✭De Volta A América ✭
Hoje completa sete meses. A expectativa para o nascimento da Aria está aumentando a cada dia. Quando entro em seu futuro quarto, fico feliz em ver que está quase tudo pronto para recebê-la. Isso me deixa um pouco em paz. No entanto, já se passaram quase vinte dias desde que vi Christopher pela última vez. Sei que ele está tentando me proteger e que o acidente da escada o afetou, mas eu só queria tê-lo aqui.
Quando eu achei que as pessoas iam começar a engolir nosso namoro, um canal de notícias local expôs a gravidez com fotos, provando que esses ratos chamado de paparazzi estão em todos os lugares. As fotos eram de mim saindo da clínica onde fazia o acompanhamento da gravidez. Chris até suspeitava que alguém da clínica poderia ter vazado a informação, o que não me surpreenderia nem um pouco. O que não fazem por dinheiro, né?
O ponto é que as coisas ficaram mais caóticas do que poderia imaginar. Muita gente, até quem sequer gostava do grupo, comprou a briga passando a atacar publicamente o Stray Kids e em especial meu namorado. JYPE fez promessas vazias sobre processar as pessoas que estavam fazendo esses comentários por danos morais, mas eles não faziam porcaria nenhuma, quase como se estivessem gostando de punir Bang Chan pelas suas escolhas.
Jijico me contou que os acionistas e diretores chegaram a cogitar mesmo a expulsão do Chris. Mas sabiam que se o fizesse poderiam era piorar as coisas e afundar de vez a carreira de todo mundo. Eu nunca imaginei que poderia ser tão complicado assim, estar com um idol de kpop.
Eu queria poder consolar Chris, dizer a ele que vai ficar tudo bem, dar forças para ele passar por toda essa barra, mas ele tem evitado me ver, não porque me odeia, mas porque teme em ser seguido.
Eu não tenho mais medo das sasaengs. Percebi que, se quero ter uma vida ao lado dele, não posso ter medo. Preciso ser mais forte do que elas. Eu até entendo um pouco o sentimento de frustração delas. Meu primeiro crush foi um cantor chamado Jon Bon Jovi e eu me apaixonei tanto por ele a ponto de sentir ciúmes, até descobrir que ele tinha idade para ser meu avô. Mesmo assim, eu tinha pôsteres, CDs, camisetas, até que me cansei. Claro que nunca seria louca ao ponto dessas garotas, mas agora que quero enfrentá-las, ele optou por se manter distante.
Como Chris não vem mais ao apartamento, todas as vezes que nos vimos, foi na JYPE, onde eu costumava entrar por locais alternativos. Entendo sua preocupação, mas eu precisava dele aqui. Queria tê-lo aqui comigo. Christopher criou toda essa expectativa de estar ao meu lado durante toda a gravidez e agora não está. Não consigo evitar sentir-me mal com isso.
Hannah disse que eu estou extremamente deprimida, por isso decidiu organizar uma noite do pijama para ver se eu fico um pouco mais feliz. Ela foi atrás do queijo canastra e me pediu para fazer o pão de queijo. Também consegui fazer brigadeiro.
Estou terminando de colocar o doce em uma vasilha quando a campainha toca. Fui até lá e vejo Hannah e Somi. A Barbie está carregando um monte de revistas enquanto Hannah tem um monte de besteiras em algumas sacolas.
— Oi, chegamos — Somi diz animada.
— Entrem — digo, deixando a porta aberta, e elas entram, correndo para colocar seus pijamas.
Elas vão para a sala onde eu já havia colocado os pães de queijo, e levo o brigadeiro. Não estou tomando refrigerante, mas comprei uma Fanta para elas e fiz suco natural. A campainha toca novamente e é Hannah que atende dessa vez.
— Sana! Estou feliz que chegou. E Nayeon? — Hannah pergunta surpresa.
— Nayeon está aqui? — Pergunto curiosa.
