✭Surpresa Desagradável (?) Parte 2✭



Nos últimos dias, não estive me sentindo muito bem, sofrendo com minha rinite atacada e um resfriado que me deixou bastante debilitado. Assim, permaneci em casa, me recuperando. Felizmente, agora me sinto muito melhor e, com o tempo correndo contra mim, preciso correr para acertar alguns detalhes na empresa antes de embarcar de volta para Paris, onde o Lollapalooza nos aguarda.

Há três anos, se alguém me dissesse que o Stray Kids alcançaria tal façanha, eu diria que era demais para nós. Hoje, contudo, parece que conquistamos o mundo inteiro, afinal seremos o primeiro grupo de kpop na headline de um dos maiores festivais do planeta.

Ao chegar na empresa, junto de Changbin, Han e Hyunjin, nos encontramos com os outros membros na sala de treino. Nosso coreógrafo fez ajustes em várias músicas para o festival, e Minho gentilmente me mostra as mudanças. Estar com meus amigos, desfrutando juntos desse sucesso, é a melhor parte de ter ficado famoso.

Dedicamos boa parte do dia a repassar as coreografias. Agora, o 3RACHA, nossa unit de rappers e compositores, tem trabalho a fazer. Estamos compondo um rap para a introdução da performance do SKZ no Lollapalooza. Assim, deixamos os outros na sala de treino e nos dirigimos ao nosso estúdio. Já preparei o sample e, juntamente com o produtor VERSACHOI, estamos criando a melodia ideal. Agora, precisamos escrever as letras, e decidimos que devem falar sobre nosso sucesso mundial.

Han se acomoda no sofá, enquanto eu assumo minha cadeira em frente ao computador e o ligo. Changbin, sentando-se em um puff e pegando seu caderno de anotações, é o primeiro a tomar a iniciativa:

— Eu já andei adiantando as coisas e escrevi vários versos, talvez queiram ouvir.

Tanto eu quanto Han concordamos, e Changbin começa a recitar suas rimas. Na minha concepção, Changbin tem tudo para se tornar um dos rappers mais renomados desta geração; sua habilidade de transformar versos em um rap agressivo, aliada a um flow impecável, o destaca como um dos melhores que já passaram pela JYPE. Han não fica atrás; embora não domine o speed rap como Changbin, suas letras são expressivas e seu estilo livre de rap é invejável. Eu sempre digo que quero ser exatamente como eles.

— Eu gostei, me deu umas ideias para o meu — comenta Han, procurando seu lápis.

— Eu já tenho a base da música pronta; já podemos compor em cima dela — anuncio, dando alguns cliques no computador e colocando a música para tocar.

Changbin e Han ouvem com um sorriso de satisfação estampado no rosto.

— Cara, isso vai parar a internet! — exclama Han — uau, isso está fantástico! Tem certeza de que isso é só a base?

Rio baixo e concordo com a cabeça, aquilo seria estrondoso. Continuamos a discutir a letra da música, até que finalmente começamos a esboçar o que queríamos. A atmosfera no ambiente é divertido, além de compartilharmos nossa paixão pela música. Estar ali, com meus colegas, criando nossa arte, é o meu verdadeiro nirvana.

Permanecemos até tarde da noite, pedimos comida e mantínhamos o clima descontraído. Num momento de pausa, olho para o celular e percebo que já se passou um bom tempo desde a última vez que o peguei. Decido dar uma rápida olhada nas mensagens. Gunsun me ligou e enviou várias mensagens perguntando sobre minha localização. Respondo dizendo que ainda estou na empresa e logo em seguida ele me pede para ir até sua sala, o que achei um tanto estranho:

— O manager está me chamando. Vão arrumando as coisas para irmos embora.

— Houve algum problema? — Pergunta Changbin.

— Vou lá descobrir.

Dirijo-me às escadas e desço os dois andares até chegar à sala dele. Alguns funcionários estão presentes e os cumprimento antes de adentrar a sala do manager, que está concentrado em seu notebook:

— Gunsun, estou aqui — anuncio minha presença e ele me olha.

— Por favor, feche a porta.

Atendo ao seu pedido e fecho a porta, e caminho até encostar na parede próxima. Ao lado, encontra-se a estante com nossos álbuns e produtos. Gunsun foi a pessoa que acreditou em mim, insistindo para que o J.Y.Park me desse autonomia para criar o Stray Kids. Sempre confiando em nosso sucesso, ele é alguém muito importante para mim. Por um tempo, ele foi manager do Got7 e Bambam hyung sempre o considerou um dos caras mais legais com quem trabalhou. Gunsun costumava me dizer que, por ter sido um dos responsáveis pelo sucesso do Got7, ele fez questão de garantir que o SKZ tivesse a chance de prosperar, buscando fazer as coisas de forma diferente.

— Aconteceu alguma coisa? Você me deixou preocupado.

— Eu acho melhor você se sentar.

Aquela situação estava toda estranha, mas acabo seguindo sua sugestão e me sento, observando-o atentamente. Ele parecia procurar as palavras certas para começar o assunto e então deu um sorriso sem jeito:

— Você se lembra da Clara Dias Silva? A garota de Atlanta?

