Capítulo 05
Sabe aqueles momentos que você não tem a mínima noção do que vai pensar em fazer? Eu, de verdade, não sei o que fazer. Primeiro, que minhas pernas não estão ajudando a me mover, acho que meu corpo está desconectado com o meu cérebro. Faço de um tudo para acorda para a vida e seguir o meu caminho para a sala de Chloe, ela para mim é como se fosse um Mestres dos magos, preciso saber o que fazer. Chego a sala dela.
— Boa tarde, Rafael, sabe me dizer se Chloe está ocupada agora? — pergunto ao secretário da Baixinha.
— Não, Senhor Andrade, ela está desocupada nesse momento, quer que eu anuncie a sua chegada? — diz Rafael, não sei se é impressão minha, mas sinto os olhares dele de segunda intenção. Os olhos dele brilham quando me vê, fazer o que né?
— Não precisa dessa formalidade não, mas obrigado, querido. — Saio e dou uma piscadela para ele, abrindo um sorriso.
Se eu tinha dúvidas sobre ele ser afim de mim, agora não tenho mais. Porque assim que pisquei, o menino quase virou um pimentão de tão vermelho que ficou. Ele é um rapaz muito bonito, mas é muito novo. Nada contra os novinhos, mas prefiro homens mais velhos, principalmente se for um tal loiro de olhos azuis acinzentados. Vou parar com isso, vai que Noah está casado e eu aqui, alimentado esperanças de bobeira. Abro as portas e aqui está a minha Baixinha, concentrada em uns documentos.
— Eu preciso de você! — Chego soltando as palavras e sentando na cadeira em sua frente.
— Quem foi que morreu para você estar assim, menino? — questiona ela, largando os papeis.
— Ninguém morreu ainda não, mas estou pertinho de enfartar. — Faço minha melhor cara de drama.
— Se você não me falar, eu não poderei te ajudar. Desembucha, gato! — Minha amiga fica curiosa.
— Noah me convidou para jantar amanhã, o que eu faço? — solto em um suspiro só.
— Aceita, ora. — Ela revira os olhos. — E trate de ir lindo para esse encontro — diz ela, como se não fosse nada demais.
— O que é isso, está fazendo pouco caso? — pergunto, irritado — Me ajuda!
— Breno do meu coração, claro que não estou fazendo pouco caso, querido — solto um longo suspiro. — Você sabe muito bem que quero muito que você pare de ser besta e fale para ele o que sente.
— Aí, me desculpe. — Dou uma volta na mesa e a abraço por trás. — Estou com medo de fazer feio na frente dele e perder a remota possibilidade de ter esse homem, que tanto quis na minha vida.
— Eu sei que sim, amigo. Você sabe que se esse homem não tiver com ninguém, ele vai ser eu — fala ela, confiante.
— Sabe, eu queria ter a sua confiança, você é demais, mulher!
— Claro que você tem, você só é assim com relação ao Noah. E isso vai ter que mudar!
— É isso mesmo, Baixinha. Você está certa, quando estiver com ele, vou ligar meu modo CEO — falo com confiança — Ele vai ver o "Breno, homem de negócios".
— Muito bem, com a confiança e o jeito certo, esse homem é seu! — diz, dando risada.
— Vem cá, você sabe que Rafael é gay e afim do gostoso aqui? — questiono, com um sorriso malicioso.
— Claro que sei, eu já o vi dando pinta — diz ela, caindo na gargalhada. — Eu ouvi Rafael conversando com Cíntia na recepção.
— Oxente, eu não sabia disso não, eu confirmei agora, quando fui entrar aqui. — Dou risada. — O que foi que eles falaram?
— Eu estava esperando o elevador para subir e estava com a cara dentro da bolsa, procurando meu celular, eles não me viram — diz ela, dando uma pausa porque o grampeador cai. Eita, menina desastrada. — Então, eu ouvi a voz dos dois quando você estava na frente da empresa, conversando com alguém. Eles falaram o quanto você é lindo e que fazia de tudo para você dar uma oportunidade para um deles.