Entre todas as garotas do Twice, Sana se tornou muito próxima de mim. Mas Nayeon nunca trocou muita conversa comigo, apesar de sempre me trata muito bem.
*Nayeon and Sana*
As duas entram e Nayeon se curva, dizendo logo em seguida:
— Desculpe aparecer sem ser convidada, é que... uma noite das garotas ia me fazer tão bem.
— Oxe, fique à vontade. Não atrapalha nada — Respondo rapidamente e sorrio.
A idol sorri de volta e fica mais a vontade. Nayeon e Sana trazem consigo coisas para cuidados com a pele, esmaltes e... soju? Tudo bem, elas podiam beber o quanto quisessem, eu só poderia observar mesmo. Um pouco mais tarde, a campainha toca novamente e era Suljin. Foi muito bom fazer amizade com ela, alguém normal nesse mundo. Eu só tenho contato com pessoas do círculo do Bang Chan aqui, é bom criar meus vínculos.
— Que bom que chegou. Vem — pego em sua mão e a levo para a sala. Suljin fica intimidada no meio de tanta gente famosa. Quando ela esteve no chá de revelação, ficou quieta num canto se excluindo, mas eu tento colocar na cabeça dela que as idols não são diferentes dela só porque não é famosa — meninas, lembram da minha amiga, Suljin?
— Oi, você é a responsável por ter feito a Clara ficar mais bonita, né. Preciso dos seus serviços! — Sana diz, e todas riem.
— Sana precisando dos meus serviços? —Suljin pergunta surpresa.
— Claro, sempre bom cuidar do cabelo — Ela responde, e Suljin fica ainda mais tímida, porém agradecida.
Começamos então a comer, fofocar e falar mal dos homens. Afinal, em uma reunião de garotas, é normal que falemos do nosso ódio em comum: os homens. Nayeon parece ter levado um pé na bunda depois de ter feito de tudo e mais um pouco por uma relação. Ficamos ali, falando mal do indivíduo até a sua quinta geração.
A campainha toca, interrompendo nosso assunto. Realmente faltava alguém, e quando abro a porta, vejo duas pessoas completamente cobertas de roupa. Levo um susto momentâneo, mas logo começam a tirar aquele amontoado de roupas, revelando Han e Changbin. Eu convidei Han, afinal, ele se assumiu gay para mim, começou a me contar seus b.o's e nos tornamos muito íntimos. Agora, Changbin não entendi bem o que está fazendo aqui.
— O Changbin me obrigou a trazer ele — Han diz em sua defesa.
— Clara, me desculpe por vir sem ser convidado. Mas o Han me contou que teria pão de queijo... — Ele diz, tímido, e eu rio alto.
— Você é bem-vindo, mas... não estamos reunidas nem há uma hora e já falamos mal de todos os homens do nosso convívio. Se você não surtar, pode ficar — dou a minha condição.
— É claro que ele não vai surtar! Todo mundo em sã consciência fala mal de homens — Han diz enquanto entrava e faz todo mundo rir.
— Mas você também é homem Jisung — Nayeon diz.
— E no que isso me impede de falar mal da minha prole?
— Fique a vontade de Changbin, venha falar mal de homens, machismo e patriarcado conosco — falo zoando e todos começam a rir.
Changbin até onde sei é um homem hétero, e homens héteros não reagem bem ao ouvir mulheres falando mal de sua espécie, mas a masculinidade de Changbin não parece ser nada frágil, já vi ele até fazer coreografias de grupos femininos sem alterar nenhum passo como percebo os rapazes fazendo, para não ficarem tão femininos.
Ele não me entende muito bem o que eu disse, e o Han traduz para coreano. Quando finalmente consegue me compreender, faz que sim com a cabeça e se senta no sofá, do lado da Hannah.
