| Capítulo 28 | Eu te ensinei a ver suas asas, mas só você podia voar

Foi como se o chão cedesse sob meus pés, transformando-se em um precipício. O eco das palavras ainda reverberava em minha consciência, a voz trazendo lembranças que o tempo deveria ter apagado, mas que agora se manifestavam como uma tempestade repentina, atingindo-me sem aviso.

Era ele. A certeza que vociferava de maneira crua e inegável. Minhas mãos começaram a tremer, a respiração tornou-se pesada e minha garganta apertou, como se quisesse calar qualquer som que ousasse sair. Eu deveria encerrar a chamada, apagar qualquer vestígio de sua existência. Mas não consegui.

Ainda havia uma suavidade em sua voz, mas carregada de espinhos. Sentia-me invadida, como se ele tivesse adentrado, sem permissão, o território que levei tanto tempo para reconstruir.

Parece que não havia respostas para as perguntas que surgiam em minha mente, todas simultâneas. Respirei fundo, tentando reunir forças para abafar o turbilhão de emoções que abalava minha essência.

— Sim, sou eu — meu sussurro saiu frágil, quase inaudível, mas o suficiente para anunciar minha presença.

— Não sabia se você me atenderia — ele começou, sua voz carregava hesitação que não reconheci de imediato.

Por um instante, lembrava-me dele como alguém seguro, alguém para quem o mundo sempre se moldava. Mas agora, ele parecia tatear no escuro, buscando algo que nem ele compreendia.

— Também não sei por que atendi — retruquei, tentando demonstrar indiferença, embora minha voz trêmula traísse meu verdadeiro estado.

Ouvi um suspiro do outro lado da linha. Era profundo, como se carregasse uma sinceridade que eu não sabia como lidar.

— Alana... Sei que faz tempo. Sei que ainda guarda mágoas do nosso passado, mas preciso confessar: fui um idiota.

O sinal de desconfiança surgiu como um alerta súbito. Meu coração disparou, como se quisesse expulsar a tempestade que ele causara em mim.

— Faz dois anos, André. Dois anos em que tive que me reconstruir depois que você me deixou em ruínas — minha voz ganhou força, mas ainda havia um leve tremor.

— Eu sei — murmurou. — Mas preciso conversar com você e explicar tudo de uma vez por todas.

As palavras saíram como um grito contido, prestes a explodir.

— Explicar o quê?! — disparei. — Já ficou claro que sua carreira era mais importante que o nosso relacionamento. Você me trocou pelo que acreditava ser um futuro melhor. Você fez sua escolha, agora lide com as consequências.

— Fui um egoísta, legal?! — confessou, sua voz firme. — Minha mãe estava por trás disso e eu nunca percebi. Ela me influenciava a ser o melhor, a abrir mão de tudo só por causa do dinheiro... Aquele maldito dinheiro — sua voz carregava um remorso genuíno.

A revelação dissipou as palavras que eu ainda formava em meus pensamentos, mergulhando tudo em um breu denso. André parecia ter deixado para trás sua antiga arrogância, a mesma que um dia ocultou suas inseguranças e imaturidade.

— Ela sempre me dizia que relacionamentos eram uma distração. Desde aquele dia do teste no time, comecei a achar que ela tinha razão. Então, comecei a me afastar, a mandar menos mensagens, acreditando que, se o namoro acabasse, eu estaria livre para seguir para São Paulo. No início, parecia que eu havia feito a escolha certa, estava ganhando visibilidade, sucesso, mas com o tempo, aquele vazio me consumiu. Eu sentia sua falta quase toda vez que pensava em você.

Suas palavras cintilavam como raios, atravessando o pequeno espaço de mágoa em que ainda me encontrava. Mas, embora tocadas de sinceridade, não foram suficientes para romper as barreiras que eu construíra. E, em nome da nova Alana, não poderia aceitar. Não depois das flechas que me feriram tão profundamente.

— Entendo o que aconteceu. É uma pena que o egoísmo e a imaturidade tenham sido os autores do nosso término. Agradeço por ter me contado a verdade.

