Um Adeus Cruel P2

Safira Montenegro

O que fazer quando o seu coração está machucado? O que fazer quando a vontade de viver já não se faz presente em seu corpo? O que fazer quando tudo o que você sente é solidão e desamparo? O que fazer quando seu mundo desaba? Perguntas invade a minha mente na procura de respostas, que nem se quer eu tenho.

Estou em casa, quer dizer na casa do meu pai, olhando para o teto a procura do fim da minha dor. Foi difícil para nay me tirar daquele hospital, mas depois de muito chorar,me sentir sem forças para continuar lutar.

Se tem algo que eu tenho certeza nessa vida é que isso não ficará assim, o Luiz pagará pelo que fez, e quanto a minha mãe? Ela terá o que merece mais cedo ou mais tarde, eu vou reencontra-lá e ela vai saber que a menininha inocente dela morreu junto ao homem que a amou.

Meu celular apita varias vezes avisando que tenho novas mensagens, mas não tenho forças para falar com ninguém. Não quero pena de ninguém, o que eu quero é justiça e essa sim eu vou ter.

_  Filha você precisa comer. _ Diz nay na porta do quarto do papai

_ Eu não quero, pode ir para sua casa, vou ficar bem. _ Falo sem encará-la

_  E deixar você sozinha? De jeito nenhum. _ Diz se sentando ao lado da cama

_  Sei que é difícil, mas você não pode deixar de se alimentar ou vai ficar doente. _ Diz enxugando as minhas lágrimas que teimam em descer

_ Obrigada por se preocupar comigo, mas eu não quero nada nesse momento, eu só preciso do Alessandro. _ Falo e coloco a cara no travesseiro

_ O senhor Alessandro Barry? _ Pergunta alisando o meu cabelo e percebo que pensei alto demais

Até quando não quero percebo que falo demais, porém fico quieta e ela sai do quarto me deixando sozinha com meus pensamentos. Agora que o meu pai se foi o que vai ser de mim? Tudo que eu estava fazendo parece tão sem propósito agora, me sinto tão desamparada nesse momento, e para completar não tenho com quem contar, já que o Alessandro não estar ao meu lado agora.

levanto da cama e olho atentamente o quarto do papai, estava tudo como me lembrava, cada coisa no seu devido lugar. Abro o seu guarda roupa e todas as suas roupas estavam em cabides e bem arrumadas, até parece que a qualquer momento ele poderia entrar por aquela porta me da um sorriso e vim me abraçar como nos velhos tempos.

Pego o seu terno e memorias invade a minha mente. Ele usou esse terno no meu aniversário de 15 anos, ele queria me da uma festa mas no final de tudo o melhor presente que eu pude receber foi ver um sorriso dele. Ele era o meu príncipe e logo quando me viu naquele vestido de debutante seu sorriso cresceu ainda mais e assim dançamos a valsa e duas músicas, mas o papai ficou cansado e decidimos parar.

Aquela com certeza foi a melhor festa que eu tive, não pelo glamour, mas por ele estar comigo em um dos momentos mais importantes da minha vida. Mas agora ele se foi e deixou um vazio enorme no meu coração, já na minha mente apenas momentos divertidos e felizes.

A como eu queria que tudo isso não se passasse de um sonho, um sonho ruim e que quando eu acordasse tudo estria como antes, como nos velhos tempo. A papai como eu queria ter você aqui, eu queria poder te abraçar mais uma vez, queria dizer que eu o amo novamente e queria poder olhar nos seus olhos e te ver sorrir novamente, só mais uma vez eu queria poder senti-lo aqui.

Não consigo controlar as minhas lágrimas e mais uma vez elas descem sem permissão. Meu celular apita mais uma vez, eu o pego no criado mudo e limpo as minhas lágrimas.Tinha uma mensagem na caixa postal, provavelmente era do Alessandro.

