Capítulo 67
Procurando pela garota por todos os lados, Draco não encontrava Anastasia em nenhum lugar. Havia circulado por onde imaginava no castelo, até mesmo entrado na Sala Precisa mas não estava ali.
Até que ele pensou e correu para onde poderia encontrá-la.
Parada e olhando o horizonte na Torre de Astronomia, os cabelos de Anastasia balançavam com o vento que estava no local dando uma visão para Draco que lhe aquecia o coração.
E ele até mesmo se perguntava se seria possível alguém sair de uma batalha e continuar linda do jeito que Anastasia estava.
— Sei que está aí, Malfoy — a voz dela era baixa, e até meio rouca com a impressão de que estava chorando até pouco tempo.
— Estava te procurando, não queria te deixar sozinha com o que aconteceu.
Anastasia se virou para o rapaz e ele teve a certeza de que ela estava chorando, o que levou-o a dar um abraço.
Forte.
E deixá-la chorar em seu ombro por quanto tempo desejasse.
— Eu vi… as memórias dela… e ela quis que eu visse todo o momento bom que teve comigo… com meu pai… a minha mãe… ela e… m-meu pai…
O Malfoy não sabia o que falar, ele não tinha o que falar. Então apenas deixou que ela pudesse chorar livremente tudo o que guardou, os entes queridos que morreram lutando por uma boa causa.
Ele compreendia que Anastasia pensava em seu pai, em Peter que foi morto pelos próprios pais, em seu padrinho, Will, Tiana, além dos outros alunos.
Então ele não disse mais nada, apenas deixou que ela chorasse.
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Havia se passado alguns dias desde a Batalha de Hogwarts, e aos poucos, o mundo bruxo começava a tentar voltar ao normal na medida do possível.
O Ministério se preparava para ter um novo Ministro enquanto julgava os Comensais da Morte que eram reconhecidos, o Profeta Diário buscava a todo momento entrevistas com Harry, Rony, Hermione ou até mesmo Anastasia.
E a garota se recusava.
Não tinha cabeça pra ficar falando sobre o que faria no futuro, sobre a perda de sua mãe e daqueles que amava (essa era a matéria de Rita Skeeter), sobre as alegações de ser herdeira de dois fundadores da escola, ou qualquer outra oportunidade de lucrarem em cima de seu nome.
O mundo bruxo podia contar nos dedos quantas vezes viram a Bellini publicamente.
E isso fazia com que muitos ficassem intrigados com o que a jovem herdeira estava fazendo.
O funeral de Athena havia sido apenas para os mais próximos, assim como de Lupin, Tonks, Fred e Tiana.
O da Hudson foi mais complicado, porque seus pais, embora soubessem que a garota era bruxa, não tinham noção da gravidade que estava sendo a guerra. E a Bellini lembrava bem do olhar que os pais da amiga lhe deram, e do desespero que entraram quando contou que Tiana não voltaria para casa. A Bellini arcou com os custos do funeral, deixando o adeus para a amiga corvina que dividiu o dormitório, memórias e a amizade de forma silenciosa.
Mas a coragem que teve para organizar de Tiana, não estava presente no de sua mãe. Alexandra Bellini organizou tudo com a ajuda do filho, sabendo que a sobrinha não tinha cabeça para fazer algumas burocracias.
Foi bonito. Emocionante. Houve discursos como Sirius Black falando como Athena era na escola, na vida e quão bem criou sua filha.
Anastasia estava quieta, trajando um vestido preto até os joelhos e o cabelo preso em uma trança frágil, um reflexo de como ela estava por dentro.
Na saída da cerimônia, notou que Narcisa junto com Draco caminhavam em sua direção.
— Eu sinto muito, profundamente na verdade. A sua mãe era uma mulher admirável e incrível — disse a Malfoy. Anastasia apenas sorriu levemente, anestesiada da dor da perda.
Havia ouvido aquilo várias e várias vezes, então ela apenas concordava.
Draco apenas deu um abraço na amada, e mesmo tendo tanto a se falar, preferiu deixar aquelas questões que tiravam seu sono para outro momento.
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Fazia quase um mês desde a batalha. Anastasia olhou para a janela do seu quarto e todo o cômodo antes de suspirar. As batidas na porta, e a permissão para que entrasse, proporcionou que um elfo doméstico estivesse no seu campo de visão.
— Senhorita, estão lhe esperando para o café.
— Quem está aí? — a pergunta era devido ao fato de que, desde a batalha, ela nunca ficava sozinha.
Sua tia, seu primo, Sirius e até mesmo Lúcia faziam constantes companhias para a garota, quase se mudando para a mansão. Ellen também ia com frequência, assim como Harry, Hermione e os Weasleys.