— Você precisava saber. Não seria justo esconder isso de você. Depois que comecei a conectar as coisas, percebi que minha mãe estava mais interessada no meu sucesso financeiro do que na minha felicidade. Quando a confrontei, discutimos feio e eu cortei laços com ela. Saí do time no mês passado, voltei para Curitiba e estou morando com meu pai. Já sou maior de idade, não preciso mais da guarda compartilhada. Meu pai me fez ver o quanto fui covarde. Ele disse que, às vezes, perder alguém importante é o único jeito de perceber o que realmente importa.

Fiquei em silêncio, segurando o celular com força, enquanto suas palavras se derramavam do outro lado da linha, carregadas de um peso quase insuportável. Cada uma delas parecia uma tentativa desesperada de se redimir.

— Eu realmente não sabia de tudo o que aconteceu com você. Espero que consiga se restabelecer — falei com calma.

— Agora, entrei para outro clube e estou deixando as coisas melhorarem aos poucos. Pelo menos, me sinto mais leve ao contar tudo isso. Se quiser, podemos marcar de ir ao shopping e conversar mais — sugeriu, o tom eufórico agora tomando conta da última frase.

Minha mente estava submersa em um turbilhão de emoções. Por que, depois de tanto tempo, ele queria reatar? Respirei fundo. Meu coração acelerava em uma sinfonia caótica, mas, no fundo, eu sabia a resposta.

— André, eu aceito suas desculpas, mas não posso voltar para algo que já ficou para trás. Não porque eu te odeie, mas porque me amo o suficiente para saber que mereço mais.

Ouvi sua respiração trêmula. O silêncio que seguiu parecia eterno, aguardando o retorno da sua voz.

bom, eu entendo. Saiba que, mesmo sem nos falarmos, eu vou continuar torcendo por você — declarou, com um tom de desânimo.

— E eu por você — respondi. — Espero que encontre o que está buscando.

O eco do som de desligamento reverberou em meus ouvidos. Meu peito estava pesado, como se todas as memórias reprimidas tivessem finalmente se libertado. Mas, ao mesmo tempo, uma sensação de alívio começava a substituir a angústia que me consumia. O passado ainda deixava suas marcas, mas já não me definia. Entendi, enfim, que algumas despedidas não significam perda, mas sim o reencontro comigo mesma.

Com o celular em mãos, bloqueei seu número. Não por desprezo ou mágoa, mas como um gesto de libertação. Aquelas feridas já estavam cicatrizadas, mas suas marcas haviam me mostrado o caminho de volta para mim mesma.

E esse, definitivamente, era o melhor lugar para eu estar.

De repente, o motor do carro anunciou a chegada de Cíntia. Ela estacionou, retirou-se do veículo e foi até o porta-malas pegar as mercadorias. Para minha sorte, nenhum cliente apareceu na loja durante a conversa. Antes que eu pudesse dar um passo, inspirei profundamente, me desapegando de qualquer vestígio de emoção que ainda pudesse me atingir.

Agosto trouxe a notícia de que os três meses de experiência findou-se. Esse tempo, que parecia um teste de resistência, foi como atravessar diversos obstáculos árduos, com a promessa de um oásis à frente. Quando Cíntia revelou minha efetivação, senti-me flutuar em meu céu de realizações. Não era apenas um cargo; era a prova de que todo o meu esforço, cada sorriso oferecido e cada empecilho superado me levaram à conquista almejada, provocando a alforria de finalmente encarar a trajetória que surgia diante de mim.

Já habituada às tarefas, naquela tarde fiquei encarregada de etiquetar os distintos produtos de material escolar recém-adquiridos. Depois que Cíntia registrou o código de barras de cada item no sistema de vendas, ela imprimiu uma tabela com os preços, que eu alterava na máquina, girando manualmente as rodas para ajustar cada número. Em seguida, posicionava a máquina no produto e apertava a alavanca, desprendendo a etiqueta e fixando-a. Sempre gostei de manusear esse objeto, desde a primeira vez que aprendi a usá-lo.

— Então, Alana, agora que está efetivada, você pensa em fazer faculdade? — a pergunta dela rompeu o silêncio do trabalho.

