Três anos depois 💎

     Capítulo 1 da fase
" Três anos depois"

     O Edifício Londres, era enorme. Elevava-se como um castelo de vidro negro. Stephanie parou em frente dele por um tempo a observar, antes de entrar. Usava um vestido social e seu jaleco preferido, o tempo estava frio e aquela roupa se fazia adequada para a ocasião, sapatos e bolsas combinando, ela também não exagerou na maquiagem. Estava exemplar, mesmo assim, o pulso estava disparado.
     Foi com muita determinação que ela chegou até ali, havia estudado demais, portanto a vaga que estava vindo preencher era merecida. Sentia-se bem confiante, pois foi selecionada entre dezenas de moças. E por incrível que pudesse parecer, os melhores incentivos, conselhos e elogios veio da sua tia Edith, depois que a sobrinha voltou naquele bendito cruzeiro, resolveu se tornar sua grande aliada e admiradora.
Stephanie atravessou a porta dupla de vidro negro e chegou a um amplo hall de recepção. Onde uma bonita jovem de grandes olhos castanhos a recebeu com um sorriso.

    — Bom dia! Em que posso ajuda-la? — perguntou com simpatia.

    — Bom dia! Eu vim para assumir o cargo de secretária do Sr Londres.

    — Oh sim, é a jovem que foi selecionada. Pode me informar o seu nome para que eu possa conferir no relatório?

    — Stephanie Stone. — respondeu ela maneando a cabeça.

    — O Sr Londres se encontrará o dia todo aqui no edifício, mas não tenho certeza de quantas reuniões ele tem agendada. Por isso, talvez não seja impossível falar com ele pessoalmente. — a mocinha consultava a agenda, quando movimentou a mão em sinal de confirmação para Stephanie.

    Ela por vez demostrou uma tranquilidade que gostaria de sentir.

    — O escritório fica no décimo primeiro andar, ao final do corredor. Lá será recebida pela Marie, ela não se importará se você entrar direto. Por precaução vou avisar de sua chegada. Ela é a secretária particular que você vai substituir. Por isso penso que ela vai adorar conhecer você.

    Stephanie sentia-se agoniada pelo que a esperava. Subiu no elevador sozinha, e fechou os olhos num esforço de não dá lugar ao nervosismo que crescia em seu íntimo. Quando as portas se abriram, ela avistou o corredor carpetado, cheio de portas de vidro de ambos os lados, presumiu que era o andar da diretoria, estava claro que as ante-salas pertenciam aos assistentes e a sala por trás de todas ao chefe. Seguiu pelo corredor despertando a curiosidade de algumas secretarias à medida que passava. Ali não havia agitação apenas um silêncio um tanto intimidador. Ouviu um "bom dia" gentil e retribuiu a gentileza com outro "bom dia".

     O escritório do Sr Londres ficava no final do corredor e o de sua secretária particular bem a esquerda. Marie parou o que fazia quando Stephanie entrou na sala e veio ao encontro dela com um envelope dourado nas mãos, Stephanie teve a sensação de que não poderia mais voltar atrás.

    — Bom dia! Não fique nervosa. - disse Marie. — Aqui é um ótimo lugar de trabalho e o Holden é um ser humano dócil e não um monstro pronto para devora-lá. Se é isso que te passaram a impressão.

    — Não. É claro que não. — Stephanie sorriu, ainda tentava parecer natural. — Bom dia, Marie.

     Logo Stephanie entendeu o motivo de estar substituindo Marie. Ela já era uma senhora de meia idade, pouco rechonchuda, de cabelos pretos com mechas escurecidas. Cercada por uma pilha de papel ao lado do seu computador, além de dois telefones e um pequeno aparelho de fax. Junto à parede uma máquina de xerox que estava ligada e ressoava baixinho. Era um ambiente bastante simples. Como enfeite de parede, apenas um calendário, bem como algumas plantas nos cantos e uma estante com alguns livros, que parecia ser manuais de economia e empreendimentos.

     — É a nova secretária que vai me substituir, certo? Holden está lá dentro. - informou Marie, observando Stephanie com atenção. — Ele deverá passar por aqui em alguns minutos, vai a outra reunião, talvez a veja, ele é sempre apressado, mas se não a notar, eu já posso adiantar você de algumas situações que precisamos com urgência. Pronta para o trabalho?

    — É claro. — respondeu sem demora.