— Eu desconfiava das olhadas dele, mas eu achei coisa da minha cabeça — digo, olhando uma Baixinha risonha. — Hoje eu fiz um teste, o bichinho ficou toda sem graça.
— Ninguém mandou você ser tão absurdamente lindo. Arrebentando corações, meu amigo! — diz Chloe, fazendo graça.
— Olha, vamos embora, já está na nossa hora. Vamos, baixinha!
— Vamos sim, preciso ir mesmo, tenho que jantar com o Pedro — fala, toda distraída.
— Espera ai! — Franzo o cenho. — Quando ia me dizer que iria sair com aquela delicia do Pedro Cavalcante?! — Olho para ela, incrédulo.
— Oh gente, eu esqueci! Você chegou falando a bomba do jantar com Noah e me distrai — explica ela, como se não fosse nada demais.
Pedro Cavalcante é um lindo e rico empresário no ramo de tecnologia aqui em Salvador, ele está sempre atrás de minha Baixinha e ela nunca deu muita condição. Agora, olha minha surpresa, eles vão jantar! Espero que saia alguma coisa desse encontro, ela está precisando urgentemente de um namorado. E Pedro, além de ser louquinho por ela, é absurdamente lindo e bem gostoso, um ruivinho dos olhos azuis escuros, corpo maravilhoso e umas sardinhas que são uma coisa. Vamos ver como vai sair desse encontro.
— Eu espero que você dê uma chance ao rapaz, ele é uma boa pessoa — falo sério com ela — Ele é lindo e rico! Imagine, minha amiga rica, que pegada, hein! — Termino rindo.
— Deixa de baixaria, bicha oferecida! Vamos ver o que vai ser desse encontro. — diz Chloe, soltando uma gargalhada.
Saímos da sua sala e lá está Rafael, concentrado, olhando a tela do computador. Eu, como não resisto, me aproximo da mesa dele. Quando ele me vê, tomou um susto. Me abaixo e sussurro bem próximo ao seu rosto.
— Olha só, Rafinha — digo a ele. — Já estamos indo embora, até amanhã. — Rafael está hipnotizado, olhando minha boca. Vou saindo, mas me viro e volto a falar com ele. — Esqueci de dizer, Rafa, você está muito bonito hoje, tchau! — Dou meu melhor sorriso e me afasto.
Saio e deixo um pobre Rafael atônito, ainda me seguindo com o olhar. O coitado ainda está com a mão no coração e respirando fundo. Eu não sou de ferro, tenho que ver se meus dotes de conquista estão a todo vapor e se não der certo com Noah, eu vou dar uns pegas no Rafael, ele é um gracinha mesmo sendo novinho.
— Eu sabia que você era malvado, mas não assim — fala a baixinha, enquanto andamos para o elevador.
— Eu tinha que testar se ainda sei conquistar, se não der certo com Noah, já sei quem vai tirar minha tensão — falo, malicioso.
— Você sabe que o que fez com o pobre do Rafael é maldade, sua passagem para o inferno já está garantida. E com uma viajem só de ida — diz ela, entrando no elevador.
— Menina, eu sei disso já faz um bom tempo! — Paramos, olhamos uma para a cara do outro e soltamos uma escandalosa gargalhada.
— Somos pessoas ruins! — ela exclama. — E eu ADORO tudo isso! — Damos mais risada e saímos para nossas casas.
***
Chego em casa caindo de fome, mas antes preciso tomar um banho e ficar bem confortável. Tomo minha ducha bem demorada, coloco um short qualquer e vou na cozinha, ver se o jantar está pronto. Tem um cheiro maravilhoso vindo da cozinha.
— Maria, meu amor, que cheiro maravilhoso é esse? — Vou dar um beijo nela.
— Oi, querido, está quase pronto. Fiz o strogonoff de frango que você tanto adora — diz ela, sorrindo.
— Maria, você é a melhor! — Dou um abraço nela. — Alguém já te falou isso?
— Só você mesmo, viu, Breno — diz ela, rindo. — Sua mãe ligou e disse para você ligar para ela — Maria avisa.
— Tudo bem, vou no quarto ligar para ela!
