| Capítulo 6 | Depois da enchente todas as cores vieram à tona

Passei o resto daquele domingo imersa na conversa. Meu celular vibrava constantemente. As mensagens se acumulavam, à medida que os assuntos tomavam diversos rumos, desde a troca de informações pessoais até a revelação de situações engraçadas.

No dia seguinte, os estragos me fizeram ter uma reflexão. Ainda não me sentia segura em ter afinidade com Bruna, pois ainda me encontrava em condições graves. E para que essa aproximação não se desenvolvesse, decidi obstruir as oportunidades.

Quando chegou o intervalo, resolvi contar a ela o que aconteceu no sábado. Porém, ao colocar a decisão em prática, minha fala ficou desprovida de empolgação. Ela demonstrou alegria com a novidade, mas aquilo não conseguiu me contagiar.

Embora tivesse se passado um mês, eu permanecia apática, especialmente porque meu encanto havia suspenso suas pulsações; André deixou de responder minhas mensagens. Para não descontar meu aborrecimento, optava por ouvir músicas em volume baixo enquanto estava com Bruna. Desde a semana passada, quando acessei a pasta de músicas do meu pai, meus ouvidos foram atraídos por outros estilos, como Rock and Roll, Disco Music, Rock Nacional e Pop. Tive que confessar que os anos 70, 80 e 90 foram revoluções épicas. Fiz o download de tantas músicas que ocupava boa parte da memória do meu celular, que tinha apenas 2GB.

Mais uma vez, saímos da sala para aproveitar os quinze minutos de intervalo. Apreciava o solo de guitarra pelos fones, enquanto caminhava pacificamente com Bruna em direção à biblioteca.

— Ei, Lana! — ela me chamou.

Como identifiquei sua voz, tirei um fone de uma orelha.

— Diga, Bru.

— Por acaso você me acha irritante?

Pausei a caminhada e a encarei. Em seguida, ela fez o mesmo.

— Nem um pouco. É que eu não gosto de falar muito.

— Por isso que fica com essas porcarias dos fones, né? — disparou num tom grosseiro. — Não nem aí para o que falo, você sempre distante — reclamou. — Eu queria uma amiga que pudesse compartilhar as coisas, mas você nem se importa — confessou, chateada.

Aquilo me causou certo incômodo. Dei de ombros.

— Eu já fazia isso muito antes de você chegar.

— Acho que foi um erro ter me aproximado de você — ela murmurou, entristecida. — Prefiro ficar sozinha.

Rejeitei a opção de ir atrás. Afinal, o desinteresse foi escolha minha, era algo que eu fazia questão de demonstrar. E como resultado, apenas assistia Bruna realizando outro trajeto, até que desaparecesse do meu campo de vista.

Foi agradável voltar à rotina sem vozes perturbadoras. Com o passar dos dias, percebi que Bruna havia deixado seu drama de lado, assim que conseguiu se enturmar com outras colegas da nossa sala.

Na metade de junho, essa mudança me fez perceber o progresso que estava fazendo. As fissuras moviam-se lentamente, e eu já ansiava pelo encontro das duas partes.

Mais uma vez, acomodei-me na minha carteira e aguardei a chegada do professor para dar início à primeira aula. Estava tão concentrada em encarar a lousa que, de repente, fui trazida de volta à realidade por um papel dobrado que estava em cima da minha mesa.

Franzi a testa, recolhi rapidamente o papel e desdobrei. Imediatamente, meus olhos se fixaram em cada letra manuscrita: 

"Falsa beijoqueira."

As palavras deram uma pancada na minha curiosidade. Dentro de mim, o sentimento de apreensão voltou a agitar as nuvens escuras.

Virei para trás, tentando encontrar o autor daquele bilhete desagradável. A certa distância, percebi uma pequena comoção, composta por Bruna e outras garotas, rindo escandalosamente e murmurando discretamente.

Foi então que tive minha primeira suspeita.

Amassei o papel e guardei no bolso da calça do uniforme. Desde então, decidi ter uma breve conversa com ela, mas precisaria aguardar uma oportunidade.

