Voltarei com você
Capítulo 8 da fase
" Péssimas notícias".
Toda arrogância e clima de agressão que antes Stephanie notou em Ryan, estava agora se dissipando quando ele voltou a atenção ao filho. Por algum motivo ela experimentou um vazio ao observar aquelas mãos que tocava o menino.
— Mamãe.. — Justin se mostrou assustado ao contato alheio. Ryan cuidadosamente soltou sua mão e se afastou para ele se acalmar. Sabia que para o próprio filho, ele não passava de um desconhecido.
— Acordou, amor? — Stephanie se aproximou e o beijou na face. — Ryan, pode pedir para o Holden chamar o Dr Derek, por favor.
Ele assentiu e saiu. Um arrepio percorria pelo pai ao ver a criança acordada. Era algo que ele não esperava assim de repente. Sabia desde o primeiro minuto em que decidiu encontra-lo que seria duro vivenciar aquela cena, mas não imaginava ficar tão vulnerável, sobretudo depois que Justin demonstrou desagrado.
— Boa tarde, Justin! — O Dr Derek entrou na sala com bom humor. — Como está se sentindo? — perguntou enquanto posicionava o estetoscópio para examinar seu pequeno paciente.
— Tio Derek, eu não quero fazer aquilo. — Justin achava que ia passar por mais uma das sessões de hemodiálise.
— Na verdade, hoje, o tio vai tirar esse acessozinho aqui de seu braço e deixar você voltar pra casa. — ao ver que Justin teve medo, tratou de distrair sua atenção. — Veja como é que um nefrologista faz mágica. — procurou algo no bolso do seu jaleco. — Só preciso de uma moeda. Alguém tem uma?
Ryan tinha várias, mas temeu participar e estragar o espetáculo.
— Eu tenho. — Holden bancou o ajudante de nefrologia ao ver que Ryan não se ofereceu. Segurou a mão de Justin e forneceu a moeda solicitada por Derek. Então, o médico umedeceu um algodão com álcool e enquanto transferia a moeda da mão para a orelha retirou o acesso sem Justin notar.
— Uau! O tio Derek é muito bom mágico. — falou Holden realmente contagiado.
— Tio Derek. — Justin chamou. Estava sorridente.
— Oi, não sentiu nada. Certo? — ele descartava o material que foi utilizado numa lixeira.
— Mamãe falou que o tio Holden não pode por o band-aid igual eu. — isso chamou a atenção de todos.
— Meu pequeno, o Ryan está aqui para tentar te ajudar. — Holden interviu trazendo o pai pra junto do filho. Ryan estava mais branco que uma folha de papel ofício quando se abaixou para ficar na altura do pequenino.
— Olá, Justin. — falou tímido.
— Justin, Ryan é meu irmão. Ele aceitou colocar com você. Tá certo? — era com profunda tristeza que Holden dava aquela notícia ao sobrinho.
— É mesmo? — perguntou Justin olhando para Ryan. — você e eu vai operar?
— É sim. — o coração daquele pai errava as batidas por está dialogando pela primeira vez com seu filho.
— Vamos colocar um curativo igualzinho em cima depois? — Justin mostrou entusiasmo.
— Vamos sim. — a emoção do primeiro diálogo o consumia.
— Então, tá tudo certo. — Derek afagou a cabecinha de Justin. — A gente se ver na próxima semana. Ok, Justin?
— Ok, tio Derek. — o paciente era só felicidade. — Não vai doer nadinha.
— Não vai doer. O tio vai fazer igual fez a mágica do bracinho. — após fazer um "toca aqui" o médico deixou a sala e Holden o seguiu para pegar algumas requisições.
— Acho que nós podemos ir. — falou Ryan. — Amanhã eu farei os exames solicitados.
— Nós? — perguntou Stephanie. — O que quer dizer com "nós"? — ela engoliu em seco. — Você não pretende voltar comigo, não é mesmo, Ryan? — observou que ele franziu a testa.
— Mas é claro que sim! O que esperava? — Ryan olhou o que Justin estava fazendo e como ele estava entretido no celular de Holden, continuou. — Vou conhecer melhor meu filho, Stephanie. Quer você goste, quer não, farei isso. E não pense em me colocar de lado se minha ajuda não for necessária.
— Eu nunca disse isso. — bufou.
— Ótimo. Assim não terá que mudar seus planos. — ele não se importava com o incomodo que geraria. — Está na hora de me incluir nessa história. Primeiro, voltarei com você. Segundo, vou conhecer sua tia. Depois direi ao Justin que sou seu pai.
— Não precisa ir comigo. — ela pegava uns pertences que estava no hospital. — Nós moramos em Londres, pelo amor de Deus!
— Eu irei, e é melhor se acostumar com a idéia. Passarei essa noite na sua casa e amanhã decidiremos o que fazer. — chamou o Justin para seus braços. — Quer ir pra casa no meu carro?
