Capítulo 02

Koany

— Nossa senhora das garotas virgens, que homem lindo!

Ao abrir meus olhos, me deparei com um par de olhos verdes me observando.

Ele estava encostado no balcão, com um copo de whisky em uma mão e o celular na outra.

Moreno, alto, e com um olhar de deixar qualquer garota totalmente desorientada. Fico parada como uma estátua presa pela intensidade daqueles olhos. A música recomeça. Meio sem saber o que fazer, ando em direção à mesa, onde a galera continua a beber e a conversar. Estão entretidos em um papo muito animado. Sinto um calafrio por todo o meu corpo e sei que ele ainda está com os olhos fixos em mim.

— Koany!

Ouço alguém chamar o meu nome. Olho em direção à entrada e vejo minha amiga Karen vindo em minha direção acompanhada pelo meu motorista.

— Amiga, onde está a Lúcia?

— Está na pista de dança com o Rogério. Estou me sentindo um pouco tonta. Preciso ir ao banheiro, volto em um instante.

— Vou com você!

— Não! Fica com o Jaime e não se preocupe comigo, eu estou bem.

Sigo até o banheiro e jogo um pouco de água fria em meu rosto, sinto-o queimar como se estivesse em chamas.

— Que noite, acho que vou encher a cara e tomar o primeiro porre da minha vida. Afinal, tenho que fazer esta loucura valer a pena. Fico tensa só de imaginar a reação do todo poderoso Robert Vasconcelos quando souber da escapulida de sua santa filhinha — Rio mentalmente.

Ao sair, caminho pelo corredor escuro e sinto a mesma sensação de antes, de estar sendo observada. Paro, levanto minha cabeça lentamente e me deparo com o Deus de olhos verdes parado em minha frente.

— Oi!

— Olá! — Falo meio sem jeito, sem olhar diretamente para ele.

— O que uma garota tão bela faz sozinha em uma noite tão linda? — Sua voz soa como música, me fazendo arrepiar.

— Não estou sozinha, meus amigos estão logo ali — Eu disse isso mesmo?

— Bebe alguma coisa comigo?

— Ah, não sei se é uma boa ideia. Não estou acostumada a beber e já estou sentindo o efeito das que eu já tomei — Crise de consciência agora? É sério? O que aconteceu com o porre que eu ia tomar?

— Venha comigo, Bela, prometo que vou cuidar de você.

Eu o sigo sem hesitar pela boate, que está lotada. Ele me leva pela mão até o camarote, onde um rapaz, também muito bonito, está sentado sozinho, observando atentamente as pessoas que dançam animadas lá embaixo.

— E aí, cara, você sumiu! Pensei que tinha sido sequestrado — Diz o carinha, sorrindo e me olhando de baixo em cima.

— Parece que foi você quem sequestrou alguém.

— Oi, meu nome é Wagner...

— Oi!

— Por que você não vai dançar um pouco, Waguinho? No momento, eu gostaria de um tempinho sem você grudado no meu pé, pode ser?

— Seu grosso! Eu vou em respeito a essa linda gata que está com você, pois você não manda em mim. E sabe que me preocupo com você, seu mal agradecido. Tchau, gata, até mais!

— Sente-se, Bela, vou servir você.

— Eu nem sei o seu nome. Como posso confiar que você não é um maníaco que quer me embebedar ou coisa pior?

— Perdão, Bela, que grosseria a minha. Meu nome é Johnata Wilder, e a última coisa que eu quero é fazê-la algum mal. Pelo contrário, só consigo imaginar coisas boas com você. Quando te vi dançando lá embaixo, tão envolvida pela música e tão linda, não pude mais parar de pensar em você. O jeito como se mexia, como jogava os cabelos e passava a mão pelo corpo... Tão sexy, não pude evitar o desejo de serem minhas as mãos que acariciavam as suas curvas. Aí por um segundo, eu me virei e você não estava mais lá. Pensei que você fosse fruto da minha imaginação, até te encontrar naquele corredor. Gata, estou louco por você.

— Nossa! Acho que você está exagerando.

Falo meio sem jeito, pois não esperava palavras tão intensas de um estranho. Mas gostei muito de ouvi-las. Nunca namorei sério, e os garotos com os quais já fiquei não eram nem de longe parecidos com esse cara gato, másculo e forte que está sentado a minha frente. E agora, o que eu faço? Não estou acostumada a ouvir essas coisas ou estar nessa situação. Sinto rosto meu rosto corar e abaixo minha cabeça.

— Ei! Você é linda sim, Bela. E eu estou muito louco por você...

Ele mal acaba de dizer e toma minha boca em um beijo urgente e cheio de desejo. Sinto meu corpo todo queimar. Seguro timidamente seu rosto e correspondo a seu ataque. Ele me pega pela cintura, colando seu corpo ao meu, e o beijo se intensifica ainda mais.

— Bela, que boca gostosa! — Sussurra entre os lábios sem que o beijo seja interrompido. Seguro seus cabelos, massageando levemente, enquanto sua mão passeia pelo meu corpo, fazendo-me tremer de desejo.

— Deus, que sensação maravilhosa! Nunca fui beijada dessa maneira — De repente, suas mãos chegam aos meus seios. Eu interrompo o beijo e me esquivo um pouco, separando nossos corpos. Automaticamente, olho na direção do seu membro, que está duro como pedra. Ele percebe meu olhar e fala, aproximando-se novamente:

— Olha só o que você faz comigo! Eu preciso ter você, gata, e preciso agora.

