✭En pensant à elle✭
Eu nunca vou perdoar o que aquelas garotas fizeram. Colocaram Clara e nosso filho em risco. Quando cheguei no prédio e a encontrei ferida, fiquei fora de mim, não sabia se ia na policia, para o hospital, só sentia aquele ódio crescer em mim pelo mal que fizeram. Mas Han e Changbin voltaram pro dormitório comigo e me ajudaram a me acalmar e pensar com clareza. Preciso aprender a ter soluções rápida para as coisas, eu serei pai e isso vai exigir que eu pense rápido em muitas situações.
Mesmo com esse ocorrido grave, a empresa não me deixou falar. Disseram que seria pior se eu aparecesse nas redes sociais. Aquilo me irritou. Caramba, foi muito sério o que aconteceu. Devo confiar neles para resolver essa situação? Maldito contrato que tenho que respeitar.
De todos os males, essa situação me levou a conseguir um beijo da Clara. Mas depois disso, ela voltou a me afastar. Me pergunto o porquê. Já é bem nítido que ela gosta de mim. O que mais preciso fazer para mostrar que também gosto dela?
Entendo que ela tema os fãs. Quero superar isso com ela do meu lado. Sua recusa constante me deixa chateado. Ela deixa todos se aproximarem dela. Quanto a mim, mesmo que parecesse ser uma tarefa difícil, ela repele.
Então resolvi que eu devia continuar respeitando seu espaço e cuidando para que ela fique bem. Tive que vir para Paris, para me apresentar no Lolla. Infelizmente eu não poderia deixar de estar aqui, mas meus pensamentos estão todos lá, imaginando Clara xingando até a parede, com o braço quebrado e principalmente chorando, eu não quero que ela chore nunca mais...
Pensando no seu braço quebrado e em sua segurança, pedi a duas pessoas de confiança que ficassem com ela: minha irmã Hannah e minha amiga Somi. Sana tinha seus compromissos nos Estados Unidos, então tive que recorrer a outras pessoas.
Minha irmã é meio maluca, mas é de confiança. A Somi é uma amiga de longa data. Creio que ela estará em boas mãos. Deixei com ela meu cartão de crédito para que tudo que ela precisasse pudesse usá-lo. A brasileira não gostou muito disso. Porém, deixei mesmo assim em cima do balcão da cozinha antes de sair do apartamento. Entendo que é uma situação que a deixa desconfortável. Mulheres ocidentais não costumam ser tão dependentes de homens, mas ela precisa entender que, pelo menos por hora, minha ajuda é necessária.
Havíamos acabado de chegar no hotel. Mando uma mensagem para ela avisando que cheguei bem e querendo saber se ela estava bem. Deixá-la sozinha depois do que aconteceu me deixa um pouco em pânico. Mas não podia também mascar com meus compromissos. Porem Gunsun está avisado que se qualquer coisa ameaçar a segurança de Clara, estarei voltando.
Os STAY's estão fazendo um protesto na porta da empresa. Gunsun disse que receberam várias cartas de ameaças contra Clara. Parece que as coreanas se sentem extremamente ofendidas por eu estar com uma estrangeira sendo um asiático. O que não fazia nenhum sentido para mim. Clara podia não possuir olhos puxados e cabelos extremamente lisos, mas o que a fazia menos que as asiáticas?
A notícia do incidente no dormitório vazou para a imprensa. A JYPE teve que emitir uma comunicado sobre o ocorrido, informando que as três garotas envolvidas foram identificadas e serão acusadas de agressão e ameaça contra Clara. A empresa também ressaltou que não tolerará nenhuma forma de comportamento extremo, incluindo discursos de ódio direcionados a Clara, que podem ser considerados crimes de ódio devido à sua nacionalidade.
No entanto, isso não está impedindo as pessoas de agirem, já que a Coreia muitas vezes fecha os olhos para crimes de ódio contra estrangeiros. Se Clara fosse coreana, a situação seria diferente, mas estou determinado a garantir que os responsáveis sejam punidos. Exigi que a JYPE providencie os melhores advogados, mesmo que eu não possa me pronunciar publicamente, não permitirei que esses crimes fiquem impunes.
