BÔNUS
Os Malfoy's
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BÔNUS: Prata e verde
A manhã na mansão Arnaud Bellini Malfoy começou mais agitada do que o normal naquele dia. Isso porque havia chegado o momento dos dois gêmeos caçulas irem para Hogwarts.
— Vamos! Vamos! Vamos! — Astrid, a caçula, se animava descendo as escadas e indo em direção a mesa de jantar onde a família estava reunida para a refeição matinal.
— Calma filha, o trem sai somente às 11 e ainda vai dar 08 horas — Draco, explicou após terminar de colocar a xícara no pires — E você precisa comer primeiro.
— Mas eu já comi! — disse a loira, energética.
— Você assaltou o pote de doces de novo, isso sim — Jane, a do meio, explicou após colocar o jornal na mesa — Por isso tá pulando mais que perereca.
— Isso é verdade? — Draco questionou a filha, que ao dizer nada, ele assumiu que sim — Por Merlin, você sabe que não pode abusar de tanto açúcar assim.
— Foi mal, mas é que eu estou ansiosa.
— Se mamãe souber... — Jane ameaçou — Ela não vai matar só você, como o papai também.
— Por isso vamos torcer para ela não saber — respondeu Draco.
Mas Anastasia havia ouvido a conversa, enquanto entrava com sua primogênita Elizabeth e seu filho, Scorpius.
— O que não posso saber, hein?
— Nada mamãe — Astrid sorriu amarelo, disfarçando a sua empolgação.
Todos se sentaram na mesa. De um lado estava Draco entre suas duas filhas, Jane e Astrid, enquanto do outro, Anastasia estava no meio de Scorpius e Elizabeth.
Draco e Anastasia haviam entrado em um acordo de fazerem da mansão Arnaud sua nova residência após casados, uma vez que a Bellini não conseguia mais pisar no local onde foi feita prisioneira e onde havia visto os pais de seu amigo falecido terem sido torturados.
Essa escolha levou algumas brigas por parte de Lucius com a nora, mas Draco defendia o ponto de vista da amada e até mesmo achava melhor ter um ambiente do qual poderia construir sua família de forma leve ou sem pressões, o oposto de todo o seu crescimento.
Os dois se casaram na virada do milênio, como uma forma de atrair coisas boas. A cerimônia foi apenas para os mais íntimos, somente para oficializar aquilo que todos já sabiam estarem presentes entre ambos desde que eram estudantes.
E foi somente no fim de 2001 que Elizabeth nasceu. Tendo traços predominantemente da família Malfoy, a jovem ganhou o nome de uma das personagens favoritas de Anastasia, a protagonista do livro Orgulho e Paixão.
Não muito tempo depois, Anastasia engravidou e deu à luz a Jane. Essa, puxando os traços da família Bellini. Deixando novamente a esposa escolher os nomes, a garota acabou sendo nomeada em homenagem de uma das escritoras favoritas da corvina, Jane Austen.
A pequena família vivia em paz. Draco trabalhava com alquimia e poções, enquanto Anastasia se especializou cada vez mais em feitiços até receber uma proposta para lecionar em Hogwarts após a aposentadoria de Flitwick.
O antigo diretor da Corvinal convidou sua pupila porque sabia que o futuro dos bruxos estava em boas mãos, e com isso, a jovem se preparou ainda mais para assumir a responsabilidade.
Até que três anos depois, ela recebeu a notícia de outra gravidez. Desta vez, de gêmeos.
Para a alegria de Lucius, do qual ela ignorava grande parte dos comentários, nasceu um menino. E não teve outro nome se não o tão esperado Scorpius. Poucos minutos depois, Astrid veio ao mundo com um choro potente e olhar muito determinado para alguém que era recém-nascida.
Com a família grande e como sempre sonhou, ambos concordaram que ter quatro filhos era um bom número. E que iriam criar longe de todos os preconceitos que o Malfoy foi ensinado ao longo de toda a sua vida.
— Vamos? Temos que chegar na King Cross em tempo. Tenho que começar a monitoria logo no embarque se eu quiser ser promovida para monitora chefe no próximo ano — Elizabeth disse, ajeitando a roupa e assumindo uma postura confiante.
— E você ainda tem dúvidas? Se não te nomearem será a maior injustiça — Scorpius acalmou a irmã, que sorriu e lhe deu um abraço lateral.
— Todo mundo pegou tudo? Não quero ninguém depois pedindo caixa de livro pelo correio coruja — perguntou Draco.
— Foi só uma vez! — rebateu Jane, sabendo que o pai falava dela.
— Uma vez que traumatizou — brincou Elizabeth e ganhando um olhar feio da irmã mais nova.
