14 :: champagne confetti
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JEON JUNGKOOK
Acordei com um cheiro tão gostoso perto de mim que, por um momento, achei que ainda estava sonhando. Mas logo percebi o Jimin dormindo ao meu lado, seu aroma inconfundível de morango preenchendo o ar.
— Ele dormiu aqui... — sussurrei para mim mesmo.
Fiquei pensando se a mãe dele ficaria brava por ele não ter voltado para casa. Mas, felizmente, hoje era sábado e, pelo que eu me lembrava, ele não tinha nenhum compromisso importante.
Jimin ainda dormia tranquilamente, parecendo um anjo. Eu o abracei com cuidado, aproveitando para acariciar seus cabelos e admirar seu rosto sereno. Era quase surreal pensar em tudo o que estava acontecendo entre nós dois. E, ao mesmo tempo, uma pequena preocupação surgiu na minha mente: como seria se tudo isso viesse à tona?
Depois de um tempo, ele começou a acordar. Seus olhos, pequenos e um pouco inchados de sono, se abriram devagar, reagindo à luz que preenchia o quarto.
— Bom dia Ji. — Minha voz saiu num sussurro suave, quase como um ASMR, enquanto eu observava ele despertar completamente.
— Bom dia, meu amor. — As palavras dele foram suficientes para fazer meu coração disparar.
— Ahhh, Park... Se você me chamar assim todo dia, prometo que faço o que você quiser.
Ele esticou os braços, espreguiçando de forma preguiçosa enquanto ainda estava deitado.
— Então eu quero um beijinho. — Ele fez um biquinho, apontando para a própria boca.
— Dou até mil, se você quiser.
Minha mão percorreu sua cintura, puxando ele para mais perto de mim. Nossos lábios se encontraram, e o toque suave logo se transformou em algo mais profundo. Cada beijo era uma súplica silenciosa, um escape para a paixão proibida que fervia entre nós, implorando por mais daquele momento.
Inevitavelmente, as coisas começam a esquentar, estava tudo propício pra isso acontecer.
Subi em cima dele, me posicionando entre suas pernas. Minhas mãos deslizaram por baixo da camisa dele, sentindo sua pele macia sob meus dedos. Sem pressa, puxei a camisa para cima e a tirei. Nossos lábios se encontraram novamente, mas dessa vez os beijos foram ficando mais intensos, quase desesperados, enquanto minhas mãos exploravam cada centímetro da sua barriga definida.
Apesar de ainda ser cedo, o calor entre nós parecia incendiar o quarto. Nossos corpos se moviam em sincronia, e mesmo através do meu shorts, eu podia sentir o quanto ele estava excitado. A cada movimento dos nossos quadris, ele ficava ainda mais duro, e a tensão entre nós crescia, como se tudo ao nosso redor desaparecesse, restando apenas a urgência de estarmos ainda mais próximos.
— E-espera, meu corpo ainda tá grudando com o soju que caiu em mim ontem, preciso tomar um banho antes — Jimin falou, me segurando pelos braços.
Eu me levantei da cama e estendi a mão para ele, um sorriso já se formando.
— O que foi? — Ele pegou minha mão, mas o olhar desconfiado não passou despercebido.
— Vamos tomar banho. — Meu sorriso sugestivo deixou claro minhas intenções. E eu sabia que ele também queria.
As bochechas dele coraram instantaneamente.
— Puta merda, você é tão lindo, nossa... vem cá. — Agarrei ele, pegando no colo.
Jimin envolveu os braços em torno do meu ombro, e nossas bocas se encontraram de novo, num beijo intenso, enquanto eu o levava até o banheiro. O desejo entre nós só crescia, cada passo deixando o clima ainda mais intenso.
Assim que o soltei, encostei meu corpo na pia e ele veio em minha direção, nos beijando de novo, com uma intensidade ainda maior. Minhas mãos apertavam sua bunda com mais força, trazendo seu quadril para mais perto do meu. Eu queria sentir cada parte dele. Estava sem camisa, só com meu shorts de pijama, e, sem que eu esperasse, ele envolveu meu pênis com a mão, ainda por cima do tecido, começando a me estimular entre os beijos.
— Como você é gostoso... — Ele sussurrou, me olhando com desejo. Sua mão continuava se movendo, e, em questão de segundos, ele já tinha tirado para fora do meu shorts. Eu sorri, olhando para baixo, quase hipnotizado pelo jeito que ele me tocava.
— Isso tá muito injusto, não acha? — Falei, voltando meu olhar para ele.
Minha mão foi até seu abdômen, descendo até o botão do seu pijama, que abri devagar. Quando coloquei a mão dentro, senti o quanto ele estava molhado e duro. As veias pulsavam sob meus dedos, e a sensação do contato direto com sua pele me deixou ainda mais excitado.
Quando comecei a mexer nele, a expressão de prazer que ele fez me deixou ainda mais ansioso para ir além. Seus olhos se fecharam e sua cabeça foi ligeiramente para trás, deixando transparecer cada sensação que o meu toque provocava. Puxei seu rosto para mais perto do meu, nossas testas se encostaram, e, entre gemidos baixos, nossas bocas quase se tocavam enquanto nossas mãos continuavam. Aquele momento era surreal.
O prazer era intenso, a sincronia dos movimentos nos deixando completamente à mercê um do outro.
Minha mão foi parar em seus cabelos na nuca, puxando com força enquanto eu o beijava de maneira lenta, degustando cada segundo desse contato. O gosto dele mexia com cada parte da minha sanidade, me fazendo querer muito mais.
