30 de Dezembro de 2017.

10:13 am.

-Eles não podem fazer isso! -Falo alto, ao adentrar em meu quarto. -Não podem!

Kateryn, minha irmãzinha,me seguia de perto. Ela sempre estava disposta a me ouvir. Era minha melhor amiga, e melhor conselheira!

-Não adianta muito resmungar. -Kateryn diz e se joga na minha cama, descontraída.

-Mas eles não podem fazer isso. Sou o príncipe. Não deveria servir de alguma coisa? -Retruco. -É minha última chance antes de assumir o trono. A última de ser normal. Você não vai passar por isso. Vai poder sair quando tiver idade, mas eu...  -Suspiro. -Sou um simples adorno, que eles escondem.

Sigo até a janela e, vejo o enorme jardim. Minha cadela, Laika, corre livremente atrás de uma borboleta. Meu quarto, embora silencioso, estava com um clima pesado.

Kateryn, então, se levanta da cama em um pulo, como se tivesse tido a maior ideia de todas:

-Galahad! -Ela chama. -E se... -Ela faz uma pausa, enquanto me viro. Uma garotinha de doze anos com uma ideia? Sim. Essa era minha irmã. -Você quer mesmo sair? Quer dizer, acha que isso vai te fazer feliz, de verdade?

-Eu não sei. -Murmuro, pensativo. -Mas eu quero descobrir. Eu só quero, Kat, saber como é lá fora... -Volto a olhar pela vidraça, não para o jardim, mas além dos muros. -Imagina quão grande pode ser...

Kat parece assentir, então volto a encará-la. Ela parecia estar com a cabeça fervilhando a mil.

-Tive uma ideia. -Ela fala. -Não é boa. Os riscos são altos e as chances de dar certo são poucas!

Franzo o cenho, curioso ao mesmo passo que confuso.

-Que plano? -Pergunto, cuidadoso.

-Bom, -Ela sorri, travessa. -Você vai fugir, amanhã. Durante sua festa de aniversário.

A encaro. Kateryn era realmente louca. Porém, se pelo que conheço, ela não dá ponto sem nó! Ela já deveria ter algo bem planejado.

-Que foi? -Ela cruza os braços. -Não pensou a mesma coisa?

320 palavras.