— Sério que não posso mesmo entrar este ano no time? — Astrid questionou novamente aos pais — Vou ser melhor que todo mundo que fizer a audição, sou melhor até que o papai.
— Ano que vem você tenta — Anastasia beijou os cabelos da filha e deu espaço para que Scorpius passasse — Vamos logo, temos um trem para pegar.
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Astrid e Scorpius estavam sentados um de frente para o outro encarando a janela em uma cabine vazia do Expresso de Hogwarts. Os gêmeos Malfoy haviam se separado das irmãs assim que embarcaram no veículo, já que Elizabeth tinha que cumprir sua parte como monitora e Jane foi atrás das amigas corvinas.
Scorpius tirou uma pequena bolsinha de dentro do casaco, era alguns doces que Anastasia havia entregado para o garoto como uma forma de passar o tempo até chegar à escola e de fazer futuras amizades, principalmente conhecendo o quão tímido o menino era.
— Pode andar por aí Ast — Scorpius quebrou o silêncio abrindo uma bala — Não precisa ficar comigo.
— Já tá me chutando Scorp? Poxa, nem chegamos em Hogwarts ainda.
— N-não, é que eu sei que você está querendo fazer outros amigos pelo expresso, e está mais empolgada para começar em Hogwarts do que eu. Não precisa ficar só comigo.
A Malfoy caçula sorriu de lado antes de sentar ao lado do irmão gêmeo e começar a comer os doces.
— Scorp, eu quero fazer amigos mas de jeito nenhum eu vou largar o meu irmão, você sempre será meu parceiro de crime. Principalmente se formos para a Sonserina.
— Acha que iremos?
— Você vai com certeza, agora eu...Jane acha que tenho leves chances de ir para a Grifinória, vovô me mataria e isso seria muito legal.
Astrid tinha uma veia rebelde que fazia com que sua família paterna, especialmente Lucius, ficasse de cabelos em pé... e olha que a garota sempre o viu com o cabelo perfeitamente arrumado.
— Por que seria legal?
— Ora, não lembra que a mamãe contou a história do tio Peter que foi pra Lufa Lufa quando a família inteira foi da Sonserina? E o Sirius Black que foi para a Grifinória? Seria legal ser a rebelde da família.
A conversa dos gêmeos foi cortada quando a porta da cabine se abriu por conta de um menino de cabelos castanhos e uma menina ruiva, que embora o primeiro olhasse para os bancos vazios com alguma esperança de sentar, a segunda não fazia questão de esconder as feições de receio.
E Astrid não tinha ido nenhum pouco com a cara da ruiva.
— Podem se sentar se quiserem, temos doces para dividir — convidou Scorpius com uma pontada de esperança de que aqueles poderiam ser seus primeiros amigos na escola.
A menina olhou estranho para os dois irmãos na cabine e tentou puxar o garoto, que estava com ela, para sair dali enquanto resmungava algo para ele.
— Não vamos ficar, vamos logo — chamou a garota, não escondendo o olhar torto.
Scorpius abaixou a cabeça triste, ao contrário de Astrid que ergueu a cabeça irritada fitando a garota.
— Pode ir Rosa, eu vou ficar — disse Alvo, surpreendendo todos ali.
— Mas Alvo...
— Não ouviu? — Astrid se levantou e pegou na mão do garoto entrelaçando os dedos num claro sinal de que, se dependesse dela, ele não sairia dali por conta de uma implicância da outra garota — Ele quer ficar com a gente, e você também pode, se não ficar com essa cara de azeda.
Alvo olhou para a garota loira segurando sua mão e olhou para Rosa, vendo que ela revirou os olhos e saiu dali quase que batendo os pés.
— Eu vou ficar por causa dos doces, quero deixar isso bem claro — argumentou Alvo se sentando no banco ao lado de Scorpius, soltando a mão da loira no último instante.
— Tudo bem, se você prefere assim — o Malfoy estendeu um doce para ele — Me chamo Scorpius, qual seu nome?
— Alvo Potter.
A loira teve um estalo em sua mente, já tinha ouvido falar dos filhos de Harry Potter, até porque suas famílias eram amigas de certo modo, mas nunca conheceu ninguém pessoalmente.
— Prazer em te conhecer Alvo, sou Astrid Malfoy — ela estendeu a mão para ele que aceitou com um sorriso fraco nos lábios — Espero que nos demos bem no futuro, independente das casas.
A porta da cabine se abriu novamente e uma garota de cabelos castanhos trançados apareceu segurando um exemplar de "Hogwarts: Uma História" nas mãos.
— Posso? — ela apontou para o banco vazio — Eles estão fazendo muito barulho, só quero terminar meu livro.
