Party- part 2

>>>Chapter 08

-Você só me dá trabalho, Brontë. -Theo carregava Annie nos braços passando por fora da casa dos Van Tien até o carro. -E tem que perder alguns quilos também, sabia?

A verdade era que Theo estava preocupado com a castanha desacordada em seus braços, mas nunca iria falar tal coisa em voz alta. Não importava o que o mecânico tivesse feito, Annie não havia acordado, o que o fez resolver que a levaria a um hospital. Até onde sabia, ela já podia estar em grande perigo.

Theo a colocou no banco do passageiro do carro e pôs o cinto na pintora, indo rapidamente sentar ao seu lado no banco do motorista. Ele escreveu uma mensagem rápida no celular e enviou para Lauren, em seguida ligou o motor e partiu rumo ao hospital.

-Só não morra, ouviu?

-Ta bom...

Theo olhou para a castanha que estava com os olhos levemente abertos e a voz meio arrastada. Sentiu o alívio dominando-o.

-Para onde estamos indo?

-Para o hospital. -Ele disse voltando a atenção para a pista. -Porque você foi beber, Annie? Sabia que não podia!

-Não... Não Theo. Me leva para casa, por favor. Casa...

-Claro que não, garota, você precisa de um médico.

-Por favor não me leva para um hospital, por favor... De novo não...

Theo parou o carro em um sinal vermelho e viu, com a pouca luz que a rua oferecia, que Annie estava chorando. Lágrimas desciam de seus olhos verdes e umedeciam seu rosto e faziam com que fios de cabelo ficassem grudados em sua face.

-Porque? -Foi o que Theo conseguiu abrir a boca para perguntar.

-D-Depois eu te explico. -Theo franziu a testa e apertou o volante entre os dedos, deixando claro que não estava satisfeito. -Tudo. E-Eu prometo. -O sinal ficou verde, porém o Clarence não acelerou. -Por favor, Theo...

-Tudo bem. Mas EU vou ficar de olho em você, e da próxima vez, você vai me escutar.

Annie balançou freneticamente a cabeça em seguidos acenos positivos e sorriu em meio às lágrimas se soltando do cinto e abraçando Theo que não mexeu um músculo sequer.

-Você é bom... Theo Clarence.

-X-

Alek acabava de chegar em casa com Mercedes nos braços e a colocava deitada em sua própria cama.

-Porque tem uma menina desacordada na sua cama?

Era um menininho de aproximadamente 7 anos e cabelos tão loiros que chegavam a beirar o branco. Ele estava parado vestido um pijama azul com bolas de futebol o enfeitando balançando o corpo para frente e para trás na entrada da porta do quarto de Alek.

-É uma amiga, Nathan.

-Você nunca traz amigAs para casa.

-Ela é diferente. -Respondeu suspirando. -Você já jantou? Marlene cuidou bem de você?

-Sim! Jantamos macarrão que nós mesmos fizemos! Ficou muito bom! Fizemos molho branco com bacon.

-Que bacana, Nathan. Agora olha, será que você pode ficar de olho na minha amiga enquanto tomo uma ducha?

-Sim.

-Cuida bem dela viu?

-Pode deixar!

Quando Alek ia entrar no banheiro o loiro perguntou de novo.

-Alek? Você gosta dela?

-Gosto.

-Muito?

-Muito.

-Tudo bem, seu segredo está guardado comigo irmão.

-Obrigado parceiro.

-X-

Trent e Lauren estavam dormindo abraçados na cama de um dos quartos da mansão Van Tien. O barulho da festa já havia diminuído consideravelmente, mas nada havia acordado ou abalado o casal.

Lauren foi quem acordou com o barulho de um choque de um carro contra uma árvore. Algum motorista bêbado, provavelmente um incompetente e altamente irresponsável. Mas o fato é que a acordou com um susto, e no pulo, Trent também acordou.

-Ouviu isso!? -Perguntou Lauren puxando as cobertas cobrindo o busto.

-Hã...? Deve ter sido o Will... É o terceiro carro em 3 meses. -Trent disse passando a mão nos olhos e notando a preocupação da Kingsley. -Ei, ta tudo bem.

-Não, não está. Eu fudi o plano.

-Plano? Isso de novo? Pensei que tivéssemos resolvido esse "problema".

-Não! Não resolvemos! Era importante que eu resistisse! Mas que droga, Trent! -Lauren levantou levando o lençol consigo e pegando as peças de roupa jogadas pelo quarto. -Foi um erro. Isso aqui... Nunca aconteceu. Ouviu?

-Como assim nunca aconteceu, Lauren? -Trent levantou agora com raiva. -Isso aqui, foi a melhor transa da minha vida! Vai dizer que não gostou, também?

A Kingsley parou de andar pelo quarto pegando as roupas e olhou o rapaz sentado na cama com uma expressão de raiva, mas também de tristeza, no rosto vestido com somente a box preta.

-N-Não foi o que eu disse. Foi ótimo Trent. Sério. Melhor que todas as outras vezes. -Trent agora sorriu satisfeito. -Mas...

-Mas? -Disse com medo.

