Capítulo 45
Notas (iniciais) da autora: E QUE COMECE O SEXTO ANO!
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Por ordem do Ministério da Magia
PARA PROTEGER SUA CASA E SUA FAMÍLIA DAS FORÇAS DAS TREVAS
Atualmente a comunidade bruxa está sendo ameaçada por uma organização que se autodenomina Comensais da Morte. Observando simples diretrizes de segurança, você poderá proteger a si mesmo, a sua família e a sua casa de qualquer ataque.
1. Recomendamos que você não saia de casa sozinho.
2. Tome especial cuidado durante a noite. Sempre que possível, programe suas viagens para começarem e terminarem antes do anoitecer.
3. Repasse as medidas de segurança que cercam a sua casa, cuidando para que todos os membros de sua família conheçam os procedimentos de emergência, tais como os feitiços Escudo e da Desilusão e, em caso de familiares de menor idade, a Aparatação Acompanhada.
4. Combine senhas com seus familiares e amigos íntimos para detectar Comensais da Morte que se façam passar por outras pessoas após a ingestão da Poção Polissuco (veja p. 2).
5. Se você sentir que um familiar, colega, amigo ou vizinho está agindo de modo estranho, entre imediatamente em contato com o Esquadrão de Execução das Leis da Magia. Ele ou ela talvez esteja dominado/a pela Maldição Imperius (veja p. 4).
6. Se a Marca Negra aparecer pairando sobre qualquer prédio, NÃO ENTRE. Contate imediatamente a Seção de Aurores.
7. A visão de objetos não identificados sugere que os Comensais da Morte talvez estejam usando Inferi (veja p. 10). Se avistar ou encontrar algum, reporte ao Ministério IMEDIATAMENTE.
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Draco ajeitava a gravata preta em frente ao espelho, as mãos trêmulas e a garganta seca enquanto observava sua imagem usando um terno todo preto, os cabelos perfeitamente arrumados e o anel prata da família em sua mão esquerda, onde sentia seu antebraço um pouco dolorido pela cerimônia de alguns dias atrás.
Quando se olhou no espelho após estar pronto, os seus olhos refletiam o que ele era por fora, um verdadeiro Malfoy, disfarçando o que ele era por dentro, alguém que só queria uma ajuda.
— Meu senhor — um elfo disse após suaves batidas na porta de seu quarto — Estão lhe esperando lá embaixo.
— Diga que já irei.
A sala de reunião da mansão estava com algumas poucas pessoas, e logo que o olhar de Draco encontrou o de Astória soube que ali era o início do fim de tudo o que construiu nos últimos tempos com Anastasia.
O loiro havia ignorado a namorada nas últimas semanas, principalmente as cartas que chegavam quase diariamente. Ele podia imaginar ela escrevendo cada uma delas, até mesmo a decepção pela resposta que não chegava e que agora, nunca chegaria.
— Leve até ela, Draco — Lucius, que tinha saido de Azkaban a pouco tempo graças a sua influência no mundo bruxo, estendeu o papel para o filho — É seu dever, e de mais ninguém, dar a notícia a ela.
O rapaz ignorou o olhar de Astória, que ainda estava ali porque sua mãe conversava com Narcisa, e assentiu.
— Claro pai, vou agora mesmo.
— E não demore.
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Anastasia estava de costas para a porta, sentada em sua escrivaninha após terminar de escrever suas novas matérias para a revista, que agora começava a vender com mais frequência. Vez ou outra, para aliviar a concentração que teve nas últimas horas debruçada sobre o papel, lançava faíscas de feitiços inofensivos no ar.
Leves batidas foram dadas em sua porta, e ela somente disse:
— Pode entrar.
Quando a menina se virou pensando ser alguém de sua família, ficou surpresa ao ver Draco ali em sua casa e em seu quarto, já que o loiro não tinha respondido às suas últimas cartas. Ela imaginava que a situação da família Malfoy não deveria estar nada boa, afinal Lucius havia sido preso em flagrante no Ministério quando os aurores chegaram para tentar deter Voldemort, e ao que parecia, não tinha como ele se livrar das acusações tão facilmente, embora ele respondesse em liberdade.