Rapidamente, estamos todos acomodados na sala, comendo embondos e falando mal de alguma coisa. Suljin está fazendo um penteado em Sana, e a próxima da fila era Somi. Colocamos um monte de badulaques no cabelo do Changbin, e Nayeon se acabava no soju. Han estava me ajudando a escolher um esmalte, enquanto ouvíamos o discurso da Nayeon:
— É tão difícil assim que alguém goste verdadeiramente de mim? Estou cansada de criar expectativas e levar um balde de água fria.
— Você coloca expectativa demais em homem, Nayeon-sunbaenin — Changbin responde, comendo seu pão de queijo.
— Eu acho que se o Changbin está dizendo, então tá certo né. Ele tem propriedades no assunto — Han o implica, e Changbin faz uma careta em resposta.
— Por que homem é tão difícil, Changbin-ssi? — Somi pergunta, e ele reflete.
— Vocês também não são fáceis de lidar, sabia? Nós homens somos práticos, já vocês... — Ele diz, e todas, até Han, fazem uma careta para ele.
— Somos encantadoras, resposta errada — Hannah diz, e as meninas começam a vaiar o Changbin.
— Aliás, não te contei, Clara, Minho me chamou para conversar — Han fala, olhando para mim todo empolgado.
— E aí? — Pergunto, curiosa.
— Ele disse que andou pensando e que gostaria de me ouvir mais. Mas sei lá, tô com medo dele fazer as mesmas coisas.
— Ah, então você deu um basta na situação. Reparei mesmo que você parou de correr atrás dele como um cachorrinho, e nós do TWICE fizemos até uma aposta sobre o que aconteceu — Nayeon fala, e ele a encara surpreso.
— Aí gente, todo mundo fala isso, era tão nítido assim? — Ele pergunta sem fazer questão de esconder que ficou chateado.
— Aham.
— Totalmente.
— Muito nítido.
— Até eu, que não pertenço ao mundo dos ídols, sei disso — Suljin diz, e ele suspira.
— Ah, gente. Eu fico vendo o Bang Chan, o carinho e o cuidado dele com a Clara... queria isso também — Han desabafa, e todos olhamos.
— Aí você tá querendo demais, né? O Minho é todo esquisito — Sana diz, e começam a falar das esquisitices do Minho.
Ouvir Han falar sobre Bang Chan me deixa triste. Eu queria tanto estar com ele, precisamos superar isso. Não podemos ficar com medo o tempo todo dessas pessoas, temos que enfrentar... juntos. Mas ele não para de fugir de mim.
Ficamos até tarde da noite conversando até que todos foram embora e só ficou Hannah. Eu queria ajudá-la a arrumar as bagunças, mas ela disse para eu ir descansar no quarto. Fui apenas beber um pouco de água e minha barriga se contraiu, o que me fez reclamar de dor e me contorcer.
— Clara? O que foi? — Hannah corre até a cozinha e eu sinalizo com a mão que está tudo bem.
— Comecei a sentir contrações, já estamos beirando os oito meses, né? A médica avisou que isso acontece, não é a primeira vez — Digo e logo ajeito a postura.
— Temos que ficar de olho nisso. Vai que minha sobrinha está ansiosa e vem mais cedo?
— Nem fala uma coisa dessas — já pensei nessa possibilidade porque tenho sentido muitas cólicas. Mas Aria vai esperar, não aguento mais nenhuma surpresa.
— Se voltar a sentir dores, me fala. Vamos ao hospital, vou ligar pro Chris — ela diz, já pegando o celular.
— Não precisa, pode deixar — digo chateada e vou caminhando para o quarto.
Hannah percebe minha expressão e me segue. Acendo a luz do quarto e vou até o maleiro do guarda-roupa atrás da coberta quando vejo que ela está me observando. Respiro fundo e sento na cama:
— Estou deprimida, ok? Só queria o Chris aqui...
— Ele queria estar aqui. Mas está com medo. Você não tem noção do quão paranoico ele tá — sua voz soa gentil e ela dá um sorriso para tentar me confortar.