    Marie simpatizou com Stephanie, e com profunda paciência começou a lhe passar as instruções de trabalho. Stephanie por fez se adaptava a tudo com incrível facilidade. Marie se entusiasmou, não via a hora de poder se aposentar e tirar suas longas e tão sonhadas férias. A cerca de um ano e alguns meses, ela vinha requisitando sua saída, é o motivo de estar ali até então, era a falta de uma substituta eficiente. Explicava isso para Stephanie, quando naquele momento ouviu-se o som da maçaneta da porta ao lado girando. O Sr Londres saiu pela porta, olhando as duas dama com surpresa.

    — Ora, ora, ora... Veja só o que temos aqui. — seu tom era de diversão. — Quer mesmo deixar de ser minha adorada secretária particular, Dona Marie?

    — Não vejo a hora, Holden. — Marie indagou sorridente, com naturalidade de quem é uma velha amiga e não apenas uma mera secretária.

    — Ouviu isso...? — ele pareceu fazer um esforço, tentando recordar se já havia ouvido o nome de sua nova secretária antes. — ...ahn.

     — Stephanie Stone, Sr Londres. — indagou ela sem perder tempo.

    — Stephanie, gostei do seu nome. — falou isso e voltou a atenção para Marie.

     — Obrigado, Sr Londres.

     — Vou adicionar sua franqueza nos cálculos, quando eu for assinar sua aposentadoria, Marie. — ele era implacável no quesito naturalidade. — Estar anotando, Stephanie? Jamais poderemos esquecer esse detalhe primordial.

     Stephanie pareceu confusa, sem distinguir se ele falava sério ou não, e voltou-se para Marie, que morder o lábio descontraída.

     — Agradeço a gentileza, Holden. — dizendo isso, Marie caminhou até uma cadeira diante de sua mesa e se acomodou. — Já está na hora de sua reunião privada com o Sr Williams . Devo dizer-lhe que estará lá em alguns minutos?

   — Cancele essa reunião mais uma vez. - respondeu. — Não tenho interesse de falar com meu meio irmãozinho. — Agora aquele momento de descontração havia acabado e o semblante de Holden era tenso.

    — Você não muda, Holden. Nem com o passar do tempo. — Marie disse rude, porém era amigável seu olhar.

    — Então você quer que nos tratemos de forma civilizada, Marie. Oh! Porque não? Afinal ele ter me ignorado quando o procurei não deve significar coisa nenhuma. — Holden não disfarçou a ironia.

    — Vocês tem um grau de parentesco, não é possível que isso não significa nada. — ela o fitou.

    — Sim, significa que somos apenas filhos do mesmo pai. — Holden deu a volta e foi até sua sala para apanhar o palitó pendurado no encosto de sua cadeira. — Agora que ele veio, preciso pensar se quero reatar uma comunhão. Verdadeiramente não sei o que fazer. Talvez seja melhor ficar apenas na divisão da fortuna do nosso papai.

    — Também sou fã das voltas que o mundo dá. — Stephanie deixou escapar sem querer. E Holden ouviu.

    — Já subiu um ponto a mais no meu conceito, Stephanie. — falou Holden colocando o palitó sobre os ombros. — Venham as duas comigo.

   — Aonde? — perguntou Marie sem entender o que Holden queria ou pretendia.

    — Almoçar. Eu estou faminto. Aquele restaurante na outra esquina. É um bom lugar e podemos almoçar lá nós três. — concluiu ele.

     Marie assentiu com a cabeça.

    — E o que falo para o Sr Williams? — questionou Marie.

    — O que quiser falar. Não tenho a mínima vontade de dar de cara com o Ryan. A não ser que seja conveniente para meus negócios. — sua voz soou como um infortúnio. — Nessa condição você pode confirmar o encontro.

     Marie estudou detalhadamente as possibilidades. Por outro lado a tensão dominou Stephanie, pois ouviu o nome Ryan. Até um instante atrás ela não fazia idéia de quem se tratava a pessoa de quem falavam. Mas agora que Holden pronunciou o primeiro nome do tal Sr Williams, ela não teve dúvidas, nem paz. Holden se mostrava decidido.

    — Boa sorte, Stephanie. — disse Marie. — Acaba de entrar nos negócios de família mais complicado de sua vida.

   — Só tenho a dizer obrigado pela confiança. — respondeu ela disfarçando a preocupação que lhe surgia. — Farei meu melhor pela Londres empreendimento.

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