A notícia foi matéria de capa do Profeta Diário, e o nome Malfoy estava na boca de muitos bruxos, já que eles foram os que mantiveram as aparências depois da primeira queda de Voldemort com doações e muitas outras tarefas em favor do Ministério. Agora, depois do fim das aulas depois de se verem pela última vez nas margens do Lago negro, Draco estava ali em pé na frente dela com expressões sérias enquanto usava um terno todo preto com um papel nas mãos.
— Oi — ela se levantou colocando a varinha no bolso traseiro da calça que usava.
— Oi.
— Você quer sentar? — apontou para a poltrona que tinha em seu quarto — Fica à vontade.
— Não é necessário, ficarei de pé mesmo pois serei breve.
A Bellini estranhou o tom frio na voz do loiro, tinha algo muito estranho acontecendo ali.
— Tudo bem, eu imagino que tenha recebido minhas cartas e queria saber o porque não respondeu elas.
— Não tenho tempo, estive... ocupado. Anastasia eu queria lhe entregar isso pessoalmente, espero que abra.
Ele estendeu o papel na direção dela. Era algo sofisticado quando os dedos da corvina pegaram o envelope trabalhado em tons de dourado com dois brasões, um de cada lado, ela abriu com cuidado e quando seus olhos se puseram no que estava escrito no verso, sentiu seu coração falhar uma batida.
As famílias Malfoy e Greengrass têm a honra de convidar para o matrimônio entre seus membros Draco Malfoy e Astória Greengrass.
— O que é isso? — ela fitou o loiro segurando o convite nas mãos — Isso é um convite de casamento? É sério isso?
— Sim. Astória é uma garota que vem de uma família honrada, e será a futura senhora Malfoy. Iremos nos casar após a graduação em Hogwarts, mas os preparativos já começaram e quis lhe entregar isso pessoalmente.
Anastasia riu descrente do que tinha acabado de ouvir.
— Então isso significa que nós terminamos? Uma boa maturidade terminar com uma garota, terminar o que nós temos, com um convite do seu casamento com a Greengrass.
Draco olhou de forma fria e dura, como a Bellini já tinha visto Lucius agir muitas vezes quando conversava com um ar de superioridade.
Como Lucius havia olhado-a no dia da batalha no Ministério.
— Nunca houve um nós de fato. E eu não poderia nunca ficar com você.
— Posso saber então o porquê de sua rejeição? Porque até alguns meses atrás, você dizia palavras e fazia coisas que provavam o oposto do que diz agora.
Draco sabia que ela diria isso, e como havia ensaiado tantas vezes, ele respondeu:
— Não posso ficar com você porque sua família é uma traidora de sangue! Compactuando com sangues ruins, mestiços. Uma vergonha para o mundo bruxo.
O papel nas mãos de Anastasia se amassou ao ouvir aquela frase que ela nem se deu conta, pois em sua cabeça, ela desejava mais do que nunca bater no loiro na sua frente. Ela tinha ignorado os sinais, seu próprio coração, os avisos de seu primo, até mesmo os comentários irônicos de Sírius porque acreditava nele.
Confiava nas palavras dele.
E ela estava pagando o preço por tal confiança.
— Então, senhor Malfoy, todo perfeitinho de sangue puro... — o papel atingiu a lareira da garota e começou a queimar entre as chamas ao mesmo tempo que ela apanhou a varinha e apontou na direção do garoto — Espero que esqueça que me conheceu, falou ou conviveu comigo. Nunca mais olhe na minha cara ou de meus amigos, nem dirija a palavra para qualquer um de nós. Esqueça que eu existo.
A cada passo que ela dava na direção dele, o loiro dava dois para trás recuando até bater na parede perto da porta com receio de receber algum feitiço.
— E seu pai, o grande Lucius Malfoy, merece mesmo apodrecer em Azkaban até o fim dos miseráveis dias dele porque ele é um Comensal da Morte, e eu odeio Comensais da Morte porque eles seguem a porra de um hipócrita — Ela abaixou a varinha e abriu a porta do quarto apontando para o lado de fora, as mãos tremendo de raiva e os olhos marejados — Agora, saia do meu quarto, saia da minha casa e seja feliz com quem você quiser.
Draco observou a garota em silêncio, segurando a máscara de frieza em seu rosto como foi ensinado, absorvendo cada palavra de ódio de Anastasia porque ele merecia cada uma delas.
E ele tinha plena ciência disso.