— Vamos nos ver amanhã na empresa. Não sei até quando posso aguentar isso... pareço estar numa prisão e nem cometi crime algum.
— Estive conversando com meus pais... estávamos falando sobre você e Aria irem morar na Austrália com a gente. Lá você estará segura e terá liberdade. A Austrália não é tão longe da Coreia e é mais fácil para Bang Chan ir ficar com vocês... o que acha disso?
— Você quer que tenhamos um relacionamento à distância? Essa é a coisa mais ridícula que já ouvi na minha vida. Ou estamos juntos, ou não estamos — eu não iria aceitar de maneira alguma um relacionamento assim, eu tive uma vez com Anthony, não envolvia uma criança e, se me lembro bem, acabou com ele me fazendo de idiota — Vou dormir, desligue a luz quando sair, por favor.
Me deito na cama e cubro meu corpo, me virando para o outro canto. Hannah apaga a luz e antes de fechar a porta diz:
— Considere, Clara, talvez seja a opção necessária por um tempo.
Já cheguei na JYPE, mas Bang Chan avisou que se atrasaria um pouco. Estou no estúdio do 3RACHA, resolvi esperá-lo aqui. Já faz um tempo que não vejo Christopher, um misto de saudades, ansiedade, raiva e tristeza estão em mim e me fazem ficar impaciente. Não vou desistir de fazer Chris perceber que ele precisa ficar ao meu lado.
Ele manda uma mensagem avisando que chegou e algum tempo depois entra na sala carregando um buquê cheio de flores amarelas e sorri, suas covinhas surgem e inevitavelmente sorrio junto a ele. Ele caminha até mim e seus braços me envolvem, deito minha cabeça em seu peito e ele alisa meu cabelo:
— Senti tanto sua falta — Ele diz, ergue meu rosto e seus lábios tocam os meus, iniciando um beijo lento e delicado.
Depois de me entregar as flores, suas mãos vão para minha barriga, onde ele a acaricia e diz cheio de ternura:
— Também senti sua falta pequena e já conto os dias para te ter nos braços.
— Chris, precisamos resolver isso — digo rapidamente e ele me olha.
— Clara... já falamos sobre isso.
— Mas eu nunca concordei. Você precisa entender que eu não quero ficar sozinha. Eu quero estar com você. Essas garotas só vão continuar com esses comentários idiotas se a gente continuar fugindo, não percebe isso? — Meu Deus, por que ele é tão teimoso?
— Clara, eu não quero que ninguém te machuque. Estou mesmo tomando algumas medidas para que quando Aria chegar ao mundo, não precisemos mais ficar assim. Só que eu temo pela sua segurança nesse processo, então é melhor assim, meu amor... aguente só mais um pouquinho, por favor.
Eu queria dizer não, queria dizer que estar longe dele estava me sufocando. Nesses últimos tempos de gravidez, meu psicológico tá uma droga e só queria tê-lo ao meu lado. Mas seus olhos tristes e suplicantes, junto com seu sorriso gentil, me conquistam e eu concordo. Ele coloca suas duas mãos em meu rosto e me beija novamente. Quando separa nossos lábios, diz:
— Te prometo que vai ser tudo diferente quando eu resolver isso, ok? Confia em mim?
— Claro que confio.
— Eu te prometi que iria te fazer feliz e vou cumprir com minha palavra — seus lábios selam a minha testa. Espero mesmo que que ele saiba que minha felicidade está com ele, não longe dele.
— É verdade que estão falando sobre eu me mudar para a Austrália? — Pergunto e aguardo sua reação.
Ele parece ficar ansioso com o assunto e assente:
— Seria bom, não seria? Lá você poderia viver em uma boa casa com espaço para Aria brincar, e meus pais estariam com você.
— Se for assim, prefiro voltar para o Brasil.
