One Last Step

Oi Oi Oi gente!
Vim um pouco mais cedo com esse capítulo porque não estou me aguentando de ansiedade para o crossover com O Enigma das Asas de Ouro que vai acontecer próximo cap!! \o/
Quem ainda não leu, por favor leia! Vai ser mais prazeroso se você souber a história de lá! LEIA!
Na capa temos Natasha e Stephen Talahasse que vão ter um X só para eles nesse cap já que vão ser importantes nos crossover.
A música que trago hoje é do lindo maravilhoso gostoso charmoso talentoso e sensacional Bruno Mars(sim sou uma Hooligan 4ever) cuja música está aí em cima e você pode ouvir agora se quiser!! Um poema do nosso caro Vinícius de Moraes e a citação de uma banda de rock que curto que se chama Skillet. Espero que gostem!
Sem mais delongas, vamos ao capítulo! Boa leitura meus fofuxos!

>>>Chapter 14

"Oi aqui é o Alonso! Não posso atender agora, então deixe seu recado depois do bip que talvez eu retorne"

Annie desligou o celular bufando. Já estava cansada de ouvir sempre a mesma voz mecânica de Alonso dizendo essa mesma frase. A essa altura, ela queria vê-lo gritar com ela só para poder ouvir sua voz de verdade.

Por outro lado, seu celular não parava de chamar com a foto do Clarence na tela. Ela sempre desligava. Arriscou uma mensagem "quero ficar sozinha" que foi respondida com "eu não me importo".

Annie Brontë não tinha mais lágrimas para derramar, então pintou-se chorando. Cores negras como seus sentimentos agora e um coração quebrado em mãos com as estrelas chorando com ela e o céu se desfazendo em chuva.

Lauren Raputenga: Ele está muito chateado, Annie. Dá um tempo para ele.

Mer Baker: Eu sabia que ia dar merda.

Lauren Raputenga: Não está ajudando, Mercedes!

Mer Baker: Ta. Desculpa. Dá um tempo para ele pensar, Annie. Depois fala com ele com calma.

Lauren Raputenga: A nerd tem razão. Vou tentar aliviar as coisas aqui, mas não garanto nada. Ele se trancou no quarto e não sai nem amarrado.

Annie travou a tela do celular e se deixou cair na cama de novo.

-É o fim! E eu achando que Nashville ia ser uma cidade incrível... Agora só o que eu quero é ir embora...

-X-

-Como ela está?

-Bem triste. -Respondeu Mercedes travando o celular. -E o Theo?

-Nada ainda. -Respondeu Alek suspirando. -Deve estar falando com o Trent.

-Notícias da Beverly?

-Ela foi ao jantar com o Van Tien. -Deu de ombros.

O casal estava no sofá da sala da casa do Roberts vendo um filme na TV. Mercedes estava sentada com as costas encostadas no braço do sofá com os pés em cima das de Alek enquanto comiam pipoca cobertos por um lençol e o irmão de Alek, Nathan, estava deitado no chão com um endredon comendo, também, pipoca que ele exigiu que fosse só dele.

-Quem está triste? -Perguntou Nathan sem tirar os olhos da TV.

-Minha amiga, Annie. -Explicou Mercedes. -Ela nem foi à escola hoje.

-Manda ela comer sorvete. Sempre me faz ficar feliz de novo. -Aconselhou Nathan e os dois riram.

-Eu falo para ela. -Disse Mercedes vendo Nathan sorrir.

-Gosto de você com meu irmão. Eu disse para ele que você era legal.

-Nathan! -Ralhou Alek.

-O que foi? Você disse que é feio mentir!

Mercedes gargalhou e colocou a mão na nuca de Alek acariciando seus fios escuros.

-Ele também é um cara super legal.

-Claro que é! É meu irmão!

Eles gargalharam de novo e quando Nathan olhou para a tela novamente, se beijaram.

-Seu irmão sabia primeiro que a gente. -Sussurrou Mer.

-Me lembra de sempre acreditar nele. -Sussurrou de volta tomando os lábios de Mercedes nos seus novamente.

Na hora de ir embora, Alek e Nathan a acompanharam até o carro.

-Já arrumou suas malas That? -Perguntou Mercedes sorrindo para o pequeno que correu na frente enquanto eles saiam pela porta acompanhada por Alek. -Sábado viajamos.

-Vou levar o Mike e o Sully de Monstros SA! Al já arrumou minha mala.

