Capítulo 44 (ÚLTIMO)

Berenice assentiu e foi chamar Anahí, que logo desce. As três almoçaram alegremente, depois do almoço Dulce se levanta. 

Dulce: Mamãe, eu já vou. – olhou no relógio. – Já está ficando tarde e eu ainda tenho que ir ver a Fuzz... – fechou os olhos, vendo a merda que tinha falado.

Blanca: Vai ver quem? – perguntou com os olhos arregalados.

Dulce: Ai mãe... – franziu a testa, suspirando. – Eu não queria que ninguém soubesse, mas durante todo esse tempo eu tenho visitado a Fuzz na clinica. – explicou, além de ter aprendido o nome do marido, também tinha aprendido o da irmã. – Ela está melhor e se arrependeu.

Blanca: Dulce, sua irmã está louca. – passou a mão no rosto. – Eu sei que ela está mais calma e tudo, mas a qualquer momento ela pode explodir e... – é interrompida.

Dulce: Não mãe, ela não é mais assim. – negou com a cabeça. – Ela está mais calma, está feliz mãe, tem até um namoradinho lá no hospício! – falou com os olhinhos brilhando.

Blanca: Estou sabendo desse namoradinho. – riu de leve. – Fico feliz que não tenha guardado rancor filha, cada dia que passa, eu me orgulho mais de você. – acariciou os cabelos dela. – Não é perfeita a minha filha, Anahí?

Anahí: Sim, ela é super fashion! – elogiou e Dulce sorriu.

Dulce: Agora eu já vou mãezinha... – dando um beijinho na mãe e outro em Anahí. – Tchau Anahí. – se despede das duas e sai.

Blanca: Essa menina... – olhando por onde Dulce tinha saído. Anahí apenas sorriu pensativa.


Christopher ia saindo do restaurante com Clara no colo, a menina estava extremamente agitada e irritada, queria por que queria comprar a bendita boneca. Christopher beijava sua bochechinha que estava vermelha pelo choro escandaloso. Sem se dar conta esbarrou em alguém.

– Desculpa, eu não vi... – o outro se desculpou.

Christopher: Jack? – franziu a testa.

Jack: Oi Christopher. – o reconheceu e sorriu. – Tudo bem? 

Christopher: Tudo sim e você? – falou com um sorrisinho sem sal.

Jack: Eu estou muito bem, e essa boneca? – sorrindo e apertando as bochechas de Clara.

Christopher: Essa é a minha princesinha. – sorrindo orgulhoso e a balançando de leve no colo.

Jack: Ela é linda, mas aposto que se tivesse sem essa carinha de choro seria mais bonita ainda. – apertou o narizinho dela, que sorriu. Em seguida voltou a olhar Christopher. – Cara, eu sei que você não vai com a minha cara por vários fatores, mas eu não tenho, não tive e nunca vou ter nada contra você. – tocou o ombro dele, que suspirou.

Christopher: Não cara. – negou com a cabeça. – Aquilo era besteira, acontece que naquele tempo eu era muito inseguro, tinha muito medo de perder a Dulce, mas era uma besteira. – deu de ombros e Jack sorriu. – E então, amigos?

Jack: Amigos! – sorrindo e apertando a mão dele.

Clara: Vocês são amiguinhos igual a mim e a Julia papai? – perguntou batendo palmas.

Christopher: Isso mesmo, igual você e a Julia. – afirmou e viu Zoraida se aproximando. 

Zoraida: Oi gente. – acenou, sorrindo. – Oi amor, demorei? – perguntou, dando um selinho em Jack.

Jack: Não, eu acabei de chegar. – a abraçando e deixando-a satisfeita por saber que não tinha chegado atrasada.

Zoraida: Oi Christopher. – lhe deu dois beijinhos. – Tudo bem? – sorriu ao ver a pequena. – Oi bonequinha! – dá um beijo na bochecha dela.

Christopher: Tudo bem sim Zoraida. – sorriu confuso, não sabia que os dois namoravam. – E você? 

