Capítulo 17.
LOGAN.
— Você vem para o dia de ação de graças? — Questiona minha irmã do outro lado da tela. Os cachos loiros estão mais curtos, batendo na altura dos ombros e ela está linda. Meu coração se aperta de saudade.
Eu suspiro pacientemente, apesar disso. — Não sei, Anna. Aqui na Itália não tem dia de ação de graças, só o natal. E é um feriado muito curto para uma viagem tão longa.
Só de pensar nas longas horas de voo para os Estados Unidos fico cansado. A perspectiva de dar de cara com minha mãe também não me agrada. Ela não me ligou desde que vim para cá, nem uma mensagem ou e-mail. É como se eu não existisse para ela. Não sei se isso me conforta ou me enlouquece.
— Mas você vem para o natal? — Insiste ela em um tom incisivo. A cara de Anna.
— Porque você não vem para cá? — Pergunto enquanto separo alguns papéis que estavam em minha pasta. Estou em um dos quartos que Mércia me separou, é espaçoso e bonito. Chique como de fato um hotel cinco estrelas deve ser. Tudo nesse lugar e na família de Sissa grita dinheiro, exceto talvez por eles mesmos. No entanto, tudo é bastante aconchegante. — Você pode conhecer a Sissa e a família dela, vai adorá-los.
Imponho um tom animado na minha voz. É difícil mentir para Anna, mas acho que ela não amaria os gêmeos tanto assim, na verdade, posso já vê-los brigando sem parar. São iguais demais para se darem tão bem, minha cabeça já dói só de pensar nas brigas infinitas e incansáveis que eles terão.
— Você está me trocando por uns caras que são provavelmente uns manés? — Minha irmã bufa e eu reviro os olhos, ela torce os lábios em uma careta indignada. — Porque você sabe que tipo, eu sou sua irmã e tenho prioridade. Inclusive contando com sua suposta namorada.
— Anna. — Eu digo lentamente. — Alessia é minha namorada e não uma suposta namorada.
— Cara, você nem conhece essa garota, como sabe que ela não é igual a vaca da Jessica? — A tela treme e ela apoia o notebook na mesa do seu quarto. Quando Anna se senta na cama e cruza as pernas e os braços, posso ver que tudo não passa de preocupação.
Ainda assim, fecho a cara para ela e tento parecer o mais sério possível.
— Porque Sissa não tem nada parecido com isso. E eu não gosto que você fale assim, Anna. Por favor! — Eu repito a frase pela milésima vez. — Olha, eu sei que está preocupada. Isso é um bom motivo para vir e conferir por si mesma, não acha?
Minha irmã ri. — Não use sua tática de advogado para cima de mim, Logh. — Ela faz um gesto negativo com os dedos e um bico se forma em seus lábios. — Você é meu irmãozinho bobão de coração mole. Qual é! Você se apaixona com a mesma facilidade que veste sua cuequinha.
— Não diga cuequinha! — Eu faço uma careta e Anna gargalha.— E eu entendo o que quer dizer, mas agora é real.
— Você disse isso sobre a boneca adorável de vudu que era a Jéssica, Logh. — Ela revirou os olhos. — Convenhamos que você é um pouco idiota quando se trata do amor.
— Eu estou certo disso, Anna. — Sorrio para ela, sentindo a necessidade de abraçá-la. — E me deixe ser o irmão mais velho que sou. Pare de tentar cuidar do meu coração. Ele está ótimo e em perfeitas mãos.
Ela bufa, resmungando uma série de frases em alemão.
— E nada de xingar em alemão. Você sabe que estou melhor nisso.
Anna ri e os olhos brilham. — Estou com saudade.
— Venha me ver!
— Vou pensar a respeito. — Ela sorri passando os dedos pelos cabelos. — Só pra você saber, eu estou muito, muito feliz por você. Mas avise a princesinha que eu vou socar a cara dela se ela te magoar e você sabe bem que eu posso fazer isso.
Revirei os olhos.
— Também estou com saudade, Anna.
— Bem, não vamos chorar! — Ela fez um gesto de mãos. — Só pra saber também, a mamãe está bem, ela começou a trabalhar com umas senhoras da associação e Deus nos guarde do que virá disso. O papai também passou a casa para o meu nome, você sabe, depois que ela e eu brigamos.
