Olhei na sua direção e vi os cílios dele todo congelado e branco, o que me tirou uma risada sincera.
— Você tá lindo. — Tirei a luva dr uma das minhas mãos e passei o meu polegar com cuidado no olho dele, limpando o gelo enquanto continuava rindo.
— Para de rir de mim, engraçadinho. — Ele tentou fazer um bico bravo, mas também não conseguiu segurar o riso quando eu tirei o óculos, afinal eu também estava do mesmo jeito. — Você tá pior, até sua sobrancelha está congelada.
Nós dois ficamos ali sentados na neve, rindo e brincando enquanto olhamos a vista dos Alpes.
— Tô feliz de estar aqui com você. — Ele fala enquanto me olha.
— Eu também estou, e feliz de ter você de volta.
Mesmo que estivéssemos com nossas bocas tampadas, pude ver o sorriso dele através dos seus pequenos olhos.
Me sinto tão obcecado por ele que às vezes até penso se isso é normal...
Eu mataria por ele; e eu morreria por ele.
— Vamos continuar. — A voz doce dele me acorda dos meus pensamentos que eram quase uma transe.
— Vamos.
Soltamos os snowboards dos pés e levantamos para irmos até o teleférico e ao topo da montanha. Ali ficamos nos divertindo por mais algumas horas subindo e descendo a montanha gelada, com muitas quedas e risadas.
Ao fim, entregamos os equipamentos para um instrutor e saímos da pista. Eu já estava sem fôlego, mas ele, como sempre, estava cheio de energia.
— Agora nós vamos patinar.
— Calma aí, meu loirinho, eu preciso respirar. — Eu apoiava as mãos no joelho com dificuldade, com tanta roupa que eu estava.
Ele ri.
— Então vamos comer alguma coisa, e depois patinamos, pode ser? Eu já estou com fome.
— P-pode ser... — Minha resposta saiu ofegante.
Fomos a um restaurante próximo ao hotel, e por dentro era lindo, com decorações rústicas e aconchegantes. As luzes amarelas e as decorações natalinas completavam o cenário digno de uma taverna medieval. Lá dentro era quente, então tiramos alguns casacos e sentamos em uma mesa mais reservada.
Fizemos nossos pedidos enquanto ficamos ali esperando. Minha mão cruzou com a dele, e assim ficamos fazendo carinho enquanto esperávamos o nosso pedido. Havia um pianista no local, o que deixava tudo mais agradável ainda.
Por conta da Suiça ser um país praticamente ateu, aqui os casais homossexuais andavam tranquilamente pelas ruas, o que também nos deixava completamente a vontade para demonstrarmos carinho em público.
Eu queria que na Coreia as coisas fossem assim também...
Perdido em meus pensamentos, observo ele. Sua pele branca entrava em contraste com as suas bochechas e nariz que estavam vermelhos do frio. Ele parecia tão adorável que fazia meu coração bater mais forte só de olhar pra ele e sentir seu toque em minhas mãos.
Nunca fui nem de planejar o dia de amanhã, mas com ele, me pego fazendo vários planos para o futuro.
Ele realmente me mudou.
Um garçom chegou com nossos pedidos. Eu nunca tinha comido nenhum daqueles pratos, mas todos estavam incrivelmente deliciosos. Ele fazia uma dancinha animado cada vez que levava o garfo à boca.
— Isso tá tão bom! — E ele gostou de tudo.
— Está mesmo, você tem bom gosto.
— Claro que tenho, por isso você é meu namorado.
Eu amo ouvir isso.
Peguei na sua mão e trouxe na direção da minha boca, beijando sua aliança logo em seguida. Ele fica todo meigo enquanto observa.
Nós terminamos de comer e fomos andando pela cidade tirando fotos de todos os lugares, até chegarmos em uma pista de patinação que achamos através da indicação do garçom do restaurante.
[...]
Nos sentamos e colocamos os patins, que embaixo tinham lâminas afiadas. A pista era gigante, e haviam várias pessoas andando, e algumas andavam muito bem.
— Ji, eu não sei andar nisso, e parece bem mais difícil que snowboard, melhor ir só você.
— Não é não, vem. — Ele levanta e estende a mão pra mim. — Vamos ficar de mãos dadas.
Respirei fundo e peguei de volta na mão dele, e nós começamos a andar. Dei algumas escorregadas, mas a todo momento ele estava do meu lado me ajudando e incentivando.
— Você fala de mim, mas é você quem sabe fazer tudo. — Falei.