-Ele ta levando mais boneco que roupa.

Mer gargalhou vendo o carro da mãe se aproximar e o vidro ser aberto.

-Como foi? -Perguntou a mãe de Mercedes com um sorriso.

-Eles se comportaram só quando acharam que eu não estava vendo, Sra. Baker! -Declarou Nathan.

-Ainda bem que ficou de olho nesses dois, pequeno Nathan.

-Como a senhora mandou!

Os dois se entreolharam super corados e de olhos arregalados pensando a mesma coisa.

"Fomos traídos por um pirralho de 7 anos."

-Eles acham que só porque eu estava vendo Toy Story quer dizer que eu não estava vendo eles se beijando no sofá. -Disse o Roberts menor simples e com um sorriso no rosto.

-NATHAN! -Gritaram Alek e Mercedes juntos completamente vermelhos.

-Mãe! Mandou uma criança de 7 anos ficar me espionando?

-Mandei. Agora entra no carro, mocinha. -Disse a Sra. Baker séria enquanto via a filha entrar no carro. -Tchau Alek! Espero que o que vocês tenham seja sério mesmo, porque eu conheço todos os policiais de Nashville.

-Entendi. -Respondeu Alek nervoso. -Ela é minha namorada, então... Eu tenho esse lance que namorada é uma parte de mim.

-Espero que seja uma parte que você goste, bonitinho.

A Sra. Baker deu a partida no carro e Alek só viu Mercedes acenando e falando "desculpa" enquanto ria.

-Seu traidor! -Ralhou o Roberts mais velho.

-Ué! Eu quero o dinheiro para comprar aquele HotWheels!

-X-

-Alonso Kingsley! Isso já está ficando ridículo! -Gritou Lauren. -Você não desce nem para brigar comigo pelo Oreo! -Ela cruzou os braços. -Eu acabei com a nutella! -Continuou, porém não obteve resposta. -ABRE ESSA PORTA ALONSO!

-Me deixa em paz Lauren! Sabe que quero ficar sozinho!

-Isso eu entendo, mas quando você quer morrer de fome é outra história!

A porta foi aberta repentinamente, revelando um Alonso sem camisa e com os fios loiros arrepiados e olheiras.

-Porque você não me deixa em paz? Estou estudando!

-Me engana que eu gosto! Quando você estuda você liga o som, a mesma mania irritante da Brontë.

Alonso revirou os olhos e já ia fechar a porta mas Lauren colocou o pé impedindo-o que somente deu-lhe as costas e se jogou novamente na cama.

-Esse quarto está mais deprê do que quando a mamãe notou que já estava usando G.

-Fala logo o que quer, pirralha.

-1º, deixei de ser pirralha e derivados a uns 5 anos. 2º, tem uma Annie desesperada no whatsapp me deixando louca.

-Não me importo.

-Pois comece, porque ela é minha amiga, apesar da cagada que ela fez.

Lauren sentou na ponta da cama enquanto Alonso olhava pela janela pensativo e suspirou.

-Olha Al... Você já conversou com ela?

-Não tem o que conversar La... Eu vi ela com o mecânico. -Ele suspirou. -Eu tinha notado o olhar dele nela... Mas eu não dei importância.

-Alonso, sei que foi sacanagem, mas se ela te explicar... O Theo, depois do que você viu, ainda fez uma coisa pior do que o que ela fez contigo.

-O que?

-Quando ela voltou chorando porque tinha te perdido... Theo estava lá, a esperando. Só que antes que ele ou ela pudessem dizer algo, a Beverly Winkler chegou para buscar o Theo para jantar com ela.

-Não sei onde está a pior parte. -Disse Alonso emburrado mexendo-se na cama desconfortável.

-Você não entendeu? Ele a usou, Al.

-Assim como ela ME usou.

-Não! Ela gosta de verdade de você. Conversa com ela... Por favor.

-O que você ganha com isso? -Perguntou Alonso desconfiado se levantando e cruzando os braços.

-Como assim? Não posso querer o melhor pro meu maninho? -Alonso levantou uma sobrancelha como quem diz "conta outra". -Ta! Além dela me deixar em paz no whatsapp, você sempre me dá carona pro colégio e eu não preciso andar.

-Estava bom demais pra ser verdade... -Alonso virou os olhos.

-Mas é sério! Você devia falar com ela. Só eu vi como você estava feliz.

