Capítulo 36
Anastasia acabou tendo alta da enfermaria na semana seguinte ao que acordara, e como se a notícia estivesse correndo pelos corredores, o que ela não duvidava, acordou rodeada de presentes, flores, bilhetinhos e docinhos vindos da primeira visita que os alunos haviam feito em Hogsmeade no Halloween.
Até mesmo o professor Flitwick havia feito biscoitos especialmente para ela.
Quando Madame Pomfrey a liberou da enfermaria e disse que ela poderia voltar suas atividades normais, desde que tivesse cautela, seu primo Louis praticamente a carregou no colo de volta ao salão comunal da Corvinal, perguntando a cada cinco segundos se ela estava bem ou se estava sentindo alguma coisa, e toda vez ela respondia que estava melhor do que antes.
Ele só não superou a preocupação de sua mãe Athena. A cada carta perguntava se ela estava sentindo alguma coisa e principalmente, se Dolores havia feito alguma coisa, a garota respondia sempre que estava bem e que a mulher não havia feito mais nada. Ela preferia esconder que a mulher tinha uma falsidade no olhar e na voz ao dizer que ficava feliz ao saber que ela estava bem, mas Dolores não abalava mais a garota desde que havia se encontrado com seu pai porque tinha outra prioridades em sua vida, e resolver a questão do diadema era uma delas.
E a menina preferia ficar fora do radar da mais nova Alta Inquisidora de Hogwarts.
Além das aulas perdidas, Hermione tinha se encarregado junto com Lúcia de ajudar nas matérias e trabalhos perdidos na biblioteca em quaisquer horários livres que as três tinham e Will ajudava após as aulas ou depois do no salão comunal da Corvinal.
— Chega — a Bellini disse fechando o livro de poções e se jogando no sofá azul dramaticamente — Não aguento mais Will.
— Falta pouco, anda logo Ana.
— Você fala isso porque é apaixonado por poções.
— Apaixonado é uma palavra muito forte, eu diria um curioso.
— Ainda sim, você gosta mais de poções do que eu. O professor Snape gosta do que você faz, e olha que é difícil ele gostar de algum aluno nessa escola que não seja da Sonserina.
— Acho que só não supero o Malfoy, ele é praticamente o aluno nota dez dessa matéria e o queridinho do professor. Mas acho que você deve ter reparado nisso, certo? — perguntou o corvino — Já notei o quanto vocês se olham, se provocam e entre outras coisas que pelas suas bochechas vermelhas, devo estar certo.
Anastasia abriu e fechou a boca algumas vezes, mas nada saia.
— Eu não faço isso, e ele muito menos. Mais brigamos do que outra coisa.
— Não precisa mentir para mim, eu sou seu amigo, certo?
— É, eu acho que é.
— Então posso contar que ele ficou bem preocupado com você, muito mesmo. Todas as rondas que fazíamos perto da biblioteca ele se encarregava de fazer, na maioria das vezes Lúcia se juntava a ele, acho que para disfarçar. Algo está diferente nele, minimamente, mas está.
— Como o que?
— Antes, ele tinha toda uma arrogância e olhar superior, e ainda tem para ser franco porque ninguém se desconstrói de uma hora para a outra, mas... não é tanto quanto nos anos anteriores e eu me pergunto o que mudou isso nele, então juntando dois mais dois durante o seu tempo de bela adormecida, percebi que era você a que foi a causadora da mudança dele, ou o início dela pelo menos.
— O Malfoy não mudaria por mim, acredite, a lealdade dele à família e principalmente em seguir os passos do pai e dar orgulho para ele não permitiria isso.
— Olha, nunca se sabe. Pode ser que ele surpreenda a todos não seguindo os passos do pai e se torne alguém melhor, não será de uma hora para a outra, mas antes tarde do que nunca — respondeu Will — Agora vamos, temos uma reunião para participar e já está na hora.
