Capítulo 3

- Eu sou o vilão. - Ele volta para trás e se aproxima tanto de mim que eu podia sentir seus lábios sussurrando no meu ouvido. - Então, pelo seu bem, fique longe de mim e assim não vai se machucar. - Ele diz e vai saindo.

- Você não pode me machucar e... - Ele não me deixa terminar de falar.

- Porque você acha que está aqui nessa cama de hospital, caralho? - Ele diz com a voz bem alterada e também se irrita, depois passa a mão no cabelo e sai do quarto batendo a porta.

- Idiota - indago, falando sozinha. Eu não consigo entendê-lo; ele é tão temperamental e, ao mesmo tempo, me sinto bem perto dele. Agora, a idiota sou eu. Começo a rir. Não tenho muita lembrança do que aconteceu naquele dia. Foi alguma coisa que colocaram na minha bebida? Ou foi aquilo que atiraram na minha perna? Tudo ficou confuso, e a única coisa que eu me lembro claramente daquele dia foi quando minha mãe disse que meu pai tinha morrido e, a partir daí, nada ficou claro na minha cabeça. Mas as memórias que vieram na minha cabeça em flashes essa manhã, o Taehyung estava lá e nada ainda está claro para mim. Os flashes que vieram à minha mente sobre ele eram dele me beijando perto do balcão, atirando na minha perna e me tirando de lá. Então, a esse ponto, acho que não sei de absolutamente nada. Ele parece saber, mas não vai me falar ou talvez eu esteja enganada. Ouço alguém abrindo a porta; era a enfermeira.

- Eu vim retirar o soro e você já pode ir para casa. O senhor Taehyung vai estar te esperando na saída. E tome cuidado na estrada; você teve uma sorte danada de não ter se machucado gravemente. Tome cuidado por aí. Você está melhor? - Ela pergunta com um tom calmo, já tirando as agulhas e o soro.

- Obrigada, prometo tomar cuidado e eu já estou bem melhor; foi só um susto - digo a ela, e ela sorri. - Afinal, quais foram os resultados do exame? - Pergunto para ver se ela sabia. É difícil algum exame dar errado, e Taehyung foi atrás dele e depois o doutor Kim não voltou para falar nada.

- Que exames? Me desculpe, os primeiros resultados o doutor divulga depois de meia hora e ele não divulgou nada, então não deu nada e você pode ficar tranquila - Ela diz, e parecia de fato não saber de nada. Mesmo assim, como é possível? Já fazem quatro horas que o doutor falou da droga no meu organismo. - Já pode ir, senhorita. Espero não te ver mais por aqui - Ela diz, toda sorridente.

- Posso fazer uma pergunta? - Digo assim que me levanto da cama, e ela balança a cabeça que sim. - Qual é a chance de um exame dar errado? - Pergunto.

- São baixíssimas. O doutor Kim é muito atencioso e ele repassa o exame duas vezes para que tenha certeza. Mas por que a pergunta? - diz ela.

- Não é nada, obrigada e adeus - digo a ela me despedindo e saio da sala. Mas o que aconteceu? Como assim? Tem alguma coisa errada. O que será que o Taehyung falou com o doutor Kim? Eu não consigo entender, nem a enfermeira sabia dos exames. Assim que saio para fora do hospital, está ventando muito e um monte de folhas voam em minha direção. Coloco a mão na frente dos meus olhos e sinto uma sensação de que tinha alguém do meu lado. Tiro a mão dos olhos, assustada, e era o Taehyung.

- Vou te levar para casa. Vamos logo; eu tenho que voltar para a empresa - Ele diz, virando-se de frente para mim. - Vamos, Jennie. - Cruzo os braços e ele fixa novamente seus olhos nos meus. Ele me deixa louca quando me olha assim com esse olhar perigoso; e isso também o deixa muito sexy. Ele realmente consegue me deixar toda boba que quase nem consigo falar. - Vamos, Jennie. Eu preciso trabalhar, não podemos ser vistos juntos; você sabe como os boatos e notícias falsas correm, não é? - Ele diz e coloca uma mão no meu cabelo. Eu já me afasto. Ele dá um sorriso; nossa, como ele tem um sorriso lindo. - Se acalma; tem uma folha no seu cabelo. - Ele coloca a mão de novo e arranca a folha. Ele estava tão perto de mim que não existia distância alguma entre nossos corpos. Estávamos totalmente encostados um no outro. Ele não se afasta de mim tão rápido e fica arrumando meu cabelo e, depois de alguns segundos que para mim pareceram anos, ele se afasta. - Vamos.