Interrompi os movimentos e a encarei.

— Sempre gostei de estudar, mas o problema é que não sei minha vocação. Sem falar que isso foi o meu fantasma no ensino médio — confessei.

— Posso te dar uma oportunidade de crescimento profissional. Tenho certeza de que vai te ajudar a descobrir sua vocação.

Franzi o cenho e coloquei a tesoura etiquetada na cesta, junto aos outros produtos precificados.

— E o que seria? — perguntei.

— Se você cursar algo nessa área, como administração, marketing ou gestão comercial, posso te promover para sócia ou para gerente, pois estou com um plano futuro de abrir mais uma filial. Caso dê certo, contrato mais dois vendedores.

Apoiei minhas mãos sobre o balcão.

— É uma ótima proposta... mas será que eu me daria bem com isso?

— Você é inteligente, proativa e bem organizada. É algo para se pensar. — Piscou repentinamente.

— Vou analisar com mais calma, mas eu gostei da ideia. — Forcei um sorriso.

A mulher retribuiu o gesto e caminhou em direção ao estoque, que ficava um pouco atrás do balcão.

Como sua supervisão estava fora do alcance, resolvi pegar o celular. Assim que acessei o navegador, digitei o nome dos cursos e, em seguida, apareceram sugestões de universidades. Cliquei no primeiro resultado. A página inicial do site exibia um design acolhedor e moderno, despertando anseios para um futuro promissor. Fui direcionada à aba do curso selecionado, onde encontrei todas as informações que precisava.

Por um instante, uma sensação se dividiu em mim, como se dois caminhos se desenhassem à minha frente, ambos sedutores e conflitantes. O brilho da oportunidade era inegável, a promessa de algo mais, de um futuro sólido e conhecido. Mas havia algo dentro de mim que me sussurrava uma verdade: esse não era o meu verdadeiro lugar. O curso, a universidade, toda a ideia de uma vida programada me parecia distante, quase como um sonho que não me pertencia. Ainda assim, não consegui deixar de hesitar. Talvez fosse a insegurança, ou apenas a necessidade de ter algo efetivo.

Decidi salvar o link do site da universidade na aba dos favoritos, na esperança de que um dia eu pudesse me convencer do contrário. Ou, quiçá, futuramente, eu estivesse pronta para escutá-la com a verdade que ainda não sabia verbalizar. Mas, por enquanto, a oportunidade estava ali, me aguardando, como uma possibilidade a ser moldada pelo tempo.

Ao longo das semanas, minha capacidade de lidar com desafios e responsabilidades tornava-se crescente. Isso trouxe um sentido favorável para a minha rotina, pois consegui me adaptar ao trabalho e, ao mesmo tempo, aproveitar um pouco do lazer.

Na primeira quinzena de setembro, as mudanças começaram a se manifestar no layout da loja. Cíntia sentiu a necessidade de reorganizar algumas seções para facilitar a busca dos clientes pelos itens. Como resultado, alguns produtos precisaram ser removidos para abrir espaço para outros que se encaixavam melhor no nicho. Comecei com a seção de materiais escolares, onde metade da prateleira já estava vazia para incluir os novos produtos. Para evitar a desorganização no corredor, utilizei algumas cestas de compras para armazená-los até que fossem devidamente alocados. Antes de ordenar tudo, optei por limpar a prateleira, tornando o visual mais agradável. Como ela ficava mais baixa, precisei me acomodar no chão.

Minha concentração era total enquanto removia a poeira com o auxílio de um pano multiuso. Após terminar a primeira parte, movi-me para o lado direito para limpar o restante.

— Alana, tem uma pessoa aqui na loja que quer falar com você — Cíntia avisou.

Imediatamente, interrompi os movimentos e a encarei, confusa, ajustando minha postura.

Por um momento, meus pensamentos se invadiram com a possibilidade de que aquela pessoa fosse alguém que eu mais temia encontrar. Um adeus definitivo não poderia se transformar em um reencontro indesejado, ainda mais porque nunca mencionei onde trabalhava. Um arrepio percorreu minha pele, e o pânico tomou conta de mim, trazendo tremores incontroláveis.