Uma van está à nossa espera e, após nos acomodarmos, seguimos para o hotel. Ainda temos que ensaiar para o show que acontecerá no dia seguinte. Todas essas emoções me fizeram esquecer a ansiedade que estava sentindo em relação ao Lollapalooza; agora, só consigo pensar no conforto e segurança de Clara e da criança. Chegamos ao hotel, almoçamos e logo partimos para o local do evento para o ensaio do palco. Enquanto os meninos brincam e encaram tudo de forma descontraída, eu me sinto sobrecarregado, incapaz de me entregar totalmente à leveza do momento.
— Se você já está assim agora, imagine quando o bebê nascer — Seungmin comenta ao meu lado.
— As prioridades mudam quando se descobre que será pai — respondo com um sorriso fraco, iniciando os alongamentos.
— Compreendo. Fico preocupado com o que acontecerá se tudo não passar de uma mentira. Clara é tão gentil e os meninos a adoram... tenho medo de como você lidará com isso se for provado que ela não está falando a verdade — ele compartilha suas preocupações enquanto acompanha meus movimentos.
Seungmin não fala de forma acusatória, posso ver pelo seu olhar que está realmente preocupado. Não posso julgar ninguém de duvidar da veracidade dos fatos e ele até então se foi gentil.
— Eu confio nela, Seungmin — afirmei, olhando firmemente em seus olhos. Não havia dúvidas em minha mente.
O mais jovem apenas assente e estica as costas, fazendo com que seus ossos estalem:
— Se você acredita nela, não há muito o que eu possa dizer, certo? Felix mencionou que já deu para ver o rosto do bebê.
— Mais ou menos. Conforme os meses passarem, a imagem ficará mais clara, mas olhe. — Pego meu celular e mostro as fotos, enquanto ele observa atentamente.
— Já pensaram em um nome?
— Para ser sincero, não. Nunca abordei esse assunto com ela e não havia considerado antes.
— É melhor começarem a pensar em um — Seungmin sorri e eu concordo.
Antes de começar o ensaio, envio uma mensagem perguntando para Clara se ela tinha alguma ideia de nome, e ela respondeu dizendo que não pensou sobre isso.
Ah, Clara... se soubesse o quanto é especial para mim, deixaria que eu participasse mais de sua vida. Admiro sua foto de perfil, ela está com um sorriso radiante, o sorriso que desejo ver todos os dias com ela ao meu lado.
O show foi um sucesso estrondoso. No início, estou um pouco apreensivo com minha mente cheia de problemas, mas ao subir no palco e apresentar minhas músicas ao lado dos meus amigos, me senti leve. Sei que uma parte do meu fandom pode ser problemáticos, mas há muitas pessoas do meu lado, não seria justo generalizar o fandom STAY dessa forma. Algumas maçãs podres fazem parte, mas não os considero fãs, apenas pessoas perturbadas.
Estamos no terceiro dia em Paris e ficaremos mais dois. Participaremos de um programa na TV aberta, faremos merchandising para uma marca de roupas e teremos um dia livre para explorar a cidade. Eu e Changbin temos alguns planos, e Han pediu para se juntar a nós, embora costume escolher Minho. A escolha incomodou Minho, mas ele não disse nada, apenas assentiu irritado e se juntou aos outros para um tour por museus e pontos turísticos.
Eu e Changbin queremos assistir a um jogo do Paris Saint Germain mais tarde, então precisamos comprar os ingressos. Changbin também deseja uma camisa do time, então decidimos ir a um shopping próximo. Não temos certeza se esse programa agrada Han, mas ele está determinado a nos acompanhar, e lá vamos nós, os três em direção ao shopping.
— Uau, o shopping fica perto de um museu, que tal darmos uma passada lá? O que acham? — Han tenta mudar um pouco nossa programação, mas tanto eu quanto Changbin não somos fãs de museus.
— Han, se queria tanto ir a museus, deveria ter saído com os outros — eu respondo, chegamos a um cruzamento e aguardamos o sinal abrir para atravessar. Estamos vestidos como sempre, com calças e blusas pretas, máscaras descartáveis, bonés, toucas e afins.
— Não, prefiro estar com meus dois membros favoritos — Han diz, colocando seus braços em volta dos nossos ombros.
— Você está só fugindo do Minho — Changbin se solta de seus braços.