_  Baby como você esta?o que esta acontecendo?Me liga eu preciso ouvir a sua voz ou enlouqueço. _ Diz a mensagem da caixa postal

Ele estava preocupado, percebi na sua voz, mas não sei se é uma boa ideia ligar para ele e desabafar. Ele já tem muitos problemas e não quero ser mais um, sei que ele não veio comigo por problemas na empresa, mas eu entendo o seu lado, ele não pode se descuidar da sua empresa por mim e eu não posso ser egoísta a ponto de lhe pedir isso.

Arrumo o terno do papai para o seu funeral e vou para o meu quarto tomar um banho e descansar. Tomo um banho gelado, molhando o meu cabelo e coloco um pijama. Meu celular toca e atendo na mesma da hora.

_  Graças aos céus Baby, como você está? _ Diz o Alessandro e meu coração acelera

_  Estou bem na medida do possível, não se preocupe. _ Falo e se forma um nó em minha garganta

_  Você tem certeza? Baby não mente para mim por favor, como esta o seu pai? _ Diz e fico muda por alguns segundos, apenas escutando a sua respiração

_  Baby você ainda esta ai?_  Pergunta preocupado

_  Sim eu estou, mas o meu pai não. _  Falo com um pouco de dificuldade, porém ele entende o recado

_ Meus pêsames Baby, eu queria esta ai para te consolar. _ Diz calmo me passando tranquilidade

_  Não se preocupe, vou ficar bem. _  Falo tentando controlar as lágrimas

_  Não me engane Safira, sei que estar chorando e isso me destrói. _  Diz e respiro fundo

_ Eu não queria que se sentisse assim, eu também não queria perder o meu pai, mas parece que a vida faz tudo ao contrário. _ Falo chorando

_ Baby você precisa ser forte, vou fazer o possível para ir ao seu encontro. _ Diz se preocupando comigo

_  Não precisa Alessandro, você tem as suas prioridades, eu preciso apenas descansar um pouco, mas não se preocupe comigo por favor, eu vou ficar bem. _ Falo

_ Eu sei que vai, mas a minha prioridade nesse momento é você, eu te amo e você não precisa ser forte o tempo todo, qualquer coisa me liga por favor. _ Diz o Alessandro preocupado

_ Esta bem, até logo amor, eu te amo. _ Falo e desligo o celular

Não iria dormir, não consigo dormir, mas eu tinha que desligar ou não conseguiria manter o controle. Ele não precisa de mais problemas, esse aqui eu resolvo.

No dia seguinte acordo com dores no corpo, por conta que acabei adormecendo de mau jeito. Levanto e tomo um banho, visto um vestido preto, já que eu me encontro de luto.

A Nay trouxe o meu café no quarto, no qual eu nem toquei. O funeral do papai foi marcado para as 10 da manhã e assim todos os seus amigos resolveram prestar a suas condolências a mim. Podia sentir o olhar de pena de cada um, mas no fundo do meu coração crescia um ódio por as duas pessoas que fizeram o meu pai chegar ao fundo desse poço.

Assim que deu o horário foi marcado, todos da vizinhança estavam la para prestar as suas últimas homenagens ao papai. De perto pude ver o seu caixão preto com flores em cima, no vidro vi pela última vez o rosto pálido do meu pai, agora sem vida.

Algumas pessoas me abraçavam mas eu fazia tudo em modo automático, já que eu não sentia mais o meu chão. Todos me olhavam com pena e compaixão, mas eu nem ligava para ninguém.

_  Perder o pai sendo tão nova, coitada. _ Algumas pessoas diziam e apenas consigo observar o caixão do meu pai

_ O que vai ser dela? pobre menina. _ Diz agora um senhor

_ Tão nova e tendo uma perda tão grande, coitadinha. _ Diz uma senhora

Alguém me cutuca chamando a minha atenção, quando eu olho me deparo com o meu professor Helio e uma senhora.