-Eu vou falar. -Decidiu Alonso. -Amanhã irei no colégio depois da aula.

-Obrigada, BigBrother!! Você é demais!

-Eu sei. -Ele riu. -Agora, cadê aquele Oreo?

-X-

Novo dia em Nashville, mas não queria dizer que era um dia bom.

Nuvens nubladas pintavam o céu de cinza e uma brisa forte fez com que todos se agasalhassem e alguns corações ficassem mais frios que o normal, como era o caso de Theodore Clarence.

O mecânico andava totalmente de preto, com exceção da blusa cinza por debaixo do típico casaco de couro negro de badboy que faziam muitos dos alunos da Archimedes sentirem calafrios. Os olhos de Theo estavam sem brilho, estavam assustadores. Profundos, porém sem sentimentos. Seus pensamentos embalados por musicas pesadas do Skillet que relatavam exatamente seu estado naquele momento.

Annie Brontë estava sentada com suas amigas, vendo-as falando dos preparativos para a viagem que seria naquele sábado para GoldWing, na Inglaterra.

Já era sexta, e todos estavam eufóricos, exceto aqueles dois.

Annie estava distante e suas amigas já haviam desistido de tentar falar com ela. A Brontë havia se escondido em uma nuvem de tristeza embalada por suas músicas nos headfones alto o suficiente para que se perdesse nelas. Quando arriscou uma olhada ao redor do pátio, encontrou os olhos do mecânico a encarando arrependidos, porém ela simplesmente levantou pegando seu material e entrou no prédio deixando suas amigas confusas com a reação, mas logo notando Theo do outro lado do pátio.

-Vou falar com ele. -Disse Lauren. -Ele não pode chegar perto da Annie hoje.

-Porque não? -Perguntou Amelia.

-Porque meu irmão vem aqui falar com ela. -Disse olhando assassina para o Clarence. -E não quero que ele atrapalhe.

-Ainda não acredito que ele fez aquilo com a Annie. -Disse Garett.

-Estou com tanta raiva dele! Como pôde? Foi tudo armação? Ela confiou nele... -Disse Mercedes indignada. -Até eu estava pensando que ele tinha mudado.

-Eu também achei que com ela fosse diferente. -Disse Alek com o braço ao redor da namorada. -Ele não falou nada à respeito. Não comigo pelo menos. -Acrescentou Alek que estava sentado na mesa das meninas. -Quando Mer me contou, fiquei bem surpreso.

-Só precisamos segurar ele longe dela até o final da aula.

-Vou avisar pro Trent, porque já conversei com ele e ele disse que está do lado da Brontë.

Alek levantou dando um selinho na namorada e se afastando até onde Trent estava decorando as últimas fórmulas químicas para a aula.

-Vocês são tão fofos! -Disse Amelia quando o Roberts já não podia ouvir.

-Ela tem razão! Vocês super combinam. -Disse Garett Harrison.

-Obrigada. -Disse Mercedes corada. -Só lembrando que não somos bem namorados ainda. -Disse a Baker balançando as mãos. -Ele ainda não me pediu.

-Querida, estamos no século XXI! -Disse Garett ajeitando o lenço rosa no pescoço. -Se estão juntos, já são namorados. Ninguém faz mais serenatas na janela, meu bem.

-O Harrison tem razão, Baker. -Disse Amelia. -Comigo e com o Drew ele não precisou dizer. Ele só me apresentou como sua namorada a todos e me deu uma rosa vermelha no fim do dia. -Amelia estava enrolando uma mecha de cabelo olhando seu namorado ao longe conversando com Victor Van Tien sobre os treinos. -A gente só soube.

-Mas o Alek não me deu rosa nenhuma ainda. -Disse Mercedes confusa.

-Talvez ele esteja aprontando algo para o fim do dia, ou na viagem. -Tentou Garett. -Relaxa benzinho, Alek é um cara legal, ele com certeza está planejando algo.

-Espero que sim...

O sinal soou e eles recolherem seus materiais indo para suas salas, porém Lauren deu uma desculpa qualquer ficando para trás e andando em direção ao mecânico de jaqueta preta.

-Clarence? Posso falar contigo? -Disse a Kingsley séria.

-Já está falando. -Disse grosso.

-Nossa! Que mau humor! Mas vou direto ao ponto flor do dia: quero que fique longe dela. E estou falando sério.

-Você sabe que não irei fazer isso. -Disse Theo a encarando.