— Só sei esses esportes porque meus pais amavam passar o Natal na neve, pelo menos quando a gente ainda era unido, como uma família mesmo.
— Sinto muito por isso.
— Tá tudo bem, pelo menos tirei coisas boas dessas experiências. — Ele ri um pouco tímido com o sorriso quase escondido pelo cachecol. — E agora, tenho você.
— Pra sempre. — Assim que eu respondi, eu escorreguei e caí pra trás, o que fez ele gargalhar, em uma crise de risada gostosa que eu ouviria todos os dias da minha vida.
— Você ri, né?!
— Desculpa... — Ele ri mais ainda.
Ficamos ali nos divertindo por algumas horas e então, voltamos para o hotel. No caminho, ele continuava tirando diversas fotos de cada canto da cidade.
— O que você achou dessa? — Ele vira o celular na minha direção mostrando uma foto que ele tirou de uma das ruas, com os Alpes Suíços e a lua ao fundo.
— Tá linda, posta ela.
— Será? — Ele vira o celular de volta na sua direção e olha mais atento para a foto.
— Claro, confia em mim, ficou perfeita.
— Vou confiar. — Ele abre o instagram ali mesmo e posta a foto.
Chegamos no hotel e ligamos o aquecedor do quarto.
Eram 18:39h e em poucas horas já seria o Natal, a ideia é descansar e depois passarmos a virada lá fora, onde terá fogos de artifício e uma feira natalina.
Nós deitamos juntos, e com o cansaço do dia, rapidamente pegamos no sono.
[...]
Dormimos até às 22:30h, hora que eu coloquei meu relógio para despertar. Eu acordei e ele ainda estava dormindo, então fui me arrumar.
Enquanto estava no espelho, ele acordou e levantou também, me abraçando por trás e apoiando o rosto no meu ombro.
— Tão lindo... — Ele fala com a voz sonolenta e os olhos quase fechados.
— Você quem é, meu amor. — Virei o corpo na sua direção e acariciei o rosto dele. Em seguida, ele apoiou seu rosto na minha mão.
Eu amo quando ele faz isso.
Segurei seu rosto angelical com minha outra mão e dei um selinho bem demorado nele.
— Já escolheu sua roupa?
— Uhum, vou colocar. — Ele me abraça e vai na direção do closet do quarto.
Terminamos de nos arrumar e saímos depois de um tempo.
Nós andamos pela feira que estava toda decorada e iluminada para o natal. Haviam muitos turistas mesmo sendo uma cidade pequena, com pessoas do mundo todo.
Ele andava na frente olhando cada barraca, como sempre, como uma criança animada.
Em um momento, ele pegou na minha mão, entrelaçando nossos dedos entre as luvas enquanto andamos. Eu olhei pra ele e ele me retribuiu com seus olhos brilhantes.
— Eu queria andar à vontade assim com ele todos os dias, mesmo na Coreia. — Penso enquanto olho para gente andando como um casal, sem medo ou receio do que as pessoas vão falar.
Um dia isso vai se tornar real.
Enquanto caminhamos e compramos várias coisas nas barracas, ele viu uma lojinha com vários itens de presentes.
— Olha isso! Eu quero entrar. — Ele apontou o dedo e me puxou para a loja.
Entramos e ele ficou fascinado por cada item, e foi olhando prateleira por prateleira. Eu fiquei esperando ele decidir os mil presentes que queria comprar, enquanto mexia no celular pra distrair.
Em poucas horas, a foto que ele havia postado já estava com mais de oito milhões de likes, além dos milhares de comentários de fãs.
— Uau! Isso é tanta gente que mal consigo imaginar.
Isso me dá um choque de realidade momentâneo.
— Vamos? - Ele vem com as mãos repletas de sacolas, me despertando dos meus pensamentos.
— Tudo isso? — Eu ri assim que vi. Ele é sempre tão exagerado quando compra as coisas, seja o que for.
— Uhum, e vamos comprar mais coisas. — Ele sorri e seus olhos sorriem juntos.
Passeamos por toda a feira enquanto comemos e bebemos coisas típicas da Suiça. Quando estava próximo da virada do natal, nos aproximamos onde as pessoas estavam reunidas e ali esperamos até a hora da virada.
Todos começam a contar juntos.
— Cinco, quatro, três, dois, um...
🎆 Feliz Natal! 🎆
À medida que os fogos de artifício começam a colorir o céu, todos ao redor começam a se abraçar. Os olhos dele encontram os meus com um brilho especial, enquanto suas bochechas ficam ainda mais coradas.