— SAIA DAQUI! — esbravejou a Bellini — NÃO ME OUVIU? FORA DA MINHA CASA E FORA DA MINHA VIDA ANTES QUE EU QUEBRE ESSA SUA CARA AO PONTO DE NINGUÉM NO ST MUNGUS CONSEGUIR ARRUMAR!
Ainda com a frieza em seu rosto, o Malfoy disse:
— Bom dia Anastasia.
Draco saiu e a porta se fechou em um estrondo atrás de si por pouco não batendo em suas costas, o barulho ecoando por todo andar que até mesmo Louis saiu de seu quarto apressado, somente a tempo de ver o loiro se dirigindo para fora da casa enquanto um elfo doméstico o acompanhava.
O barulho de algo se quebrando no quarto acabou chamando a atenção dele, que ao tentar abrir a porta, só conseguiu somente uma brecha ao notar que uma cômoda impedia a passagem.
— Ana? — chamou.
— EU QUERO FICAR SOZINHA!
— Por favor, me diga o que aconteceu? O Malfoy fez algo, não fez?
— EU JÁ DISSE QUE... — Louis pode ouvir os soluços de choro dela em meio a frase — QUERO FICAR SOZINHA.
A brecha da porta se fechou rapidamente, e o garoto pode ouvir um feitiço sendo sussurrado. A maçaneta não se mexeu quando ele forçou uma entrada, muito menos a porta.
— Mas o que houve aqui? — Alexandra apareceu no andar junto com Athena enquanto ouviam os barulhos de algo se quebrando no quarto.
— Acho que foi algo com o Malfoy.
— Então ela já soube — Alexandra disse com pesar na voz e Athena respirou fundo, sabendo que sua menina estava sofrendo.
— Soube do que?
— Draco vai se casar com Astória depois da escola — Athena contou e Louis arregalou os olhos — Acho que ele veio trazer o convite, e terminar com ela.
— Eu deveria ter parado ele — o moreno resmungou andando de um lado para o outro no corredor — Deveria ter quebrado o nariz arrebitado dele e... — ele olhou para a mãe — Eu vou fazer isso agora!
— Você não vai a lugar nenhum mocinho, pode ir parando aí! — Alexandra o segurou — Sabe muito bem o que aquela casa se tornou, não vai ser suicida de entrar no quartel general deles.
— Então vou consolar a Ana, se eu não posso quebrar a cara do Malfoy.
— Vamos deixá-la sozinha — Athena disse antes de Louis bater na porta para tentar uma conversa com a prima — Ela precisa curar o coração no próprio tempo.
— Mas...
— Vamos preparar alguma coisa para ela comer, vai estar faminta quando se acalmar.
Athena foi a última a sair da porta do quarto da filha. Ela queria curar o coração da sua menina, mas conhecendo a filha como conhecia, achou melhor dar o devido espaço para ela.
Dentro do cômodo, Anastasia estava sentada no chão chorando em meio ao furacão que causou em seu surto de raiva. Seus livros estavam espalhados de qualquer jeito que daria algum trabalho colocar as folhas no lugar, algumas mobílias quebradas ou no lugar errado e os presentes que recebeu do garoto se encontravam na lareira, queimando junto a lenha, e a única coisa que ela manteve foi Mary, pois sua coruja não tinha culpa alguma de ter sido comprada por um traidor de primeira classe como o sonserino era.
Sim, isso que Draco Malfoy era para ela de agora em diante até o fim dos seus anos em Hogwarts, um maldito traidor que ela faria questão de expulsar qualquer sentimento bom que nutriu.
Ela sabia que demoraria, e que não seria fácil porque o primeiro amor era o que você mais vivenciava com intensidade os sentimentos, mas ela estava disposta.
Daquele dia em diante, qualquer afeto que teve por Draco Malfoy tinha acabado naquele cômodo.
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Notas da autora: E esse foi o fim de Drasia pessoal, ao menos, por enquanto.
Confesso que doeu horrores escrever esse capítulo porque acho eles um bom exemplo de enemies to lovers que pelo visto, vão voltar a ser enemies. E sem xingar ninguém aqui viu? Todos tem os motivos (exceto o Lucius ele eu deixo vocês xingarem).
Sei que o Lucius fica preso um tempão mas resolvi mudar isso porque a família Malfoy se safou muitas vezes né? E como ele tem influência - ou seja podre de rico - não é nada muito fora da realidade.
Me digam o que estão achando, esta autora ama ler comentários.
Até o próximo!
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