— Vamos pro chuveiro? — Ele mordeu minha boca e sorriu de um jeito tão safado que me deixou com ainda mais vontade.
Eu apenas sorri de volta, com um ar ainda mais provocador.
Ele tirou a calça e a cueca que estava usando, e eu não conseguia disfarçar o fascínio que sentia ao ver ele em pé diante de mim, completamente exposto. A visão dele era tão irresistível que não perdi tempo: rapidamente, tirei meu shorts e o agarrei novamente, puxando para mais perto. Em meio aos beijos ardentes, começamos a nos mover em direção ao box.
Assim que entramos, liguei o chuveiro. A água quente escorreu sobre nós, intensificando a paixão e o calor que já fervia entre nossos corpos. Encostei ele no vidro do box, e com uma mão, segurei seus braços acima da cabeça, o imobilizando levemente enquanto o olhava nos olhos, sentindo a adrenalina subir.
— Você é tão lindo — sussurrei enquanto o segurava, mantendo seus braços acima da cabeça com uma mão só.
Minha língua começou a explorar seu peito, deslizando lentamente, deixando um rastro de calor em cada toque. Enquanto isso, minha outra mão deslizava pelas suas costas, acariciando a pele macia dele. Cada movimento meu parecia implorar para que eu continuasse, e o desejo crescente entre nós se tornava insuportável.
Enquanto a água quente escorria sobre nós, os corpos se tornaram ainda mais quentes. Olhei para ele, apreciando a forma como a água brilhava em sua pele, e não consegui me conter.
Voltei a beijar seus lábios com intensidade, enquanto ergui uma de suas pernas, posicionando com cuidado. Com cuidado, enfiei um dedo nele, e seu gemido ao sentir a pressão me deixou ainda mais excitado... Como ele estava apertado e quente.
— Tá doendo? Quer parar? — perguntei, preocupado com seu conforto.
Ele deu aquela risada sacana que me fazia perder o controle, olhando profundamente em meus olhos.
— Parar? Tá maluco? Enfia logo — disse ele, mordendo os lábios, suas palavras escapando como um gemido.
— Caralho...
A forma como ele falava conseguia aumentar ainda mais o meu tesão. Mantendo uma das pernas dele segurada, encaixei meu pênis e comecei a fazer algumas pinceladas por fora. Ele se contorcia sob meu toque, a sensação dele me envolvia, e eu sentia que a intensidade da nossa conexão só aumentava.
Então, enfiei devagar, absorvendo cada detalhe da expressão de prazer dele enquanto me via entrando. Estava obcecado, prestando atenção em cada movimento, enquanto ele me observava, mordendo os lábios e apreciando a sensação. Aos poucos, notei que ele estava se relaxando, então aumentei a intensidade.
Minhas mãos exploravam seu corpo enquanto minha boca mordia cada ponto do seu pescoço, deixando marcas quentes e úmidas. As estocadas se intensificavam, cada movimento se tornando mais profundo e desesperado. Quanto mais ele gemia baixinho no meu ouvido, mais eu ficava excitado, a conexão entre nós se fortalecendo a cada impulso, e eu queria sentir ainda mais.
Ficamos assim o suficiente para que o banheiro ficasse abafado. Quanto mais eu estava dentro dele, mais eu queria. Ele me apertava e me arranhava, e eu adorava sentir a intensidade dos seus sentimentos se manifestando na minha pele.
Quando percebi que ele estava incomodado por manter a perna levantada por tanto tempo, tirei meu pênis de dentro dele com cuidado e o virei de costas. Suas mãos pequenas se apoiaram no vidro do box, e ele empinou para mim, como se estivesse pronto para o que viesse a seguir.
— Assim eu vou infartar antes mesmo de continuar...
Ele olhou um pouco pra trás, e deu um sorriso de canto.
— Você é forte, por isso é meu guarda-costas.
Abracei ele por trás, deixando beijos suaves em sua nuca antes de penetrar novamente. Os movimentos se tornaram mais intensos e apaixonados, enquanto minhas unhas cravavam em seu quadril, guiando em uma dança de prazer em sincronia comigo.
— Tá gostoso? — Aproximei minha boca do seu ouvido e sussurrei, sentindo a eletricidade entre nós. — Quero ouvir sua voz...
— M-muito, ahh... — Ele respondeu, gemendo de um jeito tão delicioso que me deixava em transe. Eu também não conseguia conter os gemidos que escapavam dos meus lábios. Deveríamos nos preocupar em não fazer barulho, mas estávamos tão imersos no prazer que nem considerei que os meninos poderiam ouvir.
Ele olhava para trás com uma expressão de puro prazer enquanto eu continuava a penetrar. E então, em um movimento completamente inesperado, ele começou a se masturbar, segurando seu próprio pênis com uma mão.
— Caralho, Jimin... — eu murmurei, completamente extasiado com a cena diante de mim.
Ele jogava a cabeça para trás, os gemidos escapando de sua boca em um ritmo tão sedutor que me deixava alucinado. A visão dele se tocando enquanto eu o preenchia era um espetáculo de desejo que me consumia, e o som dos nossos movimentos se misturava ao barulho da água, criando uma sinfonia perfeita de prazer naquele banheiro abafado.
Segurei sua mão, cobrindo com a minha, e comecei a estimular ele junto enquanto o calor da água caía sobre nossos corpos. Meu coração batia tão forte que parecia que ia saltar do meu peito... era a sensação mais intensa e gostosa que eu já tinha experimentado.
