Capítulo 7 - Eu ainda te amo, idiota! (Parte 1)
Pov Laís - Parte 1
Tudo em minha vida mudou quando o conheci...
Todos vocês já sabem que absolutamente todos foram contra meu namoro com Lucas, mas isso pouco importava para nós. Exceto quando nossos pais descobriram da nossa relação e resolveram intervir, nos proibindo de ficarmos juntos. Proibiram absolutamente qualquer tipo de contato entre a gente, até mesmo sinal de fumaça - se nós fôssemos índios -. Mas nós estávamos apaixonados demais para nos entregar tão facilmente. No mínimo descuido de nossos pais davamos um jeito de nos encontrar escondidos. De início nos encontravamos numa pracinha que era meio escura, o que dificultava de nos verem. Mas depois de um certo tempo, aquele lugar começou a ficar manjado e a qualquer momento alguém poderia nos flagrar, e então Lucas me surpreendeu.
— Pode abrir os olhos... - ele disse, atrás de mim, tirando a venda preta dos meus olhos.
Quando abri os olhos, percebi que estávamos dentro de uma casa. Na sala, para ser mais especifica.
— Que lugar é esse? - perguntei sorrindo, enquanto dava uma volta 360 gráus para olhar ao redor.
— Nosso novo ninho de amor - ele veio em minha direção, pousando um de seus braços sobre meu ombro e eu senti minhas bochechas ficarem vermelhas. — Aqui antes era a casa de praia de meus pais, mas por algum motivo eles pararam de vir aqui há anos - explicou.
— Anos? Mas está tudo tão arrumado... - observei, admirada.
— Pois é. Isso aqui estava realmente uma bagunça. Mas para ser nosso ninho de amor, tudo precisa estar limpinho, não é mesmo? Então vim aqui uns dias atrás e limpei tudo, só pra você - e deu aquele sorriso de lado dele que sinceramente me derretia o coração.
Após esse dia, sempre que possível, passavamos a tarde toda ali, ora dentro da casa ora na praia. A vista do mar era algo magnífico. Era uma pena não podermos morar ali, pois aquele lugar era perfeito.
Quando fizemos oito meses de namoro, ele me mandou uma mensagem dizendo para dar um jeito de o encontrar na casa de praia, alegando que me mostraria algo novo, que eu ainda não tinha visto na casa e que eu iria adorar. Apenas confirmei e dei um jeito de sair sem ser vista.
Foi nessa noite que tudo aconteceu...
Chegando lá, ele me surpreendeu, me abraçando por trás, me fazendo saltitar com o pequeno susto que isso me causou. Mas em seguida me roubou um beijo apaixonado que ainda hoje sinto seu sabor quando me recordo desse momento.
— E então, o que tem para me mostrar de novo? - pergunto olhando para os lados, procurando a tal coisa nova que ele falou.
Ele não respondeu. Apenas me deu a mão e sutilmente foi me direcionando até uma pequena entrada escondida atrás de um móvel que estava encostado na parede. Quando atravessamos a entrada, logo dei de cara com uma visão espetacular das estrelas, através de uma espécie de teto de vidro. Estava tudo escuro, apenas a luz do luar que, com muito custo, clareava nossos rostos naquele lugar, mas dava um clima mais romântico a tudo. Algo realmente impossível de se explicar.
— Feliz oito meses de namoro! - Lucas disse atrás de mim, me fazendo despertar do transe que aquela visão das estrelas me causou.
— Feliz oito meses! - me equilibrei na ponta dos pés para aproximar meu rosto do dele, pois ele devia ser uns vinte centímetros maior que eu, então sorri quando encontrei seus olhos, e só aí devolvi o beijo que ele me dera instantes antes, na mesma intensidade de meu amor por ele, maior que a quantidade de estrelas existentes no universo.
Tudo estava correndo perfeitamente, até que... Meu pai de algum modo me seguiu até a casa de praia e nos flagrou sozinhos. Foi inevitável uma discussão, que logo se tornou numa briga entre Lucas e meu pai e os dois iniciaram uma luta voraz, que deve ter destruído metade das coisas que estavam ali. Em meio a briga, meu pai conseguiu imobilizar meu namorado. E por estar muito furioso, o enforcou com toda sua força. Quando notei que ele já estava começando a ficar muito vermelho, peguei um jarro qualquer que encontrei jogado num canto e o quebrei na cabeça de meu pai, que caiu desacordado no chão. Eu estava desesperada, mas tentei me manter calma para socorrer o jovem que acabara de ser quase enforcado até a morte.