-Mas não é certo.

-Como não? Você quer, eu quero, nós queremos. Fazemos. Ficamos felizes. Cadê o erro?

-Esse é exatamente o erro, Sullivan. Você pode "fazer" com quem você quiser, mas eu só posso ser sua. Você acha isso certo?

-Ta, eu tenho ciúme. E daí!?

-Eu também tenho! Mas não é esse o ponto... Você não sente?

-Sentir? O que?

-Quando alguém sente ciúmes de outra pessoa... Talvez seja porque ela está...

-Apaixonada? -Trent teve que rir. -Desculpe Lauren. Mas paixão é coisa de maricas. Eu não sinto isso.

-Então tudo isso... Não significou nada para você?

-Significou que achei uma pessoa incrível. Você.

-Não é o suficiente...

-O que você quer de mim, Lauren!? Hã!? Me fala!

-Eu quero que você me ame, Trent! ME AME! Como eu... Como eu amo você... -Lauren vestia a roupa depressa e desciam lágrimas por seus olhos. -Que droga Sullivan! Porque você tem que ser assim!?

-Lauren e-eu...

-Me esquece, Sullivan. Para sempre dessa vez.

Lauren saiu do quarto chorando e escondendo o rosto de todos os poucos convidados que ainda restavam na festa. Quando estava para sair pela porta da frente ouviu a voz de Trent romper por entre os sons da festa.

-Lauren! Volta aqui!

Ela olhou-o enquanto ele abotoava os botões da camisa e descia as escadas escorregando em um copo de plástico e caindo no chão. Ele levantou os olhos encontrando-a em um pedido silencioso, porém Lauren simplesmente deu as costas a ele e saiu da festa, e, provavelmente, da vida de Trent.

-X-

Alek saiu do banheiro enxugando o cabelo molhado com uma toalha e encontrou o irmão deitado na beirada da cama ao lado de Mercedes, dormindo. Tão serenamente quanto ela.

-Parece que não aguentou hein Nathan? -Disse baixinho. -Hora de dormir pirralho.

Alek tocou o ombro do irmão que acordou somente para passar os braços pelo pescoço do mais velho para que este pudesse carregá-lo até o quarto ao lado. O quarto de Nathan era coberto de pôsteres do The Avengers e de times de futebol e jogadores importantes, no criado mudo havia uma foto dos dois Roberts, o mais velho levando o mais novo nas costas e ambos usavam chapéus de jornal. Alek colocou o irmão com cuidado na cama e quando estava cobrindo-o o pequeno falou.

-Ela é bonita...

-Sim, ela é.

-Vai namorar ela?

-Posso tentar.

-Tenta, Al. -Nathan bocejou e os olhos começaram a pesar. -Acho que ia ficar feliz com ela...

-Boa noite, That. -O loiro sorriu e fechou os olhos caindo em um sono tranquilo novamente.

Alek ligou o abajur que emitia bolas de futebol por todo o quarto e o deixou, sem fazer barulho, indo até o seu próprio e vendo o celular de Mercedes apitar no chão com várias mensagens.

-Devo ter deixado cair quando a coloquei na cama...

Disse juntando as coisas da bolsa e colocando no criado mudo ao lado da cama. Porém se prendeu às mensagens que apareciam na tela do IPhone.

La Amour no grupo Gary Viado Gostoso: Argh! Odeio o Sullivan! Meninas cadê vocês?

Gary Harrison no grupo Gary Viado Gostoso: O plano não deu certo? O que aconteceu lá em cima, mulher!?

La Amour no grupo Gary Viado Gostoso: Eu transei com ele! E ele falou um monte de merda para mim Gary!

Gary Harrison no grupo Gary Viado Gostoso: Você fez o que!? To morrida! Não era para você transar com ele! Era para fazer ciúme!

La Amour no grupo Gary Viado Gostoso: Eu sei! Gary eu to chorando muito! Por favor vem aqui em casa!

Gary Harrison no grupo Gary Viado Gostoso: Chego aí em 5 minutos.

Alek não estava acreditando no que lia. Então Garett Harrison era gay!? Lauren foi longe a ponto de usar um gay para fazer ciúmes em Trent. Ele precisava contar isso aos meninos, e urgente.

-Alek...?

O Roberts saiu de seus pensamentos colocando o celular da Baker de volta no criado mudo e se virando para a garota semi acordada em sua frente.

-Oi Mer. Está se sentindo melhor?

-Não... Que horas são?

-São... 4 horas da manhã.

-Eu acho que eu vou... -Ela levantou rapidamente e correu para o banheiro vomitando tudo na privada. -Argh...

-Mer? Você está legal?

-Não Alek! Não vem aqui! -O Roberts ignorou os pedidos da castanha e foi até a porta do banheiro onde Mercedes jazia sentada no chão com uma cara péssima. -Não quero que me veja assim...

-Ei, para com isso. Não vou deixar você aqui sozinha. -Ele disse sentando ao lado dela no chão frio.

Mercedes sentiu a garganta arder de novo e se debruçou sobre o vaso vomitando novamente. Seu estômago se retorcia tentando retirar tudo de tóxico de dentro do corpo da Baker. Alek passou a mão pelas costas dela e segurou seus cabelos em um rabo de cavalo alto.