— Acha o Brasil uma boa opção para a Aria crescer? — Ele arqueia a sobrancelha.
Eu sempre falo mal do Brasil para ele, então entendo sua dúvida, mas Aria tem algo que eu não tive: um pai rico, e isso é um diferencial no Brasil, onde esse papo de meritocracia é uma piada. Então, para ela, suas chances seriam bem melhores do que as que eu tive. E já que era para viver longe dele, que fosse ao lado da minha família.
— Não quero pensar nisso agora — sorrio fraco e ele concorda, vai até o frigobar e pega um pote de sorvete.
Passamos uma tarde agradável, imersos em conversas sobre Aria, sobre o desenrolar dos dias e o intenso trabalho de Bang Chan. O tão aguardado Comeback estava a apenas duas semanas de distância, o que significava que ele ficaria extremamente ocupado. Essa perspectiva não me anima nem um pouco, pelo contrário, me deixa irritada.
A gente mal se vê com ele apenas se preparando pro comeback, imagina quando de fato acontecer? Além do mais, andei tendo pesadelos com ele não aparecendo na hora do parto e descobri um novo trauma sem nem antes acontecer, porque já deixei claro que eu coloco fogo nele se isso acontecer.
Quando a noite cai, Bang Chan solicitou um motorista particular para me levar para casa. Depois de um último beijo demorado, parti em direção ao meu lar. Enquanto o carro percorria o caminho, comecei a ponderar sobre a possibilidade de retornar ao Brasil. Eu e minha mãe nós acertamos e agora ela me liga todos os dias para saber da sua futura netinha. Minha mãe certamente ficaria radiante em me ter por perto, ainda mais com uma criança, mas eu não estava segura se essa era mesmo a melhor escolha. Em meio a tantas incertezas, compreendi a necessidade de parar de sofrer antecipadamente e aguardar para ver no que tudo isso resultaria.
Ao adentrar o edifício, o carro me deixou na garagem, evitando assim que eu fosse avistada na rua. Fui direto para o elevador e, ao chegar ao meu andar, caminhei distraída até a porta de meu apartamento, apenas para constatar que ela estava entreaberta. Hannah não costuma aparecer sem me avisar, o que torna aquela situação bastante peculiar.
Resolvo chamar pelo meu vizinho, um senhor simpático que sempre que preciso, se prontifica a ajudar. Como ele já tinha sido professor, conseguia se comunicar em inglês:
— Ajussi, desculpe incomodar, mas minha porta está aberta e tenho certeza que a tranquei. Estou com receio de entrar sozinha...
— Ah, vamos dar uma olhada então — ele respondeu, avançando em direção à porta.
Ao entrar, percebemos que todas as luzes estão apagadas. O senhor, sem hesitar, dirigiu-se ao interruptor. Tudo parecia em ordem, até que ele perguntou em voz alta se havia alguém ali, sem obter resposta. Em seguida, sorri e relaxa:
— Parece estar tudo bem. Caso precise de algo mais, pode me chamar — ele diz e eu sorrio me curvando em agradecimento.
Após sua saída, entro em contato com Hannah e descubro que ela havia passado rapidamente pelo apartamento para deixar algumas coisas que comprou para Aria, mas saiu às pressas. Vou ao quarto da minha filha para conferir as compras, porém, ao abrir a porta, deparei-me com uma cena chocante:
O quarto está completamente revirado, com gavetas abertas e objetos de Aria espalhados pelo chão. O berço está quebrado, o guarda-roupa desarrumado, e o móbile de berço, presente da Sana, encontrava-se destruído. Permaneço ali, atônita, me questionando o motivo de tanta raiva. Se alguém nutria ódio por mim devido ao meu relacionamento com Bang Chan, por que direcionar isso a Aria, que não tinha culpa de nada?
