“O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens
Tão jovens
Tão jovens”
— Legião Urbana, “Tempo Perdido”

— É fácil derrubar pessoas que já estão suficientemente bêbadas — disse Will, ainda segurando um galho que havia usado para bater em Rob.
Margô ainda olhava de um para o outro assustada.

— Ele te machucou? — perguntou Will, com sincera preocupação visível em seu rosto, e Margô apenas balançou a cabeça negativamente. Em resposta a isso, ele estendeu o braço por cima do ombro, e a levou andando na direção do portão. — Melhor a gente sair daqui antes que ele acorde.

Will a levou para um pequeno parque público ali perto, sabendo, de alguma forma, que Margô não iria querer ir pra casa naquele momento.

— Eu não achei que ele fosse fazer isso comigo — Margô confessou, sentada no balanço que, teoricamente, seria para crianças, e se balançando sutilmente para frente e para atrás.

Will, que estava no balanço ao lado, balançou a cabeça pensativo, enquanto considerava o que ela dizia.

— Imagino, realmente, que não sairia com ele se soubesse que ele faria isso.

— Obrigada — ela disse, olhando para ele.

— Você quer ir pra casa? — perguntou Will.

— Ainda não, mas só se... — Ela hesitou. — Só se você quiser ficar um pouco aqui comigo.

— Eu não iria embora antes que você estivesse em casa.

— Acho que Rob vai estar furioso com a gente na segunda-feira, quando formos pra escola.

— Tecnicamente, ele não me viu, e como estava bêbado, você pode se fazer de desentendida — sugeriu Will.

Os lábios dela se inclinaram para cima, achando graça da possibilidade.

— Acho uma excelente ideia.