Malu Souza

Eu te amo

Adam conheceu Eleanor em uma noite de outono, quando o vento frio cortava a pele e as folhas mortas criavam um tapete seco sob os pés. O olhar dela era hipnotizante, seus olhos brilhando intensamente sob a luz da lua. Naquela primeira troca de olhares, ele se sentiu capturado por um feitiço sutil e irresistível. Com um sorriso suave, Eleanor se aproximou dele e murmurou, quase em um sussurro: "Eu te amo, Adam." As palavras pareciam um pouco cedo demais, mas ele não pôde deixar de se sentir lisonjeado. Ao longo da noite, ele percebeu que ela não tirava os olhos dele, cada gesto seu era como um pequeno ato de devoção. "Eu te amo tanto," ela repetia, a voz embriagada de ternura, como se quisesse gravar aquelas palavras em sua alma.

No início, Adam via aquilo como um toque especial, um carinho apaixonado que apenas tornava seu romance mais intenso. Eleanor aparecia com pequenas surpresas: uma flor deixada no travesseiro, uma carta escrita à mão declarando seu amor. "Eu te amo de um jeito que nunca amei ninguém antes," dizia a carta, com uma caligrafia firme e apaixonada. Esses pequenos gestos de Eleanor faziam seu coração disparar, e ele achava aquilo charmoso, um toque de intensidade que tornava o relacionamento deles único. Mas, às vezes, ele captava algo nos olhos dela que lhe causava um leve arrepio. "Eu te amo, Adam," ela dizia sempre, com um brilho que ele começava a perceber como algo mais do que simples admiração.

Eleanor não era como outras pessoas que ele conhecera. A intensidade de suas declarações e a frequência com que ela dizia "Eu te amo" começaram a parecer uma obsessão, algo que ultrapassava os limites do comum. Uma noite, ela o levou a um lugar afastado, onde ninguém os encontraria, e ao se deitar ao lado dele, segurou suas mãos e olhou profundamente em seus olhos. "Eu te amo, e nunca deixarei de amar você," ela afirmou, com uma convicção que parecia uma promessa ou, talvez, uma ameaça velada. Cada gesto, cada olhar, cada toque trazia o peso de algo que ele não conseguia entender completamente. "Eu te amo tanto que isso me preenche," ela disse novamente, com a voz carregada de uma emoção avassaladora que começava a assustá-lo.

Com o passar dos meses, o comportamento de Eleanor se tornou mais possessivo, e Adam começou a se sentir sufocado pela intensidade com que ela repetia, "Eu te amo." Tudo que ele fazia, ela precisava saber; cada passo que ele dava, ela o seguia, mesmo quando ele achava que estava sozinho. Certo dia, ele encontrou um bilhete dela escondido entre suas roupas, dizendo: "Eu te amo tanto que não consigo parar de pensar em você, a cada segundo." Ele se arrepiou ao ler as palavras, pois, apesar de parecerem românticas, traziam uma carga de obsessão que ele não conseguia ignorar. Ainda assim, ele tentava ignorar, convencendo-se de que Eleanor só queria demonstrar afeto. "Eu te amo, Adam," ela repetia cada vez que ele expressava o menor sinal de dúvida, como se aquelas palavras fossem suficientes para manterem-no ao lado dela.

Quando Adam tentou conversar sobre espaço e limites, Eleanor reagiu de maneira inquietante. "Espaço? Para quê, se eu te amo tanto?" Ela perguntou, o olhar fixo nele com uma intensidade perturbadora. Ele sentiu um arrepio ao ouvir aquilo, e a expressão dela não ajudava a aliviar a sensação. "Eu te amo, Adam, e isso significa que preciso estar sempre perto de você," ela afirmou, com um sorriso que não combinava com a seriedade em seus olhos. Ele percebeu que, por trás das palavras de carinho, havia uma espécie de possessão, uma necessidade de controle que se escondia nas entrelinhas de cada "eu te amo." Ele tentou insistir, mas toda tentativa era abafada por aquele sorriso doce e as declarações insistentes.

Em uma madrugada, Adam acordou e percebeu Eleanor sentada na beira da cama, observando-o dormir, os olhos fixos em seu rosto. Sentiu o coração disparar ao ver que ela estava acordada há algum tempo, apenas fitando-o em silêncio, e, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ela sussurrou: "Eu te amo, Adam, com todo o meu coração." A voz dela era tranquila, mas tinha um tom de devoção que lhe causava medo. Ele tentou fingir que estava tudo bem, mas a imagem dela, imóvel, com aquele olhar obsessivo e carinhoso, não o deixava dormir. "Eu te amo tanto que nem o sono me afasta de você," ela murmurou, enquanto ele sentia o peso de sua presença ao seu lado, como uma sombra constante e vigilante.

No auge do inverno, Eleanor insistiu para que eles passassem uma noite especial juntos, apenas os dois, longe de tudo. Adam, mesmo relutante, concordou, e ela preparou uma noite cheia de detalhes, com luz de velas e um vinho forte que o deixou um pouco tonto. Eleanor usava um vestido preto que fazia seu rosto parecer ainda mais pálido, e ela segurava uma pequena faca de prata na mão, passando os dedos por sua lâmina como se fosse um brinquedo. "Eu te amo, Adam," ela disse, o sorriso tão sereno quanto ameaçador, e se aproximou dele, acariciando seu rosto com uma intensidade que o fez estremecer. Ele tentou sorrir e afastar a sensação incômoda, mas Eleanor apenas se aproximou mais, repetindo: "Eu te amo mais do que você imagina, e estou disposta a provar isso."

Adam se afastou, mas ela não deu espaço. "Você sabe que sempre disse que meu amor por você seria eterno," ela murmurou, os olhos brilhando à luz das velas, que lançavam sombras macabras sobre seu rosto. Ele tentou argumentar, dizer que talvez estivessem indo longe demais, mas ela silenciou-o com um toque firme e uma expressão inabalável. "Eu te amo, Adam, e ninguém pode separar o que o amor uniu." E, então, sem aviso, ela cravou a faca em seu peito, um gesto rápido e silencioso que lhe roubou o fôlego. A dor o consumiu, e a última coisa que ele viu foi o rosto de Eleanor, com um sorriso que parecia tanto uma declaração de amor quanto um toque de loucura.

Enquanto ele se esvaía, Eleanor se inclinou sobre ele, sussurrando: "Eu te amo mais do que mil palavras poderiam dizer, Adam." Com uma expressão de paz, ela passou a mão pelos cabelos dele, como se aquele fosse um gesto de carinho final, um ato de devoção que apenas ela poderia compreender. "Eu te amo, e agora você é meu para sempre," ela murmurou, enquanto o último suspiro dele escapava. Para Eleanor, aquele era o ápice de seu amor, um gesto que selava sua união de forma eterna, onde nenhuma palavra jamais alcançaria o significado profundo daquele ato mortal.

Fim.

User: La_Cantante

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top