Capítulo 61
A brisa batendo no rosto de Anastasia fez com que a jovem bruxa fechasse os olhos e aproveitasse a sensação de liberdade que sentia, além do sol aquecendo todo o seu corpo naquele dia de verão.
— Ana! Venha comer! — uma voz lhe chamou de fundo e ela logo abriu os olhos, levantando-se e indo até onde seu pai lhe aguardava junto com sua mãe. A mesa tinha espaço suficiente para que fosse feito um banquete, mas eram somente os três, e isso era mais do que o suficiente para a jovem bruxa.
Um pequeno bolo estava na frente dela, com as velas acesas e tendo uma quantidade de chantilly generosa decorando-o.
— Feliz aniversário, minha filha — August disse, sorrindo para a menina — Vamos, apague as velas!
— E não se esqueça de fazer um pedido.
Concordando com a cabeça, ela fechou novamente os olhos e mentalizou um pedido com toda a sua força e magia.
Gostaria que todos que eu amo ficassem bem.
Ao apagar as velas e olhar para o casal, notou que estava tudo muito perfeito para o seu gosto. Athena estava jovem, e seu pai estava vivo. Uma memória ou possível futuro do qual não teria.
Estava delirando? Havia morrido? Ou aquilo era real e tudo o que vivia era um sonho?
Foi quando sentiu a mão em seu ombro que ela percebeu Mary
Quando se sentou e olhou para sua mãe, jovem, e seu pai, vivo, ela soube que se tratava de uma memória ou um possível futuro do qual não teria mais.
E foi quando sentiu uma mão em seu ombro, que notou que era Mary Ravenclaw ali, com um sorriso gentil.
— É um sonho, não é? Ou estou começando a delirar naquele lugar?
— Vamos andar um pouco? — Mary estendeu a mão e Anastasia aceitou prontamente.
A cena foi ficando para trás conforme as duas se afastaram e a corvina encarou a mulher ao seu lado, tentando entender o porquê ela estava ali.
— Estou aqui para ser um ponto firme em sua mente — esclareceu Mary — Você está começando a fraquejar, e a sucumbir ao poder de Voldemort, mesmo que de forma indireta.
— Estou quebrando, não estou? O poder do diadema deseja sair e eu estou repreendendo dentro de um quarto enquanto encaro a janela sem colocar qualquer plano em ação.
Mary olhou com ternura para a jovem, sabendo que ela estava carregando mais responsabilidades do que poderia imaginar.
— O diadema tem seus pontos bons e ruins, dos quais você está dominando muito bem e sabendo se controlar para o momento ideal. Por isso, não pense que está quebrando, mas se preparando para a hora certa. E quando acontecer, não se esconda mais, principalmente por conta de Voldemort.
As feições de Mary se transformaram de um modo que Anastasia parou e encarou a mulher.
— O que mais preciso saber, Mary? Existe algo?
— Há muito para se saber sobre essa guerra. E existe algo em particular que pode lhe dar uma vantagem.
— Me diga então — pediu aflita.
A paisagem em torno delas começou a se alterar para a mansão que Anastasia havia estado quando conheceu sua descendente pela primeira vez. Era uma sala, com toda a linhagem da família de Rowena, mas em um canto, havia algo um pouco mais além: a linguagem de Godric Gryffindor.
— Você não é descendente somente de um fundador de Hogwarts, Anastasia, mas de dois — disse Mary, apontando para onde havia a figura de seu pai em meio a árvore genealógica — Você é uma bruxa com poderes extremos, e por isso, é uma ameaça a Voldemort tão grande quanto Harry Potter.
Anastasia observou a árvore e vendo-se ali, em ambas as partes, percebeu o que Voldemort queria dizer quando ela foi capturada.
— O mais puro dos sangues — ela sussurrou — Ele sabe.
— E vai usar isso na guerra em algum momento, por isso, você deve se preparar do melhor modo que puder. Virão te resgatar em breve, você tem que estar forte. Estarei ao seu lado, lhe protegendo junto daqueles que a ama, mas uma mente vazia pode tornar-se a pior arma de alguém em uma guerra.
A Bellini concordou, olhando não apenas para Mary como para as árvores de sua família.
— Não fraquejarei.