— É o mínimo que ele faz.
— Mas ela está furiosa.
— Fico feliz de não estar ai.
Olho pela janela do meu quarto que dá diretamente para o jardim dos fundos. Há uma piscina onde todos os D'angelos estão reunidos, aproveitando. Meu olhar recai sobre a garota de biquíni de bolinhas e quero encerrar a ligação com Anna imediatamente.
— Anna...
— Não ouse! — Ela diz quando começo a me despedir. — Você tem sido um péssimo irmão, sabia disso? Nem mesmo ficou sabendo sobre minha última competição.
— Você vem passar o natal comigo? — Corto seu drama e Anna solta um resmungo de lamento. — Ah, vamos Anna! O que vai fazer ai? Ir para a praia com um bando de garotos na puberdade que fazem sexo na areia suja?!
— O que?! Não! — Suas bochechas brancas e altas ficam imediatamente vermelhas. — Isso foi terrível. — Continua e eu dou risada, porque nós dois sabemos que Anna é muito inocente para sua idade, apesar de todo seu jeito marrento. — Não repita, argh! Você é meu irmão!
— Venha me ver, passe um tempo comigo. Estou com muitas, muitas saudades sabia?
Anna fica em silêncio alguns minutos. — Quanto tempo exatamente?
— Quanto quiser irmãzinha. —Respondo ainda observando Sissa da janela. Ela brinca com os cães enquanto ri. Está linda, os olhos brilham e quando vovô aponta para cima, ela me vê e se acanha. Eu abro um sorriso ainda maior. — Vou mandar o dinheiro das passagens, irmã. Mas agora eu preciso ir beijar minha namorada.
— Argh! Eu me esqueci de como você é chato quando está apaixonado.
— Mal posso esperar para ver sua vez. — brinco, porque Anna é uma garota que nunca se apaixonou de verdade. É, definitivamente estou ansioso para ver como vai ser. — Beijos irmãzinha. Amo você.
— Pois eu não te amo! — ela retruca, mas sei que é só brincadeira.
Eu encerro a ligação e respondo alguns emails de clientes e outro do meu sócio.
Ao que parece minhas preocupações foram infundadas, já que apesar das Itália não comemorar o feriado de ação de graças propriamente dizendo, estamos em uma época muito comum dos festivais de dezembro.
A maioria das regiões estão em festa, assim como San Pietro. O que levou ao escritório se tornar pouco movimentado e os clientes bastante preguiçosos. Fiquei realmente aliviado e contente com isso, já que me significava um dia ou dois ao lado de Alessia.
Quando desci para andar o andar debaixo, dei de cara com Babá gesticulando e brigando com as empregadas. Metade de suas palavras foram ditas tão rápidas que eu mal pude entender.
Quando ela me viu, abriu um grande sorriso. Deu um empurrãozinho na empregada e veio até mim.
— Vai aproveitar o sol meu menino?
Eu sorrio para a forma como ela me chama. É algo que mexe com alguma coisa dentro do meu peito. Nunca tive uma mãe carinhosa e essa mulher, no entanto, mesmo sem me conhecer abriu seus braços e me tratou como parte da família.
— É o que pretendo. — respondo abraçando-a pelos ombros. — Vem também babá?
Ela sorri carinhosa.
— Tenho muita coisa pra fazer. O festival está deixando essa casa uma loucura! Agora me pergunte se Lorenzo ajuda?
Eu a olho, sabendo que é uma pergunta retórica.
— Não ajuda em nada! Aquele velho sem vergonha está me deixando louca. Ele só sabe reclamar e exigir dos funcionários. Depois ele os abraça e beija e tudo fica lindo!
Eu rio, enquanto caminhamos para fora.
Sissa ainda está estirada na esteira. Os meninos estão na piscina brincando com a bola e não consigo ver Enzo em lugar nenhum.
Sei que preciso conversar com ele mas quando os olhos amorosos de Sissa me encaram, nada mais importa. Eu só quero ir até ela e segurar seu rosto entre as minhas mãos para beija-la.
Ela me estica a mão quando me aproximo e eu entrelaço nossos dedos, tomando um lugar em sua esteira. Ela se ajeita entre as minhas pernas e eu faço uma leve massagem em seus ombros.