Isso não podia acontecer.

— Diga que estou ocupada — a resposta escapou sem pensar. — Eu não quero ver essa pessoa — sussurrei, apreensiva.

Cíntia levantou uma sobrancelha, tentando entender o motivo da minha reação.

— Mas a garota de cabelos escuros e ondulados insiste em te ver.

De repente, a aflição se dissipou, dando espaço a uma pequena faísca de esperança que acendeu imediatamente em meu peito.

Levantei-me e, sem dar explicações a Cíntia, atravessei rapidamente o corredor, rumo ao balcão do caixa. Em poucos segundos, a presença daquela pessoa se tornou nítida, virada de costas, alguém com quem nunca imaginei ter contato novamente.

— Elisa?! — minha voz soou trêmula.

Assim que ouviu, ela se virou e me cumprimentou, mantendo uma certa distância. Seu semblante envergonhado refletia sua condição atual. Percebi que ela ainda usava roupas harmoniosas, sua estrutura física não parecia ter mudado muito e, embora seus cabelos agora estivessem um pouco mais curtos, alinhavam-se perfeitamente ao seu estilo.

— Por que está aqui? Nunca te falei onde eu trabalho. — Cruzei os braços.

Ela se aproximou devagar.

— Foi o Michel quem me contou. Ele disse que você conseguiu um emprego e passou o endereço da loja. Por isso, fiz questão de vir aqui pessoalmente para falar com você.

— Meninas, podem conversar lá fora, desde que seja rápido — Cíntia interveio, aparecendo no corredor principal.

Assenti com a cabeça e sinalizei para Elisa me seguir até a saída.

Já do lado de fora, minhas emoções estavam em um turbilhão incontrolável. A faísca de esperança ainda permanecia, aquecendo as expectativas de um momento que se desenrolava diante de mim.

— Então, agora pode responder à minha pergunta? — indaguei, com a voz firme.

Os olhos de Elisa se fixaram no meu rosto, como se estivesse se preparando para liberar toda a verdade que estava prestes a ser dita. Ela suspirou, reunindo palavras.

— Eu só... vim até aqui para te agradecer por tudo o que você fez por mim. Não imaginava que você ainda estivesse me ajudando, mesmo depois de todas aquelas coisas horríveis que eu te disse — confessou.

Embora minha expressão fosse séria, uma parte de mim foi tocada por aquele lampejo sincero, suficiente para que eu começasse a me desapegar da rigidez emocional. Elisa mexia as mãos, inquieta, enquanto eu aguardava o desenrolar de suas palavras.

— Preciso te contar algo — continuou, com hesitações. — Esses últimos meses foram... difíceis. Achei que estava rodeada de pessoas que realmente se importavam comigo, mas Bia e Mari... — sua voz falhou, e vi seus olhos se encherem de lágrimas. — Descobri que elas falavam mal de mim e faziam piadas de mau gosto. Achei que estava voando, mas na verdade, dei de cara com o chão.

Relaxei os ombros e suspirei, lamentando pelo que ela passava, embora soubesse que essa situação já estava prevista.

— Sinto muito que tenha sofrido bullying novamente. Aquelas garotas não eram boas companhias.

— Eu fiz uma péssima escolha. Deixei de lado as pessoas que realmente se importavam comigo, por meia dúzia que só viviam de aparências e falsidade — confessou, com a voz embargada.

Suas palavras carregavam um peso que parecia ter sido guardado por muito tempo, e, naquele momento, uma parte de mim queria interrompê-la e dizer que tudo estava bem. Mas sabia que ela precisava desabafar, livrar-se daquilo que a sufocava.

Coloquei minha mão sobre seu ombro, em um gesto de apoio. Ela fungou, tentando conter a crise.