— Posso ir, mamãe? — perguntou já nos braços de quem a pouco tempo não passava de um estranho.
— Pode sim. — Stephanie se sentiu em desvantagem porque não queria conversar todo tipo de assunto diante do filho.
— O que houve? — Holden voltou a sala e ajudou Stephanie com os pertences embalados. Ao encara-la notou que estava chateada. Ryan já havia se adiantado e esperava no carro dele.
— Seu irmão quer se hospedar na casa de tia Edith. E não há espaço suficiente. Tem apenas três quartos, o dela, o meu e o do Justin. Onde ele dormirá? — eles deixavam o hospital.
— Pendure ele no teto. — sugeriu quando notou que se aproximava do irmão e provavelmente ele o ouviria.
— Partilhe seus aposentos comigo. Ou eu partilho com o Justin. — virou pra Holden. — Vai passar a noite lá também?
— Eu não dispenso os pãezinhos de queijo da Sra Edith por nada, porém é demais pra mim dormir. Vou por que fiquei de dar uma carona pra Jéssica quando fosse levar a Stephanie em casa. — Holden entrou no seu Corolla e seguiu levando o que foi necessário trazer para acomodar melhor o sobrinho no hospital.
— Vou ignorar sua primeira opção. — Stephanie entrou no Peugeot de Ryan e colocou o Justin no colo porque ele não tinha a cadeirinha em seu carro. — Não faz sentido incomodar minha tia sem motivos plausível.
— Porque vive com sua tia se vocês não se dão bem? — ele ainda lembrava de algumas coisas a respeito dela.
— Não nos dávamos bem. — recordou de ter usado a expressão "tia intransigente" a três anos atrás, quando, divertida descreveu Edith.
— Mamãe, quero fazer xixi. — interrompeu Justin.
— Pare em algum lugar, Ryan. Ele não pode prender o xixi por causa dos rins.
Ryan encostou o carro num espaço que não era proibido e Stephanie desceu com Justin. Holden que seguia na frente também parou seu Corolla quando avistou pelo retrovisor que o Peugeot de Ryan encostou.
— Está tudo bem? — perguntou ao descer e chegar perto deles.
— Sim. O Justin precisou fazer xixi. — Stephanie sorriu.
— Quer vim um pouco no meu carro? Eu tenho músicas legais. — sugeriu Holden ao sobrinho. Ele havia selecionado músicas infantis num pen drive exclusivamente para o sobrinho.
— Quero ir com tio Holden. — Justin falou cheio de exigência infantil.
— Tá certo. Eu vou avisar ao Ryan que vamos o restante do caminho com você. — concordou ela.
— Não, não. Eu chamei o Justin, não você. — ele sorriu do semblante que Stephanie fez por não capitar a mensagem. — Pode ir com o Ryan.
— Mas? — ela indagou quando ele colocou Justin na cadeira para crianças e deu partida no automóvel, fazendo ela entrar no Peugeot de seu irmão bufando.
— Cadê o Justin? — Ryan perguntou. — Aconteceu alguma coisa?
— Ele quis ir um pouco com o tio. Eu pretendia ir com eles mas dispensaram minha companhia. — bufou mais ainda quando Ryan deu uma pequena gargalhada.
— Continue me contando como sua tia intransigente mudou em relação a você? — ele não olhava nos olhos de Stephanie enquanto falava porque estava acompanhando o Corolla de Holden na estrada. — Não quero entrar na sua intimidade. Eu só pretendo descobrir como meu filho está vivendo.
— Nosso filho. — cerrou os lábios, mas se tranquilizou. — Eu estava atordoada quando voltei do cruzeiro. Não sabia o que tia Edith iria dizer, mas não tinha escolha, precisava contar com ela.
— Não possuía outro teto que não o dela e muito menos com quem contar. — uma sombra cobriu o olhar de Ryan. — Tudo se complica ao se ver grávida e desolada, mas ninguém era melhor que o pai do bebê para ajudar na situação.
— Você nunca vai compreender que o motivo do nosso rompimento foi o mesmo pelo qual não recorri a você. — após um breve silêncio ela achou melhor levar o assunto da tia a diante, seguiam juntos, era melhor manter um clima razoável. — Tia Edith foi casada por um poucochinho de tempo, antes de meus pais falecer, mas não deu certo. Quando ela descobriu que não podia ter filhos, o marido não aceitou o fato e por isso a deixou.
— Acho que foi isso que a deixou fria e amarga. -— ele pronunciou e logo se arrependeu do que falou quando viu Stephanie o encarando. — Desculpa, pode concluir.
— Prefiro acreditar que, talvez, ela sentiu que teria a chance de amar uma criancinha desde o momento de seu nascimento. Por isso ficamos muito unidas.
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