— Feliz natal Jk, te amo, obrigado por tudo. — Ele aperta minhas mãos com carinho.
Sem hesitar, o puxo para um abraço caloroso.
— Feliz Natal, meu amor. Eu também te amo. — Dou um beijo carinhoso em sua cabeça enquanto ele me envolve com força nos seus braços.
Esse momento, indescritível em palavras, carrega um significado profundo para nós dois.
O ambiente estava carregado com a magia do Natal, e à medida que a celebração continua, penso como cada momento com ele é uma presente. Enquanto compartilhamos risadas e conversas, sinto gratidão por ter alguém como ele ao meu lado nesta época, que antes era um trauma pra mim.
As decorações natalinas brilham, e a neve caindo iluminada pela luz suave dos postes criam uma atmosfera acolhedora por toda a cidade.
Observamos as luzes cintilantes dos fogos de artifício que brilham no céu, refletindo em nossos olhos cheios de ternura. Em nenhum momento ele me soltou, pelo contrário, segurou mais forte ainda no meu braço.
— Tá muito frio, eu preciso beber.
Olhei ao redor pra achar algo, mas lembrei que ainda há pouco passamos por uma barraca de bebidas quentes. Andamos até lá e pegamos dois copos de vinho caseiro.
Como de costume, ele bebeu como se fosse água.
— Vai devagar, vinho é pra apreciar.
— Gosto de apreciar de uma vez. — Ele brinca e ri.
Pegamos mais alguns copos e ficamos ali bebendo até altas horas da madrugada. Quando sentimos nossos corpos cansados, voltamos para ao hotel.
[...]
Ele foi tomar banho assim que chegamos, enquanto isso eu organizava a bagunça das roupas que deixamos. Quando ele saiu, eu fui em seguida para o banheiro.
Assim que finalizei, voltei para ao quarto e o vi sentado em uma poltrona diante da lareira, vestindo apenas um roupão e segurando uma taça de vinho. As luzes do quarto estavam fracas e suaves, proporcionando um ambiente aconchegante e sedutor.
— Hmmm, que delícia que você está. — Abracei ele por trás enquanto enchi o pescoço dele de beijos. Ele levantou e puxou minha mão.
— Senta aqui.
Eu sentei e ele sentou no meu colo, dando um gole generoso no vinho logo em seguida.
— Toma. — Ele me entregou quase que como uma ordem. Eu bebi o último gole e coloquei a taça na mesinha ao lado.
Depois de bebermos tantos vinhos quentes, nós dois já estávamos ligeiramente bêbados.
Ele trouxe seus lábios carnudos na minha direção e começou a me beijar, enquanto sua mão pequena se acomodava na minha nuca. Entre os beijos, ele para e me olha com os olhos quase fechados.
— Eu quero te chupar... — Ele mordeu os lábios após terminar de falar.
Olhei surpreso para ele no mesmo momento que ouvi.
— O q-que você disse?
— Não me faz repetir. — Ele desvia o olhar e fica com o rosto mais corado do que já estava.
Bastou ele falar isso pra eu sentir meu pênis ficar duro imediatamente. Foi uma luta pra eu conseguir chupar ele, e agora, ele quem quer. Fiquei tão excitado que comecei a sentir minhas bochechas também ficarem vermelhas.
— Desculpa, não quero te deixar com vergonha.
Ele olhou para baixo e viu o estado que me deixou só de falar.
— Acho que você gostou da ideia também.
— Impossível não gost... — Antes que eu pudesse terminar de falar ele voltou a me beijar enquanto sua mão deslizou pelo meu roupão. Entre os beijos ele abriu e sua mão circulou livremente pela minha barriga, até que ele desceu e colocou a mão na minha cueca.
— Eu consigo sentir suas veias de tão duro.
— Isso é culpa sua.
Ele que já respirava forte, ficou de pé e ajoelhou no chão na minha frente, enquanto eu permanecia sentado na poltrona. Eu estava tão excitado que meu pênis estava completamente direcionado pra cima, implorando por ele.
Ele estimulou mais um pouco com a mão enquanto me olhava, e então, colocou a boca. Minha mão foi gentilmente nos seus cabelos enquanto ele subia e descia no movimento.
Puta que pariu, que boca quente. Tava tão gostoso que eu já queria gozar, mas segurei o máximo que consegui pra continuar sentindo isso.