Saio da cozinha e vou em direção ao quarto, ligar para minha mãe. Agora mora só ela e meu pai no interior. Eu moro aqui em Salvador e André, não sabe onde fica, vive trabalhando em vários lugares, ele adora essa vida de nômade. Eu sou diferente, gosto de um lugar certo. Quando morava fora do Brasil, estava doido para voltar para casa, gosto muito de segurança.
— Oi, mainha — digo, assim que ela atende. — A senhora deixou um recado com Maria. O que foi, linda? — Ela adora quando eu a chamo de mainha.
— Oi mainha, né seu safado? — Sinto que ela está brava. — Se eu não ligo, você não liga, Breno! — diz minha mãe, com a voz bem irritada do outro lado da linha.
— Oxente, mãe, eu falei com a senhora essa semana! — Dou risada com o drama de Dona Cida.
— Mesmo assim, você tem que me ligar sempre! — resmunga minha mãe. — E como está tudo aí, está se alimentando direito, Breno?
— Não sei para que a senhora me pergunta. Sabendo que eu sei que já perguntou a Maria — falo e ela fica muda no outro lado. — A senhora não acha que eu não sei do complô de vocês duas, né? — pergunto, rindo.
— Claro que sim, estou longe, mas tenho que ficar de olho em você e no seu irmão — diz ela. — Por falar nele, esse final de semana ele vai vir para cá. Desmarque qualquer coisa e pode vir, você e a Pequena. — Eita, mulher mandona. Parece Chloe.
— Não tenho nada para fazer, mãe — digo a ela, sorrindo. — Na sexta-feira quando eu sair da empresa, vou pegar a estrada. Estou morrendo de saudades e fala para papai comprar a carne para fazermos um rico churrasco na beira da piscina.
— A intenção é essa! — ela fala e rimos juntos. — Vou estar te esperando, meu amor. E venha com cuidado na estrada, viu. Mande um beijo para aquela Pequena, te amo muito.
— Pode deixar, tomarei cuidado e falarei com ela. Te amo, coroa!
— Feche sua cara, que eu sou muito nova. Ainda dou um caldo! — diz ela, rindo.
— Papai que o diga. Fui, mainha gatona!
— Tchau, meu amor!
Desligamos e eu fico pensando nos meus pais, Seu Sérgio e Dona Cida, são os anjos que Deus me deu. Não sei o que seria de mim sem eles, eu tenho tudo graças aos dois, que me ajudaram muito. Minha carreira está indo bem, hoje o que eu posso retribuir, faço com todo amor e carinho, porque eles merecem muito.
Vou para a cozinha e Maria já terminou meu jantar. Agora ela vai se arrumar para ir para a casa dela. Um tempo depois eu me despeço e ela se vai. O jantar está muito delicioso e como bastante. A comida de Maria é muito boa, ela cuida de mim muito bem, não tenho o que reclamar dela, é como se fosse minha segunda mãe.
Vou para meu quarto assistir séries na Netflix, vejo de tudo que você possa imaginar e quando não aguento de sono, deito em minha cama. Fico um bom tempo pensando como vai ser esse jantar com Noah, espero que ocorra tudo bem.
***
Eu acordo me sentindo absurdamente de bem com a vida e vou correndo tomar meu banho. Termino logo e vou me arrumar, impecável como sempre. Então, me apresso e vou tomar meu café. Chego na cozinha com o sorriso do tamanho do mundo e Maria acha graça de me ver assim, ficamos conversando e ela vai me contando como anda os filhos dela, que são um casal. A Mariana tem vinte anos e o Miguel tem dezessete. O tempo vai passando e logo dá meu horário de ir para a empresa.
Chego na empresa e é tudo como sempre, campanhas e campanhas para fazer, umas terminadas e outras começando ainda, tudo na mais perfeita ordem, caminhando como tem que ser.