-Ah você vai, porque se não fizer, eu vou contar para todo mundo aquele seu segredinho.

-Não tenho nada a esconder, Kingsley.

-Engraçado, porque não foi isso que eu vi na sua ficha. -Disse Lauren com um sorriso maligno.

-Como teve acesso à minha ficha!?

-Pouco importa. -Deu de ombros. -Mas estava lá que você foi detido por 6 meses, e não havia sido a primeira vez! Que coisa feia...

-Isso não é da sua conta!

-Tem razão, não é. Mas é da Annie. Você acha mesmo que ela ficaria com você? Um delinquente?

-Meu passado não importa. Sou uma nova pessoa agora.

-Se vai querer arriscar... -Lauren deu de ombros e deu as costas a ele começando a andar.

-Espera! -Theo disse e Lauren sorriu sem virar para olhá-lo. -E-Eu vou tentar.

-Não tente, consiga! -Disse séria e de um jeito ameaçador. Theo podia dar medo, mas quando Lauren queria, ela dava muito mais. -Aproveite e dê a ela um motivo a mais para se afastar de você. -Lauren disse sorrindo e lhe dando as costas novamente e se afastando. -Foi um prazer fazer negócios com você, Sr. Clarence.

-X-

-Tudo bem turma! Todos prontos amanhã às 7h da manhã que os ônibus passarão em suas casas para levá-los ao aeroporto. -Disse o professor Talahasse com um grande sorriso nos lábios e os olhos azuis brilhando de entusiasmo. -Espero que todos estejam afiados para ganharmos essa competição, porque vamos para a Inglaterra pessoal!

Todos na sala gritaram de alegria e euforia fazendo planos e expectativas com seus colegas enquanto arrumavam o material e saiam da sala de aula.

As atividades extra-curriculares foram suspensas para o último ano da Arch para que pudessem ir para casa mais cedo, a fim de arrumar as malas para a grande viagem.

Annie deu "tchau" para Mercedes e Lauren, deixando combinado que ficariam esperando pelo ônibus na casa da Brontë no dia seguinte, e seguiu rumo à saída da Archimedes High School.

A pintora carregava vários formulários e circulares esclarecendo os últimos detalhes da viagem, além de vários desenhos e papéis das aulas do dia. Ou seja, suas mãos estavam abarrotadas de coisas.

-Annie! -Trent a chamou indo em direção à ela que o esperou. -Pode me dizer se a Lauren ela... Sabe?

-Falou de você? -Ele assentiu. -Só que ia fazer você pagar por ter nascido, o mesmo de sempre. -Deu de ombros.

-Ainda bem! -Trent sorriu aliviado. -E sobre o Theo, sabe Annie, ele não quis...

-Acho que não é uma boa ideia você falar comigo sobre isso.

-Mas Annie, eu to do seu lado ta? Mas é que ele realmente gosta de você.

Annie olhou pro outro lado indignada com aquelas palavras e, ao fazer isso, flagrou Theo aos beijos com Beverly na parede oeste do pátio.

-T-Tem certeza d-disso? -Perguntou Annie já sentindo as lágrimas descerem por sua face.

Trent olhou para aquele lado e ao voltar com os olhos para a Brontë ela já corria para fora do colégio. Ele balançou a cabeça negativamente e andou lentamente com as mãos nos bolsos até o Clarence.

-Pronto. Fiz do jeitinho que pediu, Clarence. Apesar de continuar achando que é suicídio amoroso.

Theo se afastou de Beverly e ajeitou o cabelo disfarçadamente olhando para Lauren que assentiu aprovando.

-Te vejo amanhã, Beverly. -Disse mais como uma ordem para que a Winkler saísse dali, e foi exatamente o que ela fez indo até o grupo do namorado mais à frente.

-Porque fez isso? -Interrogou o Sullivan com uma feição triste. -Você sabe que ela nunca mais vai querer ficar com você.

-E é exatamente o que ela precisa fazer. -Disse Theo olhando para baixo. -E-Eu não sou o cara para ela. -O Clarence olhou para cima lutando com a tristeza que o invadia.

-Cara, isso é a coisa mais clichê e ridícula que já ouvi. -Disse Trent com raiva. -Você não viu o que eu vi! Foi horrível ver aquela garota sair correndo chorando porque um panaca que nem você não tem bolas para ficar com ela.

-Não depende de mim Trent! Não tenho escolha!