Após sentir-se recuperado, Lucas me arrastou para outro cômodo as pressas, com medo do meu pai acordar e nos encontrar e lá dei de cara com uma máquina estranha... Algo metálico, não sei. Mas Lucas parecia conhecer bastante aquilo, tanto que entrou na máquina e começou a mexer em seus botões lá dentro. Até que... Ele tentou me convencer a entrar naquilo... E-eu estava assustada, então claro que pedi uma explicação do que era aquilo. Mas em vez de me responder, ele me fez uma pergunta que só me deixou ainda mais atordoada.
— Você me ama de verdade?
— Como assim? Claro que eu amo! - afirmei sem nem precisar duas vezes.
Ele insistiu outra vez e desta vez lembrou que logo meu pai nos acharia. Mas o que diabos ele estava pensando? Que se entrassemos naquela coisa ficariamos invisíveis e nossos problemas sumiriam? Mas ainda assim, mesmo assustada e desconfiada, resolvi entrar na máquina.
Mas foi tarde demais...
Quando ameacei dar o primeiro passo para entrar na máquina metálica, fui puxada para longe por meu pai.
E foi a partir desse momento que minha vida virou uma confusão só.
Quando o homem que me puxou para longe achou que iria alcançar Lucas também, aconteceu uma coisa a qual nunca irei esquecer. Tudo por um instante pareceu ficar em câmera lenta, como se o mundo estivesse parando... E quando olhei para o garoto dentro da máquina, seu sussuro dizendo "Te amo. Não me esquece, por favor..." foi a última lembrança que guardei dele antes daquele feche de luz altamente intenso tomar conta daquele cômodo secreto e me deixar sem enxergar direito por alguns longos minutos. E esse dia, foi a última vez que o vi, desde que ele sumiu.
E é claro que eu não o esqueci.
Mas o tempo foi passando e ele não apareceu.
Um ano se passou...
E nenhuma notícia dele. As investigações e buscas foram encerradas.
Dois anos se passaram...
Mas eu ainda mantinha as esperanças de que ele iria voltar, ao contrário das pessoas que me diziam para esquecer.
Três anos...
Foi quando meu pai foi inocentado por falta de provas da suspeita de ter matado o Lucas e sumido com o corpo, para a total decepção da mãe dele que encasquetou com essa idéia e tentou prendê-lo de todas as maneiras.
Quatro anos...
Foi um dos momentos mais difíceis pra mim. Foi quando completei meus dezoito anos. Quando tive de parar com minhas seções na psicóloga, que era o único lugar em que eu podia falar daquela noite sem sofrer com os olhares de incredulidade das pessoas, como se eu estivesse inventado tudo. Mas o pior de tudo isso, foi que, como meu pai foi inocentado, ele junto da minha mãe simplesmente resolveram mudar de cidade e me levar com eles. Eu me recusei a ir, é claro, pois eu ainda acreditava que o Lucas voltaria e eu queria estar lá para recebê-lo de braços abertos, mas de nada adiantou, eu não tinha como me sustentar sozinha, como eu iria sobreviver? Então fui levada para um outro estado - contra minha minha vontade, só para deixar claro - que ficava a umas cinco horas de distância dali e começamos uma vida "nova" por lá...
Cinco anos se passaram...
Foi quando finalmente engressei na faculdade e resolvi cursar psicologia. Nunca cogitei muito fazer faculdade de psicologia, mas depois que comecei a fazer seções com a Dr. Laura, eu vi que era uma linda profissão e depois da experiência traumática que vivi, me sentia em dívida. Passei a sentir a necessidade de ajudar as pessoas da mesma maneira que a Dra. Laura me ajudou. Às vezes apenas ouvir as pessoas falarem de seus problemas sem a preocupação de ser taxado de alguma coisa é o melhor conselho que podemos dar.
Foi também quando conheci o Bruno... É óbvio que eu ainda amava o Lucas, mas tenta me entender... Já haviam se passado cinco anos... E... Eu não tive nenhuma notíciazinha sequer dele para renovar as esperanças que eu sempre mantive de que ele voltaria. As noites que eu passava chorando por sentir a falta dele já haviam diminuído consideravelmente. A dor pelo sumiço inexplicável dele parecia ter sido anestesiada. Então, depois de nove meses de muita insistência por parte do Bruno, eu acabei aceitando namorar com ele.
E finalmente, seis anos se passaram...
