14

Nota. Meninas feliz demais que estão gostando do livro. Espero de coração que gostem desse capítulo.. um dos meus favoritos.

Chiara

Era a primeira vez que eu entrava em seu escritório. E só o fiz porque ele mandou me chamar. Particularmente, nunca gostei desse tipo de lugar, afinal, era masculino, um ambiente os homens decidiam o presente e futuro das famiglias. Mas, assim como era com Filippo, tentei manter a calma e obedecer a meu marido.

Beniamino jurou que nunca me bateria ou em alguém que eu amava. Mas, eu não confiava nele, ainda não. E, ao entrar aqui, senti o peso do sangue e dos conflitos quase a me derrubar de imediato.

— Você repicou o cabelo — ele comentou, quando me viu.

Sim, eu fui com Lupe até o shopping. Lá havia um salão. Não posso dizer que aproveitei cada segundo, porque estava sempre tensa, imaginando o que aconteceria, um ataque ou coisa assim. Ainda assim, fui até a cadeira do cabeleireiro e permiti que ele fizesse o que achasse melhor.

Ele não mexeu no comprimento, apenas repicou e deu leveza. Um pouco de franja na frente também. Fizeram minhas unhas. Perguntaram a cor que eu queria, disse que qualquer uma estava bom. Não dei nenhuma opinião, apenas deixei que fizessem o que quiseram.

Era uma sorte, porque Ben gostou do resultado. Vi que agradou os olhos deles. Se eu tivesse feito algo do meu próprio gosto, talvez ele não gostasse.

— Sente-se, esposa — ele ordenou, apontando a cadeira diante de sua enorme mesa.

Mais uma vez, obediência. Sentei-me com pernas juntas, as mãos sobre os joelhos, tentando não elevar demais a cabeça, tentando não olhar direito para cada detalhe nesse escritório.

Era um lugar grande. Havia livros no lado esquerdo, e duas armas sobre um aparador do lado direito. Um lugar essencialmente masculino. Ben suspirou alto, então ele se sentou diante de mim. Ele ergueu os punhos da camisa e eu pude ver seus pelos escuros adornando seu braço. Havia botões abertos abaixo da garganta, sua tatuagem bem visível daqui. Sua pele era num tom tão bronzeado que eu sabia que ele andava pela praia sem roupa.

Como seriam suas mulheres? Também desavergonhadas como ele?

— Terminou a avaliação? — o som de seus lábios me chocou e eu fiquei assombrada.

— Me desculpe... eu... eu não...

— Está tudo. Você pode olhar o quanto quiser.

Claro que eu não faria isso, então baixei a fronte rapidamente, meus olhos fixos nos meus pés. Eu usava uma sandália que me dava liberdade, e tentei apenas observar as unhas recém feitas, o tom de vermelho parecendo algo alheio a mim.

Essa pessoa não sou eu. Essas unhas, esse cabelo... Estou apenas seguindo o clima para evitar o que acontece se desobedecer.

— Chiara...

Levantei os olhos bruscamente na sua direção. Ele estava sorrindo, era sedutor eu sabia. Não parecia incomodado com a forma como eu fugia, apenas cansado... Talvez não tivesse tempo ou paciência para uma esposa como eu.

— Sabe... Sou acostumado as mulheres gritando perto de mim — admitiu, como se lesse meus pensamentos. — Eu casa, Caterina era dada aos rompantes. Depois que meu pai morreu, Francesca, minha madrasta, também gostava demais de falar e falar... Meu irmão se casou com uma mulher de sangue quente... Então na minha família ninguém é como você.

Ele não estava me recriminando, apenas explicando.,

— Sinto muito — disse, mesmo assim.

— Quando vim para o México e conheci as mulheres da ilha... Nossa, o som da voz é sempre alto, a forma como elas brigam pelo que querem... Esse é o tipo de mulher que eu tenho o costume de me relacionar. Até Lupe fala comigo como se estivesse falando com um neto desobediente. Portanto, é difícil saber como falar com você.

— Sinto muito — repeti.

— Pare de se desculpar. Não fez nada para me ofender. Agora, me diga... como foi no shopping?

— Cortei o cabelo e fiz as unhas.

Levantei as mãos e mostrei as unhas vermelhas para ele.

— E o que mais?

— Lupe e eu paramos para comer tacos.

— E?

— E... eu comprei um tênis para caminhar.

— E nenhuma joia? Um mimo para você mesma?

Ele esperava realmente que eu fizesse isso?

De repente, subitamente, ele se levanta. Meu coração dispara, enquanto ele se aproxima de mim. Suas mãos vão para o meu cabelo, seus dedos grandes levam uma das madeiras atras da orelha.

— Você não usa brincos... — ele observou. — Já furou a orelha alguma vez?

— Meu pai dizia que era coisa de mulheres da vida.

O dedo dele permaneceu no meu lóbulo. Minha respiração ficou nervosa. Eu sabia que ele não ia me atacar. Porque na nossa noite de núpcias, ele podia ter me forçado. Era direito dele. Mas ao invés disso, ele preferiu se masturbar para provar o sexo.

Beniamino não era um monstro, apesar da aparência gigante. Quando ele falava, seu tom grave podia causar pânico geral, mas conheci um lado gentil dele que talvez ninguém mais soubesse.

— Seu pai era um idiota — ele murmurou. — Um brinco a deixaria feminina. Gostaria de vê-la com um. Não vou forçá-la a colocar. É uma escolha sua, mas seria um agrado para mim se o fizesse.

Pela primeira vez, tive coragem de encará-lo. Ele estava me pedindo de uma forma muito respeitosa.

— Era só isso, senhor meu marido? — indaguei, o peso de seus olhos me deixando em alerta.

O silêncio dele começou a me enervar. Não sabia o que esperar. Repentinamente, sua mandíbula endureceu

— Por que me trata com tanta indiferença? — indagou. — Não sou bom para você?

Se eu pudesse sair correndo agora, eu o faria. Beniamino respirou profundamente, e começou a andar pelo escritório. Ele foi até a porta da varanda, observou o mar por um momento, e então retornou para mim.

Eu me senti encurralada, e por puro instinto fiquei de pé. O olhar dele brilhou com a minha audácia. Sem nem perceber, comecei a recuar para sair do escritório, fugir, seja lá o que fosse. Mas, ele foi mais rápido e me deixou presa entra a porta e seu corpo com o dobro de tamanho do meu.

EU poderia sentir o pânico se esgueirando entre minha mente.

— Me perdoe se o ofendi, meu marido — implorei.

Mas antes que conseguisse racionar direito, a boca dele tomou a minha.

Era meu primeiro beijo.

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