-Você tem, amigo, o problema é que normalmente essa escolha é difícil e nunca queremos tomá-la, mas você tem sim.-Disse sério. - Então não me venha com esses lamentos sem futuro. Se quer a garota, lute por ela.

-Igual a você!? -Acusou Theo com raiva. -A Lauren esteve aí esse tempo todo e você não teve peito para fazer dela sua namorada. Quem não tem bolas agora!?

-Pelo menos eu admiti e agora estou lutando por ela. E você, Clarence? -Disse Trent mantendo a voz calma. -Pensa um pouco tá? Te vejo amanhã, parceiro. Te cuida.

Theo nada disse, somente continuou ali parado vendo o amigo se afastar e ir embora, assim como todo o resto dos alunos da Arch.

-X-

Annie saiu do colégio com a visão embaçada correndo apressada e esbarrando em alguém fazendo todos os seus livros e papéis caírem.

-M-Me d-desculpa!

Ela se abaixou para pegar os livros e logo foi ajudada por um rapaz de cabelos loiros como ouro, que era impossível não reconhecer como sendo Alonso Kingsley. Annie paralisou olhando-o nos olhos, ali agachados no meio da calçada com uma bagunça de livros entre eles.

-Acho que sempre que te encontrar você vai deixar as coisas caírem. -Disse forçando um sorriso se referindo ao modo como se conheceram. -Porque está chorando?

-A-Acho que n-não importa você... Está c-com raiva de mim. Tentei ligar v-várias vezes eu...

-Ei. Está tudo bem. Eu vim conversar com você. -Disse pegando o material de Annie e ajudando-a a levantar. -E acho que a conversa pode começar com o porque de você estar chorando.

-V-Você quer conversar lá em casa? Já está ficando escuro. -Perguntou limpando as lágrimas com as costas da mão.

-Claro, vamos eu te dou uma carona.

Annie aceitou de bom grado e foram em silêncio até a casa dela. Ao chegar lá, Maggie Brontë ficou muito feliz por ver Alonso novamente e foi fazer cookies enquanto deixava os dois conversarem.

Annie trocou de roupa rapidamente e sentou na cama encostada na parede e Alonso estava olhando pela varanda para o quarto de Theo. Ambos em silêncio.

-Eu admito que quando aconteceu eu não lembrei... Tipo, de você. -Admitiu Annie sem coragem de olhá-lo nos olhos. -E-Eu estava morando com ele, então era difícil ficar longe sabe?

-Quando?

-Depois do nosso encontro.

Alonso se remexeu inquieto e suspirou encarando as mãos juntas quase que como em uma prece. A Brontë estava se sentindo terrível mas havia lhe prometido a verdade, então forçou-se a continuar:

-No dia seguinte, depois de toda a euforia, eu lembrei e fiquei me sentindo culpada. Conversei com a Mercedes e ela me alertou sobre ele. -Disse Annie com dificuldade já sentindo o nó na garganta. -E-Eu não quis escutar.

-Estava disposta a ficar com ele? -Perguntou sem olhá-la.

-S-Sim... -Admitiu.

-E eu? Como eu ficaria?

-Eu ia te falar! Mas você não atendia o celular e nem respondia os sms's que eu mandava. -Antes que Alonso pudesse responder, ela continuou. -Você estava em prova. Eu entendo e não o culpo. A culpa é somente minha...

-Só não entendo como você, em 3 dias, ficou convencida a ficar com o Clarence.

-Ele falava coisas... Fazia coisas... Argh! Era diferente Alonso. E-Eu passei a realmente gostar dele. Nos tornamos amigos e depois...

-Tudo bem. -Disse Alonso olhando-a agora. -Agora no dia em que eu...

-Tinha tido uma reunião aqui e todos estavam presentes. Quando você chegou, só havia sobrado o Clarence.

-E o que aconteceu depois que eu fui embora?

-Eu descobri que tudo tinha sido uma farça. -Disse Annie agora sentindo uma lágrima escorrer. -Todas as palavras, sentimentos e gargalhadas... Ele ainda estava com a Beverly.

-Nunca gostei dessa menina. -Disse Alonso e Annie sorriu.

-Ela não presta. -Alonso sorriu. -Naquela noite... Eu descobri que nunca realmente tive o Theo, e havia acabado de perder você... -Annie deu de ombros enquanto suas lágrimas caiam pelo rosto enquanto tentava inutilmente limpá-las. -E hoje eu vi de novo. Ele esfregando na minha cara que tinha conseguido ficar com "a novata da Arch".

