Avanços feitos

        Capítulo 6 da fase
" Péssimas notícias".

     Apesar de todos os avanços feitos no campo da hemodiálise pediátrica e de sua crescente melhora, muitas complicações ocorreu durante a primeira sessão do tratamento. Justin apresentou, hipotensão, câimbras e febre. Para Stephanie foram as piores quatro horas de sua vida. Com o coração apreensivo ela chorava silenciosamente até soluçar, amparada pelos braços de Holden.

     — Pronto. Já terminou, ele agora dorme tranquilo e logo vai poder estar indo pra casa novamente. — Derek tentava tranquilizar os responsáveis ali presentes.

     — Quantas sessões ainda será necessário, Dr Derek? — Stephanie perguntou ao médico quando ele terminou de avaliar o comportamento do pequenino mais uma vez antes de se ausentar para ir atender outro paciente.

      — Na verdade o número de vezes que deve ser feita a hemodialise depende da gravidade da insuficiência renal. — Derek estava calmo. — Infelizmente, o Justin tem falência completa dos rins. Necessita, em geral, cerca de duas à três sessões por semana. Sendo cada sessão em média a duração de quatro horas.

      — Eu não vou suportar. — ela apresentava fortes marcas de abatimento. Já não dormia bem e nem se alimentava como deveria, não estava indo ao trabalho por que foi dispensada pelo tempo que fosse necessário e sua vida girava em torno de está acompanhando o filho no hospital. Algumas vezes passou mal e precisou ser medicada.

     — Ele não precisará passar por isso durante muito tempo. — lembrou Holden. — Este tratamento dos rins será mantido até que seja realizado o transplante renal. Ou seja logo.

     — Vai dar tudo certo. — reforçou Derek. — Depois de amanhã estaremos com os resultados do tio dele em mãos e daremos prosseguimento a operação.

     — Ouviu isso? - Holden a animava  sem sucesso. — Logo ele estará brincando novamente em casa como se nada tivesse acontecido. Como ainda é muito pequeno, futuramente nem se lembrará que isso lhe ocorreu.

      — Bem lembrado, Sr Londres. — Derek pôs uma mão no ombro de Stephanie e a outra nas costas de Holden.  Hoje não darei alta ao Justin porque quero acompanhar as reações dele após acordar de sua primeira nefrologia. Mas amanhã, se preferir, já poderão esperar pela próxima sessão e pelos resultados dos exames para o transplante em casa.

      — Está entendendo, Stephanie? — perguntou Holden. — O Dr Derek disse que vindo as sessões nos dias necessários o Justin vai poder ter sua rotina normalmente. Vai poder ir pra casa amanhã. Vai poder brincar. E poderá ir a escolinha.

     Era uma notícia muito boa, mas para Stephanie não trazia nenhuma tranquilidade. Não fazia muita diferença, pois sabia que seu filho ainda não estava em completa segurança. Se apartou dos braços de Holden, sentou próximo ao filho e chorou outra vez.

      — Com licença. — pediu Derek. — Eu volto na hora de examinar novamente meu paciente. Qualquer sinal diferente fiquem a vontade para me chamar.

     — Obrigado, Dr Derek. — ela agradeceu a dedicação do médico e se voltou ao filho.

     — Tente comer e dormir um pouco. — recomendou o médico preocupado com o estado dela.

      — Eu vou providenciar para que ela cumpra essa recomendação, Dr Derek. — os dois cavalheiros se cumprimentaram com um aperto de mãos e Derek deixou a sala. — Quem vem ficar essa noite aqui?

     — Tia Edith, vem. — respondeu.

     — Ótimo. Porque eu vou te fazer jantar e dormir também. — pegou o celular e ligou para um restaurante que costuma frequentar e fez o pedido para entrega a domicílio.

     Quando Holden voltou outra vez naquele hospital avistou Jéssica deixar o lugar depois de uma noite que passou ao lado do pequenino da família. Desde a última vez que ele esteve naquele ambiente, haviam se passado dois dias. Um dos dias foi Edith que permaneceu ali e o outro seria Stephanie, mas depois que chegou lá sua pressão ficou baixa e Jéssica assumiu incumbência de pernoitar.
      Ele guiou seu Corolla prata na direção dela, e os olhares de ambos se encontraram em meio as pessoas que circulavam pelos arredores do hospital.

      — Quer uma carona. Te levo até onde pretende chegar. — sugeriu ele.


      — Aceito. Hoje eu preciso.  — respondeu ela. — Não vou te atrapalhar?