A troca de professor para a segunda aula me favoreceu. Com o comportamento desorganizado dos colegas, a maioria se retirou da sala, e pude avistá-la desacompanhada. Levantei da cadeira e me desloquei em sua direção.

Depositei a bolinha de papel na mesa dela.

— Que negócio é esse, Bruna? Foi você que escreveu? — indaguei, chateada.

Ela me encarou e levantou a sobrancelha.

— Não sei do que você está falando.

Cruzei os braços.

— Abra o papel — ordenei.

Enquanto ela desdobrava vagarosamente, tentando não rasgar, tive que conter a fúria que insistia em surgir.

— Como você teve coragem?! Não é porque não quis mais sua companhia que você tinha o direito de fazer isso e...

— Lana, não fui eu! — ela me interrompeu. — Deve ter sido uma delas. Que estranho — constatou. — Teve um dia em que elas me perguntaram sobre você, por que você era tão tímida e esquisita. Aí eu falei um pouco do que sabia e acabei confessando que você já até havia beijado um garoto — admitiu.

Fiquei cabisbaixa, e meus olhos umedeceram.

— Sei lá, parece que elas não acreditaram, pois uma delas chegou a rir... achei que esse assunto tivesse acabado.

Agradeci mentalmente pelo esclarecimento. Apertei os lábios e me retirei.

O medo emitiu um som sombrio, como se desse o pior aviso: minha proteção estava com os dias contados.

Passei a conviver com o medo a cada dia que passava. Era uma relação totalmente manipuladora. Parecia que todos os olhares se dirigiam a mim, e a qualquer momento eu poderia ser motivo de chacota.

O tempo continuava o mesmo, sem luz do sol para me sustentar, com barreiras enfraquecidas. Estava vulnerável mais uma vez.

Desde que Bruna ganhou companhia, percebi que as garotas não tinham boa influência. Aos poucos, seu caráter se moldava. Lamentei não só por ela ter sido transformada, mas também pelo meu remorso em ter negligenciado sua proximidade. Como consequência, elas depositaram toda sua rejeição em forma de bilhetes ofensivos.

A destruição começou a retomar seu percurso.

Não havia escapatória; a cada dia, minhas fissuras aumentavam. Eram momentos de mágoa que escorriam dos meus olhos, acompanhados pela angústia que veio fazer morada por tempo indeterminado. E foi apenas uma questão de tempo até que meu organismo sofresse alterações severas, atingindo sua limitação por inteiro.

Até que numa manhã, expeli todo aquele resultado dentro do vaso sanitário.

O som do carimbo, seguido da rubrica escrita à caneta, sentenciava a liberação da compra de medicamentos e do atestado de dois dias. Segundo o médico clínico geral, devido à minha baixa imunidade, acabei contraindo uma virose.

Depois que a consulta terminou, eu e minha mãe saímos do corredor de emergência do hospital em direção à porta principal. Já do lado de fora, ela decidiu esperar por um táxi, temendo uma situação constrangedora caso fôssemos de ônibus. Acomodamo-nos no banco metálico à espera do carro laranja no ponto exclusivo.

— Quando chegarmos em casa, vou à farmácia comprar — avisou minha mãe. — E lembre-se do que o médico falou: repouso e nada de cafeína, laticínios ou alimentos gordurosos.

— É só isso que eu quero... repouso — respondi, com um tom desanimado, por causa da fraqueza que sentia.

Minha mãe abriu a bolsa e retirou o celular.

— Seu pai ainda não mandou mensagem — comentou, concentrando-se no layout do aplicativo. Depois, bloqueou a tela e suspirou.

— Ele foi para mais uma entrevista de emprego? — perguntei.

Ela guardou o aparelho e fechou o zíper.

— Pelo visto, sim... esse Everton adora fazer mistério, hein?

Dei uma risada suave.

— Está há meses tentando, desde que terminou a faculdade e o estágio. Enquanto isso, as contas só acumulam, e eu tenho que fazer milagre com meu pagamento — desabafou.

Passei o resto do dia deitada no sofá, assistindo a programas de TV do meu agrado, acompanhada de isotônicos, frutas descascadas — de preferência sem semente — e outros alimentos leves. Também obedeci rigorosamente ao horário e à dosagem dos medicamentos.

