🧨🧨🧨(Este capítulo apresenta um pouco de violência 😃)

Acordo com o despertador tocando aquela música totalmente chata que não tem como uma pessoa "normal" gostar.

Desligo meu despertador e me sento na minha cama para absorver tudo que estava acontecendo, que no caso, absolutamente nada.
Já que nada acontece na minha vida, continuo parada na minha cama até que... Me lembro daquele sonho que tive de madrugada.

Suspiro pelo meu fracasso de não ter conseguido lembrar de nada, do que tinha acontecido exatamente naquele sonho estranho, só o rosto do causador dele.

Me levanto e faço tudo que tinha feito no dia anterior, tomar banho, não ter comido direito e ir para a escola ,e também é apenas tudo que eu faço desde que...meu pai morreu, mas todo mundo sabe que eu não gosto de falar desse assunto, pelo menos quem sabe do que aconteceu.

Já tinha se passado três aulas quando eu estava no recreio, ai encontro Sara para irmos sentar juntas em uma das mesas da cantina.

-Então miga alguma novidade ?-perguntou Sara.

- aah...- penso.

- não, você sabe como minha vida é sem graça - respondo vendo ela levar um sanduíche de tofu a boca

- não sei como consegue gostar disso - digo fazendo uma careta enquanto ela fazia cara de prazer ao comer o sanduíche.

-una delisa- disse a morena de boca cheia.

Eu apenas ri da situação.

Depois do recreio tivemos mais duas aulas, e agora, era aula de artes que era a última. A professora mandou todo mundo desenhar o que viesse à sua mente, e ela também disse que podia fazer dupla então...claro que eu e minha amiga sentamos juntas. Sara disse que estava desenhando uma capivara por ter visto um trailer de um filme muito legal com capivaras, e sinceramente...eu não entendo ela, mas eu resolvi desenhar o que mexeu comigo o tempo todo- aquele maldito sonho, especificamente o homem do sonho, que foi o que me chamou mais atenção

- minha alma deveria estar fervendo de raiva naquele momento. - e agora ele estava sendo feito numa folha de papel, pelo que tinha me lembrado dele (que não era muita coisa)-até que estava ficando parecido.

Eu acho.

(Algum tempo depois)

A aula de artes acabou depois de todo mundo entregar seus desenhos para a professora, eu tinha esperado que Sara fosse embora para casa, assim como o resto da turma para eu poder pegar meu desenho de novo, sinceramente eu queria ficar com ele, pra tacar fogo depois.

Iria aliviar minha alma.

-Professora- falei batendo a porta e entrando na sala logo em seguida.

- sim querida...- disse a senhora, um pouco mais abaixo de mim, com um sorriso quase que me assustando.

- será que eu posso ficar com aquele meu desenho ?- falo um pouco tímida pois raramente eu ia falar com os professores.

Eles me assustam um pouco.

-Desculpe querida, mas eu vou ter que ficar com ele- falou a professora baixinha e um pouco gordinha.

Fofa, de certa forma.

- eu entendo, desculpa atrapalhar a senhora - falei me retirando da sala. - sinceramente, não queria me aprofundar nesse diálogo.

- eeeh, Alice...- chamou-me a professora.

- sim ?- digo me virando novamente para ela.

- Você é minha melhor aluna, e provavelmente uma das melhores alunas da escola toda, eu tenho um filho que vai começar a estudar aqui a partir de amanhã e... ele tem um pouco de dificuldade nos estudos então.... você poderia ajudar ele a estudar ?, ele é um amor de pessoa, mas não precisa, se não quiser querida.

-Olha, eu queria dizer não, mas..., aquele sorriso dela tava me assustando de verdade, e além do mais, o filho dela deve ser um amor de pessoa.

- Hm...pode ser, não vou ter nada para fazer mesmo- respondo, e alguns minutos depois eu e minha professora nos despedimos.

E eu? Vou para casa pensando se era uma boa ideia ajudar o filho da professora, mas o que eu não sabia que ele seria, um tanto diferente, quando eu o conhecesse.

