Capítulo 9 Visitando a mãe
Fui até a casa da minha mãe com Heitor. Ele estava no meu colo, todo sorridente, como se soubesse que ia ser mimado o dia todo. Minha mãe mal conseguia esperar para rever o neto. Era uma daquelas visitas que sempre fazem meu coração bater mais forte, pois a casa dela tem aquele jeitinho acolhedor, como um abraço que nunca termina.
Chegamos, e, antes mesmo que eu pudesse dar um passo dentro da casa, ela já apareceu na porta, sorrindo de orelha a orelha.
— Oi, minha filha, que saudade! — ela disse, dando-me um abraço apertado.
Tentei não me emocionar, mas a verdade é que, toda vez que a vejo assim, cheia de carinho, me sinto imersa em uma mistura de gratidão e amor.
— Oi, mãe. Olha quem trouxe comigo. — falei, segurando Heitor com mais força. Ele estava me olhando com seus olhinhos curiosos, ainda um pouco tímido, mas sempre tão calmo.
Quando minha mãe olhou para ele, o sorriso dela se alargou, e a emoção foi instantânea. Ela foi até nós e, como quem não aguenta mais a espera, estendeu os braços e pegou o Heitor com um cuidado enorme, quase reverente.
— Ai, meu Deus, que coisa mais linda, meu neto! — disse, com os olhos brilhando. — Como você está grande, meu amor!
Eu sorri, vendo a maneira como ela o olhava. Era tão diferente. Ela sempre foi cheia de amor por mim, mas o olhar dela sobre o Heitor, esse olhar de avó, era quase palpável, uma mistura de orgulho e encantamento. Ele, por sua vez, começou a rir. Era difícil não se derreter por ele.
— Olha só, mãe, você está apaixonada por ele, né? — comentei, rindo de leve, mas com um toque de orgulho na minha voz.
Ela olhou para mim, ainda com Heitor nos braços, e, com uma expressão de quem estava vivendo um momento único, disse:
— Como não me apaixonar? Ele é a coisa mais linda do mundo, Emanuelle. Parece que foi ontem que você era bebê, e agora estou aqui, com o meu neto nos braços... — ela deu um beijo no rosto dele. — Você trouxe ele pra eu cuidar, né? Vou dar muito colo, muita atenção. Ele é meu xodózinho agora.
Eu sabia que ela falava com tanta verdade que não tinha como não sorrir. Meu filho estava recebendo tudo que sempre sonhei para ele: carinho, atenção e, acima de tudo, amor. Ele parecia entender que ali ele estava seguro, acolhido, e isso me dava uma paz imensa.
O dia foi passando entre risadas, brincadeiras e conversas que fluíam com a naturalidade de quem compartilha a vida há anos. Heitor adorava o som da risada da minha mãe, então se sentia ainda mais à vontade, soltando gargalhadas gostosas a cada pouco.
— Ele tem um sorriso que ilumina qualquer ambiente! — minha mãe comentou enquanto observava o neto com os olhos vidrados.
Eu me sentia privilegiada. Privilegiada por ver a conexão deles crescendo a cada dia. Não apenas uma avó e um neto, mas uma relação sólida, verdadeira, algo que eu sabia que nunca se perderia.
À tarde, depois de brincar um pouco, minha mãe me sugeriu:
— Que tal eu dar um banho nele, Emanuelle? Sei como ele adora.
Eu ri, sentindo um alívio. Às vezes, quando o dia estava longo e eu sentia o peso das responsabilidades, poder contar com minha mãe era uma benção.
— Claro, mãe. Fica à vontade. Ele adora quando alguém cuida dele desse jeito.
Ela se levantou com Heitor em seus braços, indo para o banheiro. Ficou um tempo lá, e o som das águas correndo misturava-se com as risadas dele. Era uma cena tão tranquila, tão perfeita. No fundo, eu sentia que tinha acertado em cada escolha, em cada passo, desde que decidi seguir com a adoção. Heitor se tornou o centro da minha vida, e ver o jeito como ele se relacionava com minha mãe só reforçava que o amor que eu tinha por ele era imensurável.
Quando minha mãe voltou do banho, Heitor estava mais calmo, com um sorriso nos lábios e os olhos brilhando. Ela me olhou e disse:
— Ele é um anjo, Emanuelle. Ele adora quando canto para ele.
Eu a observei com um sorriso. A forma como minha mãe lidava com ele sempre me tocava. Ela sempre tinha essa capacidade de fazer tudo parecer mais fácil. A sensação de vê-los juntos, de ver o amor entre avó e neto florescendo ali na minha frente, era um presente que eu guardaria para sempre.
— Ele é a nossa joia, mãe. Ele trouxe uma luz nova para todos nós. — falei com emoção.
Ela me deu um olhar carinhoso, como quem reconhece que, naquele momento, estávamos todas em sintonia, vivendo o melhor da vida, no aqui e agora. Não havia nada mais importante do que aquilo: a nossa família, juntos, vivendo momentos simples, mas tão profundos.
Com a noite chegando, minha mãe insistiu que eu ficasse para o jantar. Ela já estava preparando tudo com aquele toque especial que só ela sabe dar.
— Vou preparar sua comida favorita, Emanuelle. Nada melhor do que uma refeição feita com amor, não é? — disse com um sorriso.
Eu, então, me encostei na cadeira e observei o cenário à minha volta. Era tão simples, mas, ao mesmo tempo, tão completo. A casa da minha mãe, com as paredes preenchidas de lembranças, risos e agora, o cheiro da comida que estava sendo preparada. Heitor, já relaxado no colo da avó, olhava-me com seus olhos profundos, como se soubesse que eu estava vendo o que mais importava.
— Ele é o nosso futuro, mãe. E eu sou grata por isso. — falei, mais para mim mesma do que para ela, mas minha mãe ouviu e respondeu com um sorriso cheio de amor.
— Ele é a nossa benção, Emanuelle. Nosso amor renovado.
Eu sabia que aquilo era só o começo. Muitas memórias ainda seriam construídas. Com Heitor, com minha mãe, com todos nós. E eu estava pronta para viver cada momento. Naquele momento só queria esquecer os problemas que ainda estavam por vir e eu sabia que seria uma batalha difícil.
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