Ele tirou a boca e veio passando a língua por todo o comprimento enquanto me olhava. Isso foi como um fatality pra mim. Peguei rápido no meu pênis e gozei na direção da minha barriga enquanto jogava a cabeça para trás.
— Porque você pegou?
— Não vou gozar nessa boca linda sua, jamais. — Fiz um carinho rápido no seu queixo.
Ajudei ele a levantar e deitamos na cama. Eu virei meu corpo na direção dele enquanto nossos rostos estavam próximos e minha mão acariciava seu rosto.
— O que foi isso? Nossa... — Meu polegar percorre seus lábios carnudos enquanto eu olho fascinado pra ele.
— Pode falar a verdade se foi ruim, você sabe que nunca fiz isso.
— Foi incrível! Único problema foi que só eu gozei, e isso é meio injusto...
Ele fica todo vermelho, o que me tira uma risada pervertida enquanto minha mão percorre seu corpo.
— E qual sua ideia? — Ele pergunta.
— A gente estrear a vista dessa cama. — Mordi meus lábios enquanto o olhava.
Ele sorri gostoso pra mim.
— Então vamos.
Levantei rápido, peguei o lubrificante e joguei na cama. Em seguida eu me sentei próximo a cabeceira da cama, encostado no vidro, e ele veio por cima enquanto me beijava. Isso foi o suficiente pra me deixar excitado de novo.
Passei o lubrificante em mim e nele, e pincelei antes de encaixar, só nesse movimento ele já gemeu.
— Posso?
— Uhum... — Ele morde os lábios enquanto concorda com a cabeça.
Subi meu quadril, penetrando ele devagar até ele relaxar. Parei meu movimento assim que ele pediu, e então, ele começou a sentar. No movimento, ele jogou o corpo para trás, apoiando as mãos nas minhas pernas, e ergueu as suas pernas, ficando apoiado apenas pelos pés.
— Caralho Ji, assim eu não vou aguentar...
Ele continuava sentando e gemendo, e no movimento seu pênis pulava. Como não tem como resistir a isso, eu peguei e comecei a movimentar minha mão no mesmo ritmo da sentada dele.
Ele começou a sentar mais forte e gemer mais alto, e então, ele gozou na minha mão e na minha barriga.
— Minha vez. — De novo.
Segurei ele e o deitei do outro lado da cama, ficando por cima, e comecei a socar forte. Ele intensificou seus gemidos, o que me deixou louco, e então, eu gozei de novo enquanto apertava forte a pele do quadril dele.
— Ahhh... que delícia, nossa. — Tirei devagar de dentro dele e sentei, ainda ofegante.
— Amanhã eu quero mais. — Ele puxa meu rosto e morde minha boca.
— Com você eu faço toda hora, pelo resto da minha vida.
Deitei do lado dele e ficamos ali, pelados mesmo, trocando carinhos enquanto conversamos.
— Eu posso te perguntar uma coisa? — Ele senta na cama e me olha com um olhar apreensivo.
— Claro.
— Você vai voltar para a polícia?
Eu realmente não tinha parado pra pensar nisso, afinal, desde o dia do julgamento aconteceu tudo aquilo entre a gente, e foi a única preocupação que eu tive nos últimos dias.
— Eu ainda não sei... porque?
— Nada não. — Ele olha pra baixo enquanto entrelaça as mãos.
— Você não quer que eu volte?
— Eu não tenho esse direito, só que, se você voltar, você não vai mais trabalhar comigo, e isso vai fazer que nunca mais eu te veja. Me desculpa se isso soou egoísta, porque eu sei que é, e tô remoendo isso desde quando voltamos, mas, eu não quero ficar sem você. — Seus olhos estavam brilhando.
Ele está certo, isso atrapalharia e muito, mas, se tem uma coisa que tenho certeza, é que estou disposto a abrir mão de qualquer coisa pra ter ele.
— Eu não vou ficar sem você, custe o que custar.
— Você promete?
— A promessa que fiz na primeira vez que nos beijamos, de nunca te deixar, ainda está de pé. Sempre estará.
Ele veio na minha direção e me abraçou firme e com os olhos marejados. Eu realmente me sinto disposto a fazer qualquer coisa pra ter ele.
Ficamos nesse amor e carinho por um bom tempo até pegarmos no sono.
Amanhã será mais um dia maravilhoso ao seu lado!
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[🪽]
Oi doçura,
ho ho ho, merry christmas!🎄🎁🧑🏻🎄
Espero que tenha gostado 👨🏻❤️💋👨🏼
E até o próximo capítulo!
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