Continuei os movimentos, cada vez mais profundo, enquanto beijava e mordiscava sua nuca, sentindo sua pele arrepiada. Ele soltou a própria mão, e, num impulso de desejo, segurou suas nádegas, abrindo ainda mais para mim. A visão e a entrega dele foram o ápice para nós dois, uma combinação perfeita de corpos e sentimentos que explodiram em prazer.
Em um momento que parecia suspenso no tempo, nós dois chegamos ao clímax juntos, nossos corpos estremecendo e se entregando completamente enquanto a água continuava a cair, nos envolvendo em um calor ainda mais profundo.
Ainda sem fôlego, nos deixamos cair no chão do box com o chuveiro ainda ligado, a água quente escorrendo ao nosso redor. O Jimin olhou para cima, como se estivesse tentando recuperar o ar, até que seu olhar se voltou para mim, fixo e sereno. Ele só me observava, respirando fundo, e eu via um brilho intenso em seus olhos.
— Eu quero você pra sempre — falei, sem conseguir conter o sentimento que transbordava no peito, as palavras saindo num suspiro exausto, enquanto me encostava no vidro. Me sentia leve, como se estivesse flutuando em meio a nuvens.
Ele me olhou com aquele sorriso tímido, mas tão aconchegante que fazia meu coração bater mais forte uma vez mais. Seus olhos se fecharam devagar enquanto o sorriso aumentava, um gesto simples que fazia meu peito vibrar.
— Eu... eu amo você — ele respondeu, ainda ofegante, e essas palavras fizeram surgir um sorriso involuntário no meu rosto. Estendi os braços e o chamei para perto. Ele se aproximou, sentando de costas para mim, e eu o envolvi em um abraço aconchegante, apertando contra mim como se não quisesse soltar nunca mais.
Ficamos ali, em silêncio, apenas sentindo a presença um do outro, com o barulho suave da água ao fundo. Eu acariciava seu cabelo molhado, sentindo cada instante daquele momento gravar profundamente em mim. Nada parecia mais certo do que estar ao lado dele, daquele jeito, e naquele instante, eu soube que não havia outro lugar no mundo onde eu preferisse estar.
Ficamos assim por um bom tempo, deixando a água quente do chuveiro escorrer sobre nós, relaxando cada músculo. Nossas mãos se encontravam e se acariciavam, enquanto nossos dedos se entrelaçavam em gestos suaves.
— Nós fizemos muito barulho, seus amigos devem ter ouvido — ele disse, com um olhar tímido e meio assustado, mas ainda assim adorável.
— Acho que não... — respondi, tentando soar convincente, mesmo achando que a chance deles terem ouvido era bem alta.
— Impossível... — ele riu baixinho. — Agora eu vou ficar com vergonha de olhar pra eles. É melhor eu me arrumar e ir embora.
— Claro que não, fica tranquilo. Você está comigo, não tem por que se preocupar ou sentir vergonha. Eles vão entender.
Ele suspirou, mas eu vi o sorriso tímido surgir de novo.
— Mas... o Seokjin ainda não sabe sobre nós — ele murmurou.
— Vai saber hoje. — falei, decidido.
Ele levou a mão na barriga, como se o estômago falasse mais alto.
— Está com fome?
— Muita! — Ele se afastou e virou de frente para responder, com um brilho nos olhos que mostrava o quanto precisava de um bom café da manhã.
— Vem, vamos levantar e sair pra comer alguma coisa.
Levantei, puxando ele junto, e não resisti a roubar mais um abraço antes de nos separarmos. Fomos para o quarto e ele pegou uma blusa de frio minha, que ficou um pouco larga nele, mas de um jeito que só realçava o quanto ele ficava bem com qualquer coisa minha.
Ao sair do quarto, notei que ainda estava tudo em silêncio; ninguém tinha acordado. Melhor assim. Ele com certeza ficaria sem graça se tivesse alguém por perto. Descemos para a garagem e subimos na moto, já que o carro dele tinha ficado em sua casa na noite anterior. O clima da manhã estava fresco, ideal para um café reforçado e um passeio juntos para começar o dia.
— O que você quer comer?
— Torta de morango. — Ele respondeu sem hesitar, com uma convicção que me fez rir.
— Que específico. — Dei uma risada. — E onde podemos encontrar essa torta perfeita?
— Tem uma confeitaria perto da estação de trem que faz as melhores tortas, sempre fresquinhas...
— Então vamos pra lá. — Concordei, montando na moto enquanto ele mostrava o caminho.
[...]
Assim que chegamos e entramos na confeitaria, ele praticamente correu até as vitrines, os olhos brilhando com cada doce exposto.
— Olha quanta coisa! — Ele exclamou, olhando pra mim e depois se virando para a atendente, empolgado. — Moça, eu quero um de cada desses doces e duas fatias generosas de torta de morango.
A atendente arqueou as sobrancelhas, surpresa com o pedido inesperado, mas logo foi buscar tudo. Sentamos, e eu dei uma risada baixa quando percebi que ele não estava brincando; ele realmente pediu um doce de cada, exatamente como fez com as bebidas no bar uma vez.
— Não ri de mim. — Ele cruzou os braços e fez aquele biquinho que sempre me fazia derreter.
— Ok, parei. — Claro que não parei, ri mais ainda. — Desculpa, mas eu não resisto, você fica tão lindo entusiasmado assim.