A jovem começou a sentir que estava acordando e ao olhar para Mary, teve a percepção de que tanto Rowena Ravenclaw como Godric Gryffindor lhe encaravam com um olhar encorajador.
E ela iria honrá-los.
*ೃ *ૢ✧
Olhando a data destacada no calendário, o Malfoy suspirou. Era dez de novembro, aniversário de Anastasia Bellini, a garota que estava sendo mantida prisioneira em sua casa e a mesma que ainda continha o seu coração.
De alguma forma, Draco desejava aliviar o sofrimento da corvina naquele dia ou ao menos por instantes, mas a principal questão era: como iria fazer isso?
Sua casa, o seu lar, não era mais assim na percepção do rapaz. O quartel general do Lorde das Trevas conseguiu apagar cada memória feliz, ou próxima da felicidade, que o rapaz tinha construído em seus anos naquele lugar.
Mas ele estava disposto a mudar isso, mesmo que somente por um único dia. Batendo na porta da garota, somente para anunciar que estava entrando, ele destrancou e entrou rapidamente antes que alguém o visse.
Draco encontrou Anastasia olhando a pequena janela que o cômodo possuía, e percebeu que mesmo diante das circunstâncias, ela ainda lhe fazia lembrar dos momentos na Torre de Astronomia ou na Sala Precisa quando não tinha sido jogado na guerra e fazendo parte ativa dela.
— Oi — disse o loiro, baixinho, e Anastasia se virou — Feliz aniversário.
— Hoje é dez de novembro?
— Sim, e eu trouxe isso para você. Pedi aos elfos — o Malfoy entregou um pequeno cupcake, com chantilly azul, que estava meio amassado em um dos cantos — Não está muito apresentável porque tive que trazer escondido mas...
— É de coração — completou a corvina, sorrindo levemente — Obrigado Malfoy, eu nem lembrava que era meu aniversário porque perco a noção dos dias aqui. É tudo tão igual, e tão diferente.
— Sinto muito por tudo isso, de coração. Não queria que fosse assim e... não imaginei que seria desse modo mas não acho que isso adianta agora, não é?
— Não muito — Anastasia dividiu o bolinho no meio e entregou a outra parte ao loiro — Divide comigo.
Ambos comeram em silêncio o doce e permaneceram se olhando. Embora a garota estivesse em cativeiro, era Draco que estava com uma aparência deteriorada com olheiras, a magreza começando a ser muito visível em seu rosto e o terno parecendo um pouco maior do que de costume.
— Eu tenho que ir, apenas trouxe o doce escondido para você ter algo em seu aniversário.
— Sei que não estou em condições, mas poderia me falar como William está? Ele viu a família ser morta na frente dele daquele modo e... eu não pude fazer nada — sussurrou a última parte.
O coração do loiro perdeu uma batida ao ouvir o pedido da garota, porque não era o que ele estava esperando, especialmente porque o outro corvino tinha sentimentos explícitos em relação a Anastasia.
— Ele não fala nada. Apenas está mudo desde aquele dia, foi o que eu ouvi os outros dizerem.
— Compreensível após ver os pais morrerem daquele modo — a garota suspirou — Obrigado, de qualquer modo.
Draco apenas assentiu e segurou o instinto de abraçar a garota, consolá-la, porque sabia que não estava nas melhores posições para isso.
— Volto em outro momento.
— Obrigado pelo cupcake — Anastasia agradeceu, sorrindo levemente. A cena se tornou um ponto de paz dentro da tempestade que Draco Malfoy vivia mentalmente, e ele sabia que iria revisitar aquela memória quando precisasse.
— Feliz aniversário, Ana.
*ೃ *ૢ✧
Notas da autora: Hey pessoal, como estão?
Revelações e mais revelações: finalmente posso compartilhar que Anastasia Bellini não é descendente de um como de DOIS fundadores de Hogwarts! Acharam mesmo que ela seria pouca coisa????
Um momento Drasia para alimentar os shippers antes que tudo comece a ir por água abaixo, e queria saber quem tem plano de saúde para aguentar o próximo capítulo?
Me digam o que estão achando, quero saber de tudo porque estamos encaminhando para reta final e com os comentários diminuindo tô achando que vocês estão enojando da fic já :(
Até o próximo!
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