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A Armada de Dumbledore tinha um bom número de alunos inscritos, mesmo que alguns não acreditassem cem por cento em Harry, eles preferiam ter alguma aula de DCAT com o Potter do que nenhuma com Dolores. Assim que Anastasia entrou na Sala Precisa junto com Will, Tiana e Luna, ela franziu o cenho ao ver que algo estava errado ali.
— Onde estão os alunos da Sonserina? — perguntou em um tom alto o bastante para que todos pudessem ouvir.
— Não chamaram os alunos de lá — respondeu Luna — Acharam melhor porque eles podem ser futuros comensais.
— E isso faz deles menos alunos? Ellen é a nossa amiga e é de lá. Eles estão sofrendo nessa matéria quase tanto quanto nós — argumentou a Bellini.
— Acho que não, porque a maioria de lá está fazendo parte da Brigada Inquisitorial — Rony respondeu — E eles não estão poupando nenhum, estão dedurando coisas mínimas para a Dolores.
— Mas só porque um grupo faz isso não significa que todos farão. Hogwarts foi fundada por quatro bruxos, Salazar era um deles e...
— E justamente ele não queria misturar bruxos com mestiços ou nascidos trouxas — Hermione interrompeu a corvina — Hogwarts foi sim fundada por quatro, mas não significa que todos eles eram bons, e os alunos da Sonserina não são.
— E quem somos nós para determinar quem é bom ou não Hermione? Somos humanos, erramos e fazemos coisas precipitadas. As casas tem sim estereótipos que são carregadas ao longo dos anos, mas não significa que todas são perfeitas porque elas são constituídas por humanos, e o que mais fazemos é errar.
— Alguns alunos da Sonserina podem ser bons ou podem não gostar da Dolores também, podíamos ao menos tentar — argumentou Lúcia — Se todos da Sonserina fossem realmente ruins, ninguém iria adorar ou querer ter uma Ordem de Merlin, porque ele foi um sonserino.
Todos se calaram com a fala da lufana.
— Eu sugiro que deveríamos ao menos conversar com alguns alunos, se tem tanto medo deles dedurar a gente, faço um feitiço de azaração que não sairá até o fim dos estudos em Hogwarts — propôs Peter — Mas Ana está certa, não podemos ignorar a Sonserina.
— Eles vão nos dedurar, e aposto que o Malfoy será o primeiro — comentou Gina.
— Eu conversarei com ele se necessário, conversarei com quem for — contrapôs Anastasia.
— Não vai dar certo, eles não vão entender — Rony disse em um claro estado de negação.
— Então não ajudo com a Armada — Anastasia disse e antes que Harry abrisse a boca ela continuou — Porque só ajudarei se as quatro casas de Hogwarts estiverem nisso, caso contrário, estarei fora.
— Está sendo arrogante — retrucou Hermione.
— Estou tentando ser sensata, ou toda Hogwarts está nisso ou não irei ajudar ninguém aqui.
Rony Weasley foi na direção da garota, um pouco irritado e disse:
— Vá embora. Não precisamos de você, temos o Louis.
— Se você diz — a corvina deu de ombros olhando para o primo — Boa sorte com eles então, pelo jeito vai precisar se quiser que algo entre na mente desses cabeças duras.
Anastasia se virou para ir embora quando Harry se pronunciou pela primeira vez.
— Você conversa com eles, e escolhe quem pode fazer parte da armada, desde que eles não nos denunciem para ninguém.
A Bellini sorriu concordando.
— Certo, me encarrego disso. Obrigado pelo voto de confiança Harry.
— Só não me decepcione.
— Pode deixar.
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A aula inicial da Armada havia terminado tarde, o que já calhava de ser o horário das rondas dos monitores pelo castelo, e como o novo grupo tinha seis, eles facilitaram a passagem para os outros alunos. Anastasia junto com Will e Lúcia foram até a Sala dos Monitores quando notaram algumas risadas dentro do cômodo, e ao abrir a porta, perceberam que Draco conversava com uma garota de cabelos escuros que usava o uniforme da Sonserina de forma leve.
— Boa noite — Anastasia disse fechando a porta com certa força atraindo a atenção dos dois que pararam de conversar para verem quem havia chegado — Não se preocupe conosco, estamos de saída já para fazer nosso trabalho pela escola.