No final da tarde, o sorriso radiante do meu pai acabou arrancando o nosso. Finalmente, ele foi contratado para atuar no setor administrativo de uma empresa multinacional automobilística e começaria em uma semana, com um salário excelente. Embora ainda debilitada, a força que havia recuperado me fez comemorar.

Consumida pela euforia, minha mãe decidiu preparar um jantar especial em comemoração. O prato escolhido foi pensado na minha condição, permitindo que eu me deliciasse sem afetar meu estômago. A bebida nas nossas taças era leve e apreciável, e brindamos à conquista.

Durante o período em que não frequentei o colégio, minha disposição foi se restabelecendo gradativamente. Quando o último dia do atestado trouxe a noite, a preocupação invadiu meu pensamento, mas tive que contê-la para não prejudicar minha saúde.

A tarde foi repleta de apreensão, mas no final das contas, não passei por momentos desagradáveis. Pude descarregar um sentimento de alívio, que me envolveu em um abraço reconfortante.

Essa sensação me acompanhou até chegar em casa, onde me sentia mais segura. Como de costume, dirigi-me ao meu quarto, depositei a mochila sobre a cama e tirei os sapatos.

— Lana! — chamou minha mãe, sua voz vindo da sala de estar.

indo! — respondi em voz alta.

Saí do cômodo e fui em direção a ela. Assim que cheguei, percebi que sua expressão não era das melhores.

Ela fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado no sofá.

— Filha, precisamos conversar.

— O que aconteceu? — perguntei, apreensiva, enquanto me acomodava.

Ela suspirou e uniu as mãos.

— Já faz um tempo que venho percebendo a quantidade de roupas que você coloca para lavar, e não tem necessidade... pode me explicar?

Fiquei cabisbaixa e resolvi expor minhas destruições.

— Eu faço isso desde o ano passado, para esconder um pouco do meu baixo peso. Não quero mais ser motivo de piadas — confessei, com a voz trêmula.

— Sabia que não tinha parado — constatou. — Você continua agindo diferente.

— E eu vou fazer o quê?! — disparei. — Tive que dar um jeito.

— E funcionou?

Neguei com a cabeça.

— Filha, isso tem que mudar.

— Se é para eu mudar, saiba que quero muito — resmunguei.

— Não sua aparência, e sim sua voz. Está na hora de se defender.

Olhei para ela, franzindo a testa.

— Sou a garota mais tímida da sala, e você vem com esse papo?!

— Por isso mesmo. Quando você se defende, a ofensa enfraquece. E é isso que você precisa fazer — incentivou, com um tom autoritário. — Não estou dizendo para agir com grosseria ou deboche, mas sim mostrar que sua atitude é superior.

Fiquei pensativa. Ela estava certa. Não podia ter um final trágico, então tive que tomar uma atitude. Pelo bem da minha estrutura danificada.

— Eu aceito seu conselho.

A chegada de transições no meu ambiente familiar não podia ser melhor. Com aquela porta aberta, meu pai recebeu benefícios que impulsionaram sua carreira, cada conquista despertando nossa gratidão.

Era como se coisas boas viessem transportadas por asas, num voo que só o tempo poderia determinar. Enquanto não surgia esse triunfo no meu ambiente escolar, tive que suportar o roteiro contínuo. Faltavam poucos dias para setembro começar e já ansiava pelo desfecho dessa temporada, sonhando com notas acima da média e a rematrícula para o ensino médio.

Meus dias se resumiam a um misto de suspense e tormento. As palavras escritas tornaram-se meus piores inimigos. Por mais que reunisse forças para suportar os insultos das garotas, o efeito em reduzir os estragos ainda era ameno. Entretanto, não iria aguentar por muito tempo.

Pela primeira vez, permiti que o conselho restaurasse minha coragem. Com mais contato com Bruna, decidi resolver a situação entre nós duas. Para minha sorte, a aula de Ciências promoveu esse encontro. A professora reproduzia um vídeo sobre Lamarckismo e Darwinismo, e, devido ao tédio, Bruna pediu permissão para encher sua garrafa. Resolvi não esperar muito e fiz o mesmo.