Foi quando completei vinte anos e decidi que não queria passar meu aniversário naquela cidade chata. Resolvi que iria para minha antiga cidade comemorar meu aniversário lá. Convidei Bruno para ir comigo e ele aceitou de prontidão. Uma semana inteira sozinho comigo para ele devia significar só uma coisa: que a gente finalmente iria fazer sexo (finalmente para ele, claro, pois eu não tinha a mínima pressa e tampouco vontade de perder minha virgindade com ele). Mas ele que acreditasse nisso se quisesse, não iria rolar nada mesmo.
Fiquei encantada assim que entrei novamente naquela cidade. Apesar dos pesares, estar lá me fazia bem, lá sim eu me sentia preenchida, como se eu fizesse parte daquele lugar. Nossa estadia lá seria curta, por isso, não quis perder tempo descansando. Arrastei Bruno para um parque de diversões que avistei próximo do hotel que ficamos e fomos nos divertir.
Eu sempre tive medo de altura, mas mesmo assim, eu resolvi me aventurar e andei em brinquedos terríveis para pessoas com medo de altura, como: Montanha-russa, Roda-gigante... Mas logo já estava quase morrendo, com vontade de vomitar e dei graças aos céus quando finalmente pousei em terra firme. Bruno foi comprar uma água para mim, enquanto eu fiquei num canto lá, parada, tentando segurar os cachorros-quentes que insistiam em tentar sair por onde entraram. Mas eu fui forte até Bruno voltar com a minha água.
Ele voltou me surpreendendo com um beijo e não me restou muita escolha a não ser retribuir. Eu conhecia bem o Bruno, ele não daria minha água enquanto eu não o beijasse de volta. Ele adorava esses joguinhos. Sinceramente, acho que ele fazia isso só pra me irritar mesmo. Eu sempre deixei bem claro que odiava esses joguinhos.
Peguei minha água da mão dele e me virei para bebê-la antes que ele resolvesse me surpreender com outro beijo, pois se ele fizesse isso de novo, eu vomitaria na boca dele pra ele aprender a não ficar me surpreendendo com beijos após sairmos de uma montanha-russa.
Eu aprendi a gostar do Bruno com o tempo, ele era um cara legal. De verdade. Mas às vezes ele tinha certas atitudes que me faziam pensar se fiz certo em aceitar namorar com ele.
Entornei o líquido que aquela garrafinha oferecia para me ver livre daquele mau-estar, até que vi uma coisa que me fez achar estar alucinando. Uma mulher de meia idade discutindo com um jovem, que parecia ser seu filho. Isso até então parece ser algo normal, mães e filhos sempre discutem, até aí tudo bem, mas o que realmente me fez engasgar com minha água foi o fato de aquela mulher parecer com a mãe dele, a mãe do Lucas, e o jovem ser idêntico ao Lucas. Ao meu Lucas!
— Você está bem, linda? - Bruno surgiu na minha frente querendo saber se eu estava bem após um leve engasgo com a água.
Respondi qualquer coisa, eu só queria que ele saísse da minha frente para eu que pudesse ver se era realmente ele.
— Que bom que você está bem, porque eu quero mais um beijinho seu - então ele se inclinou para me beijar antes que eu pudesse ter qualquer reação e seus ombros largos taparam totalmente minha visão e quando consegui me desvencilhar do beijo dele, o meu passado que
fez morada em meu peito e continuou presente em mim todos esses anos e que eu esperei que voltasse por tanto tempo, novamente, já não estava mais lá.
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Oioi, gente! Tudo bom com vocês?
Eu sei que não falo depois dos capítulos nessa obra, mas desta vez decidi escrever esse pequeno recado para explicar e pedir uma coisa bem simples e rápida. Prometo <3
Então, primeiro é sobre esse Pov da Laís.
O que acharam de ver as coisas do ponto de vista da Laís? *--*
O próximo capítulo também será narrado pela Laís, porque como ficou MUITO grande (4,5k palavras), eu tive de dividir em 2 partes.
Então preparem-se, porque o próximo capítulo será bem impactante(?)
A outra coisa é que eu gostaria de pedir o voto/estrelinha de vocês.
Eu sei que é chato, talvez haverá pessoas que nem irão ler esse recadinho. Mas o voto de vocês é algo muito importante para mim como autor e para a obra. Cada voto me motiva a escrever cada vez mais e também ajuda bastante no crescimento da obra. Então,se você está lendo isso, deixe sua estrelinha nesse capítulo e nos próximos que virão, por favor <3
E também se sentirem a vontade de expressar sua opinião, sintam-se livres para isso aqui embaixo, nos comentários ❤
Era isso...
Viu? Nem doeu Kkk
Bjão ❤❤❤
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