A verdade é que a torta era mesmo uma delícia, e ver a reação dele a cada colherada só aumentava minha vontade de estar ali, observando cada expressão. Ele fechava os olhos e suspirava, claramente curtindo o sabor. Era como se cada pedaço fosse uma pequena surpresa, e eu não conseguia tirar os olhos dele.
Enquanto comíamos e conversávamos, o celular dele, que estava na mesa, tocou de repente. Ele olhou para a tela e franziu a testa.
— Droga, é minha mãe. — Ele me fez um gesto pedindo silêncio e atendeu.
Fiquei em silêncio, mas confesso que a curiosidade me consumia. Não dava pra ouvir o que ela falava, mas a expressão dele mudava a cada resposta. Fiquei observando cada detalhe, tentando adivinhar pelo tom do rosto dele o que poderia estar acontecendo do outro lado da linha.
— Uhum, dormi no Hobi. — Ele respondeu, ouvindo em silêncio por um instante antes de retomar. — Ahh, hoje? — Sua expressão caiu um pouco, como se estivesse decepcionado. — Uhum... ok. Tchau, mãe, também te amo.
Ele desligou e suspirou, voltando a atenção para mim.
— O que ela disse?
— Perguntou onde eu dormi. Nem fez muita questão quando falei do Hobi, então isso já é um alívio… — Ele deu um sorriso leve, mas logo completou, mais sério. — Ela também disse que meu pai chega hoje à noite.
A notícia me deixou em alerta. Com o pai dele de volta, teríamos que redobrar o cuidado. Irônico ter que esconder nosso namoro, já que ele é maior de idade, mas, sendo alguém público, as complicações eram inevitáveis. Qualquer descuido poderia causar problemas, e sabíamos disso.
Terminamos de comer, e, ao sairmos da confeitaria, o vento forte nos surpreendeu. Justo hoje estávamos de moto, o que tornava a ideia de encarar a estrada um pouco menos atraente.
— Vamos voltar para o apartamento? — perguntei, tentando confirmar.
Já tínhamos combinado que ele ficaria com a gente enquanto comemoramos o aniversário do Tae, mas, depois do barulho de hoje, precisava saber se ele ainda estava confortável com isso.
— Hmm... — Ele fez uma pausa, pensativo. — Não sei...
— Eles não ouviram nada, relaxa.
Ele devolveu um sorrisinho, meio desconfiado, mas acabou cedendo.
— Ok, vamos. Só preciso passar em casa pra pegar meu carro, trocar de roupa e deixar esses doces pra minha mãe.
— Tudo bem, meu amor.
Ele sorriu timidamente e olhou para baixo assim que ouviu. Eu adorava o quanto ele era tímido comigo e, ao mesmo tempo, um safado. Fora isso, ele era mimado, encrenqueiro e alcoólatra, fora outras mil personalidades, tudo dependendo do momento. Sem dúvida, era a pessoa com a personalidade mais autêntica que já conheci.
Pilotei até a casa dele, e não demoramos pra chegar. Ele entrou, e eu fiquei esperando do lado de fora. Seria uma hora perfeita pra fumar, mas, depois que começamos a namorar, eu simplesmente perdi o interesse. Não queria beijar aquela boca preciosa com gosto de nicotina.
Meu celular então vibrou. Era uma mensagem do Jin.
— Porra... — comecei a rir sozinho.
Eu já deveria imaginar que ele ouviria, afinal, o quarto dele é ao lado do meu... E o som da minha voz não era exatamente discreto.
Precisava explicar isso logo, antes que ele começasse a tirar conclusões precipitadas sobre mim e a irmã do Hoseok. Eu não queria que ele achasse que havia algo entre nós, quando, na verdade, era só um mal-entendido.
Depois de uns quinze minutos, o Jimin voltou. Ele estava com uma roupa bem mais casual, um estilo simples, mas que ainda assim parecia perfeito nele: uma calça jeans ajustada, uma blusa de frio que ficava confortável e despojada, e um boné que ele colocou de forma descontraída, virado para trás.
Eu o observei por um momento, admirando a forma como ele ficava incrível mesmo em algo simples.
— Vamos precisar voltar à confeitaria para pegar o bolo do Taehyung, tudo bem?
— Claro, deixa sua moto aqui em casa e vamos de carro.
Ele quis dirigir, então seguimos até a Porsche. Durante o caminho, não pude evitar ficar provocando ele. Coloquei minha mão na sua perna, sentindo os músculos dele se contraindo sob meu toque. Cada vez que ele olhava para a estrada, eu subia mais, deslizando os dedos lentamente pela sua pele, o que parecia deixar ele desconcentrado.
— Não faz isso... — Ele murmurou, tentando manter o foco na direção, mas eu vi o modo como ele mordeu o lábio, tentando ignorar a tentação.
Eu só ri baixinho, gostando da forma como ele tentava se controlar durante o caminho.
Chegamos novamente à confeitaria. Ele esperou no carro dessa vez enquanto eu descia para escolher o bolo. O Tae não tem um sabor favorito, então escolhi um de morango. Voltei para o carro e partimos.
[...]
Assim que chegamos na porta do apartamento, antes de abrir, me virei para ele, meu coração batendo mais forte com a proximidade do momento.
— Tem certeza que está tudo bem pra você o Seokjin saber de nós?
Ele me olhou com um sorriso tranquilo, como sempre, e respondeu com firmeza.
— Sim... Ele só precisa ficar quieto e não falar isso pra ninguém na Town.