Meu semblante muda na hora, é claro que eu me recordo dela, luto diariamente contra a minha mente que insistia em me fazer lembrar dela. Seu sorriso encantador, os cachos ruivos, os olhos brilhantes... Cheguei até a criar uma conta falsa no Instagram para acompanhá-la, saber o que estava fazendo. No entanto, sua antiga conta foi deletada e a nova era privada; obviamente, ela não aceitou minha solicitação, pois não sabia quem eu era. Tive que me contentar em seguir o perfil de sua amiga com cabelos coloridos, que era fã do Stray Kids e fazia vlogs sobre nós. 

De vez em quando, Clara aparecia em algum story em uma festa, em casa relaxando, ou no trabalho. Soube através do perfil de Kate que ela conseguiu uma vaga na faculdade e aquilo me deixou feliz, ela estava alcançando as coisas que tanto se empenhou. Gunsun sabia que eu tinha ficado mexido com toda a situação, então eu o olho com estranheza, esperando que ele tenha uma ótima justificativa para tocar o nome dela.

— O que aconteceu com ela? — Pergunto, tentando não mostrar o quanto aquele assunto me afeta.

— Ela veio até a empresa...

— Clara está na Coreia? — Minha voz denota surpresa involuntária. Senti uma mistura estranha de emoções e não pude evitar a ideia de que talvez tivesse a oportunidade de revê-la.

Gunsun parece ter captado meus pensamentos, pois responde rapidamente:

— De jeito nenhum! Você vai manter distância daquela golpista!

— Como assim, Gunsun?

— Veja por si mesmo — ele pega um envelope, se levanta de sua cadeira e me entrega.

Analiso o envelope branco com a inscrição de um laboratório. Sem demora o abro e retiro seu conteúdo: um exame de gravidez com o nome de Clara Dias Silva, que testou positivo. Fico sem reação diante da revelação; minha mente é invadida por uma enxurrada de pensamentos, como assim grávida, como... o quê?

— Estou cuidando de tudo, já preparei um contrato para ela assinar, garantindo que fique em silêncio para evitar escândalos na mídia. É evidente que ela está tentando dar um golpe, mas a verdade virá à tona assim que a criança nascer e fizermos o teste de DNA. Pode ficar tranquilo, sua carreira estará protegida.

— Ela realmente está grávida? — Continuo fitando o exame, ainda incrédulo; a notícia me pega de surpresa.

— O exame não mente. Mas, como eu disse, ela claramente está tentando dar um golpe. Achei que era importante você estar ciente da situação. Aposto que engravidou de qualquer um e está tentando se aproveitar do seu dinheiro — Ele diz em tom de reprovação.

— Por favor, pare de fazer acusações infundadas, Gunsun... não a julgue sem provas 

 Reconheço que faz três meses que a vi pela última vez; é possível que ela tenha se envolvido com outra pessoa. No entanto, não é justo acusá-la, especialmente considerando a possibilidade de o filho ser meu... meu... filho... 

— Eu preciso falar com ela — me levanto no mesmo intante.

— Você está louco? Não posso permitir isso.

— Gunsun, não vou contestar o contrato nem o teste de DNA, mas preciso falar com ela... por favor.

— Não, você não vai se envolver nisso — ele se levanta e caminha em minha direção, apertando meu ombro — Eu já cuidei de tudo e não vou permitir que você se machuque com essa situação. Clara está tentando se beneficiar da sua posição e não podemos nos arriscar. Confie em mim, eu vou resolver isso da melhor maneira possível — Gunsun responde com firmeza, determinado a me proteger de qualquer dano emocional ou escândalo, mas eu acho que ele não entendeu a gravidade da situação.

Não estamos falando apenas de um escândalo de namoro, é uma criança, uma vida se formando. Não me parece certo vê-la e ouvir o lado dela.

— Eu entendo a sua preocupação, Gunsun, mas preciso ter essa conversa com ela. Não posso simplesmente me afastar sem tentar entender o que está acontecendo. Por favor, me dê essa chance — insisto.

Gunsun parece hesitar por um momento, avaliando a minha expressão séria e determinada. Ele suspira antes de finalmente ceder:

— Está bem. Amanhã iremos até ela... mas vou te dar cinco minutos cronometrados. Não darei brecha para que ela se vitimize.

Me levanto com o exame em mãos e verifico a mensagem de Han no celular, informando que estão na recepção à minha espera. Me despeço do manager e caminho até lá, absorto em meus pensamentos, sem saber ao certo o que sentir diante da situação. Será que é realmente meu? O que devo fazer? Se eu me lembro bem, usei camisinha.

— Chan, o que está acontecendo? — Escuto a voz de Changbin e simplesmente lhe entrego o exame, que ele pega e lê — Caramba! Isso não pode ser sério!

— O que foi? — Han se aproxima e lê o documento — meu Deus...

— Você vai pedir um teste de DNA, certo? É muito fácil para ela aparecer meses depois dizendo que está esperando um filho seu — Changbin me encara ao dizer isso.

— Chan, diz alguma coisa! — Han mexe em meu braço.

— Vocês percebem que se isso for verdade, tudo na minha vida vai mudar? — Falo, fitando-os.

— Bem, não há como voltar atrás. Agora é aguardar o resultado do DNA — Han comenta, como se fosse algo simples.

Eu me sentia atordoado. Será que ela realmente está grávida?

É Bang Chan, que surpresa boa né? agora é aguardar até o próximo capítulo, o reencontro dos dois, estou ansiosa por essa conversa rsrsrs

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BIG HUG

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