— Verdade, mas poxa, não custa fazer algo que eu queira também, né? — Ele reclama.
— Sim — eu digo.
— Muito — Changbin completa, e atravessamos a rua em direção ao shopping.
— Posso pelo menos escolher onde vamos almoçar? — Han pede com olhos suplicantes.
— Tudo bem, pode escolher — eu cedo, e ele comemora.
— Por que está evitando o Minho? — Changbin pergunta, algo que também estava em minha mente.
— Porque ele é um idiota que acha que meus sentimentos são descartáveis. Então dei um gelo nele para que perceba que não pode me beijar e fingir que nada aconteceu.
Sabemos que Han é apaixonado por Minho, e eles costumam se envolver quando têm a oportunidade, mas não imaginava que Minho tratasse Han dessa forma. Afinal, Hannie nunca reclamou disso.
— Pensei que você seria o cachorrinho dele para sempre — Changbin comenta — faz bem em dar um gelo nele, ele merece.
*3RACHA: Changbin, Bang Chan and Han*
Han fica visivelmente ofendido, mas nada diz. Ele sabe que parece desesperado, mendigando a atenção de Lee Know. Chegamos ao shopping e nos dirigimos à loja de esportes. Changbin aproveita a oportunidade para olhar os tênis de academia, enquanto Han vai para a área de jogos e camping. Ele fica admirando uma mesa de pingue-pongue e sugere que devemos jogar o sofá fora e comprar uma daquelas. Eu estou distraído olhando algumas garrafinhas de água quando meu celular toca, era Hannah:
— Hannah, tudo bem aí?
— Chan? Oi, temos um problema.
— Não temos um problema, por que ligou para ele? Vai matá-lo do coração — era a voz de Somi.
— O que está acontecendo? — Meu coração gela.
— A Clara sumiu — Hannah diz rapidamente.
— QUE? — Minha voz sai alta, chamando a atenção de Han imediatamente.
— A Clara não sumiu... ainda. Quer dizer, ela deixou um recado dizendo que já estava voltando. Acabamos de chegar no apartamento, não precisa de todo esse escândalo — Somi diz com calma.
— Como deixaram ela sair sozinha? Vocês tinham uma função! — Minha voz sai agoniada.
— Calma, Chan — Han sussurra para mim, e percebo que as pessoas ao meu redor me olham assustadas.
— Sua namorada disse que estava com desejo de comer queijo, mas não é qualquer queijo, é um tal de queijo canastra que só é feito em Minas Gerais. Sabe onde fica isso? No Brasil. Quando eu disse que seria impossível encontrar algo desse tipo por aqui, ela disse que meu sobrinho ia nascer com cara de queijo. Aí eu fui atrás, Deus me livre se essa criança realmente nascer com cara de queijo, Clara iria me odiar para sempre — Hannah diz, e eu não consigo acreditar que ela está repetindo aquilo.
— Caiu na chantagem emocional de uma mulher grávida e me arrastou junto — Somi diz impaciente, acredito que pelo desespero de Hannah.
— Pelo amor de Deus, tentem encontrá-la. Vocês sabem que tem várias sasaengs no pé dela.
— Tudo bem, já vamos fazer isso — Somi continua falando com muita tranquilidade, o que me irrita profundamente.
— Chamem a polícia se for necessário — por que Clara não me escuta? Eu pedi tanto para ela não sair sozinha.
— Polícia? Bang Chan, calma, cara, ela deve... CARAMBA, VOCÊ ESTÁ... LINDA! — Somi grita, e eu fico sem entender.
Segue-se uma conversa da qual não consigo entender muito, mas consigo ouvir a voz de Clara e fico um pouco mais calmo. Ainda assim, quero saber o que está acontecendo:
— Ei, o que está acontecendo aí? Onde a Clara estava?
— Ela está bem, inteira, nada aconteceu com ela. Quer dizer, algo aconteceu, mas não vou dizer o quê — Somi responde.
— Exijo saber o que aconteceu!
— Não aconteceu nada, caramba. Eu só estava exausta de ser chamada de feia na internet. Pare de encher a paciência dele com isso — Clara diz impaciente.
— Vou desligar, Bang Chan — Somi diz e realmente desliga.
— O que está acontecendo? — Han quer saber.