— Entra — chamou Astrid e viu a garota se sentar ao lado dela sorrindo fraco, mas mesmo assim suas covinhas podiam ser vistas — Qual seu nome?
— Thalia Diggory e vocês?
— Astrid Malfoy.
— Alvo Potter.
— Scorpius Malfoy — o garoto se apresentou sorrindo para o livro que a menina segurava nas mãos — Você já leu?
— Já! Mais de cinco vezes, e você?
— Eu também, quer? — ofereceu um doce e a menina assentiu pegando um antes de emergir em sua leitura.
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O grupo de alunos no primeiro ano sempre mostravam feições de surpresa quando entravam no Salão Principal, mesmo alguns tendo ouvido de seus pais a grandeza do lugar, nenhuma palavra fazia jus o suficiente daquela área em que iniciava a cerimônia de abertura e a seleção para as casas.
Da mesa dos professores, Anastasia olhava ao lado de Louis o novo grupo de alunos chegar, e de cara viu os filhos no meio da pequena multidão conduzida por Ellen, que agora ocupava o cargo de vice-diretora da escola e professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.
— Nervosa? — Louis perguntou para a prima, vendo que os pés dela batiam suavemente no chão.
— Mais ou menos, são meus filhos né.
— Eles vão se dar bem em qualquer casa, se bem que eu acho que eles irão para Sonserina.
— Não importa para onde eles vão, serão ótimos alunos. Tenho certeza disso.
— Claro, puxaram o nosso lado da família.
A cerimônia foi iniciada quando Ellen começou a chamar os alunos um por um pela ordem alfabética dos sobrenomes. Depois de alguns alunos indo para Lufa Lufa, Corvinal e Grifinória, a voz da Diggory chamou pela filha.
— Thalia Diggory.
A menina caminhou até a mãe, que não escondeu o sorriso orgulhoso quando colocou o chapéu na cabeça da filha. Instantes depois, a menina fechou os olhos e o Chapéu Seletor anunciou:
— LUFA LUFA!
A casa fundada por Helga aplaudiu enquanto Thalia andava até eles. Astrid não pode deixar de ver o olhar do irmão na menina, o cutucando e lançando um sorrisinho maldoso antes de sussurrar.
— Vocês ainda vão ter aulas juntos, calma.
— Não sei o que está dizendo.
— Sabe sim, seus olhos estão brilhando e eu já vi isso antes.
— Já viu?
— Claro! Parece quando o papai olha para a mamãe.
A conversa foi cortada pela voz alta de Ellen.
— Astrid Malfoy.
A garota loira andou até onde o Chapéu Seletor estava, se sentou no banquinho e aguardou o chapéu examinar sua cabeça.
Hmmm...uma mente bem interessante a sua, a mistura perfeita da família Bellini com a Malfoy...onde vou te colocar...certo, não tenho dúvidas então...
— SONSERINA!
A mesa da casa das cobras vibrou com gritos e batidas na mesa, a menina sorriu para a mãe sorria antes de se juntar aos outros alunos.
— Scorpius Malfoy.
Acanhado, o garoto se sentou no banquinho e teve o chapéu colocado em sua cabeça.
Outro Malfoy! Você tem algo que lembra seu pai, mas o restante é todo de sua mãe. É quase igual a sua irmã, quase...mas sua ambição é outra então não pode ser outro lugar...
— SONSERINA!
A mesa explodiu novamente e Astrid se juntou aplaudindo o irmão, e o abraçando bem forte quando ele se sentou ao lado dela.
— Deu certo! Deu certo! — ela festejou.
Da mesa dos professores, Anastasia sorria ao ver os filhos tão alegres e principalmente, juntos na mesma casa.
— Esses realmente puxaram o pai — brincou Louis.
— Só na aparência, o resto é todinho meu. É o mínimo depois de tê-los carregado — ela revirou os olhos brincando.
— Mas você não aprontava ou era doida por quadribol como a Astrid.
— Não, isso ela puxou ao Draco mesmo. Mas Scorpius é quase a minha versão masculina.
— Lembrando a fisionomia do seu marido.
— Fazer o que — Anastasia deu de ombros.
A cerimônia continuou por mais um tempo até Alvo ser chamado e um silêncio preencher o salão, afinal mais um Potter estava ali naquele ano além de James Sirius.
— SONSERINA!
Todos ficaram chocados ao ver que um Potter não havia ido para a Grifinória, afinal todos da família que estudaram na escola eram quase que automaticamente colocados na Grifinória, o que fez o murmurinho se tornar ainda maior e pela primeira vez naquela seleção, ninguém aplaudiu.