Ao sair do pavilhão, avistei-a no bebedouro, parada com a garrafa apoiada na torneira, aguardando a água preencher o recipiente. Reuni as palavras e avancei em sua direção.

— Ei, Bruna — chamei.

— O que foi? — ela resmungou, sem me dar atenção.

— É sobre aqueles bilhetes. Já na hora de parar com essa coisa ridícula.

Assim que a garrafa ficou cheia, ela a tampou e seus olhos se fixaram nos meus.

— Ridícula é você por ter me rejeitado — retrucou.

Cruzei os braços.

— Só por causa disso?! — esbravejei. — Aquelas idiotas fizeram sua cabeça contra mim.

— Não fala delas assim — rosnou, irritada. — Elas me ajudaram a ver a pessoa insensível e esquisita que você é!

Aproximei-me e a raiva alterou meu semblante.

— Ou você acaba com isso, ou...

De repente, seus dedos agarraram meus cabelos.

— Ou o quê, hein? — ameaçou, aproximando meu rosto do seu. Aquilo me assustou.

— Bruna, me solta — supliquei.

— Escuta bem, queridinha. Se eu tiver a chance de te ferrar, eu vou, ? Porque você é tímida e fraca — intimidou.

Senti como se estivesse sendo condenada. Comecei a acreditar que era só questão de tempo até tudo se transformar em poeira. Entretanto, sua mão se afastou, dando-me uma segunda chance. Assim que seus dedos afrouxaram, consegui escapar e me refugiar no banheiro feminino.

Atordoada, entrei em uma cabine e tranquei a porta rapidamente. As batidas enfurecidas intensificaram meu pânico.

— Vamos, Lana! Pare de se esconder e venha me enfrentar! — desafiou, debochando. — Viu só? Você é medrosa!

O silêncio que se seguiu me pacificou um pouco. Encolhi-me em um canto e as lágrimas escorrem, trazendo à tona a melancolia e a sensação de derrota.

Até que uma claridade vigorosa me fez perceber que tinha uma alternativa. Reuni determinação e segui rumo à sala da pedagoga, para que meu sussurro fosse ouvido.

Finalmente, fiz a coisa certa. Minha defesa foi para outro lado, e a imaturidade falou mais alto. Apesar da voz trêmula, consegui me expressar depois de tanto tempo calada. O profissionalismo da pedagoga demonstrou consideração, e sua resposta expressou uma atitude firme.

Para evitar lamentações futuras, a conduzi até minha sala de aula. Aquele ciclo de humilhações estava com os dias contados. Com sua posição autoritária, seu discurso alarmou cada aluno presente e um desfecho foi estabelecido. Suspirei aliviada ao ouvir a advertência verbal coletiva. Antes de se retirar, ela deixou um recado em que todos poderiam contar com seu apoio. Agradeci mentalmente por sua empatia, enquanto um sorriso singelo surgia em meus lábios.

Depois da última aula, nenhum sinal de fúria se manifestou. Meu trajeto até em casa foi repleto de entusiasmo e a tensão diminuía a cada passo que me distanciava da escola.

Quando me aproximei do portão branco, percebi algo estendido nas grades. Confusa, apressei o passo e, ao me aproximar, minha perplexidade aumentou. Diante daquela placa branca, com letras em caixa alta, destacadas em vermelho e preto, a notícia recente era clara: a casa foi colocada à venda.

Por mais que minha voz tenha soado frágil naquele dia, descobri que ela pôde se transformar em um grito, ecoando em cada ouvido. Desde então, meus dias se resumiam a episódios de sossego, e minha presença tornou-se tão indiferente que as ofensas perderam a importância; não havia mais alvo para atacar.

No final do ano letivo, desfrutava dos últimos dias naquele colégio, sabendo que só voltaria em fevereiro. Novamente, não precisei me preocupar com as médias de aprovação, o que reduziu minha frequência na escola.

Contudo, um dia antes das férias, recebi uma notificação em forma de bilhete impresso. Decidi entregá-lo rapidamente aos meus pais, que nunca deixaram de cuidar dessa obrigação.