— Não tenho certeza, parece que a Clara passou por alguma transformação ou algo assim.
— Vou pedir uma foto agora! — Han tira seu celular e começou a mandar mensagens para Clara.
É impossível não fechar a cara diante a intimidade do Han com ela. Tenho certeza de que se eu mandar, ela só vai ignorar... estou com ciúmes e nem vou negar.
Changbin compra sua camisa e decidimos ir a um restaurante recomendado por Han, famoso por sua culinária. Eu, particularmente, prefiro comida coreana, mas Han estava devorando uma carne de pato junto com Changbin e pareciam estar gostando muito, enquanto eu pedi algo mais leve. Após o almoço, decidimos passear pelas ruas de Paris, passamos perto do rio Sena, onde tiramos algumas fotos e alguns STAYs nos pararam para pedir autógrafos.
Eles perguntaram se eu realmente estou namorando com Clara, e eu apenas sorri em resposta. Para minha surpresa, desejaram felicidades, o que me fez sentir leve. Como disse, nem todo mundo do fandom é maluco. Decidimos então ir para o estádio, que não ficava muito longe dali, e optamos por ir a pé para aproveitar melhor a viagem.
Seguíamos distraídos pelas ruas, quando passo em frente a uma vitrine de uma loja de joias e algo me chama a atenção: um colar com um pequeno pingente de uma mulher segurando a mão de uma criança. Fiquei fascinado pelo colar e, quando percebo, já estou dentro da loja perguntando sobre o preço. Depois que a vendedora me mostrou, fiquei ainda mais encantado ao vê-lo de perto.
Changbin e Han observavam tudo de longe. Finalmente, paguei pelo colar e a vendedora o entregou embalado numa caixa de veludo e numa bonita sacola de papel azul. Satisfeito, observo a pequena sacola e volto para perto dos meus amigos. Han é o primeiro a comentar:
— Você realmente gosta da Clara, não é?
— Não vou negar — afinal, é inútil negar.
— Só te vi apaixonado assim uma vez — Changbin diz, e eu sei exatamente de quem ele está falando.
Eu já estive apaixonado por uma idol, mas a situação não funcionou. Nossas carreiras, fãs, vidas, eram muito diferentes e, no final, desistimos. Isso me afetou bastante, e desde então não me esforcei mais para me envolver com alguém, mas Clara reacendeu esse sentimento em mim.
— Não é como daquela vez... essa terá um final feliz — assim espero.
Chegamos ao estádio, que está bastante agitado. Novamente, alguns STAYs nos pararam para pedir autógrafos, e depois conseguimos entrar. Compramos ingressos para o camarote, onde poderíamos ficar mais à vontade e, sem demora, os jogadores entram no campo:
— Aquele é o Messi? — Han aponta para um jogador com a camisa trinta.
— Sim, é ele. Eu adoraria ter um autógrafo dele e do Neymar — Changbin observa o jogador brasileiro entrar.
— Uma vez, Clara me disse que odeia ele e o chamou de umas coisas estranhas que não fazem nenhum sentido para mim — lembro-me de suas palavras, mas nada fazia sentido.
— Já ouvi dizer que ele é um cara polêmico, mas acho que é um ótimo jogador.
Eu e Changbin continuamos falando sobre futebol, mas esportes não é muito o forte de Han, que ficou calado tentando acompanhar o jogo. O PSG acabou perdendo, mas isso não tirou nossa satisfação por termos visto grandes nomes do futebol. Enquanto íamos em direção à saída, uma criança passa correndo entre as pessoas, tropeça e cai. Alguém que julgo ser sua mãe logo vem atrás, e como estávamos perto, eu ajudo o pequeno a se levantar:
— Pronto, de pé — digo para a criança que ficou me encarando com os olhos maravilhados como se tivesse encontrado o coelhinho da páscoa.
A mulher aparece logo atrás e nos encara, dando um enorme sorriso:
— Vocês são do Stray Kids? 3RACHA? Nossa, eu não esperava... — ela diz com um inglês pior do que o do Changbin. Tive que fazer um pouco mais de esforço para entendê-la.
— Sim, somos nós — Han responde.
— Sou muito fã de vocês, estou tão feliz... Podem me dar um autógrafo? — Seus olhos estão brilhando enquanto ela busca desesperadamente por papel e caneta na sua bolsa.
