Izzy

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𝑅𝑒𝒸𝑜𝓃𝓈𝓉𝓇𝓊𝒾𝓃𝒹𝑜 𝐿𝒶𝒸𝑜𝓈

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Caminho pela margem do lado do parque que frenquento todas as manhãs,

Respiro fundo, com os fones de ouvido nas orelhas, escolhi uma música triste que refletia como me sentia naquele momento.

O parque estava especialmente bonito: As árvores ao redor do lago balançavam suavemente ao vento, e os raios de sol que passavam pelas folhas criavam um jogo de luz e sombra no caminho de terra batida.

Os patos nadavam tranquilamente no lago, enquanto alguns ciclistas passavam ao longe na ciclovia.

As flores nos canteiros adicionavam cores vibrantes ao cenário, contrastando com meu estado de espírito melancólico.

Olho ao meu redor e vejo o lugar cheio de vida: crianças brincando, jovens namorando, pessoas praticando exercícios, outras lendo livros sob a sombra das árvores e famílias fazendo pequeniques.

Depois de uma caminhada, solto um suspiro e decido deitar sob a copa de uma árvore, afastada de todos.

Olho para céu e observo as nuvens, que formam diferentes desenhos.

Uma nuvem lembra um coelho, outra parece um dragão cuspindo fogo, e, para minha trisreza, uma delas toma a forma de um coração partido.

Meus pensamentos traiçoeiros, me levam de volta á briga que tive com meu melhor amigo no dia anterior, e a sensação de perda e arrependimento pesa em meu peito.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Respiro fundo, tentando contê-las, consciente de que estou em público.

Sinto um toque na cabeça e me assusto, ficando sentada.

Olho para a pessoa e tiro os fones de ouvido.

Uma menina loira de olhos verdes, vestida com vestido romântico, ajoelha no chão, segurando sua bola roxa.

-O que deseja? - pergunto, limpando rapidamente as lágrimas com as costas da mão.

Respiro fundo para me acalmar, enquanto olho para a menina.

-Por que está chorando, moça? - pergunta a menina.

-Porque briguei com uma pessoa muito importante para mim - respondo, sem olhar para ela, brincando com o fone de ouvido.

-Quer desabafar? - ela pergunta, mudando de posição.

Levanto meus olhos para a menina sentada á minha frente, estudando-a em silêncio.

Ela mantém os olhos em mim, sem deviar, esperando pacientemente.

Uma criança dessa idade sabe o que é desabafo? - Pensei, soltando um riso baixo e balançando a cabeça.

-Seus pais não vão brigar com você por estar conversando com uma estranha? - pergunto, quebrando o silêncio.

-Eles estão me observando de longe, tia - responde ela, abrindo um sorriso fofo - Eu a escutei chorando e vim aqui para ajudar você. Você está precisando desabafar.

-Continuando a história, perdi meu melhor amigo. Conheci ele por meio de uma amiga em comum. Com o tempo, comecei a desenvolver sentimentos por ele - digo, respirando fundo e brincando com a grama - Guardei para mim, porque ele estava em um relacionamento sério com alguém e decidi apoiá-lo.

Ela permanece em silêncio, prestando atenção ao que eu dizia com a bola em cima das pernas e o queixo apoiado nela.

-O tempo nos afastou, e acabei conhecendo alguém que me magoou muito. Um dia, reencontrei Adam. Disse a ele que era apaixonada por ele e, para minha surpresa, ele disse que sentia o mesmo por mim.

-Se é recíproco, porque não estão, juntos? - pergunta ela, curiosa.

-Um labirinto de insegurança, medo e cicatrizes do passado aconteceu. Não consegui me entregar completamente a ele - digo, sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto e um aperto no peito.

O silêncio domina a conversa novamente. Limpo as lágrimas com as costas das mãos e solto um suspiro.

A menina respeita meu tempo e espera eu me recompor.

-Entendo, você tem medo de ser magoada de novo - ela quebra o silêncio de alguns minutos.

-Sim - respondo baixo, soltando outro suspiro e me deito na grama - então terminei com ele. Magoado e chateado se afastou de mim, como castigo para mim se tornou frio apenas comigo.

-Indo até, você não resolve a situação? - pergunta a menina, enquanto suas mãos pequenas acariciam meu cabelo - Ainda há solução.

-Uma confiança abalada não é fácil de restaurar novamente - respondo, sentindo um aperto no coração e lágrimas escorrendo pelo meu rosto sem a minha permissão - Dói ele me tratar friamente, sinto falta dele quando tentava me irritar e da risada.

-Tudo tem uma solução, menos a morte - diz a menina sabiamente, continuando o carinho - Um gesto vale mais que mil palavras

-Tenho dificuldades para me expressar - digo, sentando novamente e olho para ela.

-Não pensa assim - diz ela, inclinando a cabeça de lado - tenho certeza de que você consegue pedir perdão para o homem da sua vida.

-Deixa eu perguntar - digo, soltando uma risada entre as lágrimas - Quantos anos você tem? Como pode ser tão sábia com essa idade?

-Eu tenho 7 anos - responde ela, abrindo um sorriso - Minha mãe é psicóloga, apenas aprendo coisas com ela.

-Então, o que devo fazer, doutora? - pergunto, colocando a mão na cintura e mantendo o sorriso.

-O caminho já dei a você - responde ela sapeca - Agora basta segui-lo sem medo, mas não espere muito, pode ser tarde demais.

-Acho que vou para casa, já esta tarde - digo, apertando a bochecha dela - Volte para seus pais e vou pensar no que fazer. Obrigada.

-Siga o conselho que lhe dei - diz ela, levantando - Espero que ele a perdoe.