      — Não. — falou abrindo a porta do automóvel para que ela entrasse.  — Por quê não me comunicou que estaria no hospital essa noite novamente? Eu teria vindo te fazer companhia.

      — Sem problemas, Holden. — ela sorriu entrando no Corolla prata. — Você já tinha feito companhia a tia Edith, antes, achei que ficaria cansativo.

     — Não, pra mim é tranquilo. — afirmou sabendo que não tinha com quê se preocupar no trabalho, pois a empresa estava bem com o novo funcionário, provisório, que contratou para cuidar de tudo enquanto ele se dedicava aos novos membros de sua família e nem com sua casa que estava a cuidado de uma criada de suma confiança.

     — O dia hoje está lindo. Veio tão cedo ao hospital por algum motivo particular? — Jéssica quis saber ao sentar do lado dele. — Além de ver seu sobrinho. Claro!


     — Estou ansioso pelo resultado dos exames que chegam hoje. — Holden tentava se mostrar descontraído. — Para onde vai? Ou melhor, vamos?

      — Que tal ao sul. Hoje também não preciso ir ao trabalho. Tinha uns acumulado de horas e sabendo que a noite seria longa, solicitei a folga. — respondeu e notou que ele deu uma olhada no mapa antes de ligar o motor. — Achei que fosse bem viajado.

     — Ops! Isso não quer dizer que nunca estive na zona sul, apenas dei uma olhadinha no mapa para descobrir se existe alguma paisagem isolada que possamos explorar. — Holden voltou a atenção para a estrada. — Gosta de praia?

     — Seria ótimo para descansar um pouco meu corpo. Aquele acento para acompanhante do hospital é um castigo para quem precisa de remissão de pescados. — fez um movimento flexível como de uma bailarina, dentro do carro em movimento.

     — Você já praticou dança? — ele olhou de soslaio.

     — Não, nunca. Sou preguiçosa demais para fazer exercícios. Comilona para dietas e desajeitada para esportes.

     — É bom ver alguém que não vive em dietas, nem frequenta academia como louca. — ele acariciou o braço dela de cima para baixo. E Jéssica arrepiou.

     Após alguns minutos de estrada, chegaram a uma praia que estava deserta, como Holden previa. Ninguém iria perturbar eles naquele recanto. Jéssica caminhou na areia sentindo a maresia e Holden a seguiu e a abraçou. Tudo estava tão gostoso. Caminharam até uma parte com coqueiros, onde ele estendeu uma toalha que sempre leva em seu automóvel, se despiu da camisa, dos sapatos, e dobrou a calça que usava até os joelhos para ficar em forma de calção. Jéssica o admirava, fascinada.

     — Agora, você. — ele lançou um olhar malicioso. — Que tal um mergulho?

     — Muito espertinho, Holden. — ela estava começando a sentir o cansaço da noite anterior. — Acho que vou me deitar um pouco. Posso?

     — Só temos essa toalha. Se não se incomoda de dividir. — ela sacudiu a cabeça dizendo que não e se acomodaram um ao lado do outro na mesma toalha.

     — É lindo aqui, não é, Holden? — comentou Jéssica quando ele lhe tirava as sandálias dos pés.

     — Esplêndido. — concordou chegando mais perto dela, queria beija-la. — Sabe, está é a primeira vez que estamos realmente a sós.

     — Sim. — ela fez uma pausa. — Não há muitos... — cessou o que ia falar porque ouviram o celular dele tocar.

     — Dr Derek... — Holden esperava essa ligação um pouco mais tarde.

     — Péssimas notícias. — Derek disse. — Os exames mostram que não foram compatíveis.

     — Não? ... — as mãos de dele suavam e tremiam. — O que quer dizer com "não" ? — a resposta que obteve foi o silêncio. Holden paralisou.

     — Obrigado, Dr Derek. — Jéssica pegou o celular das mão de Holden. Agradeceu ao médico e desligou.

     Olhando pra Holden, ela arqueou as sobrancelhas. Não tinha muito o que fazer ou falar, por isso apenas ficou ao seu lado quando observou ele apoiar a cabeça nos próprios joelhos.

     — Estava tudo preparado para a cirurgia. — Ele lutou contra suas reservas e então desistiu. Era lamentável para todos ele não ser compatível.

     Jéssica apenas ficou abraçada a Holden o ouvindo condoer-se. Quis chorar mas foi resistente. Sabia que dar a notícia para Stephanie seria algo ainda mais eversivo.

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