Damos os nossos autógrafos e ela continua nos observando com seus olhos brilhando.
— Você foi ao nosso show? — Changbin pergunta para ser simpático.
— Infelizmente nem todo mundo tem dinheiro para um ingresso no Lollapalooza, mas eu assisti a uma transmissão, vocês são incríveis.
Nós agradecemos e eu observo o garoto. Ele ainda me encara como se eu fosse um diamante caro e isso me incomoda um pouco. A mãe percebe os olhares da criança em minha direção e fica um pouco sem graça:
— Desculpa... eu sou mãe solteira e meu filho é pequeno demais para entender que o pai dele é um traste. Eu vivo dizendo para as minhas amigas que sou sua esposa na brincadeirinha e então um dia, eu estava assistindo ao MV de I Am You na TV e ele começou a te chamar de pai, cismou que era você... me desculpa mesmo.
Eu a olho atônito e Han gargalha. Changbin pergunta em coreano o que aconteceu e Han conta a ele, os dois começam a gargalhar. A mãe fica completamente sem graça e eu sorrio e abaixo, bagunçando o cabelo do garoto:
— Como você se chama? — Pergunto e a mãe traduz para a criança, que me olha.
— Octávio.
— E quantos anos você tem, Octávio? — Digo e novamente a mãe traduz. E com seus dedinhos ele faz o número seis nas mãos — uau, seis aninhos, você é tão grande! Escuta o tio Channie, seja sempre um bom garoto e cuide da sua mãe, tá bom? É um combinado nosso.
O garoto sorri ao ouvir a tradução da mãe e faz que sim com a cabeça, enquanto a mãe fica com os olhos cheios de lágrimas e um sorriso de gratidão. A Europa não é lá um país onde todo mundo vive bem, e como mãe solteira, não consigo imaginar como deve ser difícil para ela. A partir dali, percebo que mesmo que Clara continue tentando me afastar, jamais deixarei ela viver numa situação parecida, será o melhor para ela, para os dois.
Acabo tirando uma foto com ele e nos despedimos. Seguimos até uma rua menos movimentada onde chamamos um táxi e, quando ele chega, passamos o endereço do hotel e o carro parte na direção desejada.
— Foi muito gentil da sua parte — Han diz e Changbin concorda.
— Não foi nada demais, não deve ser fácil ser mãe solteira, uma criança dá muito trabalho.
— Ainda bem que a Clara tem todos nós — Changbin fala com um sorrisinho no rosto. Me sinto feliz que a maioria dos meus amigos acredite nela e a acolha como família.
— Eu vi uma foto dela, ela está lindona — Han diz e pisca para mim.
— O que ela fez? — Não consigo deixar de ficar curioso.
— Você vai ver quando voltar para a Coreia — ele diz, implicante.
— Isso não é justo — também quero a amizade de Clara.
Chegamos ao hotel e seguimos diretamente para nossos quartos. Estou dividindo o quarto com Changbin, que logo entra no banheiro, dizendo que precisa tomar um banho. Pego meu celular e decido ligar para Clara. Apesar de ser de manhã na Coreia, quero muito falar com ela. Para minha surpresa ela atende, com a voz ainda carregada de sono.
— Hum? — Ela diz e sorrio.
— Oi, só liguei para saber se estão bem.
— Você sabe que horas são?
— Sei, mas coma algo e pare de fugir da Hannah e a Somi.
— Eu não estou fugindo delas, só estava entediada. Por favor, me ligue mais tarde, quero dormir... ainda é muito cedo.
— Nunca é cedo demais para falar com as pessoas que gostamos — digo e ouço sua respiração falhar do outro lado, e ela desliga o telefone.
Rio baixinho, imaginando que, nesse momento, ela deve ter enterrado a cabeça nos travesseiros e esteja se perguntando "por que ele mexe tanto comigo?". Ela é tão adorável. O destino escolheu bem quem seria a mãe do meu filho.
A menina que fez a betagem dessa história deu um grito ao ler "Tio Channie", convenhamos, muito fofo né?
O que será que a Clara fez? Fica pra semana que vem
Beijos amores, não esqueçam a estrelinha hein
BIG HUG
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top