Zoraida: Estou ótima, e a Dulce? – assentiu, colocando a mão na cintura. – Tem mais de um mês que não vejo aquela desnaturada.

Christopher: Ela está almoçando na casa da mãe. – coçando a nuca. – Vocês estão namorando? – perguntou, sem esconder a curiosidade. 

Jack: Sim, hoje nós completamos um mês. – sorriu feliz, abraçando a namorada.

Christopher: Meus parabéns, espero que sejam felizes. – desejou sincero. – Bem, agora me deixem ir, que ainda tenho que encontrar uma boneca para essa minha bonequinha viva. –apertou o nariz de Clara, que sorriu. – Até mais.

Zoraida: Até logo, manda um beijo para a Dulce e diga que logo eu vou lá visitá-la.
Christopher: Certo, pode deixar! – assentiu com a cabeça, se despediu dos dois e saiu.



Mais tarde, no hospício. Dulce chega pra visitar a irmã como sempre fazia e logo a avista de longe, com uma boneca nas mãos, sorri e se aproxima.

Dulce: Oi Fuzz... – cumprimentou, se sentando ao lado dela.

Fuzz: Meu nome é Zuzz, eu já te disse maninha. – indagou, sorrindo serena.

Dulce: Tudo bem, Zuzz. – sorri, mordendo o lábio. – Olha o que eu trouxe pra você! – tirando uma caixa de bombons da bolsa.

Fuzz: Bombom! – arregalou os olhos, em alegria. – Eu adoro bombom! – pega a caixa rapidamente.

Dulce: São os de licor, seus favoritos. – põe o cabelo atrás da orelha. – Mas não vai ficar bêbada como da outra vez... – riu, recordando-se da situação. Fuzz também riu.

Fuzz: Não se preocupe, eu vou comer poucos. – abrindo a caixa.

Dulce: Onde está a Carminha? – observando que ela tinha trocado de boneca. Fuzz fechou a expressão rapidamente.

Fuzz: A Carminha morreu. – respondeu depois de alguns segundos, com lagrimas. – As feias a jogaram de lá de cima! – apontando a janela. – Ela ficou toda ensanguentada, foi horrível maninha!

Dulce: Oh, eu sinto muito... – a abraça de lado.

Fuzz: Eu a enterrei embaixo daquela arvore. – apontando a arvore, que ficava ali perto.

Dulce: Sempre que quiser matar as saudades, pode ir lá com ela. – sorrindo e enxugando as lagrimas da irmã. Fuzz assentiu. – Mas essa outra filhinha é muito linda, como ela se chama?

Fuzz: Lucinha. – sorriu maternalmente. – Minha filhinha.

Dulce: Eu posso segurar? – pediu. Fuzz assentiu e colocou a boneca no colo da irmã, como se fosse um bebê com ossos de vidro. – Que linda! Ela se parece com você.

Fuzz: Todos falam isso. – pega a boneca de novo, com o mesmo cuidado de antes. – Ela tem que mamar... – falando baixinho.

Dulce: Ah claro... – observando-a tirar o seio e o colocar na boca da boneca. – Pobrezinha, acha que a boneca tem vida, ah meu Deus, tenha piedade da minha irmã. – coçou a nuca, angustiada. Alguns minutos depois chega a enfermeira e diz que ela tem que ir. – Fuzz, eu já estou indo, depois eu volto e trago mais bombons para você certo? – dá um beijinho na cabeça dela.

Fuzz: Está bem. – sorri e Dulce vai caminhando. – Dulce! – chamou e a irmã se virou para olhá-la. – Meu nome é Zuzz. – lembrou e deu uma piscadela. Dulce apenas sorriu e saiu.


Assim que chegou em casa, Dulce encontra Christopher deitado no sofá com a filha em cima de seu peitoral, ela sorri com a cena, ele era realmente um ótimo pai.

Dulce: Oi amor. – se agachando para beijá-lo. – Oi meu bebê? – pegando a filha no colo. – Dá beijo na mamãe! – Clara lhe dá um beijinho. – Amor, será que nós dois podemos conversar? – perguntou mordendo o lábio inferior.

