5. NÃO É SÓ SEXO
De repente, Cristina se levantou e deixou os arquivos sobre a mesa. Tinha muito que pensar e decidir, entretanto, naquele momento, havia outra coisa em sua mente que não podia esperar mais.
— O que foi agora? — Ele suspirou quando a viu sair apressada do escritório.
Ela tentou arrumar o cabelo e estendeu a mão para ele quando já estavam no corredor espaçoso.
— Tenho que dar um beijo de boa noite no Juliano antes de ir com você para o quarto. É tarde, ele já deveria estar dormindo.
Gustavo deu um grande sorriso. Pegou a mão dela e a conduziu pela escada, rumo ao quarto de seu filho no segundo andar.
Os meninos jogavam, concentrados, e resmungaram quando seus pais entraram no quarto dizendo que já era hora de dormir. Os resmungos pararam quando Cristina perguntou se Juliano queria dormir na casa do Vitor aquela noite.
Os meninos gritaram de alegria e o ruivo emprestou um pijama seu para o moreno. Depois disso, ambos receberam boa noite de Cristina e Gustavo, então os adultos apagaram a luz e fecharam a porta.
Minutos depois, na suíte principal, Gustavo abraçou Cristina por trás, beijando seu pescoço e ouvindo seus gemidos. Massageou seus seios e deslizou as mãos por seu corpo até alcançar a barra do vestido e puxá-la para cima. Retirou o vestido dela e admirou seu corpo, especialmente a bunda grande que ela tinha. Sem resistir, deu um tapa na sua nádega direita e riu quando ela se sobressaltou.
Ele a virou de frente e tomou-lhe a boca com desejo, as línguas já não apenas provavam, estavam frenéticas, queriam mais. Cristina levou as mãos à camisa dele e tirou-a desesperadamente, tocou os pelos no peito forte e começou a beijar a pele quente. Gustavo gemeu quando ela lhe lambeu os mamilos.
— Cris... humm...
Ele abriu a bermuda e a tirou. Cristina se afastou um pouco para admirar as pernas grossas e a potente ereção na cueca boxer vermelha. Lambeu os lábios carnudos e o empurrou para a cama, ajoelhando-se entre as pernas dele e puxando o membro túrgido para fora da cueca. Lambeu a gota de pré-sêmem na ponta e sentiu a mão forte de Gustavo segurando seu queixo.
— Você não precisa fazer isso, amor. Eu não exijo nada.
Ela lhe lançou um olhar atrevido.
— Eu quero. Gosto de chupar.
Ele deu um longo gemido quando ela o tomou com a boca, primeiro suave, depois com mais força, chupando, lambendo e gemendo, mostrando que gostava muito do que estava fazendo. Gustavo murmurava palavras quase inaudíveis, mas Cristina ainda ouviu algumas.
— Isso... Ai, que boca gostosa... Que delícia, que delícia...
Ouvi-lo falar essas coisas a fazia sentir que era poderosa, sedutora, ela ficava mais excitada vendo que o estava enlouquecendo. Suas dobras estavam tão molhadas que o líquido brilhante escorria pelas suas coxas. Quando sentiu que não aguentaria mais ficar sem senti-lo dentro de si, ela parou o que estava fazendo e pediu:
— Por favor, Tav... preciso de você. Preciso muito de você.
Ele apenas se arrastou mais para trás na cama e respondeu:
— Então toma o que você quiser... do jeito que quiser.
Ela o olhou em dúvida. Estava pedindo que ela conduzisse, que ela o montasse, mas não sabia fazer isso, seu ex dizia que só putas sabiam cavalgar um homem.
— Eu não... acho que não...
Gustavo, vendo sua dúvida, puxou-a pelas mãos e a colocou sentada de pernas abertas em suas coxas.
— Eu te ajudo, amor. Vai no teu ritmo, eu tô excitado demais pra conseguir me controlar por muito tempo. Quero que seja bom pra você, não quero te machucar.
Ela olhou pra ele, mordendo o lábio inferior. Ele era tão bonito e ela... Bem, seu corpo com certeza não era malhado, não estava acostumada a esse exercício.