— Isso eu te garanto. — Sorri, estendendo minha mão para ele. Ele a pegou com um sorriso tímido, entrelaçando nossos dedos. Entramos no apartamento assim, de mãos dadas, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Dentro, o Jin estava de costas, concentrado em organizar a geladeira, já cheia de soju. A comemoração que começamos a planejar pra ser algo simples, só entre nós, parecia ter se transformado em uma festa enorme.
— Jk, coloca o bolo na mesa e vem me ajudar. Fui comprar as bebidas e pensei "foda-se refrigerante", então comprei só soju, nós vamos encher a cara hoj... — Ele parou de falar quando olhou na nossa direção. Seu rosto ficou inexpressivo.
— Jimin? O-oi... você aqui? Eu.. hmmm, bem... Jk, você não me fal... — Ele sequer conseguia falar, suas palavras saiam todas embaralhadas.
— Oi, Jin. — O Jimin cumprimentou ele fazendo um gesto com as mãos, aproximando o corpo de mim.
Pela cara que o Jin fez, pude entender que a cabeça dele estava fervendo em pensamentos.
— PUTA MERDA! — Ele falou alto, colocando as mãos na boca. — Vocês estão juntos?
Ele finalmente juntou as peças e entendeu.
— Sim, estamos. Agora me dá uma garrafa de soju. — Eu respondi estendendo a mão.
— Espera aí, não muda de assunto... Eu tô em colapso com a notícia.
— Para de exagero. — Dei risada enquanto sentamos no sofá.
Pela expressão que o Jin fez, eu podia jurar que ele estava morrendo de vontade de soltar um "desde quando você gosta de homem?". Só não disse isso na cara porque o Jimin estava ali.
Ele se acomodou na poltrona ao lado, apoiando os cotovelos nos joelhos e olhando fixamente pra mim, ainda processando a situação.
— Posso ir ao banheiro? — O Ji me perguntou, apertando minha mão de leve.
— Claro, fica à vontade — respondi, soltando sua mão com um sorriso breve.
Assim que ele saiu, eu soube que era a deixa para o Jin me bombardear de perguntas.
— Você é gay? Bi? Eu te conheço há tanto tempo, e nunca passou pela minha cabeça que você ficasse com homem. — Ele se inclinou mais para frente, me olhando quase como se eu tivesse cometido uma traição. — Tô me sentindo magoado por você nunca ter me contado isso, cara.
Dito e feito. Ele perguntou exatamente o que eu sabia que ele perguntaria.
— Não tinha como eu te contar algo que eu nem sabia, né? Não escolhi gostar dele, só aconteceu.
— Parece coisa de filme... Aquele da Whitney Houston, sabe? — Ele fez um gesto dramático, imitando uma cena que provavelmente só existia na cabeça dele.
Eu não consegui segurar o riso.
— Cala a boca, idiota... — falei, tentando manter um tom sério, mas a risada escapou de qualquer jeito.
Ele gargalhou ainda mais, me acompanhando.
— Falando sério agora — ele disse, recuperando o fôlego. — O Tae já sabe?
— Sim.
— Ah, puta que pariu, Jungkook! Eu não sou seu amigo não? Por que eu sempre sou o último a saber das coisas?
— Eu não contei para o Tae, ele percebeu sozinho — dei de ombros, meio que provocando. — Era só você perceber também, não tava escondendo.
Ele bufou, mas riu de novo, balançando a cabeça como se ainda estivesse tentando processar tudo.
— Agora tá tudo claro pra mim, como eu não percebi? E eu achando que você tava saindo com aquela garota... que vergonha.
— Ela gosta dele, não de mim.
— Ah, então ela é sua concorrente! Vou resolver isso rapidinho, só preciso fazer ela se apaixonar por mim. Ela não vai resistir a esse rostinho lindo. — Ele passou a mão no próprio rosto, se achando.
— Se você conseguir fazer isso, eu juro que pago uma viagem pra você, com tudo incluído.
— Então já trate de comprar as passagens, porque eu vou conseguir. Impossível ela resistir a mim. Ninguém resiste.
Eu ri, já acostumado com o ego inabalável dele, que sempre era motivo de piada no apartamento.
Nesse momento, o Jimin voltou do banheiro e se sentou de novo ao meu lado, observando nós dois com um sorrisinho.
— Jin, precisamos que isso fique só entre nós, ninguém da Town pode saber. — Jimin pediu, com aquele olhar sério que raramente ele usava.
— Tudo bem, eu prometo que carregarei esse segredo até meu túmulo. — Jin disse, fazendo um gesto dramático de promessa.
Jimin sorriu, agradecido, e eu não pude evitar de ficar olhando pra ele, admirado. O perfil dele era tão bonito... ele era lindo em cada detalhe.
— Caraca, Jk, por isso você andava tão feliz ultimamente, totalmente diferente do Jungkook depressivo e ansioso de antes — Jin soltou, direto, sem qualquer filtro.
— Cala a boca, Jin! — balancei a cabeça, puxando ele pelo braço. — Vamos arrumar as coisas logo, antes que o Tae saia do quarto e descubra tudo.
Ele riu, mas me seguiu, finalmente aceitando ficar quieto... pelo menos por alguns minutos.
O Ji nos ajudou também, o que facilitou para terminarmos rápido toda a decoração de aniversário. Em poucos minutos, o apartamento já estava com o clima de festa: balões, enfeites coloridos e, claro, várias garrafas de bebidas espalhadas pela mesa.