A manhã passa sem nenhum movimento, não tive oportunidade de ver Chloe e saber como foi o encontro. Então, vou na sala dela chamar para almoçar. Para minha surpresa, ela não poderá ir, porque vai almoçar com o Pedro. Fico feliz e digo a ela que vá, mas que logo quero saber o que está rolando. Sendo assim, eu vou almoçar sozinho, em um restaurante que gosto muito, de frutos do mar. Logo, volto para a empresa e trabalho no escritório a tarde toda. Estou tão bem, que nem vejo o tempo passar.
Saio da empresa no meu horário e vou para casa, me ajeitar para o jantar com Noah. Ontem mesmo ele mandou uma mensagem, falando o endereço e o horário do nosso jantar. Sigo direto para o banheiro e tomo aquele banho, lavo meu cabelo e faço tudo que tenho direito.
Termino e vou no quarto separar minha roupa. Escolho uma calça skinny preta, uma camiseta polo branca, que marca meu corpo, e um sapato esporte fino, sem meias. Depois que termino de pegar minha roupa, volto para o banheiro para secar meu cabelo e ajeitar minha franja com o secador. (Sim, gente! eu uso secador e daí? Eu gosto). Arrumo e ele fica do jeito que gosto. Coloco minha roupa com cuidado, para não amarrotar e me perfumo. Olho no espelho e gosto do que vejo, então, pego as chaves do meu carro e saio.
Entrei no carro e ligo o som nas alturas, está tocando Amnesia, de Justin Timberlake. Eu simplesmente amo essa música, fico cantando alto, enquanto estou no trânsito triste aqui em Salvador. Pouco tempo depois, chego ao restaurante e dou o nome dele para a recepcionista. Quando entro no lugar, logo o vejo.
Noah está um encanto, vestido com uma calça jeans de lavagem clara, uma blusa polo rosa, marcando seu corpo, posso perceber que o menino é grande, os braços todos traçados, com sapato de cano baixo. Eu olho para ele de cima a baixo quando o mesmo se levanta para me cumprimentar. Tenho a confirmação de que ele é muito gostoso.
— Desculpa se demorei demais, o trânsito não estava ajudando — falo, sorrido
—Você não demorou, acabei de chegar! — Ele me fita. — E como você está?
— Eu estou muito bem — respondo. — E a Sofia, como ela está?
— Minha boneca está bem, quando falei com ela que ia te ver, ela quis vir junto — diz ele, com amor no olhar. — Você conquistou minha filha em poucos minutos, Breno — Noah diz, rindo.
— Ela que me conquistou, eu estava na praça, fitando aquela coisa linda!
— Sim! — Ele fala com empolgação. — Aquela é a mulher da minha vida, com toda certeza do mundo — Noah diz isso com uma expressão séria.
— Vai me dizer que a sua mulher não é sua vida também? — falo, com uma pontinha de incerteza.
— Eu não sou casado, Breno. — Ele fecha a cara de vez. — Nessa vida, somos apenas eu e minha filha! — fala, com a maior certeza do mundo. Percebo que esse é um assunto bastante delicado para ele.
— Me desculpa, Noah — peço, um tanto envergonhado. — Eu não sabia, mas não precisa falar se não quiser. — Abaixo meu olhar.
— Me desculpa, Breno. — Ele dá um suspiro. — Esse é sim um assunto que não gosto — suspira de novo, derrotado e arrependido. — Mas a você eu conto tudo. Acho que não percebeu, só que agora que te reencontrei, quero você na minha vida de novo — Noah fala de um jeito muito afirmativo e minha cabeça dá umas voltas.
Somos interrompidos pelo garçom, que vem anotar nossos pedidos. Eu ainda não consigo entender o que ele quer dizer com isso e sinto que uma coisa muito boa está por vir, mas não vou ficar com muitas esperanças, vai que ele quer só um amigo para contar. Não vou mentir e dizer que eu não adorei saber que ele não é casado. Quem será a mulher que deixou ele assim?
— Você se lembra da Roberta? — ele fala, quando o garçom se afasta. Eu assinto com a cabeça. — Bem, ela é a mãe de Sofia — acrescenta. E eu não posso acreditar no que ele acabou de falar, aquele ser maligno é a mãe daquele anjo de menina, não acredito.
— Como assim, a Roberta? — falo, arregalando os olhos.