Seus pensamentos foram interrompidos quando Gustavo esfregou a cabeça do pau em sua entrada encharcada. Ambos gemeram em uníssono quando ela deslizou facilmente nele, sentindo a vagina latejar em antecipação.
Seguindo seus instintos, Cristina começou a se movimentar para cima e para baixo, sentindo como as paredes de seu canal agarravam o pênis grosso, tão comprido que quase não entrava todo nela.
Gustavo a puxou para beijá-lo enquanto ela o montava com força, conduzida pela extrema necessidade que sentia. Quando estava ficando cansada, ele espalmou seu traseiro carnudo com as duas mãos e a ajudou a se movimentar. O som de gemidos preenchia todo o ambiente.
O orgasmo de Cristina veio tão potente que ela desabou sobre ele, seu corpo tendo repetidos espasmos de prazer, mas Gustavo ainda não tinha acabado. Ele girou o corpo, deixando-a por baixo, e se movimentou em ritmo cadenciado, sustentando seu peso em apenas um braço e levando a mão livre até o clitóris dela em movimentos circulares.
— Aaah... Aaaiii, Tav... Eu não vou conseguir, não dá mais...
— Dá sim, querida... Você pode gozar... quantas vezes... quiser...
Ele então aumentou o ritmo, pressionando mais rápido o dedo nela. Antes que Cristina pudesse raciocinar sobre o que o ouviu dizer, estava gritando, gozando de novo. Dessa vez, Gustavo gozou junto, jorrando em suas coxas enquanto murmurava o nome dela.
Rolou para o lado e alcançou sua camiseta para limpar as coxas de Cristina, então puxou-a para seu braço. Ela apoiou sua cabeça no peito másculo, suspirando contente.
— Nossa... Isso foi tão...
— Incrível? — ele completou. — Concordo com você.
Ambos riram baixinho, completamente relaxados.
— Deveríamos ter usado camisinha, desculpa — ele falou.
— Eu tava com tanta vontade que nem pensei nisso. Vou ter que tomar a pílula.
Ele beijou seus cachos bagunçados.
— Que tal um banho quente de banheira?
— Hum... Me deu preguiça agora. Podemos só dormir. Amanhã tenho que trabalhar e levar o Juliano na escola.
— Não vai rolar nada, só quero um banho para dormirmos limpos.
Ela o encarou desconfiada. Um banho com Gustavo nunca era só um banho.
— Não, você vai querer brincar e eu já tô cansada, Tav.
— Por favor, Cris. Vem tomar banho comigo.
Cristina revirou os olhos para a cara boba que ele fez. Algumas coisas nunca mudavam. Ele podia ter vinte e um anos ou trinta e sete, sempre conseguiria o que quisesse.
— Tudo bem, mas só se você me carregar — ela sorriu, zombando.
— Feito!
Ele se levantou e a puxou para seu colo. Cristina soltou um gritinho.
— Eu tava brincando, Tav! Me coloca no chão, eu sou muito pesada!
Gustavo bufou e ignorou seus protestos.
— Você é uma coisinha pequena com excesso de gostosura, meu amor. E eu sou muito forte, não se preocupe.
Levou-a para o banheiro e a colocou sentada no mármore frio da pia, por isso Cristina reclamou.
— Ai! Aqui tá gelado, congelou a minha bunda!
O moreno riu da careta que ela fez e ligou as torneiras da banheira para encher com água morna. Jogou sabonete líquido e alguns sais de banho lá dentro antes de se virar para ela.
— Vejamos o que posso fazer pra esquentar essa bunda gostosa, então...
— Ah, não... Você disse que era só um banho.
— E você acreditou, querida? Abre as pernas pra mim, vai.
Ela balançou a cabeça negativamente, tentando não rir da expressão de vilão que ele fez para diverti-la.
— Não, senhor. Por acaso está tentando me desvirtuar?
— É claro que não, senhorita. Esse é apenas o procedimento padrão para tratar a histeria feminina.
