Prólogo
A chuva batia forte contra a janela, seus clarões cortando a escuridão e iluminando meu quarto, mas, por mais incrível que pareça, eu não estava com medo. Não com Jason deitado ao meu lado.
Sempre tive medo de tempestades. Desde criança, elas me atormentavam. Mas, com ele, o medo desaparecia. Ele era meu refúgio. E naquele momento, deitada em seus braços, eu não precisava temer nada. O mundo podia desabar lá fora, mas dentro desse quarto com ele, eu me sentia em paz.
O som do seu coração batendo suavemente era a única coisa que eu ouvia, enquanto seus dedos passeavam pela minha pele, criando uma sensação de calma. Eu estava deitada em seu peito, ouvindo a melodia do seu coração. E eu, sem saber como, me sentia completamente em casa ali.
Apenas isso era o suficiente. O mundo poderia desaparecer, e eu sequer notaria. O que me importava era estar ali, com Jason.
Mas até quando eu poderia viver em um sonho? Até quando eu poderia fingir que não havia algo de errado?
Ele era tudo o que eu sempre quis e, ao mesmo tempo, tudo o que me fazia duvidar de mim mesma.
Jason sempre teve esse poder sobre mim. Ele não precisava dizer muito, não precisava fazer muito. Sua presença era suficiente para me desarmar, para fazer com que eu acreditasse, mesmo por um momento, que ele poderia ser diferente. Que ele poderia me escolher.
Levantei um pouco a cabeça, me ajeitei para ficar mais próxima dele. Encostei meus lábios nos seus, e o beijo começou suave, mas logo se transformou em algo mais intenso. Quando ele me afastou, meu coração deu um salto, e não foi no bom sentido. Mas então, a distância. A falta de reciprocidade. Eu já sabia, de alguma forma, que ele nunca seria capaz de me dar o que eu queria. O que eu precisava.
— Eu tenho que ir. — Aquelas palavras me atingiram como um raio, e minha mente entrou em choque. Ele estava se levantando da cama, quebrando aquele momento perfeito, aquela fantasia que eu construíra.
— O quê? Por quê? Está chovendo! — Eu tentei segurar a sua mão, mas ele parecia decidido a se afastar. Como se tudo o que acabáramos de viver não tivesse importância.
Era como se ele tivesse lançado um balde de água fria sobre a chama que existia dentro de mim. Eu esperava que ele, por um momento, me olhasse e visse o que estávamos compartilhando, mas não. Ele estava indo embora, sem se importar.
— Você sabe como funciona. — Ele falou com a voz fria, como se aquilo fosse uma explicação suficiente.
Mas não era. Não para mim.
Eu já esperava que ele fizesse isso, mas ainda assim, me surpreendi. Talvez houvesse uma pequena esperança dentro de mim, uma esperança boba de que as coisas pudessem ser diferentes, de que ele pudesse, de algum jeito, ficar.
Eu estava incrédula, sem acreditar que ele realmente ia embora, naquele momento, e depois de tudo o que nós éramos... ou pensávamos ser.
— Mas que droga, Jason! Por que temos que viver atrás de portas e janelas fechadas? Por que tudo o que conseguimos é um pouco de tempo escondidos e, logo depois, você vai embora? O que você quer de mim?
— Stela, eu não... — Ele tentou me interromper, mas eu já estava tão cheia de mágoa que não consegui mais me segurar.
— Chega! — A palavra saiu como um grito, uma explosão de tudo o que eu sentia. Não aguentava mais.
Eu estava cansada de ser a segunda escolha. Cansada de ser apenas o segredo de alguém. De me dar por inteira, esperar por algo que talvez nunca acontecesse. Eu não merecia aquilo. Mas, apesar de tudo, ali estava eu, lutando contra a dor, tentando entender o que estava acontecendo.
— Eu fui claro com você, Stela. Nunca disse que queria um relacionamento sério. Você sabia disso. — Ele estava agora vestindo suas roupas, como se nada estivesse acontecendo. Como se o que estava acontecendo entre nós fosse algo fácil de esquecer.
— Jason, eu tentei. Eu esperei, fui paciente com você, como você me pediu. Eu te dei o tempo que você precisava. Mas agora? Eu não posso mais. Eu preciso que você tome uma decisão, porque não posso continuar aqui, nesse... nesse limbo! Isso não é justo. Eu estou me machucando! — As palavras saíam descontroladas, e, por mais que tentasse, eu não conseguia parar. O coração parecia estar saindo pela boca.
Durante esse tempo todo eu amei Jason. Eu amei até meu coração sangrar e não aguentar mais. Fiz de tudo, só que agora estou esgotada e também não tem mais o que salvar.
— Se você escolher ficar, talvez a gente ainda tenha uma chance. Mas, se você sair agora... — Eu respirei fundo, tentando me recompor, mas as palavras doíam, como se eu estivesse dando o último passo para a minha despedida. — Se você passar por essa porta, não haverá mais volta, Jason. Não terá mais "nós".
Eu estava quase implorando, mas não queria parecer fraca. Não mais. Eu tinha chegado ao meu limite.
— Desculpa, mas eu não posso. — Ele não olhou para mim ao dizer isso. Ele apenas foi embora, sem mais explicações. Aquelas palavras saíram de sua boca com uma frieza que eu não conseguia compreender.
Eu juro que tentei. Eu juro. Tentei de todas as formas fazer com que isso funcionasse. Mas eu já sabia, lá no fundo, que talvez nunca tivesse dado certo.
Quando ele fechou a porta atrás de si, a dor tomou conta de mim. Era uma dor insuportável, uma sensação de perda, de que metade de mim havia partido junto com ele.
Eu tinha dado tudo de mim, me entregado por completo, e no fim... o que restava? Um vazio profundo. Eu não sabia mais o que fazer.
Eu estava destruída.
Eu já sabia, naquele momento, que não adianta correr atrás de algo que não quer ser alcançado.
Aquele foi o fim. O fim de tudo o que eu acreditava que poderia ser. Ele não era diferente de todos os outros homens. E eu, estúpida, acreditei que ele fosse.
Eu desabei no chão. Não havia mais nada.
Jason não só partiu meu coração. Ele me destruiu por dentro.
Talvez esse fosse o fim. Talvez, agora, fosse a hora de finalmente dar um passo atrás e entender que, por mais que eu o amasse, havia coisas que nem o amor poderia consertar. A dor era grande, mas minha dignidade, e minha sanidade, exigiam que eu seguisse em frente.
E, por mais difícil que fosse, talvez fosse isso que eu precisasse fazer.
A porta se fechou atrás dele, mas talvez fosse hora de abrir uma porta para mim mesma.
Olá, meus queridos leitores! Como estão?
Antes de mais nada, quero expressar minha gratidão por vocês estarem aqui e por darem a oportunidade de ler este conto. O meu mais sincero obrigada de coração❤️
Agora, estou super curiosa para saber a opinião de vocês: Acham que a Stela fez a escolha certa ao dar esse ultimato a Jason? Ou ela deveria ter esperado mais um pouco por ele? Quero muito saber o que pensam! Deixem suas opiniões nos comentários, vou adorar responder e conversar com cada um de vocês😊
Espero que estejam gostando tanto quanto eu estou amando escrever essa história para vocês!
Obrigada por estarem comigo nessa jornada. Cada comentário e cada leitura me motivam a continuar a escrever com ainda mais amor e dedicação! 💕 Nos vemos no próximo capítulo!
E, para me ajudar a seguir escrevendo e a fazer a história crescer ainda mais: vote e comente! Isso significa o mundo para mim! 📝✨
Com todo meu carinho,
V. Collins
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