— Fui horrível com você. Disse coisas que nunca deveria ter dito e te afastei... por nada. Por vaidade, orgulho... — Ela respirou fundo, como se se preparasse para mergulhar em um abismo. — Minha família percebeu o que estava acontecendo comigo. Resolvi contar tudo o que passei e até mesmo que sofro de bulimia. Eles insistiram para que eu procurasse ajuda, e agora estou tentando. Com acompanhamento médico e uma rotina mais saudável. Estou tentando me valorizar, por quem sou de verdade.

Elisa enxugou uma lágrima, mas outras logo vieram, silenciosas e intensas. Vê-la assim, em seu processo de reconstrução, me fez admirar a força com que ela estava se erguendo. Cada palavra parecia uma nota intensa, uma sinfonia de coragem, rendição e maturidade.

— Fico feliz que você esteja se reconstruindo e que agora tenha mais pessoas ao seu lado... Isso é muito bom.

Ela exalava uma fragilidade comovente, fazendo com que cada palavra que dizia tocasse profundamente minhas emoções.

Àquela altura, um abraço parecia ser a única resposta.

Foi um gesto natural, instintivo, carregando todo o peso do perdão que eu não sabia que ainda guardava.

— Eu estou aqui — sussurrei, sentindo sua lágrima molhar meu ombro.

Quando nos afastamos, Elisa enxugou o rosto e respirou fundo.

— Eu também pedi desculpas para Lívia e Daniele. Elas me perdoaram. Agora estamos bem. Eu entendi que amizade verdadeira não é sobre aparência, nem status. É sobre estar lá, mesmo quando tudo parece desabar.

Suas palavras tocaram algo profundo dentro de mim, como névoas que finalmente se dissipavam para dar espaço à luz, que crescia e se expandia. Senti um calor tomar conta do meu peito, uma alegria intensa.

— Isso é o que importa, Elisa. Que você se reencontre, que valorize quem é. E saiba que nunca desejei nada além disso para você.

Ela sorriu, e naquele sorriso, vi algo novo. Não era mais a superficialidade de antes, mas uma honestidade simples, quase pura.

— Obrigada, Alana. Por nunca desistir de mim — ela disse, sorrindo.

Quando vi as lágrimas escorrendo novamente, algo dentro de mim se partiu e se alinhou ao mesmo tempo. Eu podia sentir o peso das palavras dela, o reflexo das dores que carregava, mas também a esperança tímida que brilhava em seus olhos. Não eram apenas lágrimas de arrependimento; eram confissões silenciosas de uma luta interna que ela travava há muito tempo.

A faísca dentro de mim começou pequena, quase imperceptível, como uma chama tímida lutando contra o vento das mágoas passadas. Não era só eu que brilhava naquele momento, mas também Elisa, com sua confissão e pedido de perdão. Aquele reencontro luminoso se expandiu até se tornar uma união potente.

Quando percebi, o brilho retornou para nossa amizade.

Sem hesitar, me aproximei. Quando nossos braços se envolveram naquele abraço, todas as palavras que eu poderia dizer se tornaram desnecessárias. A força do gesto falava por mim: perdão, aceitação, gratidão. Não era apenas um reencontro, era uma reconstrução, uma ponte sendo erguida sobre o abismo que nos separava. As névoas de dúvidas e mágoas se dissiparam, dando lugar a uma claridade que nos envolveu por completo.

Ao nos afastarmos, Elisa sorriu. Senti como se nossos corações pulsassem no mesmo ritmo novamente, como duas melodias que, após desencontros, finalmente encontravam harmonia. Algo dentro de mim também havia mudado. A faísca que acendeu com suas palavras agora se transformava em uma luz que me preenchia, restaurando algo que pensei ter perdido para sempre.

Eu sabia, naquele momento, que algumas amizades não terminam; elas apenas passam por tempestades antes de renascerem mais fortes.

Às vezes, é no brilho silencioso do renascimento de um vínculo que encontramos a coragem para reacender nossas luzes apagadas.

Notas da autora: Que capítulo intenso e emocionante! Quantos perdões, hein?

O livro está encaminhando para um desfecho lindo... mas ainda falta uma coisa para esse "final feliz" da Alana.

E como as personagens evoluíram no decorrer do enredo, fiquei orgulhosa. Vamos comemorar o retorno da amizade delas!

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