— Alvo na Sonserina? Isso está certo? Porque ele é um Potter e um Weasley — Louis comentou com a prima.
— Ele vai se sair bem, é sempre bom uma quebra de tradições, certo? Meu afilhado sairá muito bem.
Astrid notou o desconforto do garoto quando ele se sentou na mesa ao lado dela, já que Malfoy havia aberto um espaço entre ele e a irmã para que Alvo não ficasse tão visível assim.
— Ignora eles Al — sussurrou a garota para o Potter segurando a mão dele por debaixo da mesa — Eles não têm vida e precisam fofocar sobre as outras. Se quer saber, verde combina muito bem com você e seus olhos.
O menino assentiu ainda com a cabeça abaixada sem saber como olhar para os outros, sem saber como olhar o próprio irmão na mesa da Grifinória, já até imaginava que uma carta de seus pais iria chegar na manhã seguinte, por sorte não seria um berrol. As bochechas do Potter se avermelharam quando notou que a mão da garota estava sob as suas, entrelaçadas como havia feito no expresso.
Talvez não fosse tão ruim assim estar na Sonserina se estivesse com Astrid Malfoy ao seu lado.
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No dia seguinte, Alvo saiu correndo para o Salão Principal à espera do correio coruja, que invadiu o local com pacotes e cartas para todo o lado. Ele sabia que seu irmão mais velho, James Sirius, provavelmente havia mandado uma carta para seus pais falando sobre o novo sonserino, e na sua cabeça, quanto mais cedo levasse a bronca, melhor.
Uma coruja pousou na sua frente e quando o garoto pegou a carta, viu a caligrafia de seu pai.
"Alvo,
James me contou sobre a seleção das casas e da sua ida para a Sonserina. Saiba que isso não lhe faz menos Potter por não ir a Grifinória, você ainda é nosso filho e te amamos do mesmo jeito, usando vermelho e dourado ou prata com verde.
Com amor,
Papai."
— Bom dia — Scorpius apareceu sentando na frente do amigo, que guardou a carta no bolso interno da capa, e se servindo dos ovos na mesa — Nem me esperou.
— Ah, desculpe. É que eu estava esperando pelo correio coruja.
— Se a sua desculpa é essa, saiba que eu aceito e te perdoo — Astrid apareceu, sentando ao lado do garoto. Os cabelos loiros curtos presos com uma tiara preta e o uniforme novo impecável, agora com o brasão da casa de Salazar — Já está com saudades de casa, imagino.
— Você não?
— Minha mãe é professora de Hogwarts, minhas irmãs e meu irmão estão aqui, então não tanto. Só do meu pai mesmo e das nossas tardes jogando quadribol no quintal de casa. É chato ficar um ano sem poder jogar. Quem sabe ano que vem eu não entro para o time? — deu de ombros antes de olhar para Alvo e arregalar os olhos — Alvo Severo Potter! Que gravata desarrumada é essa? Por Merlin!
As mãos pequenas da menina foram para a gravata, ajeitando-a da melhor forma que pode.
— Prontinho! E vê se ajeita isso direito para as aulas, você está na Sonserina, tem que ter classe e postura.
— Tem algum código de vestimenta, por acaso? — Alvo perguntou olhando para Scorpius e Astrid.
— Não sei, mas vovó sempre fala para termos alguma etiqueta mínima na vida — Scorpius respondeu — Acho que é coisa de gente que vem de gerações de familiares sonserinos.
— Certo — Alvo respondeu receoso.
— Isso é o de menos, o mais importante agora é que temos aula e não podemos nos atrasar — Scorpius se levantou da mesa e pegou a mochila que tinha levado consigo, os outros dois o imitaram.
As aulas foram passando conforme os dias, e a amizade dos três se fortalecendo ainda mais. Scorpius era igual a mãe, tinha uma inteligência bem avançada para a idade e era excelente na matéria de transfiguração. Astrid, por outro lado, já era melhor nas aulas de vôo e na de poções, conseguindo muitos pontos para a Sonserina a cada aula. Alvo, assim como o pai, era bom em Defesa Contra as Artes das Trevas e em feitiços, principalmente o Expelliarmus.
Por onde os três passavam, algumas cabeças se viraram para olhá-los porque naqueles três sonserinos, havia três coisas que não eram comuns:
Primeiro, um Potter na Sonserina.
Segundo, um Potter que era a cara de Harry e dois Malfoys que eram a cara de Draco, brincando e andando juntos praticamente todo o tempo.
Terceiro, um Potter e dois Malfoys sendo melhores amigos.
Mas era como Astrid havia dito, eles estavam ali para quebrar os padrões.
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