Ela corre em uma direção.

-Como uma garotinha deste tamanho sabe dar conselhos? - pergunto a mim mesma, levantando-me - Adam, sinto saudades, mas essas palavras não vão bastar. Ela tem razão, um gesto vale mais que mil palavras.

Caminho em direção à saída do parque, pensando no que fazer.

À medida que me aproximo da saída do parque, sinto a brisa suave da tarde acariciar meu rosto.

As folhas das árvores farfalham ao vento, criando uma melodia suave que acalma meu coração.

A grama verde estende-se como um tapete acolhedor sob meus pés, e o canto dos pássaros preenche o ar.

Finalmente, avisto o portão de ferro que marca a saída do parque, seus arabescos de metal contrastando com a vegetação ao redor.

Sigo andando em direção a minha casa, enquanto o sol se põe no horizonte. Olho para ele admirada.

O céu está pintado de laranja e rosa, criando um espetáculo de cores que me enche de uma sensação de paz.

Este momento de tranquilidade me faz refletir sob meus sentimentos e a vida. Me pego pensando no lindo sorriso de Adam.

Respiro fundo, percebendo que preciso resolver isso o quanto antes.

Chego em casa, giro a maçaneta e abro a porta. O aroma familiar de lavanda me envolve imediatamente.

Paso pela sala de estar, onde o sofá aconchegante e os quadros nas paredes trazem memórias de momentos felizes.

Continuo pelo corredor, com seus pisos de madeira rangendo suavemente sob meus pés.

Entro na cozinha, onde a luz do pôr do sol imunda o ambiente, refletindo nas superfície de mármore. Abro a geladeira e pego uma garrafa de água gelada.

Subo as escadas, cada degrau me aproxima do meu quarto, enquanto abro a garrafa.

O corredor do andar superior esta repleto de fotos de família e algumas minhas ao lado de Adam, cada uma contando uma história única.

Aproximo de uma foto em especial, acaricio seu rosto com o dedo, suspirando e abrindo um sorriso sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Chego á porta do meu quarto, levo a garrafa aos meus lábios, tomando a água em goles grandes enquanto empurro a porta suavemente.

O quarto está imerso em uma luz dourada, com cortinas de linho esvoaçando ligeiramente com a brisa.

Caminho até minha cama, sento-me e suspiro. È hora de tomar decisão.

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Dias se passaram, o conselho da menina não saía da minha mente.

Decidi, então, demonstrar o que sinto, o quanto me importo e o quanto lamento por tê-lo magoado.

Sentei na janela com meu caderno de desenho apoiado na minha perna.

Olho para o céu e vejo uma nuvem que, por um momento, formou o rosto do Adam sorrindo.

O céu estava pintado com tons suaves de azul e branco, e os raios iluminava delicadamente a cena, criando um brilho quase mágico.

Deslizo o lápis na folha e um coração partido surge no papel, simbolizando minhas cicatrizes.

As linhas são fortes e irregulares, refletindo a dor e o tumulto dos meus sentimentos.

Ao lado, desenhei uma mão estendida, representando a ajuda e o apoio que Adam sempre me ofereceu.

A mão parece quase real, com os dedos se esticando em um gesto de amizade e suporte.

No outro lado da folha, desenhei dois corações unidos, ocupando todo o espaço, simbolizando o amor e a amizade que compartilhamos.

Usei cores vibrantes para preencher os corações, destacando a importância e a beleza do nosso vínculo.

Terminei os desenhos com cuidado, pintando cada detalhe com capricho, e abri um sorriso.

Era como se, de alguma forma, eu tivesse conseguido colocar no papel tudo o que sentia.

Dobro a folha e a coloco dentro de um envelope, deixando-o em cima da mesa da cabeceira.

Em seguida, vou me arrumar. Minha mente cria várias possíveis reações de Adam.

Respiro fundo, olhando para meu reflexo no espelho, e tento me desligar da ansiedade.

No caminho para a casa dele, passo por uma praça e compro um balão em forma de coração de um senhor simpático.

Aperto a campainha da casa dele, sentindo meu coração martelar rapidamente de ansiedade e nervosismo.

Adam abre a porta, e seu olhar reflete a dor e a decepção que ele ainda sente.

Meu coração se aperta vendo Adam daquele jeito.

Seus olhos azuis, normalmente tão vivos, estavam apagados, refletindo o que sentia. Seu rosto, que costumava ser acolhedor e sorridente, estava tenso, com rugas de preocupação surgindo em sua testa.

Uma coragem que não sei de onde veio me tomou, e estendi a mão com o envelope e o balão, com o coração apertado e as palavras presas em meus lábios.

Ele pego o papel da minha mão, hesitando, e abriu o envelope devagar.

Seus olhos azuis se suavizaram aos poucos enquanto entendia a mensagem dos desenhos.

Sem dizer nada, ele deu um passo á frente e me abraçou forte. Meus olhos se encheram de lágrimas, e retribuí o abraço apertado.

Senti que Adam compreendeu o que eles significa para mim. Percebi que, apesar das minhas cicatrizes, era possível seguir em frente com quem amo verdadeiramente.

-Eu te amo, Adam - digo finalmente, reunindo coragem para me afastar e olhar em seus olhos.

-Eu te amo,vida - respondeu ele, abrindo um sorriso com os olhos cheios de lágrimas, enquanto beijava minha testa - vem.

Limpo suas lágrimas antes de entrarmos em sua casa. Surpreso com meu ato, ele solta o balão que sobe graciosamente para o céu.

Antes de fecharmos a porta, escuto uma risada infantil ecoando ao vento.

🌼•🅵🅸🅼•🌼


User: Izzy_Morningstar11

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