Após o choque inicial, ligo para Bang Chan, que se fez presente em minutos acompanhado de Han e Seungmin. Ele acionou a polícia e conseguimos acesso às imagens das câmeras de segurança do prédio. Ficou evidente que duas pessoas haviam seguido Hannah. Enquanto ela estava distraída ao telefone, adentraram rapidamente o apartamento aproveitando-se da porta destrancada.
— Vamos rastrear os responsáveis por meio das imagens captadas — disse o policial, enquanto Bang Chan absorvia cada detalhe.
Estou no sofá, ainda sem acreditar, quando ouço a voz do Seungmin ao meu lado:
— Fiz um chá pra você. Precisa ficar calminha.
Sorrio e aceito o chá, mas não resolve muita coisa. Estou tão mal que finalmente as lágrimas caem, jorrando como água corrente. Han não perde tempo e me abraça:
— Hey, Clair, calma. Compraremos tudo depois.
Apenas concordo com a cabeça, mas não eu queria coisas novas, eu queria que essas malucas deixassem Aria em paz. Christopher quer que eu passe a noite no dormitório, mas me recuso, e ele decide ficar aqui comigo. Depois que os meninos vão embora, deito na cama e ele logo me segue, me abraçando. Passa um bom tempo alisando meu cabelo e diz, cheio de ternura:
— Eu te amo. Você é minha princesa.
— hummm — respondo baixinho.
— Me perdoa, tá? Isso tudo é minha culpa.
— Como pode ser sua culpa? Você não tem culpa de ter gente doida no seu fandom fazendo isso — digo, sem esconder o tom de revolta na voz.
Sei o quão tóxicos os fãs podem ser, mas cada vez mais essas malucas me surpreendem. Espero que a polícia tome medidas contra elas.
— Clara, eu já estava pensando nisso e agora eu tenho certeza... Quero que você volte para os Estados Unidos — Ele diz com cautela, sabendo que está pisando em um campo minado.
Não consigo evitar a surpresa e me sento na cama, olhando para ele furiosa:
— O que? Como ousa falar uma coisa dessas?
— Clara...
— Escuta aqui! Não devemos ter medo dessas doidas. Enquanto ficarmos fugindo, elas continuarão agindo assim, não percebe?
— Clara, uma vez um homem colocou cacos de vidro na comida de uma idol, e ele se dizia fã dela... Tem noção da gravidade disso? Não foi um fã que matou o John Lennon? Esse tipo de gente é doente, e eu não posso permitir que algo assim aconteça com vocês. Você estava mais segura lá do que aqui, e hoje eu vejo isso. Vou providenciar um lugar para você e suas amigas viverem, pois acredito que seu apartamento não é o mais indicado para uma criança. As coisas vão se ajeitar, mas até lá... prefiro manter vocês seguras.
Quero dizer que não concordo com nada disso, mas minha única reação é chorar, a ponto de ficar tonta. Sinto o braço dele me envolver. Não aguento mais essa situação, não suporto mais tanto ódio em cima de mim e dele, como se fôssemos monstros.
Existem tantos casos de ídols que são perseguidos, massacrados e até agredidos por fãs problemáticos que os tratam como propriedade. A obsessão torna tudo toxico e imagino o quão difícil é para ídols terem que lidar com isso.
Fora que no kpop existe uma cultura ridícula de cancelamento seletivo onde quando pegam alguém pra cristo, cancelam até os familiares dessa pessoa e quando alguém faz algo realmente sério, as pessoas agem como se nada tivesse acontecendo. Não vou citar exemplos mas todo kpopper sabe bem os inúmeros exemplos de pessoas que fazem merda e nada lhes acontece enquanto outras são severamente criticadas por coisas pequenas como por exemplo fumar. Imagine você querer cancelar uma pessoa adulta porque ela fuma? É, isso infelizmente acontece no mundo do kpop.
É triste mas infelizmente é o preço que a fama cobra.
Muito obrigada pelo apoio e não esqueça do voto
BIG HUG
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