— Eu não posso. Preciso ir! — Saio correndo, ouvindo ao longe ele dizer:

— Bela, Bela, volte aqui. O que houve?

Sento-me junto à galera e puxo Karen pelo braço.

— Ei, amiga, onde foi que você se meteu? Procurei você por toda a boate e não encontrei, fiquei preocupada.

— Karen, por hoje chega. Vou para casa.

— Ah, sério? Mas ainda está cedo, e você nem descolou um gatinho para ficar. O Fernando ficou caidinho por você.

— Outro dia, Karen. Vamos, Jaime! Espero que vocês dois tenham se curtido o suficiente por uma noite, pois não fui só eu quem sumiu misteriosamente, não é, Dona Karen e Sr. Jaime?

— Quando quiser, senhorita Koany — Fala ele, todo sem graça.

— Ora, Jaime, sem formalidades comigo. Acho que, depois desta noite, somos cúmplices, e espero que você guarde muito bem meu segredo.

— Claro, Koany, eu nem estou aqui — Gargalhamos os três.

Me despeço da turma e saio da boate olhando tudo a minha volta. Procuro pelo meu Deus dos olhos verdes, mas não o vejo em lugar nenhum. Com certeza encontrou alguém para terminar aquilo que comecei e não pude ir até o final. Entro no carro e agradeço ao Jaime.

— Obrigada, Jaime, por concordar em fazer parte desta loucura. Sei que se arriscou muito, pois meu pai jamais perdoaria tal traição.

— Não precisa agradecer, Koany, eu também tive meus motivos para querer estar lá e não me arrendo por isso. Foi uma noite e tanto.

Sei bem que ele está falando da Karen. Entro em casa com as sandálias na mão e andando como um gato para não fazer nenhum barulho. A casa está um silêncio total e eu entro em meu quarto sem ser descoberta. Tiro meu vestido, coloco um pijama bem leve e me jogo em minha cama. Fecho os meus olhos e a imagem daqueles olhos verdes surgem em minha frente. Assim, durmo perdida na intensidade daquele olhar, que agora ocupa todos os meus pensamentos.

Johnata Wilder

Fui para aquela maldita boate por pura insistência de meu amigo Waguinho, pois quase não caio na noite. Só não esperava encontrar lá a mulher que mudaria toda a minha vida.

Deixo o camarote vip onde estamos e vou dar uma volta pelo lugar. Peço outra dose e fico ali por um tempo, na tentativa de me ver um pouco livre dos cuidados exagerados que meu amigo tem para comigo. Meu celular vibra em minha mão e eu olho automaticamente para o visor, mas não era nada importante. Apenas atualizações de minha fã Page. Olho em direção à pista lotada e uma garota chama minha atenção.

Uma morena de estatura média, cabelos longos sendo jogados de um lado para o outro, e um corpo muito bem torneado mexendo-se no ritmo da música. Ela parece estar muito envolvida com aquela dança, pois seus olhos permanecem fechados. Sinto meu corpo reagir à sensualidade daquela visão, e penso:

— Preciso ter essa garota em meus braços, e preciso muito!

Olho para a área vip, onde meu amigo está, e vejo que ele está entretido falando com alguém ao celular. Decido me juntar a ela na pista, mas quando meus olhos a procuram, não mais a encontram. Logo a vejo conversando com um casal que acabara de entrar. Deixo minha bebida no balcão para ir ao encontro dela, mas ela já desapareceu.

Que garota linda! Sinto meu pau reagir apenas com a lembrança daquele momento. Preciso sair do meio dessa multidão e esfriar minha cabeça. Tanto a de baixo quanto a de cima, acho que estou há tempo demais sem trepar. Entro no corredor que dá acesso aos banheiros, e dou de cara com a minha linda e bela garota.

— Olá! — Ela fala meio sem jeito e cabisbaixa, ao me ver. Vejo que ela está com as bochechas coradas. Que gracinha, ela é tímida.

— O que uma garota tão bela faz sozinha em uma noite tão linda?

Pergunto e ela cora novamente. Nossa, ou ela é muito tímida ou sabe bem se fazer de santa para enlouquecer um homem.

— Não estou sozinha, meus amigos estão logo ali!

Sua voz soa meio trêmula, e é como afrodisíaco para o meu pau rebelde, que insiste em reagir apenas com o som da voz dela. Preciso tê-la junto a mim.

— Bebe alguma coisa comigo?

Ela assente com a cabeça e eu a levo para o camarote. Expulso o Waguinho de lá para ficar a sós com ela, pois sou movido pelo desejo de tê-la em meus braços. Sirvo uma bebida e em seguida tomo sua boca num beijo cheio de tesão e luxuria.

— Bela, que boca gostosa!

Falo por entre os lábios e sinto que seu corpo está tremendo, mas ela corresponde ao meu beijo. Quando levo as mãos em seu seio, ela se afasta. Confesso que preciso dela e acho que ela se assusta, pois sai correndo, me deixando sem pelo menos olhar para trás. Chamo por ela, mas é em vão, ela já se misturou em meio às pessoas.

Fico sem entender a reação dela, e puto da vida pelo estado em que me encontro. Aceno para o Wagner, avisando que estamos de saída. No momento em que ela se foi, a noite para acabou para mim.


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