Tae saiu do quarto parecendo um zumbi, os olhos ainda meio fechados e os passos arrastados. Mas assim que atravessou a porta, o Jin estourou uma bomba de confete bem na sua frente. Ele deu um pulo pra trás, assustado, enquanto a sala se enchia de risadas.
— Parabéns, Tae!!! — Jin gritou, com um chapéu de festa ridículo na cabeça e espalhando confete por todo o apartamento.
A expressão fechada do Tae logo deu lugar a um sorriso enorme e quadrado, que a gente raramente via, e todos começamos a cantar parabéns juntos. Ele parecia genuinamente emocionado.
— Valeu, pessoal... sério, não sei nem como agradecer. — Ele sorriu enquanto pegava o celular, tirando uma foto do bolo e da decoração.
Depois, Tae fechou os olhos por um momento, fez um pedido em silêncio e cortou o bolo. Nos servimos com um pedaço generoso e, claro, bebidas já na mão. Sentamos juntos no sofá e cadeiras ao redor da sala, comendo, rindo e enchendo a cara.
Entre nossas conversas, o celular do Jimin vibrava constantemente enquanto ele trocava mensagens com o Hoseok.
— Quer chamar seu amigo pra vir? Temos soju suficiente pra mais de uma semana. E os caras vão gostar de conhecer ele.
Jimin fez uma expressão pensativa, mas logo seus olhos brilharam.
— Posso mesmo?
— Claro, meu amor, você pode fazer o que quiser. — Respondi, passando a mão na perna dele.
— Obrigado! — Ele sorriu, aquele sorriso lindo, e foi até a varanda para ligar pro Hoseok.
Fiquei ali, observando enquanto ele falava ao telefone, a luz do sol entrando pela varanda, iluminando sua pele de uma forma que parecia fazer ele brilhar ainda mais.
— Eita, Jungkook, disfarça pelo menos. — A voz do Jin me trouxe de volta à realidade, interrompendo minha admiração silenciosa.
Ri sem graça, mas sabia que era impossível não me perder um pouco toda vez que olhava pra ele daquele jeito.
— Você já sabe? — Tae perguntou, olhando para o Jin.
— Bem, agora sei, né? Como sempre, o último a saber de tudo. Tô feliz que nosso policial aqui agora tem alguém — Jin respondeu.
Tae riu da cena e olhou de volta pra mim.
— Você parece melhor, Jk. Fico feliz também em ver que ele tá te fazendo bem, você merece. — Tae falou, com um brilho genuíno nos olhos.
— Obrigado, vocês dois, de verdade.
O Jimin voltou da varanda e se sentou ao meu lado. Ali ficamos, bebendo e conversando mais um tempo, até que finalmente o Hoseok chegou, trazendo mais animação pro ambiente.
De forma completamente natural, eles fizeram amizade rapidamente enquanto bebiam e conversavam. Era engraçado ver como o Jin, com sua energia, se entrosava tão bem com estranhos. Eu, no entanto, não conseguia desgrudar do Jimin. Ficamos no sofá juntos, trocando olhares e risadas discretas enquanto a conversa rolava ao nosso redor.
Seja quem for que nos olhasse assim, entenderia na hora o que existe entre nós.
Enquanto os meninos conversavam, o Jimin deu um pulo no sofá, como se algo tivesse passado pela sua cabeça de repente.
— Caralho, a música... — Ele olhou rapidamente para o celular para ver as horas; eram pouco mais de 16h.
— Que música? Você tinha compromisso hoje? — Perguntei, curioso.
— Eu tinha que escrever uma música e entregar na Town até meio-dia. Que merda, eu esqueci completamente...
Ele pegou o celular e começou a digitar várias mensagens, recebendo uma resposta quase que imediatamente.
— Ufa... — Ele soltou um suspiro de alívio, jogando o corpo para trás e colocando o braço de volta no meu ombro. — Vou poder entregar até amanhã.
— Se quiser minha ajuda, tô à sua disposição, — ofereci, sorrindo.
Ele riu baixinho ao ouvir minha resposta.
— Porque você tá rindo? — Perguntei, sorrindo também, contagiado pela risada dele.
— Eu ia falar algo impuro agora, melhor não. — Ele disse, com um sorriso malicioso.
Eu encostei minha cabeça no ombro dele, olhando nos seus olhos.
— Não faz isso comigo, se não você já sabe o que eu vou querer fazer com você... — Sussurrei, brincando.
— Parei — ele riu. — Muito obrigado por se dispor a me ajudar.
Dei um selinho bem rápido na sua boca gostosa, e ele, com um sorriso, se aproximou e me deu outro de volta, mais demorado.
— Vocês não se desgrudam mais? — O Hoseok falou rindo enquanto se acomodava na poltrona ao lado.
— Não. — O Ji respondeu, rindo.
— Agora que vocês dois estão aqui, preciso pedir desculpas por aquele desgraçado na minha festa. Ninguém convidou ele, nem vi a hora que ele chegou, só vi ele indo embora correndo feito um covarde — disse o Hoseok.
— Isso tem cara de ser coisa da sua irmã.
— Vou tentar descobrir, se for, ela me paga.
— Esquece isso, Hobi, tá tudo certo, já passou — respondeu o Jimin.
Esse Jimin todo pacífico nem parece o mesmo que eu conheci, que só faltou tentar me matar. Dei risada sozinho enquanto lembrava, até sentir meu celular tocar no bolso. Eles continuaram conversando e eu fui até a varanda para atender.
— Alô?
— Olá, falo com Jeon Jungkook?
