Prólogo - 16 de Outubro
Querido diário,
Meu nome é Charlotte Finsbury, mas meus amigos me chamam de Lottie. Na verdade, apenas minha família se refere à mim dessa forma. Sim, sou uma menina de dezessete anos que vive em Seattle e não tem nenhum amigo e o mais próximo que já tive de um foi um peixe que tive aos onze anos, mas acho que nem sequer ele me aguentou já que pulou do aquário. Queria que mais pessoas me chamassem de Lottie, já que eu realmente amo esse apelido, mas o pessoal da escola só me chama de "esquisitona". Você vai me chamar de Lottie? Tá, acho que acabei de entender o motivo pelo qual me acham esquisita, afinal, quem faz perguntas para um diário? De novo! Vou simplesmente continuar e tentar parar de tirar dúvidas com um livro... Enfim, apenas estou escrevendo aqui porque minha médica disse que seria bom para mim. Então, se você tem um cérebro um algum lugar no meio dessas páginas você deve estar se perguntando o porquê de eu ter uma médica, tudo bem que já deve estar claro que eu sou meio doida e meio estranha, mas também não o suficiente para precisar de uma, certo? Pois é, eu realmente não preciso de uma, mas sim de várias. Calma diário, não fique nervoso nem ansioso, pois eu ainda tenho muitas páginas para escrever a minha estória. Bem, aos dez anos eu fui diagnosticada com TOC ou, como os médicos preferem falar, Transtorno Obsessivo Compulsivo. Meus pais tentaram me fazer "voltar ao normal" mas, como eles não se esforçaram muito, eles não tiveram sucesso. Ninguém se preocupou muito, já que minha "doença" (se é que isso pode ser chamado assim) era leve, eu não tinha algo extremo como a daquele cara do filme que ninguém lembra o nome, mas que todo mundo já assistiu. Eu fazia coisas mínimas como organizar minha caixa de lápis de cor em tons degradê, colocar o livro na frente do caderno dentro da mochila e organizar meus livros de acordo com o meu horário escolar (dá para notar que eu fazia coisas que a maioria das pessoas faz). Pode-se dizer que chamar o que eu tinha de TOC era um insulto para as pessoas que realmente o tinham. O que acontece é que, como eu nunca levei esse "problema" à sério, eu não percebi quando eu piorei. Hoje, eu realmente acredito que eu tenho TOC e é por isso que eu não tenho amigos, que eu fico nervosa e estressada e é por isso que eu estou aqui, escrevendo. Então, diário, me perdoe se eu estiver te ferindo com a caneta, todo esse estresse às vezes acaba passando para a a força com a qual eu escrevo. Eu juro que eu tentei fazer alguma outra coisa como pintar, mas eu ficava sem paciência e nunca terminava nenhum quadro, ou como praticar um esporte, mas toda a adrenalina da competitividade não me faziam bem (eu sou muito competitiva). Eu até tentei costurar, mas percebi que era mais rápido e mais fácil simplesmente ir na loja e comprar a roupa então, eu estou aqui. Eu realmente espero que você não seja apenas mais uma tentativa, diário. Tomara que isso dê certo, que eu fique menos estressada, que eu faça amigos e que eu "me cure". Quem sabe eu até consiga um namorado? Vamos cruzar os dedos, diário. E, por favor, me ajude.
Beijinhos estrelados,
Lottie.
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