-Eu estou realmente muito surpreso. -Disse o Kingsley vendo Annie olhá-lo atenta. -E-Eu não sei o que dizer.

Eles ficaram um tempo em silêncio. Alonso voltou a fitar a varanda e Annie passou a olhar as mãos.

-Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Annie recitou olhando para as mãos cobertas pela longa manga da camisa.

-É o começo de um poema chamado Ternura do Vinicius...

-De Moraes. -Completou Alonso e Annie sorriu sem olhá-lo. Ela sabia que ele reconheceria.

-Gastei horas gravando para falar para você. -Disse Annie em meio às lágrimas levantando o rosto para finalmente fitá-lo. -Me perdoa?

-Claro, An. Eu não poderia não perdoar você depois de citar um poema desses para mim.

Annie sorriu e o abraçou escondendo seu rosto na camisa branca de Alonso que ficava ensopada com suas lágrimas.

It's been so long since we had time
(Faz muito tempo desde que tivemos tempo)
Let's take a day and make everything right
(Vamos tirar um dia e fazer tudo certo)

Just take my hand
(Só pegue minha mão)
Fall in love with me again.
(Se apaixone por mim novamente)

Alonso cantou baixo e Annie se afastou um pouco para olhá-lo e sorriu. Ele sabia que ela amava aquela música. Sabia que se encaixava perfeitamente naquele momento.

Ele parou de cantar para depositar um beijo singelo nos lábios úmidos de Annie e, dessa vez, ele que a abraçou.

Let's runaway to the place where love first found us
(Vamos fugir para o lugar onde o amor nos encontrou)
Let's runaway for the day
(Vamos fugir para aquele dia)
Don't need anyone around us
(A gente não precisa de mais ninguém)

When everything in love gets so complicated,
(Quando tudo no amor fica tão complicado)
It only takes a day to change it.
(Leva apenas um dia para mudar)

What I have to say can't wait,
(Quando tenho de dizer não pode esperar)
All I need is a day
(Tudo que preciso é um dia)

So let's runaway...
(Então vamos fugir)
Just for the day...
(Apenas pelo dia)

-Runaway do Bruno Mars. -Disse Annie se sentando novamente na cama. -Não havia escolha melhor.

-Também passei horas gravando ela para cantar para você.

Ambos gargalharam e ficaram daquele jeito apaixonado por um tempo que pareceu infinito até mudarem de assunto, mas não antes de mandarem um áudio para o grupo das meninas e Garett sobre o reatamento dos dois.

Eles ficaram conversando até mais tarde, ouvindo música com Alonso deitado na cama enquanto Annie arrumava as malas.

-Argh! Que ódio! Não cabe!

-Não cabe o que? -Perguntou Alonso tirando os olhos do caderno de desenhos.

-Os... Patins... Deluxe... De... Minnesotta... ENTRA!

-Porque você vai levar esses patins lilás para a Inglaterra? Lá é frio, mas não tem neve.

-Ah não. -Annie sorriu segurando os patins e sentando na cama mostrando-os. -Eles não cabem mais em mim.

-Pior ainda! Porque vai levar patins que não cabem em você para um lugar sem neve?

-Foi um presente de um amigo muito especial. -Disse Annie passando os dedos pelos patins. -Ele me deu 1 mês antes de eu me mudar para a Califórnia dizendo que não era para esquecer dele.

-E porque ele te deu?

-Bom... -Annie foi mais para perto de Alonso e se deitou ao lado dele ficando mais confortável. -Minha mãe não tinha como pagar um par de patins para mim, além de que iríamos embora logo, porém eu nunca havia patinado e queria muito.

"-Vocês vão pro lago congelado hoje? -Perguntou Tereza, uma das colegas de classe de Annie. -Todos vão patinhar lá essa tarde.

-Sim! Vai ser incrível! Toda a nossa sala vai estar lá. -Acrescentou Kimberly.

-Eu não vou meninas... Me desculpem. -Disse Annie mexendo no cachecol rosa.

-Não estamos surpresas, Brontë. Você nunca pode nada!

-É! -Todas as meninas disseram em coro concordando com Tereza.

-É o que acontece quando se é doente! -Acusou Tereza.

-É! Problemática! -Instigou Kimberly.

Todas as meninas do grupo gargalharam e Annie correu chorando e encontrou um canto afastado para se esconder de olhos acusadores.