— Sim, quem deseja?
— Me chamo Donghyun, sou promotor de justiça responsável pelo seu caso. Em alguns dias teremos sua audiência no fórum de Seoul, é crucial que você chegue pontualmente, sob pena de prisão caso não compareça.
Senti meu corpo gelar assim que ouvi, minhas mãos ficaram trêmulas enquanto eu buscava palavras. Tudo parecia bom demais pra ser verdade...
— Quando será? — consegui perguntar, tentando manter a calma.
— Vou enviar as informações para seu e-mail. É imprescindível que você leve um advogado junto.
— Ok.
A chamada se encerrou.
Eu já deveria imaginar que mais cedo ou mais tarde isso voltaria à tona para me arrastar de volta ao fundo do poço.
Me apoiei na varanda, olhando para a vista, mas os pensamentos estavam completamente dispersos. Me veio à memória o dia em que tudo aconteceu. E não só isso, uma enxurrada de pensamentos ruins começou a invadir minha mente, sobre tudo o que já passei na vida.
Talvez desistir não seja uma opção ruim...
Eu olhava para baixo, sentindo o peso da angústia me consumir, até que...
— Ei, tá tudo bem? — A voz do Jimin soou suave, como um feixe de luz brilhante, cortando a escuridão em que eu estava me afundando novamente.
Com tantas coisas ruins que aconteceram na minha vida, parecia que ele tinha aparecido para ser minha válvula de escape.
— Oi, Ji, tô sim... — tentei disfarçar, mas ele percebeu o tom da minha voz.
Ele deu um passo em direção a mim, seus olhos curiosos e preocupados não saindo de mim.
— Não, não está. Quem era na ligação? — Ele insistiu, e eu vi a preocupação se refletir no seu rosto.
Respirei fundo, tentando criar coragem.
— Um promotor de justiça...
Pela expressão dele, ficou claro que ele já tinha entendido sobre o que se tratava.
— O que ele te falou? — Ele perguntou, a preocupação nítida no olhar.
— Vai ter outra audiência nessa semana, preciso de um advogado. — Respondi, tentando controlar a tensão que crescia dentro de mim.
Ele me olhou nos olhos, como se tentasse buscar algo mais, talvez uma resposta que eu não tinha dado, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me abraçou. O abraço apertado, silencioso, foi como um alívio imediato. Eu retribuí, enterrando o rosto no seu ombro, sentindo a segurança da sua presença.
Ele sabia o quanto aquilo significava para mim naquele momento.
— Meu tio é advogado, vou falar com ele. — Ele disse, sua voz baixa e firme.
— Não, não quero você envolvido nisso.
Ele se afastou um pouco, me olhando nos olhos com uma intensidade que eu não conseguia evitar.
— Eu não te fiz uma pergunta, foi uma afirmação. Você não tem que discordar. Eu não me perdoaria se permitisse que qualquer coisa ruim aconteça com você, sendo que eu tenho meios pra te ajudar.
Estendi o braço para ele, pedindo outro abraço. Ele imediatamente voltou e me envolveu em um abraço aconchegante, como se soubesse exatamente o que eu precisava.
— Obrigado, Ji. — Minha voz saiu baixa, quase abafada, enquanto me esforçava para não deixar as lágrimas caírem. Eu me recusava a chorar na frente dele, então tentei dizer o mínimo possível.
Ele soltou o abraço lentamente, mas manteve um olhar suave e atento nos meus olhos.
— Vou te ajudar a sair disso, juntos. — Ele falou, a confiança em sua voz era reconfortante. Pegou minha mão com delicadeza, e, naquele momento, nossos olhares se entrelaçaram, cheios de significado. Ele não precisou de nenhuma prova para ficar ao meu lado. Desde o início, ele acreditou em mim, e isso me deu uma força indescritível.
O silêncio entre nós foi interrompido por uma voz brincalhona vindo da porta da varanda.
— Os dois pombinhos não vão beber mais não? — O Jin apareceu com um sorriso largo, claramente tentando aliviar a tensão no ar.
Eu soltei um suspiro e brinquei de volta, tentando disfarçar a bagunça emocional que ainda estava me consumindo.
— Vamos, antes que você beba tudo. — Respondi, tentando voltar ao clima mais descontraído.
Nós entramos juntos e voltamos para o sofá, onde a conversa seguiu com mais risadas, tentando me distrair.
— Não quero ver você tenso assim, vamos mudar esses pensamentos aí. — o Jimin sussurrou e depois me entrega uma garrafa de soju.
— Um beijo vai me fazer sentir melhor.
— Você está se aproveitando... — Ele riu e me beijou.
Eu achei que íamos pra outro cômodo do apartamento, por causa dos meninos, mas ele nem se importou. Minha mão se posicionou no seu pescoço enquanto retribuía o beijo.
Na real, eles estavam tão bêbados e distraídos conversando que sequer notaram.
— Vamos parar, se não vou querer te levar pro quarto de novo.
Ele riu enquanto ficava todo vermelho.
[...]
Ficamos bebendo e conversando por horas, até a noite cair, e o ambiente já estava cheio de risadas e histórias. Notei que o Ji olhava o celular de minuto em minuto, inquieto, até que se virou para mim com um semblante um pouco culpado.
— Eu queria muito ficar mais, mas preciso ir. Meu pai vai chegar daqui a uma hora.
Suspirei, jogando o corpo para trás, frustrado com a realidade.
— Ah, não fala isso…
Ele segurou minha mão, tentando amenizar.
