15- Eu nego até a morte

Enzo acordou com vozes e risos vindo do quintal dos fundos. Assim que se aproximou da janela da varanda, que dava para a piscina, ele avistou Luna usando um biquíne verde enquanto jogava uma bola para Hope ir pegar. Ele sorriu satisfeito com a cena da visão da garota. Mas seu sorriso morreu quando Gabriel se aproximou depositando a mão sobre as costas da loira e se acomodou ao seu lado. Seu maxilar tencionou, rapidamente ele foi até o banheiro fez sua higiene pessoal e depois vestiu-se rapidamente e dirigiu-se à piscina, decidido a enfrentar a situação de frente. Ele precisava esclarecer as coisas com Luna e confrontar Gabriel, sem deixar que a incerteza o consumisse.
Assim que se aproximou viu o momento que Hopi entregou a bola para Gabriel. O moreno acariciou o animal, e logo depois jogou a bola para a cachorra pegar, enquanto ele e Luna riam divertidamente

Enzo respirou fundo, tentando manter a calma enquanto observava Luna e Gabriel se divertindo juntos. Ele se aproximou lentamente, esperando encontrar uma oportunidade para se aproximar sem interromper o momento descontraído.

- Quer um babador meu irmão?
- Como é?
- está óbvio que vc está se remoendo de raiva da cena que vê.

Enzo olhou para Milena com surpresa, não esperando sua observação direta sobre seus sentimentos. Ele respirou fundo, tentando controlar sua expressão antes de responder:

- Não, obrigado. Só estou pensando em como resolver algumas coisas.

- E essas coisas por acaso tem haver com a minha amiga Luna?

Enzo assentiu, decidindo ser honesto com sua irmã.

- Sim, têm a ver com ela e com algumas coisas que preciso esclarecer.

Milena sorriu, e Enzo observou o sorriso da morena, questionando-se sobre o que ela estava pensando. Ele decidiu abordar o assunto diretamente:

- Você sabe de algo que eu não saiba?

- Tudo o que sei é o mesmo que voce sabe, que Luna é louca por você.

As palavras de Milena trouxeram um raio de esperança para Enzo. Ele sorriu de leve, agradecido por saber que Luna ainda tinha sentimentos por ele. Com um aceno de cabeça, ele murmurou:

- Obrigado, Milena. Isso ajuda.

- Mas é bom ter cuidado, e não magoar ela, caso contrário vai ter que se ver comigo.

Enzo assentiu, entendendo a preocupação sincera de sua irmã.

- Pode deixar, Milena. Não quero machucá-la de forma alguma. Eu gosto da Luna de verdade, e estou disposto a fazer tudo certo dessa vez. Porém, eu estou achando estranha essa aproximação dela com Gabriel .

-Você tá tirando conclusões demais meu irmão, Gabriel gosta da Luna apenas como irmão.

Enzo considerou as palavras de Milena, tentando acalmar seus pensamentos ansiosos:

- Não é o que parece... Eles parecem um casal de enamorados.

Milena riu de maneira divertida, com o ciúmes do seu irmão mais velho.

Enzo não pôde deixar de sorrir levemente diante da risada de Milena, reconhecendo o tom leve da situação:

- É, acho que estou exagerando um pouco, não é?

- um pouco, você praticamente está matando o nosso primo com esse olhar mortal

Enzo riu, percebendo o exagero de suas emoções:

- Talvez eu devesse acalmar um pouco os ânimos antes de causar um incidente familiar.

Milena assentiu com a cabeça .

- Acho que é a melhor coisa a se fazer.

-Você sabe algo sobre o favor que ele mencionou ontem. Sobre a Luna ficar na casa dele, pois ele lhe devia um favor.

Milena suspirou, olhando de um lado para o outro para ver se não tinha ninguém por perto.

- Olha, eu vou te falar, mas se Gabriel e Luna descobrir algo sobre isso, eu negarei até a morte ok. Você não ouviu nada sair da minha boca ok.

Enzo assentiu, compreendendo a gravidade da situação:

- Entendi, Milena. Pode confiar em mim. Estou ouvindo, mas não direi uma palavra a ninguém.

A morena suspirou profundamente. E Enzo esperou pacientemente, dando a Milena o tempo que ela precisava para decidir se compartilharia ou não a informação confidencial.

- Isso foi a muitos anos atrás, na época do colegial, uma das nossas professoras, nos colocou para fazermos trabalho voluntário nas férias, com a intenção de nos ajudar a escolher qual carreira seguir, e darmos valor ao trabalho dos nossos pais.- ela fez uma pausa antes de prosseguir.- Você lembra que Luna foi trabalhar na floricultura da nossa família?