Will e Lúcia apenas olhavam para a Bellini, que tinha uma expressão fechada enquanto mexia no seu armário em silêncio, colocando a capa da Corvinal por cima das roupas junto com o cachecol azul escuro. Draco notava que a menina mal olhava na sua cara, e após uma troca de olhares com a Greengrass ao seu lado que fazia um sinal urgente para que ele falasse algo.
— Não está atrapalhando, eu também já estava indo para a ronda e...
— Então te vejo pelos corredores alguma hora, minha ronda hoje será com o Will — ela respondeu de costas e se virou para ir embora quando a voz da garota que estava antes com Draco disse fazendo ela se virar.
— Espere! Acho que não fomos apresentadas ainda, sou Astoria Greengrass — a garota disse estendendo a mão na direção da corvina, que pensou em recusar mas não iria dar aquele gostinho para Malfoy se achar depois.
— Anastasia Bellini, é um prazer em te conhecer. Eu ficaria para a conversa, mas como eu disse, tenho uma ronda pelos corredores para fazer. Vamos Will?
A corvina saiu rapidamente da sala sem ouvir que Will havia também dito algo para Astória, pois já estava quase virando por outro corredor quando o Keynes a alcançou.
— Disfarçou bem o ciúmes — ele brincou colocando o cachecol no próprio pescoço.
— Não estava com ciúmes, por mim ele pode conversar com quem quiser nessa escola.
— Se isto não é ciúmes, é o que então?
Anastasia não respondeu, apenas deixou o Keynes no corredor rindo sozinho.
Enquanto isso na sala, Draco olhava para a porta tentando entender o que havia acontecido ali minutos atrás.
— Por que você ainda está sentado aqui? — Astória empurrou o loiro pelo ombro para que saísse do transe — Vai atrás dela idiota. Ela provavelmente pensou alguma merda sobre nós dois, e está com ciúmes, então corre para se explicar.
— Ela ficou mesmo com ciúmes? — ele perguntou maravilhado, pela primeira vez não era ele que havia sentido isso e se Anastasia também sentia esse incômodo na boca do estômago e o aperto no coração, então ela também gostava dele.
— Porque homem é tão lerdo, vai logo — Lúcia respondeu e Draco não pensou duas vezes em sair correndo atrás da garota.
— Homens — murmuraram juntas antes de rirem.
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— Ana!
A corvina se virou no corredor ao lado de Will, notando que Draco vinha correndo atrás deles, e o Keynes resolveu deixar os dois se resolverem sozinhos, então saiu de fininho.
— Fala.
— A Astória é só uma amiga.
— E por que está se justificando?
— Porque você ficou com ciúmes.
— Eu não fiquei.
— Não?
— Não.
Draco apenas concordou com a cabeça vendo a expressão neutra da garota, pelo visto só ele sentia aquilo mesmo.
— Mas eu queria falar com você depois, em particular e sem que ninguém pudesse nos ouvir — a corvina confessou.
— Eu sei de um lugar, vem comigo.
O Malfoy agarrou a mão da Bellini e a conduziu até um local onde ele tinha a certeza de que não seriam incomodados naquele horário.
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Notas da autora: Hey pessoal, como estão?
Hoje (31/07) é aniversário do Harry então resolvi adiantar o capítulo porque ele tem o início da Armada, onde o Harry atuou como professor de DCAT, então parabéns testa rachada.
Anastasia batendo o pé até ter alguém da Sonserina na Armada alegando que Hogwarts foi fundada por quatro pessoas e todas erram, quem gostou? Falando em erros da vida, Malfoy tá mudando aos poucos meu povo até o Will percebeu, é como eu falei, terá mudanças no enredo original para se adaptar a fanfic. Astória Greengrass dando o ar da graça, e já chegou fazendo a Ana sentir ciúmes e abrindo os olhos do Draco para o que a corvina sente, quem amou?
Me digam o que estão achando, quero saber de tudo.
Até o próximo!
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