— Infelizmente preciso ir, meu amorzinho.
Sorri ao ouvir ele me chamar assim, mas continuei a provocação.
— Com você falando assim, vou ser obrigado a não deixar você ir embora.
Ele riu de leve, mas percebi um certo desânimo em seu olhar. Eu realmente queria que ele ficasse hoje, ou talvez pra sempre, mas sei que provocar o pai dele agora não seria uma boa ideia. Pelo menos, não enquanto a gente ainda não se assumiu de verdade.
Jimin se levantou e começou a se despedir dos meninos.
— Hobi, você já está muito louco — ele riu e segurou o braço dele. — Vem, vamos juntos.
— Sai, Park, eu quero ficar mais. — Hoseok protestou, quase tropeçando enquanto tentava se afastar de nós.
— Você não vai dirigir nesse estado, tá maluco?
Hoseok só bufou e deu as costas, se afastando com a firmeza que o álcool permitia.
— Pode deixar, eu levo você e depois levo ele com o carro do Jin.
Ele olhou de canto e percebeu que Hoseok realmente não ia colaborar.
— Obrigado. — Ele sorriu, fazendo carinho na minha mão. — Fica com o meu carro, assim amanhã você já me busca com ele. Tá frio pra andar de moto.
— E se eu te roubar? Você não tem medo, não? É uma Porsche, não um carro qualquer.
Jimin riu, chegando mais perto de mim, me olhando nos olhos.
— Eu já roubei seu coração, então você jamais me roubaria. Meu guarda-costas.
Olhei para os lados, e quando vi que não tinha ninguém olhando, apertei sua bunda.
— Não me deixe de pau duro, para.
Ele riu, e então descemos até o carro. Dirigi em direção à casa dele, mas estacionei duas ruas antes, só para prolongar a despedida.
Envolvi seu corpo com o meu braço enquanto nossos lábios se encontravam num beijo lento e apaixonado, saboreando cada segundo desse momento. Ficamos assim por longos minutos, até que, por fim, seguimos para a casa dele.
Ao passar pelos portões, trocamos carinhos rápidos com as mãos antes de ele descer do carro. Assim que abriu a porta da casa, ele deu de cara com o Namjoon. Eles conversaram ali por um momento, mas depois que Jimin entrou, Namjoon se aproximou do carro e se apoiou na janela aberta.
— Boa noite, Jungkook. Desculpe não acompanhar seu serviço nos últimos dias; estive viajando com o Sr. Park.
— Boa noite, Namjoon. Tudo bem, foi bem tranquilo.
Ele me encarou por alguns segundos, estreitando os olhos de forma quase imperceptível, como se estivesse pensando algo.
— Bem, não vou te atrapalhar mais. Tenha uma boa noite, Jungkook.
Nos despedimos, e saí com o carro do Jimin, voltando para casa. O silêncio no caminho me deu espaço para pensar; será que o Namjoon desconfia de nós? Não, isso não pode ser. Ele conhece o Jimin desde que era novo e sabe que ele só namorou mulheres.
— Não tem como ele cogitar que estamos juntos... ou tem? Mas que droga... — murmurei para mim mesmo, tentando afastar a paranoia.
Mesmo assim, a ideia não saía da minha cabeça. Respirei fundo, forçando a mente a focar em outra coisa e tentando me convencer de que estava sendo exagerado.
[...]
Antes de abrir a porta do apartamento, já dava para ouvir do corredor os gritos animados dos três lá dentro, como se estivessem numa briga. Quando finalmente entrei, a cena era exatamente o que imaginei: todos estavam bêbados, jogando videogame na sala. O Hoseok se enturmou com eles tão bem que parecia que eram amigos de longa data, mesmo tendo se conhecido só hoje.
— Jk, vem, sua vez. — Tae estendeu a mão, me oferecendo o controle.
— Valeu, mas tô caindo de sono. Podem jogar vocês... Hoseok, se quiser ir embora depois, é só me acordar que eu te levo.
— Beleza.
Eles continuaram na sala, enquanto eu fui para o quarto. O perfume de morango do Jimin estava impregnado em todo o lugar, desde a cama até o banheiro, como se ele ainda estivesse ali comigo.
Fechei a porta do quarto e joguei meu corpo na cama, sentindo o cansaço bater com força. Fechei os olhos por um instante, mas o cheiro do Jimin me fez abrir um leve sorriso.
Deitei de lado, apertando o travesseiro que ele usou, como se estivesse abraçando ele. Uma parte de mim queria que ele estivesse aqui, pra sentir seu toque, ouvir sua risada... mas eu sabia que não era tão simples. Tinha muita coisa em jogo. O pai dele, a pressão da carreira, a indústria do kpop, tudo complicava.
Fechei os olhos, tentando afastar as preocupações, e rapidamente esqueci quando lembrei do que fizemos hoje no chuveiro.
E puta merda, que sexo gostoso!
Respirei fundo, e aos poucos o sono foi chegando, o cansaço vencendo qualquer pensamento que restava. Com o cheiro de morango ainda no ar, finalmente peguei no sono, torcendo para que, no dia seguinte, as coisas fossem um pouco mais simples.
Vou ter uma noite de sono incrível com esse dia e essa lembrança.
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Oi leitor!
Espero que estejam gostando do enredo.
Ahh, o hot no início do capítulo ficou maior do que imaginei, perdón haha
Não se esqueçam de votar, comentar e compartilhar, me incentiva muito.
E até o próximo capítulo!
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