— A própria! — ele confirma. — Vou te contar o que aconteceu comigo esses anos. — Ele faz uma pausa, porque o garçom chega com nossas bebidas. — Bem, quando nós nos formamos, eu fui fazer faculdade de direito, como eu sempre comentei, e Roberta foi fazer faculdade de moda. Nosso relacionamento estava indo, mas não sei o que aconteceu, não éramos como antes. — Ele faz outra pausa, um pouco mais longa agora. — Fomos empurrando com a barriga, quando nós nos formamos na faculdade eu já estava estagiando na empresa do meu pai, tudo estava caminhando. Foi quando a Roberta chegou me falando que estava grávida, a notícia me pegou de surpresa, mas eu amei a ideia de ser pai. Fiquei muito feliz, daí ela se transtornou, ficou muito irada, querendo fazer um aborto. — Noah respira e eu vejo a tristeza no olhar dele, essa história mexe muito com ele. Fico tocado com tudo isso.
— Noah, meu querido, se não quiser continuar, eu vou entender — falo, segurando sua mão. — O que importa é que a Sof está bem e com você — digo e vejo no seu olhar um carinho direcionado a mim.
— Mas eu quero muito! — ele diz e continua. — Quando eu a ouvi falando isso, quem ficou irritado foi eu. Naquele dia brigamos feio e disse que se ela fizesse aquilo, eu a colocaria na prisão, sem dó e nem piedade. Foi aí que ela ficou com medo de mim e não abortou — explica ele, com muita tristeza. — Mas a gravidez dela foi horrível, ela se lamentava muito por estar grávida, dizendo que estraguei com a vida dela, que ela não queria aquela coisa. Eu aguentei isso tudo, esperando minha filha nascer, pensava que quando ela a visse, mudaria de ideia e a amaria, assim como eu. — Noah segue contando sua história e meu coração se aperta. — Então, Sofia veio ao mundo. Naquele dia eu pude ver com clareza quem era a pessoa importante da minha vida — fala, suspirando com a lembrança. — Depois fui no quarto de Roberta mostrar a nossa filha, ela ignorou a mim e a menina, disse a levar embora. Assim fiz, quando ela recebeu alta e fui no hospital, soube que ela já tinha ido embora, fui na casa da família dela e soube que foram embora da cidade. — Noah finaliza, no exato momento em que o garçom chega com nossos pratos.
Quando ele termina de contar, as lágrimas não se controlam nos meus olhos, não suporto saber o que aquela vadia fez com a própria filha. Meu coração fica muito apertado, um sentimento muito ruim cresce ainda mais por aquela mulher imunda, sinto nojo, raiva, ódio, ela que não ouse atravessar meu caminho. Sofia, uma menina tão linda, esperta, delicada, como uma mãe faz isso com a própria filha. Realmente, Roberta é um MOSTRO!
— Desculpe Breno, não foi minha intenção fazer você chorar — fala ele, saindo de seu lugar e vindo me abraçar, sem se importar com quem está nos vendo. O abraço é tão gostoso, sentir o perfume desse homem é a coisa mais inebriante que existe.
— Não foi nada demais! — digo a ele. — É por que eu lembrei da Princesa e isso me deixou chocado, como uma mãe faz isso — falo, enxugando as lagrimas que teimam em descer. — Tudo bem que dá Roberta eu espero tudo, ainda mais depois do que ela me falou. — Paro de falar, por que ele olha para mim e vejo que não entende.
— O que Roberta fez com você, Breno? — pergunta ele, muito interessado em saber.
— Noah, deixe isso para outro dia! Já chega de falar dessa mulher. — Tento mudar de assunto. — Me fala, como foi que conseguiu cuidar de Sof sozinho?