Enzo assentiu, recordando-se da época em que Luna havia trabalhado na floricultura da família durante as férias:

- Sim, lembro-me disso. Ela estava tão animada na época, especialmente por ter a oportunidade de trabalhar em algo relacionado à natureza.

-Sim, mas na verdade era para o Gabriel ter ficado com a floricultura, porque era o nome dele que havia sido sorteado

Enzo arregalou os olhos, surpreso com a revelação:

- Espera, então Gabriel deveria ter trabalhado na floricultura, mas ele passou o trabalho para Luna? Isso é inesperado.

-Na verdade, ele trocou com a Luna, para poder trabalhar na padaria da avó da Laís.

Enzo franziu a testa, processando a troca surpreendente feita por Gabriel:

- Mas, pq ele fez isso?

-Ele sabia que Luna queria ir pra floricultura, já que sua família trabalhava com eventos de festas. E ele queria poder ficar perto da Laís. Por que ele gostava da minha amiga, mas assim como o restante dos homens da família de Luca era um verdadeiro tapado

Enzo ponderou sobre a situação, reconhecendo a complexidade das emoções envolvidas:

- Às vezes, as pessoas fazem escolhas baseadas em seus próprios desejos, sem pensar nas consequências para os outros.

- Eles viviam brigando, era estranho a implicância que ele tinha de irritar a minha amiga, mas todos sabiam que era porque ele gostava dela.

- Laís é aquela sua amiga que foi embora pro Brasil?

Milena acentiu com a cabeça.

- Sim, eu não sei o que houve, mais eles brigaram, e logo depois de Gabriel viajar pro Japão, ela partiu para o Brasil.

- Mas se ele queria ficar perto de Laís, não precisava ter feito a troca do trabalho... era só chegar e contar seus sentimentos.

- Na verdade, o real motivo dele ter trocado com a Luna, foi porque descobriu que a padaria tava falindo, e ele resolveu ajudar da maneira dele. O dinheiro que ele ganhava no escritório de engenharia do tio Leonel, ele usava para que Samira, Luna e eu fossemos tomar café todos os dias na padaria. Como ele e Rafael, era da equipe de basquete, as garotas eram loucas por eles, e todos os dias a padaria lotava de meninas estéticas, e com esse dinheiro ele ajudava a avó de Lais.

-Mas, Laís o que achava disso

-Lais nunca ficou sabendo sobre isso, você chegou a conhecer a minha amiga, e sabe que ela é muito orgulhosa, e nunca iria aceitar a ajuda de ninguém, ainda mais vindo de Gabriel que irritava ela.

-Entendo. Parece que Gabriel agiu com boas intenções, mas sua abordagem pode não ter sido a mais adequada para Laís, especialmente considerando sua personalidade orgulhosa. É compreensível que ela nunca tenha ficado sabendo sobre isso, já que pode ter sido uma situação delicada e Gabriel provavelmente não queria causar desconforto.

Milena acentiu, olhando para Gabriel e Luna sentados conversando na beira da piscina.

-E por isso que ele nunca vai ter olhos para a Luna, por que ele já tem uma namorada, apesar de achar que ele ainda deve gostar da Laís

-Como você pode afirmar algo com tanta certeza pirralha?

- Eu tenho minhas fontes.

Enzo sorriu para a irmã, mas aliviado com a conversa.

- Não o conte a ninguém que te falei isso, caso contrário, vou quebra o seu nariz, assim como fiz com o meu namorado.

- Eu acho que escutei o meu nome por aqui. O que tá rolando?

-Nada demais amor, só estava avisando ao tapado do meu irmão, que se ele magoar a minha amiga de novo, eu vou quebrar a cara dele assim como fiz com o seu lindo nariz.

Enrico corou ao se lembrar do ocorrido e Milena riu alto chamando atenção de alguns familiares.

- A propósito, quando vão se casar? Vocês já estão juntos faz sete meses.

-Ainda não é o momento certo. Eu amo o meu amado, mas não quero apressar as coisas... Acho melhor ir com calma por enquanto.

Enzo não teve tempo de dizer mais nada, pois a voz da avó Antonella se fez presente no ambiente.

- Hei meninas venham me ajudar a preparar o almoço.

A morena sorriu se levantando, e dando um tapinha no ombro do irmão mais velho, e logo depois andando até a amiga e a roubava das garras de Gabriel para juntas irem ajudar a nona na cozinha entre uma conversa e outra.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top