_ O querida conte com a gente no que precisar, seu pai se foi,mas você tem uma grande família aqui presente. _ Diz segurando a minha mão

_ Muito obrigada pelas palavras. _  Falo e olho para o professor Hélio ao seu lado

_ Sei que não é o momento, mas deixe-me apresentar o Hélio meu único filho. _ Diz a senhora

_ Já nos conhecemos mamãe, Eu sinto muito pela sua perda, não sabia que o senhor era o seu pai. _ Diz

_ Então já que se conhecem, vou ali falar com a Nay um minutinho. _ Diz se retirando nos deixando a sós

_ Eu sinto muito mesmo, deve ser duro perder o pai, mas pense que ele foi para um mundo melhor. _ Diz e me abraça

Era tudo o que eu estava precisando, palavras amiga e um abraço apertado.

_ Obrigado, mas não se preocupe comigo. _ Falo o que falei para todas as outras pessoas e me solto dele

_ Se precisar de um ombro amigo pode contar comigo. _Diz passando a não em minha bochecha

De repente sinto alguém passar a não em minha cintura me abraçando por trás.

_ Não se preocupe, se ela precisar de um ombro amigo ela tem o meu. _ Diz uma voz na qual eu reconheço muito bem e me viro para encará-lo

Ele me abraça, fazendo todos desaparecerem junto com um pouco da minha dor. Respiro o seu perfume e imediatamente me sentir segura e amparada. Era isso o que ele representava para mim, segurança e amparo de todas as coisas. Estar com ele faz a minha dor parecer menor, mas mesmo assim posso senti-la, minhas lágrimas molha o seu terno e ele diz

_  Eu estou aqui, tudo ficará bem. _  Diz em meu ouvido e consequentemente desabo em lágrimas ainda mais

_ Eu sei que vai, mas esta difícil de acreditar. _ Falo e ele me encara enxugando as minhas lágrimas

_ você é forte Baby, vamos sair dessa. _ Diz e beija a minha testa atraindo atenção de alguns curiosos

Olho novamente para o caixão do papai e percebo que o padre se aproxima e faz sinal de cruz assim que avista o caixão. Ele diz algumas palavras de consolo e de reflexão, mas a minha dor só aumentou novamente após o caixão ser abaixado para entrar na cova.

Minhas lágrimas caem e o Alessandro me abraça, me solto dele e corro em direção ao caixão, mas ele consegue me segurar a tempo de pular na cova junto com o meu pai.

_ Me solta, me solta...Vocês não entendem eu quero ir com ele, me deixa ir com ele. _ Falo gritando mas o Alessandro me puxa para perto dele

_ Vai ficar tudo bem Baby, ele precisa ir, mas ele estará sempre com você. _ Diz em meu ouvido, mas pouco me importa eu quero o meu pai

_ Me larga Alessandro, você não entende eu quero ir com ele, eu não vou aguentar viver sem ele. _  Falo chorando em meios aos soluços

_  Eu entendo a sua dor Baby minha mãe também se foi, mas você precisa ser forte eu preciso de você. _ Diz baixinho

Eu lutava com todas as minhas forcas, mas não conseguia ir junto ao meu pai, o Alessandro me segura pela cintura me puxando para longe, fazendo os meus esforços ser em vão. Perder alguém que se ama é a coisa mais difícil dessa vida, mas nós sobrevivemos com a convicção de que essa pessoa vive em um mundo melhor, um mundo sem dor e sem falsidade.

Um mundo paralelo bem diferente do nosso, aonde todas as pessoas que se foram estão nele bem e olhando por aqueles que amam.

Meu choro é abafado pelo abraço apertado do Alessandro, mas aos poucos sinto-me enfraquecida e sem controle do meu corpo e desmorono em seus braços.

~~~~~~ Continua...

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Agradeço a Deus e a Vocês por tudo e até o próximo capítulo.

Goodbye👋👋👋

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