— Eu ainda vou querer saber o que Roberta fez com você — diz ele. — Você ouviu bem? — ele pergunta e eu assinto com a cabeça, envergonhado. — Bem, Sofia é uma criança maravilhosa, bebezinha era melhor ainda, tive muita ajuda da minha família, isso não vou negar. Quando ela estava com um ano ou mais, recebi a proposta do meu pai de abrir uma filial do escritório da nossa família aqui em Salvador e assim eu fiz. — Ele vai contando, parecendo feliz. — Abri a filial e trouxe minha filha comigo, nossa vida é bem legal e ainda tem a Ana! — diz ele, com a expressão mais leve. Mas uma pontinha de raiva surge em mim, quem é essa bendita Ana?
— Quem é Ana? — pergunto, mas me arrependo na mesma hora. Eu e minha boca grande. Noah dá uma linda gargalhada e me fita.
— Ana é a babá de Sofia, uma senhorinha muito legal. Vocês irão se conhecer em breve! — ele fala, com um sorriso enigmático. Odeio quando as pessoas deixam as coisas no ar.
— Ah... Entendi. — Tenho certeza que estou muito vermelho de vergonha agora.
— Precisa ficar com vergonha não! — diz ele, voltando para seu lugar e pegando minha mão. — Agora que você sabe o que aconteceu comigo, eu quero muito saber sobre, como está sua vida? E a Chloe, vocês ainda têm contato? — pergunta, muito interessado.
Conto tudo a ele, minha ida a Califórnia, minha volta, como consegui minha empresa em sociedade com Chloe, tudo nos mínimos detalhes. Ele fica me olhando surpreso, ouvindo atentamente tudo o que eu tenho para dizer.
Nossa, eu me sinto muito bem, sabe quando você está em um lugar e se sente em casa? Pois é, eu estou me sentindo assim. Noah é um homem muito maravilhoso, se eu já era apaixonado por ele antes, pode ter certeza que agora eu sou dele com todo meu coração. O que posso fazer, sempre fui, só estava adormecido. Terminamos de comer e ainda ficamos conversando.
— Nossa, você sempre me surpreendeu, tenho muito orgulho de você — ele fala, com uma expressão de felicidade. — Eu fico muito feliz que você e Chloe ainda sejam amigos. Isso é tão raro.
— Nem me fale, minha Baixinha é muito importante na minha vida. Não sei o que seria de mim sem ela. — Nesse momento me pergunto onde ela pode estar.
— Estou louco para encontra com ela. Deve continuar a mesma louca de sempre, né? — questiona ele, rindo.
— Bota louca nisso! Ela mudou muito também, está muito mulher, você vai ver e vai me dizer — respondi, rindo também.
— Estou, realmente, louco para a ver. — Ele fica sorrindo para mim. E eu fico com uma pontinha de inveja da minha amiga. Pode ir parando, seu retardo. Se ela souber, vai dar na sua cara. Me desculpe, amiga! — Mas, não mais do que eu fiquei em te ver Breno, pode ter certeza! — ele diz com um sorriso maroto. Pronto, agora eu posso morrer de vergonha, eu tenho que parar de ser tão transparente nas coisas que penso. Chloe tem razão, isso me denuncia logo.
Ficamos conversando coisas aleatórias, depois pedimos a conta. Ele faz questão de pagar, diz que foi ele que convidou e que ele paga. Eu não acho nada demais em rachar, mas ele não quer. Então, tudo bem. Depois ele me pede licença e vai ao banheiro. Enquanto isso, eu fico aqui, com tudo o que ele me falou borbulhando na minha cabeça. É nesse momento que eu ouço uma voz que me dá uma raiva imediata.
— Meu amor, você por aqui? Estava morrendo de saudades de você, querido! — Essa voz é inconfundível. Me viro e dou de cara com o nojento do Rodrigo.
— O que você quer atrás de mim, Rodrigo? — falo, me levantando da mesa com os punhos cerrados de ódio.
— Nossa, é assim que você me trata, Breno? — ele reclama. — Estava com saudades. — Rodrigo fita meu corpo com olhar malicioso. Quando eu estou me preparando para mandar o idiota para a puta que o pariu, ouço outra voz atrás de mim.
— Algum problema aqui, Breno? — Sinto a raiva na voz dele. Me viro para olhar e se eu não o conhecesse, eu teria medo agora. Noah está tão maravilhosamente gostoso com esse olhar furioso.
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