Cristina arregalou os olhos e gargalhou, lembrando-se do filme Histeria, que ela assistira com sua amiga Charlene logo que seu casamento acabou. A amiga viera de São José dos Campos para cuidar dela na primeira semana da separação, o que foi muito importante para que ela começasse a se reerguer. Charlene perturbou a amiga para assistir a comédia de época só para diverti-la.
O filme mostrava mulheres da Londres vitoriana que apresentavam sintomas como ansiedade, irritabilidade e dores de cabeça, e recebiam dos médicos o diagnóstico de histeria, cujo tratamento consistia em massagear o clitóris até que a paciente atingisse o “paroxismo histérico”. Os casos de “histeria feminina” eram tão recorrentes que os médicos desenvolveram lesão por esforço repetitivo nas mãos, por isso um deles criou um mecanismo vibratório para substituir o trabalho manual.
Foi supostamente assim que surgiu o primeiro vibrador, que evoluiu durante um século e meio até ter os mais diversos formatos e tamanhos para auxiliar no prazer feminino. Cristina não sabia se a história era verdadeira ou apenas uma comédia para ridicularizar os conhecimentos médicos em uma sociedade machista onde masturbação feminina era considerada uma prática escandalosa.
Estava surpresa por Gustavo conhecer essa história, tanto que riu mais uma vez quando ele disse:
— Por favor, abra as pernas, Srta. Almeida. Vou massagear o centro de sua região pélvica até que você tenha um paroxismo histérico.
Ele tocou os joelhos dela e os afastou, depois se encaixou no meio das pernas grossas e a beijou com paixão. Cristina gemeu na boca dele quando sentiu seus dedos brincando com seu clitóris e na abertura mais abaixo.
— Eu tô dolorida, querido. Passei mais de seis meses sem sexo, e a última vez não exigiu tanto de mim...
Ela parou de falar, ciente de que poderia ter ficado calada. Não deveria ter mencionado isso. Ele ficou irritado pela menção à última vez dela com o ex-marido.
— Aposto que ficou bem mais que isso sem conseguir gozar também. — Ela o encarou e levantou uma sobrancelha, porém não respondeu e ele continuou: — Mas agora eu estou aqui para garantir sua total satisfação.
— Quando foi que você ficou tão prepotente? O Gustavo que eu conheci nunca falaria desse jeito.
— Eu não tenho mais vinte anos, Cris. Sou um homem perto dos quarenta que apanhou muito da vida e aprendeu algumas coisinhas, entre elas, como agradar uma mulher. Isso não é prepotência, é segurança. Você devia tentar, consegue me satisfazer sem nenhum esforço.
Ela revirou os olhos e tentou afastá-lo, porém ele segurou seus braços acima da cabeça e atacou seu pescoço de um jeito que a fazia perder a noção de tudo. Continuou segurando os pulsos dela com uma só mão e desceu a outra para massagear os seios e apertar os mamilos enrijecidos, então desceu, apertando sua cintura e deslizou até embaixo para brincar na sua intimidade e introduzir um dedo na abertura.
Com movimentos experientes, Gustavo usou seu dedo longo para acariciar um ponto no meio do canal de Cristina, enquanto ela se contorcia e se entregava aos beijos quentes dele. Quando sentiu que não aguentaria mais, ela implorou:
— Por favor, Tav... Por favor, assim não. — Ele parou o que estava fazendo e se afastou, mas ela o puxou de volta. — Quero você... Dentro de mim.
Sem precisar ouvir de novo, ele ajustou a posição dela, reclinada de lado na bancada, para penetrá-la em uma só estocada, com movimentos cadenciados. Cristina fechou os olhos e se deixou levar pelas sensações que estar com ele causava.
— Abre os olhos, Cris — ele pediu, ofegante.
Ela encarou os orbes cor de mel que abalavam suas estruturas. Naqueles olhos conseguia ver um misto de emoções. Tinha alegria, prazer, admiração, mas também medo e dor. Não entendia como distinguia tudo isso, porém os olhos de Gustavo sempre deixavam na superfície o que ele tentava esconder nas profundezas de sua mente.