— Sua tia com Sirius, Louis e Lúcia.
— Ótimo, desço em poucos minutos.
O elfo assentiu e saiu do quarto. Anastasia se arrumou rapidamente, de forma confortável porém segura do que iria falar em poucos minutos.
Tinha pensado naquilo desde o funeral de sua mãe, repensado e pensado mais um pouco. Porém, aquela era a única solução para que seus planos futuros pudessem dar certo.
Escreveu rapidamente um bilhete, deixando o papel com o seu tradicional cheio de morango, e olhou para a sua coruja Mary que se encontrava no canto, olhando-a curiosamente.
— Entregue para Draco Malfoy, por favor — a ave piou e voou quando ela abriu a janela.
Reunindo o restante da coragem, e as possibilidades de não gostarem o que iriam ouvir em poucos minutos, Anastasia foi até a sala de jantar.
Na cabeceira da mesa, não se sentava ninguém exceto ela. Alexandra estava ao seu lado direito com Louis ao seu lado, enquanto do outro lado estava Lúcia e Sirius, que tinham ficado bem amigos.
— Bom dia — ela sorriu levemente, sentando na cabeceira.
— Bom dia, dormiu bem? — perguntou Alexandra.
— Dormi sim, e vocês?
— Muito bem, embora aquela nojenta da Skeeter tenha enchido a caixa de correio pela manhã — resmungou Alexandra — Mulherzinha nojenta, querendo se divertir com a desgraça alheia.
— O que ela quer dessa vez? — a Bellini perguntou, após beber o suco.
— A mesma merda de sempre — quem respondeu foi Louis — E se sabemos sobre o futuro do Harry. Mesmo sabendo, não iremos falar.
Apenas os mais próximos sabiam que o Potter iria para a Academia de Aurores ao invés de retornarem a Hogwarts, assim como Rony.
— Falando em futuro, eu queria aproveitar que vocês estão aqui para dizer algo — Anastasia iniciou — Eu pensei bem, e vou voltar para terminar meu sétimo ano em Hogwarts.
— Isso é muito bom! E olha que eu não era dos mais estudiosos — disse Sirius, levantando o copo de suco como se fosse brindar — Muito bom mesmo Ana.
— Também irei voltar, Gina, Hermione e Luna também voltarão. Ellen estará entrando para a Academia de Aurores também, ainda este semestre — Lúcia disse empolgada, mesmo que um fantasma passasse em seus olhos por se lembrar que Tiana não tinha mais opções como os demais estavam tendo.
E a Bellini sentiu o mesmo.
— A outra notícia é que… eu vou me mudar e morar sozinha.
O silêncio preencheu a sala, os seis pares de olhos fitando a corvina.
— Espero que entendam que não são vocês, mas preciso de um tempo para mim. Eu lutei usando magia sem varinha, fiquei muito tempo presa em um quarto, e… tem questões internas que preciso me curar. Mas preciso fazer isso sozinha antes de voltar para a escola.
Lúcia foi a primeira que teve uma reação, levantando-se da mesa e abraçando a amiga por trás.
— Estamos com você nessa, ok? E se precisar de espaço, lhe daremos espaço.
— Você irá para onde? Já sabe quando? — Louis perguntou.
— Sei. Irei ainda hoje. E sei que as coisas lá também estão organizadas, então não se preocupem.
— Querida — Alex pegou a mão da sobrinha e olhou nos olhos da garota — Sabia que pode contar conosco, para sempre. E saiba que se quiser se mudar, pode se mudar sem problemas que você continuará sendo amada, sempre estaremos aqui.
Anastasia murmurou um obrigado para a tia, agradecendo sua pequena família por apoiar sua decisão.
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Após aparatar no endereço do bilhete, Draco Malfoy caminhou até a entrada da mansão. A simples frase de "preciso conversar com você amanhã" lhe deu um nó na garganta e um agito no seu estômago ao sentir o aroma de morango.
Ele bateu na porta, suavemente, e aguardou do lado de fora com as mãos suando de nervosismo.
Mas seu coração se aliviou ao ver Anastasia.
— Você veio! — ela disse, empolgada.
— Você me chamou — ele deu de ombros.
A Bellini apenas sorriu e lhe abriu passagem.
— Entre, temos muito para conversar.
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Nota da autora: Hey pessoal, como estão?
Esse capítulo é um pouco do pós guerra e como Anastasia está após tudo o que perdeu.
O que acharam dela morar sozinha? E o que ela quer falar com Draco? Hmm palpites?
Avisando que a fanfic acaba no capítulo 70, está tão perto 🥹 alguém sentindo saudades já?
Até o próximo! ✨
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