— Belas pernas advogado. — Ela brinca maliciosa e eu arqueio a sobrancelha. Estou usando uma bermuda e uma camisa regata, o calor deste lado de Verona é mais ameno, mas o clima ainda é bastante diferente do de Denver. É como férias prolongadas.
— Belas pernas, italiana. — beijo seus ombros e Sissa estremece.
— Tensão sexual! — sussurra vovô inclinando-se para nós.
— Vovô! — Exclama Sissa enquanto eu rio, não há o que dizer para vovô e acho que Sissa deveria parar de se estressar tanto.
Resolvo por fim, abusar da minha condição de novo na família e cutuco vovô. — Acho que a Babá estava dizendo agora mesmo que pegaria um chicote para o senhor.
Vovô cora e gagueja e Alessia ri de colocar as mãos na barriga. Vovô bufa resmungando uns palavrões e me dá dois tapinhas nos ombros.
— Agiu bem defendendo sua namorada. Gostei, meu rapaz.
Alessia ainda está rindo, então vovô se levanta e diz que vai ver o que há com Mércia.
— Usem proteção! — grita Sissa por cima dos ombros.
Vovô faz um gesto de mãos. — Me respeite menina!
— Ei Sissa! Vem pra cá. Vem Logan!
Eu dou um beijo na bochecha de Alessia, encontrando o momento perfeito.
— Porque você não entra e eu já te acompanho?
Ela me olha desconfiada por um momento, e acho que um pouco decepcionada. Mas assente levantando-se.
— Onde você vai?
Seguro seu rosto entre as minhas mãos, beijando-a como gostaria de ter feito desde que me sentei aqui. Sissa se agarra em mim e retribui com desejo, suas mãos percorrem as minhas costas fazendo com que eu sinta a pele quente dela na minha.
— Aí! — ela se afasta abrupta e eu percebo que os meninos jogaram água em nós. — Georgio!
— Isso é um ambiente familiar! — esganiça ele e eu reviro os olhos, fechando a cara para ele.
— Vou me vingar de você no jogo! —aponto para ele e em seguida sorrio para Alessia. Ela ainda está com a cara fechada e irritada. Beijo seu rosto repetidamente até um sorriso surgir e ela suspira. — Tenha paciência com seus irmãos.
— Tenho medo de você fugir. — Me olha em lamento, uma expressão linda e teatral. Sinto o fundo de verdade das suas palavras e sinto necessidade de garantir a ele que nunca, em hipótese alguma, vou fugir.
— Isso jamais aconteceria. — asseguro beijando-a suave. — Não vou partir a menos que me enxote da sua vida.
— Eu não vou! — ela dá um sorrisinho.
— Ótimo. Então está tudo certo.
Nós dois sorrimos e em seguida me levanto para procurar por seu irmão. Alessia vai em direção à piscina junto dos meninos e eu caminho para o interior da mansão. Para a minha surpresa, Enzo está junto a porta, esperando.
Seus olhos se estreitam para mim e ele gesticula para nós caminhemos até a biblioteca, lanço um último olhar para a garota na piscina antes de entrar e selar o acordo que tenho com seu irmão. E que provavelmente, a fará ficar muito, muito zangada comigo.
Oi bebês!
me perdoem a demora, de verdade. A intenção era terminar todo o livro até o fim de Julho, mas com as férias e com outras correrias, acabei deixando o livro em segundo plano. Porém, prometo manter as atualizações para que a gente termine o mais breve possível! ♥
O que acharam do capítulo? Deu pra matar a saudade? haha.
O que acham que o Logan está negociando com o Enzo? É TÃO FÁCIL. Porque esse é um daqueles clichês que a gente ama né? Mas cuidado! O final é diferente. Haha.
E EM BREVE, TEREMOS AQUELE HOMEM SUSPEITO, ESTRANHO E ASSUSTADOR PRA DAR ALGUMA AÇÃO. Haha.
O que acharam da Anna? EU AMO ESSA MENINA. ELA E O GEORGIO JÁ SÃO MEU SHIPP. ♥
Espero que vocês tenham gostado da interação da Sissa e da família.
Volto ainda essa semana com mais, prometo! ♥
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