Sentiu as ondas de calor em seu ventre aumentarem e irradiarem por sua intimidade, indício de um orgasmo intenso que se acumulava. Os gemidos dela ficaram mais altos, incontroláveis. Gustavo beijou sua boca e enroscou a língua na dela para abafar os barulhos enquanto aumentava o ritmo. Não demorou para que ela estremecesse ao seu redor e ele enrijeceu, dessa vez incapaz de sair a tempo da intimidade dela antes de gozar com som gutural semelhante a um urro.
Cristina sentiu o líquido viscoso escorrer de seu canal e suspirou.
— Temos que providenciar preservativos, é muito cedo para um filho. De manhã vou comprar a pílula do dia seguinte.
— Tudo bem. Me desculpa, eu tava tão envolvido no momento que...
Ela colocou um dedo na frente dos lábios dele em sinal de silêncio.
— Shh... É assim que tem que ser, querido. Quando você não está envolvido é porque os pensamentos estão onde não deveriam. Fico feliz de ver teus olhos em mim enquanto nos amamos.
— Meus olhos sempre estarão em você, Cris. Eu só preciso parar de agir como um adolescente irresponsável que não tem controle sobre o próprio pau.
Ela revirou os olhos e enlaçou as pernas ao redor da cintura dele, puxando-o para um beijo gostoso. Gustavo relaxou nos seus braços, aproveitando a sensação de tê-la perto depois de tantos anos.
Quando encerraram o beijo, ela sorriu e zombou:
— Desde quando homens têm controle sobre o pau? A cabeça dele costuma pensar mais alto que a de vocês.
Ele bufou.
— Bom, fique sabendo que eu tenho um autocontrole invejável. Ou tinha, quando estava longe de você. Agora ele acorda só de estar perto, não dá pra evitar.
Ambos riram e trocaram um selinho, então Gustavo desligou a torneira da banheira e testou a água com a mão.
— Está morninha. Vou te dar um banho como prometi, querida.
— Não precisa disso...
— Vai me negar algo que eu sempre gostei de fazer com você?
— Eu só ia dizer que você nunca conseguiu só me dar um banho, Tav. Essas mãos bobas não me enganam.
Ele ergueu a mão direita com os dedos juntos e o polegar dobrado, como se estivesse prestes a fazer um juramento no tribunal.
— Eu prometo que não vou tentar fazer sexo com você na banheira. É só um banho.
— Certo. — Ela riu e balançou a cabeça negativamente. — Então quando você prometer, eu vou acreditar, quando só falar, vou saber que tem segundas intenções.
— Com você eu tenho segundas, terceiras, quartas, infinitas intenções.
Rindo, ela se deixou ser carregada por ele, que a colocou na banheira e entrou atrás dela. Como prometeu, Gustavo pegou uma esponja de banho e esfregou suavemente cada parte do corpo de Cristina, entre beijos e carícias, eles conversavam sobre coisas de suas vidas ao longo dos anos em que estiveram separados.
Quando ambos estavam limpos, já com o sabão lavado de seus corpos, Gustavo enrolou Cristina em uma toalha e a ajudou a chegar até a cama sem escorregar no piso entre a porta do banheiro e o enorme tapete que se estendia do canto da parede onde a cama estava encostada até uns dois metros depois do fim do móvel. O tapete cobria toda a área embaixo e aos lados da cama king size.
Depois de secar o corpo dela e o seu, Gustavo a fez deitar e foi apagar a luz do quarto. Acendeu um abajur na mesa de cabeceira e se aconchegou ao lado da mulher que esteve em seus sonhos e desejos nos últimos anos.
— O que você diria se eu te convidasse para vir morar comigo? — perguntou enquanto ela apoiava a cabeça no seu peito másculo.
— Tão cedo? Diria que está sendo precipitado, mas eu até gostaria de acordar de vez em quando com você.
— Só de vez em quando?
— Claro, se ficarmos o tempo todo juntos, podemos acabar enjoando um do outro.
— Não vou enjoar de você, minha linda. Com você o tédio nunca me alcança.
Ele a beijou e acariciou antes de adormecerem, satisfeitos e sorridentes.
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