Christopher: Claro meu bem. – sorrindo confuso. – Agora? – Dulce assentiu. – Meu amor, fica quietinha ai viu? – Clara assentiu. – Vem Dulce. – chamou e os dois vão para o quarto. – Pronto, pode falar linda. – a agarrando, assim que fechou a porta.

Dulce: Não Chris, nós não vamos transar. – fechou os olhos. – Já não basta ontem, que fizemos isso a noite inteira. – lembrou vermelha.

Christopher: Ah, que pena. – fez um biquinho, frustrado. Dulce riu. – Então? – sentando na cama, olhando pra ela.

Dulce: Eu... – fechou os olhos e ele a olhou confuso. – Espera! – abre a gaveta e pega o exame.

Christopher: O que é isso? – perguntou confuso e ela lhe entrega o papel.

Dulce: Abre. – pediu de cabeça baixa. Christopher abre o envelope e começa a ler, sem entender nada.

Christopher: Positivo. – leu no final. – O que deu positivo? – parou de falar quando a viu levando a mão até a barriga. – Está grávida? – perguntou abrindo um sorriso enorme, ela apenas assentiu com a cabeça. – Vamos ter outro bebê? – rindo. – Eu vou ser pai de novo?! – ela continuou assentindo. – Eu te amo meu amor, muito... – a beija lentamente, desceu a mão para a barriga dela. – Meu garoto! – se abaixou e beijou a barriga dela.

Dulce: Agora é um menino? – ergueu a sobrancelha, ele assente. – Vamos ver não é? – riu. – Amor, agora o problema é a Clara aceitar. – sussurrou, ele fechou a expressão em um ato preocupado, Dulce mordeu o lábio inferior.

Christopher: Temos que contar pra ela com jeitinho... – passou a mão no maxilar.

Dulce: Ela não vai gostar nada disso. – negou com a cabeça, entristecida. – Ela vai me odiar.

Christopher: Dulce, a Clara é só uma criança. – enfatizou. – Nós somos os pais e mandamos nela, ela tem que aceitar que vai ter um irmãozinho, querendo ou não! – ergueu a sobrancelha. – Vamos falar com ela. – chamou.

Dulce: Agora? – o encarou nervosa.

Christopher: Sim, agorinha. – assentiu. – Ela tem que saber disso, é um direito dela.

Dulce: Mas ela é só um bebê Chris. – mordeu o lábio, receosa.

Christopher: Dulce vamos logo! – lhe puxa. – Temos que falar com ela agora! – Dulce concordou e foram até ela, que brincava com a sua boneca nova e falava umas coisas que não dava pra entender. – Filha. – chamou, se abaixando na altura dela. – Papai e a mamãe têm uma coisa para te falar.

Clara: É o que? – olhou os dois, curiosa. – Outra boneca, que chora? – com os olhinhos brilhando.

Christopher: Isso mesmo! – assentiu e Dulce arregalou os olhos, o que diabos ele estava fazendo? – Você vai ganhar um bonequinho de verdade, que chora, que faz caca, que dorme, que faz pipi. – se agachou na altura dela.

Clara: Jura papai? – perguntou pulando. – Quando eu vou ganhar?

Christopher: Juro. – assentiu animado. – Daqui a nove meses ele está aqui. – falou com um sorriso gigante. 

Clara: Ah, porque demora tanto? – fez um bico. – Eu quero agora! – bateu o pezinho.

Christopher: Agora não pode, ele ainda está em fabricação. – explicou, beijando a mãozinha dela.

Clara: Onde? – curiosa. 

Christopher: Na barriga da mamãe. – apontou Dulce, que acenou.

Clara: Porque ele tá lá? – cruzou os bracinhos, confusa. – A Julia falou que quando o irmãozinho dela nasceu ele também ficou na barriga da mãe dela. – parou de falar e olhou os dois. – Ei, mamãe vai ter um irmãozinho pra mim? – com os olhinhos arregalados.