Não havia feito 1 ano que seus pais haviam descoberto sua doença rara e Minneápolis não tinha médicos capacitados para tratá-la. Então eram várias viagens e vários exames mensais dolorosos. Leve em conta que Annie devia ter por volta de 7 anos.

Ela só poderia ser operada quando estivesse no final da adolescência, mas precisava fazer tratamentos para que a doença não avançasse ou seu corpo começasse a rejeitar.

Os vários tratamentos a haviam deixado fraca e seus pais com quase nenhum dinheiro. Por isso a mudança, para ficar mais perto do tratamento.

Naquela tarde em Minneápolis Annie se convencia que sempre seria assim: a menina doente.

Foi então que ele chegou.

-Ei menina, você está bem? -Quando se aproximou reconheceu-a. -Annie, oi! Porque está assim?

-Odeio ser doente! -Annie reclamou limpando as lágrimas com as costas da luva. -Todos da sala foram patinar no lago congelado hoje... Menos eu.

-Por quê? Quando se é doente, você ganha pirulito do médico!

-Minha mãe gastou todo nosso dinheiro em remédios... Não pode comprar meus patins.

-Qual é, Annie? Você pode patinar no próximo inverno!

-Não posso não... Vou me mudar próximo mês. É meu último mês em Minnesotta. -Annie olhava o lago congelado e as crianças brincando. -Mas está tudo bem eu...

-Espera aqui.

Não demorou muito e o pequeno Arthur Lancaster havia voltado com uma caixa branca com um belo laço vermelho enfeitando-o.

-Arth... -Annie não sabia o que dizer.

-Eu havia economizado e... Já que você está indo... Queria te dar uma coisa para você lembrar de mim. -Ele estendeu a caixa. -Por favor, aceita.

Annie pegou a caixa assentindo e a abriu revelando patins lilás e branco Deluxe. Lançamento da época em suas cores favoritas. Como ele soube? Fora somente um palpite? Pouco importava. Arthur Lancaster havia feito algo pequeno, mas que refletiria em Annie para sempre.

-Nos veremos de novo? -Perguntou depois de abraçá-lo.

-Tomara que sim.

Arthur sorriu e Annie prometeu a si mesma nunca esquecer dele. Nunca esquecer aquele sorriso.

Ela levantou e foi até o lago com Arthur para aprender a patinar e ficaram brincando no inverno de Minnesotta até o céu mudar de tom."

-Por isso não posso esquecer esses patins. -Finalizou Annie.

-Você acredita em destino? -Perguntou Alonso.

-Acredito. Se não, quais as probabilidades de vê-lo novamente? Faz 10 anos... -Annie olhou os patins em suas mãos. -Será que ele ainda lembra de mim?

-X-

-Natasha!? Já arrumou nossas malas?

Talahasse chegava em casa e já ia tirando a gravata da camisa e os sapatos com um largo sorriso no rosto.

-Já pai!

Uma moça de 27 anos com belos cabelos castanhos claros apareceu na sala usando um avental de cozinha e com o cabelo preso em um coque com alguns fios soltos.

-Está tudo pronto! Estou acabando de fazer nosso jantar especial para comemorarmos!

-Hmmmm! O cheiro está bom. O que vai ser hoje?

-Novo prato que aprendemos na faculdade! Espero que eu tenha conseguido acertar o ponto da carne.

Talahasse abraçou a filha e começou a arrumar a mesa de jantar para ajudá-la.

-Não posso ver a hora de reencontrar a Megan! -Disse Natasha Talahasse trazendo uma travessa fechada com o jantar. -E Ruben? Phillip? Meu Deus! Estou muito ansiosa! Obrigada por ter conseguido que eu fosse como monitora das meninas, pai.

-De nada, Naty. -Ela sorriu ao ouvir seu apelido.

-Me sinto uma criança de novo.

-E eu vários anos mais novo!

-Você é novo, pai!

-Mas não como era na época que morávamos em Londres. -Ele piscou e ela gargalhou.

Os dois riram e a castanha colocou o ultimo prato na mesa retirando o avental e se sentando enquanto Stephen Talahasse servia vinho branco nas taças e Natasha revelava uma deliciosa torta de carne com condimentos e purê de batatas, receita australiana que havia aprendido na faculdade de gastronomia que cursava.

-À viagem mais nostálgica de nossas vidas!

Declarou Stephen levantando a taça e brindando com a filha.

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