- Vamos. - Nossa, me sinto toda suada e até com as pernas bambas e mãos suando; o que ele consegue fazer apenas na minha frente. Sorrio e ele me olha bem na hora que sorrio com os meus pensamentos; e ele sorri também. Agora, me sinto toda sem graça. Logo depois, entramos no carro e ele já me pergunta.

- Onde é sua casa? - Ele pergunta enquanto o motorista fazia o retorno para sairmos da rota do hospital.

- Pode me deixar na esquina do supermercado do centro. Vou embora dali - digo, e ele puxa algo do banco da frente; era meu celular, e ele já me entrega.

- Não, eu faço questão de deixar você na porta da sua casa e garantir que você sobreviva e nunca mais me procure - Ele diz, e começo a rir; ele me olha sem entender nada.

- Não vou dizer a um estranho onde eu moro, então eu acho mais difícil lembrar de um homem que me deixou na esquina de um supermercado do que um homem que me deixou na porta de casa e ficou esperando eu entrar em segurança. Você pode me deixar na esquina do supermercado; eu não moro longe e chegarei em casa em segurança - digo a ele sorrindo e olho bem no retrovisor do carro, onde dava para ver um pedaço do rosto do motorista; era o Beom-Su. Ele então é o motorista do senhor Taehyung. - Olá, Beom-Su, é bom rever você. - Taehyung me olha com uma cara de surpreso. - Taehyung, o que aconteceu com meu carro? Já que você não vai me dar o emprego, eu preciso do meu carro para conseguir outro ou vou ter que pegar um ônibus para entregar mais currículos por aí - falo, e ele revira os olhos.

- Não comente sobre o seu acidente ou vão descobrir sobre as drogas que você diz que não usou - Ele diz, e já suspiro, olhando para ele. Ele percebe meu incômodo com o que ele falou e com certeza ele só disse isso porque sabia que eu ficaria incomodada. - E seu carro está no conserto; ficará pronto em duas semanas. Eu vou pagar - Ele diz, e o carro para na esquina do supermercado, assim como eu pedi. Ele chega perto de mim e passa um braço após o meu quadril e, com o outro, abre a porta. - Saia - Ele é curto e grosso comigo, e olho para ele me perguntando se é tão difícil ele ser gentil e menos grosso. - Adeus, senhorita Jennie, e não me procure mais - Ele diz e volta seu corpo para o lugar onde estava sentado, olhando para o outro lado do vidro. Saio do carro e ele puxa a porta por dentro.

- Você é mesmo um idiota; tente ser mais gentil, seu ogro - grito para ele do lado de fora. Quando o carro sai, começo a rir. Vou andando para casa; meu celular estava quase descarregando, então ficarei sem bateria em breve. Continuo andando pela rua com os braços cruzados e meu casaco sobre ele. Já é de madrugada, tem um vento e um clima bom. Eu gosto de dias frios, e o bom é que nessa rua tem luzes para todo lado e também está bem deserta. Já devem estar todos dormindo; estou quase perto de casa, o que já me é um alívio, e para hoje eu só vou precisar de um banho quente e uma boa noite de sono e, amanhã, pensarei e resolverei meus problemas com mais disposição. Assim que chego em casa, já tomo um banho, coloco um pijama confortável e minhas pantufas de pelinhos. Que saudade desse conforto. Isso que fiquei só um dia fora e ainda foi bem cansativo; estou exausta. Durante a noite, não consegui parar de pensar no Taehyung e em tudo que era sobre ele. Como posso sentir que já o conhecia antes? Mas não foi em um momento bom; e se for coisa da minha cabeça? - Aquele arrogante de merda, eu devia ter espancado ele pelo jeito que ele me tratou - penso alto e, com muito custo, pego no sono.

Amanhecendo.

Acordo com a luz do sol batendo na minha cara e espreguiço, abrindo os olhos. Já calço minhas pantufas e vou para o banho. Saindo do banho, me visto e em seguida saio de casa. Nossa, nada nessa rua muda; todos os dias essas mulheres estão aqui na rua de manhã, sedentas por fofoca.

- Bom dia, senhorita Jennie! Não foi trabalhar hoje? - Uma delas pergunta e respondo educadamente, apenas um bom dia, e sigo em frente. Depois que ando uns três quarteirões, meu celular vibra e olho para ver o que era. E quando vejo, já arregalo os olhos; mais que porra é essa? Era uma mensagem de um número privado e estava escrito 'Eu vou atrás de você e não será apenas drogas na sua bebida'. Legal, começamos outro dia bem. Logo de manhã, uma ameaça produtiva dessa; eu devo ficar com medo? Será que foi o Taehyung?




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