Esperei até a noite para conversar com os dois. Por sorte, ambos estavam na cozinha. Minha mãe preparava o jantar, enquanto meu pai digitava no notebook.

Coloquei o papel sobre a mesa e bati a palma da mão em cima do móvel. Limpei a garganta para chamar a atenção.

Cruzei os braços.

— Por que vocês ainda não fizeram minha rematrícula? Acabei de receber esse bilhete alertando sobre os prazos; isso nunca aconteceu.

Minha mãe virou-se e meu pai disfarçava um sorriso.

— Não tem mais necessidade, filha — ela respondeu.

Levantei a sobrancelha, confusa.

— Como assim? Lógico que precisa! É uma garantia de que vou estudar lá no próximo ano.

— Por isso não fizemos. Você não vai mais estudar lá — meu pai confessou.

Fiquei boquiaberta.

— O quê?! — disparei.

Ele fechou o notebook.

— Nós iríamos te contar em breve. A empresa onde trabalho tem convênio com um colégio particular, e você foi beneficiada com uma bolsa de cem por cento por conta das suas boas notas. Um mês atrás, eu te inscrevi no processo seletivo, que oferecia apenas cinco vagas.

Instantaneamente, a euforia tomou conta de mim, e um sorriso extraordinário curvou meus lábios.

— Vocês são os melhores! — exclamei, dando um grito de comemoração.

Avancei em direção ao meu pai e o envolvi em um forte abraço.

— Obrigada, pai — sussurrei.

— Aproveite essa nova fase; você merece coisas boas — murmurou.

— Meu Deus, quanta gritaria. Alguém ganhou na Mega-Sena? — minha irmã interrompeu.

Nos desvencilhamos e percebi que ela estava no mesmo cômodo. Provavelmente, minha empolgação havia chegado até ela.

— Vou cursar o ensino médio em um colégio particular, pois o pai conseguiu uma bolsa integral — contei.

— Que legal! E eu também vou para um colégio particular?

— Não, filha. Só a Lana conseguiu. O pai ainda não tem condições de bancar as mensalidades, já que eu e sua mãe estamos economizando para mudar de casa.

— Ah, e falando nisso, a partir do ano que vem vocês duas terão que ir ao colégio de ônibus — minha mãe comentou.

— Como assim, vocês duas? — minha irmã protestou. — O colégio é perto; dá pra ir a pé, só se for a Lana que vai estudar longe.

Meus pais se entreolharam, como se quisessem revelar algo.

— Eu dou a notícia ou você? — ela questionou ao meu pai.

Ele levantou-se da cadeira.

— A venda da casa foi negociada! — meu pai anunciou.

Naquele momento, a alegria explodiu em pequenos gritos e pulos sobre o chão.

— E onde é? A casa é bonita? Tem quantos quartos? O jardim é maior? — minha irmã perguntava descontroladamente.

— Calma, filha — meu pai pediu. — Vocês vão conhecer a casa nova só no próximo mês. Ainda tenho que resolver a documentação e comprar materiais para reforma.

— Vamos deixar a casa em ordem — minha mãe acrescentou.

— Mais um serviço para nós — meu pai brincou.

— Ah, só pelo fato de não precisarmos ir à imobiliária todo final de semana ou procurar casa por conta própria, já é um grande alívio. E, outra, vamos ter mais duas ajudantes para renovar a casa — ela comentou, olhando para Flavia e eu.

Esbocei um sorriso e me retirei em passos dançantes.

Embora ainda soasse distante, eu sabia que aquele murmúrio de asas era um canto só meu. Era o sinal de uma nova fase na minha vida. Meu desejo era tão fervoroso que fiz questão de preparar um espaço acolhedor, esperando ansiosamente pela chegada desse novo começo.

Depois da tormenta, eu apenas queria que as promessas do futuro brilhassem intensamente.

Notas da autora: Que briga tensa entre ela e Bruna, apesar das duas serem jovens e imaturas.

Finalmente uma esperança de dias melhores para a nossa protagonista!

Quais as expectativas para o ensino médio?

2014 já vai começar bem!

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