Depois de vomitar mais 2 vezes, Mercedes já se sentia bem melhor. Alek havia ido buscar um copo de água gelada para ela.

-Tome devagar. -Sorriu Alek sentando na cama ao lado dela.

-Obrigada Alek... Eu... Nem sei o que dizer.

-Que tal "obrigado"?-Os dois riram. -Amanhã você não vai lembrar de nada, sabe disso não é?

-Sim. -Ela disse e bocejou deitando novamente na cama. -Dorme comigo?

-E-Eu n-não acho uma boa ideia.

-Por favor?

Alek olhou para a Baker e seus olhos brilhavam em expectativa. Quando iria ter aquela chance novamente?

-Tudo bem. Mas só porque você está doente.

Ambos deitaram e se ajeitaram na cama de forma que ambos ficassem confortáveis na cama de solteiro que o Roberts possuía, para, então, adormecerem tranquilamente.

-X-

Theo carregava uma Annie bêbada e sem noção de nada até em casa. Porém ela balbuciava várias palavras de protesto que o Clarence simplesmente ignorava.

-Não! Não quero ir para lá!

-Estamos em casa, como você queria! Qual o problema agora?

-Minha casa! Não a sua!

-Mas a minha mãe quer...

-Minha mãe! E-Eu quero a minha mãe...

-Ah meu Deus! Eu devo ter dançado pole dance na cruz para merecer cuidar de bêbado!

-Eu não estou bêbada!

-Está sim. -Disse colocando-a no chão enquanto pegava as chaves de casa. -Espera um pouco enquanto eu...

-Essa não é a minha casa. Vamos pra minha casa. Vem Theo!

Annie disse correndo para a casa ao lado e o Clarence não foi capaz de segurá-la. Bufou e andou até ela que estava com uma chave tentando acertar a fechadura enquanto ria.

-Me dá essa chave aqui! -Ele disse puxando da mão dela e abrindo a porta.

-Obrigada, TC.

-TC?

-Theo Clarence. Você é meio burro às vezes...

Theo revirou os olhos e abriu a porta deixando Annie entrar primeiro e correr escada acima. Ele se deixou demorar um pouco enquanto mandava uma mensagem para a Sra. Clarence e Lauren.

Lauren Kingsley: Estou com a Annie. Ela parece bem, além de bêbada, mas ficarei de olho nela caso haja alguma mudança.

Mamãe: Mãe, estou com a Annie na casa dela, por algum motivo não quis entrar na nossa. Ela está bem. Vou cuidar dela.

Ele guardou o celular no bolso da calça e entrou fechando a porta atrás de si e passou os olhos na casa. Era muito parecida com a sua própria, porém tinham vários quadros nas paredes e alguns arranjos de flores nas mesas de centro e adornos. Theo parou para observar um quadro onde estavam todos os Brontë, Annie sorria segurando seu gato Angus e sua mãe a abraçava por trás enquanto seu pai estava com a mão em cima do ombro da Sra. Brontë. Era uma bela pintura, e abaixo havia a assinatura do autor. A própria Annie Brontë.

Theo saiu de seus devaneios quando ouviu o som de algo caindo no andar de cima e correu para averiguar.

-Au! Quem colocou isso aqui, hein?

Annie estava caída no chão e em seus pés havia um tripé para apoiar os quadros no qual pintava.

-Você está bem? -Theo ajudou-a a levantar e sentiu o cheiro forte de bebida nela. -Você precisa de um banho.

-Estou com sono, Theo...

-É. Eu sei. Vem cá...

Theo ajudou-a a sentar na cama enquanto ele procurava lençóis para cobrí-la. Ao achá-los, voltou e encontrou Annie dormindo encolhida na cama de frio, porém notou algo. A blusa branca que Annie usava estava levantada devido à posição em que se encontrava, portanto, Theo notou uma protuberância em sua barriga muito bem escondida por uma camada de bandagens que cobria seu abdômen. O Clarence levantou as sobrancelhas entranhando tal coisa e lembrou do que ela havia dito. Do que todos haviam dito.

-Ah você vai sim! E não vai deixar ela chegar perto de bebidas alcoólicas. -A Sra. Clarence estava com um semblante preocupado. -Pode causar efeitos colaterais...

-Ela toma remédio controlado, Theo. Não se pode ingerir álcool quando faz uso desse tipo de remédio, é extremamente perigoso para a saúde dela.

-Por favor não me leva para um hospital, por favor... De novo não...

De repente a ficha caiu. Annie estava doente. Efeito colateral. Remédio controlado. Várias idas ao hospital... Tudo fazia sentido agora. Annie Brontë estava doente e até onde sabia podia ser algo grave. Um tumor talvez, já que é visível ao olho a protuberância em sua barriga. Roupas folgadas. Por isso ela as usava.

Theo colocou as mãos na cabeça preocupado e caiu sentado na poltrona ao lado da cama da Brontë.

-Meu Deus Annie... Não posso proteger você disso.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top