Andando calmamente pela rua com total silêncio, percebi que não tinha ninguém além de mim e dois gatos à frente de uma casa brigando, estava com tanto silêncio que começou a incomodar, então bem baixo começo a cantarolar todas as músicas que vinham à minha cabeça.

Mesmo que eu fosse a pior cantora que eu conhecesse.

Depois de mais alguns minutos andando, chegou em minha casa ,então pego a chave em meu bolso traseiro e abro a porta, assim que entro vejo minha mãe dormindo no sofá coisa que raramente acontecia, fecho a porta e cobri ela com um cobertor que sempre ficava lá, dou um beijo em sua testa e subo pro meu quarto com um sorriso no rosto, por ter visto ela depois de tanto tempo.

Pode talvez não ser tanto tempo assim.

Entro em meu quarto e fecho a porta, joguei minha bolsa com as coisas da escola em cima da minha cama, e vou pro banheiro. Hoje de alguma maneira eu estava disposta a tomar banho antes de cair na cama e capotar, mas seria de banheira, outra coisa que raramente acontecia também.

Depois que a banheira estava no ponto que eu gostava, tiro minha roupa e coloquei no cesto de roupas. Entro na banheira sentindo uma sensação agradável.

-nem me lembrava o quanto isso era bom- digo a mim mesma, mesmo não sabendo que eu não era a única que estava ouvindo.

Suspiro pela sensação ótima de sentir todos meus problemas irem embora -que não eram muitos por sinal-, aquilo tava tão bom que deu até vontade de dormir ali mesmo, mas eu acabaria sentindo falta da minha cama.

Depois de ficar um tempo considerável na banheira termino o banho, visto uma roupa confortável e pulo na minha cama, tava tudo tão bom até me lembrar de que tinha tarefas de casa para fazer , então sem perder tempo, começo a fazer todas elas.

Algum tempo depois terminou todas sem dificuldade, e me deito, agora sabendo que poderei dormir em paz, mas as vezes eu refletia sobre meu dia, para ver se tinha algum "progresso" ,e me lembro que a professora não tinha dado meu desenho e faço bico pela frustração de não ter conseguido ele.

Eu poderia estar socando aquela folha de papel agora mesmo.

Sem mais nem menos, eu durmo.

*

De novo aquele lugar repleto de plantas e flores e de novo , ele...com certeza ele era o que mais se destacava, novamente virando de costas para mim, vindo em minha direção mas, dessa vez com cara de bravo.

Mas quem deveria estar brava, é eu, e apenas eu.

-Você de novo...- fala o homem à minha frente com cara de quem sairia me puxando pelos cabelos para bem longe daqui. E até mesmo me faria desaparecer do universo.

- desculpa...te conheço ?- perguntei enfurecida, olhando para sua cara de pamonha, na qual nem tinha percebido que era de origem asiática.

- não, não deve e nem deveria me conhecer - ele falou virando de costas para mim dessa vez, andando calmamente, como se não quisesse olhar na minha cara.

- olha, você poderi....- Antes de terminar minha frase, fui interrompida por ele.

- vá embora - ele falou mais frio, ainda de costas pra mim.

- quem você acha que é?- Eu estava me preparando pra dar uma voadora nele.

Seria um golpe baixo, e ainda mais pelas costas dele.

- vá embora ou eu mesmo faço você ir - ele diz dessa vez se virando pra mim com sangue nos olhos.

Eu vou fazer esse sangue escorrer por esse chão.

- Olha esse sonho é meu e voc....- fui interrompida novamente mas dessa vez por um clarão enorme me fazendo acordar da mesma forma que no sonho anterior.

*

-Que merda- falo passando a mão pelos cabelos e respirando fundo- dessa vez nem me dei ao trabalho de ver a hora pois já sabia que horas eram, então melhoro a posição que estava, e durmo novamente mas dessa vez. mais enfurecida ainda.

Se tiver próxima vez, eu juro que entro lá com um lança chamas, e do na cara dele.

Notas da autora:

Mas um capítulo aqui pra vocês e espero que gostem tchau mores.