Dulce: É meu amor, a mamãe está grávida. – se aproximou sorrindo. – Você vai ganhar um irmãozinho, ou irmãzinha. – se abaixando. – Não é legal?

Clara: NÃO! – gritou. – EU NÃO QUERO UM MANINHO FEIO! – começando a chorar. – EU NÃO QUERO MAIS QUE VOCÊ SEJA MINHA MÃE!

Dulce: Filhinha, não fala isso. – falou com lagrimas. – Não fala assim com a mamãe.

Christopher: Clara, peça desculpas para a sua mãe agora! – mandou.

Clara: Não! – corre para o quarto. – EU QUERO QUE O MEU MANINHO MORRA!

Christopher: Clara! – vai atrás dela e a pega no colo. – NÃO REPITA ESSA BARBARIDADE NUNCA MAIS OUVIU? – tocou o rosto dela, obrigando-a a olhá-lo. – NUNCA MAIS FILHA! – desesperado.

Dulce: Deixa ela amor... – murmurou, enxugando as lágrimas. 

Christopher a solta e ela corre para o quarto.

Christopher: Não fica assim princesa... – acalmando-a, ela estava chorando muito. – É só uma fase. – beijando os cabelos dela.

Dulce: Ela me odeia, minha bebê me odeia... – soluçando. 

Christopher apenas a abraçou, esperando que toda a situação se normalizasse logo.¨


¨¨¨¨

No dia seguinte, Dulce vai dar a mamadeira para filha que ainda dormia.

Dulce: Meu tesouro? – receosa em acordá-la. – Filha, acorda. – cheirando os cabelinhos dela.

Clara: Mamãe. – acorda assustada e abraça a mãe. – Você não morreu. – começando a chorar.

Dulce: Não meu amor, a mamãe está aqui e está tudo bem. – dá um beijinho nela.

Clara: Eu sonhei feio, sonhei que você morreu e que eu ficava sozinha. – soluçando e estendendo os bracinhos para a mãe.

Dulce: Não meu bem, foi apenas um pesadelo, já passou. – a pegando no colo e a levando até uma poltrona que tinha no quarto dela e senta com a filha em seu colo.

Clara: Mamãe, você vai ter um maninho mesmo? – mexeu no pezinho, dengosa. Dulce assentiu.

Dulce: Desculpa filha, mas a mamãe não pode abandonar seu maninho. – mordeu o lábio. – Eu sei que é chato, mas vocês vão brincar juntos e vão ser muito amiguinhos. – sorriu com os olhinhos brilhando, acariciando os cabelinhos dela. 

Clara: Tá bom. – fez careta. – Mas você ainda vai comprar boneca pra mim? – perguntou com a mão na boca.

Dulce: Claro que sim meu bebê! – fazendo coceguinhas nela.

Clara: Então eu quero um irmãozinho... – assentiu, sorrindo.

Dulce: É serio? – sorrindo abertamente. – Mamãe fica muito feliz e muito orgulhosa de você.

Clara: É. – assentiu, batendo palmas. – Você vai dar mamá pra mim?

Dulce: Você quer que eu dê? – a filha assentiu freneticamente. – Então a mamãe dá! – deitou a filha no colo e lhe deu a mamadeira. Logo Christopher aparece.

Christopher: Fizeram as pazes? – sorrindo e se sentando ao lado delas.

Dulce: Sim, a nossa pequenininha entendeu que nós vamos ter mais um membro na família.

Clara: Mamãe, porque ele tá aí dentro? – confusa.

Dulce: Explica você Chris. – ergueu a sobrancelha, olhando o marido. 

Christopher: Bem... – pigarreou. – O papai colocou uma sementinha na mamãe e essa sementinha vai crescer e vai nascer seu irmãozinho. – deu um sorrisinho falso. – Pronto, fim da história.

Clara: E eu papai? – voltou a por o bico da mamadeira na boca.

Christopher: Igualzinho, princesinha. – os três riram e passaram o dia inteiro brincando com a filha, como se fossem duas crianças.

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