Tudo em seu Tempo.

Eu sei que pareceu que eu tinha morrido (de novo) e peço desculpas por isso.

Muita coisa aconteceu e eu não estava em meu melhor momento como escritora, então acabei me afastando daqui. Comecei uma Iniciação Científica na faculdade que está me dando nos nervos também e isso me ocupa muito tempo de escrita mas me ajudou a reescrever e revisar QUATRO CAPÍTULOS até agora, que seram postados semanalmente se tudo der certo.

Dito isso, novamente me desculpo e desejo a todos uma boa leitura 💜📚

❤️🌈❤️

Pov's autora

— Então o desgraçado está de volta? — Taehyung perguntou mordendo um pedaço de um dos três sanduíches de queijo e patê de frango que estavam apoiados em um prato sobre sua barriga.

— Sim, e pelo visto ele quer atormentar não só eu, mas o Jungkook, o Kyung e até você, embora eu ache que ele não tem peito pra ir atrás do Kyungsoo, aquele covarde. — Jimin respondeu se sentando no sofá ao lado do amigo, com seu próprio prato.

Era quarta-feira, e todo o grupo de apoio estava reunido na casa de Kyungsoo e Jongin, após os médicos decidirem que o ômega deveria ir para o hospital para ficar em observação ainda naquela semana, visto que ele estava à menos de duas semanas de completar oito meses e por conta disso, não conseguiria ir mais nas reuniões aos domingos. A ideia de se reunirem foi de Youngjae, que tinha em seus planos um pequeno e simples "amigo secreto", carinhosamente apelidado de "chá de bebê coletivo" por Taehyung, já que ao que tudo indicava, em breve aquele grupo acabaria, e uma nova turma iria se formar.

E como era melhor Kyungsoo ficar em repouso, ele mesmo dispôs a casa para fazer a reunião, além de aproveitar para mostrar aos amigos o quartinho já totalmente preparado das crianças, em tons neutros de marrom, beje e branco com decorações de ursinhos por todos os lados. Agora ele conversava com Youngjae e com Mark, que sentado na poltrona a sua frente se atentava à conversa e ao filho que dormia no sofá ao lado, tirando seu cochilo. Jongin servia os convidados com suco de uva integral enquanto conversava com Baekhyun sobre trabalho e Taehyung e Jimin entravam na pauta que preocupava o Park: Oh Sehun.

— Eu? Por que aquele brocha estaria atrás de mim?

— Porque foi você quem me avisou da maioria das traições dele e foi você quem espalhou aquele boato de que ele tinha sífilis, hemorroida e gonorreia em praticamente todas as faculdades de Seul e dos distritos vizinhos.

— Ah é, tem isso... — Taehyung respondeu, tão despreocupado quanto o Park, sentindo um chute ao lado de onde seu prato estava equilibrado. — Argh, queria que um raio caísse na cabeça daquele acéfalo sequelado...

— De quem vocês estão falando? — Kyungsoo surgiu ao lado deles questionando, e antes que Jimin pudesse mudar de assunto para não mencionar o alfa a quem o mais velho tinha ameaçado, Taehyung o respondeu, trazendo um total de zero surpresa a ele. — Ah o Sehun? Ele deu uma de doido e apareceu ontem no mercado durante o fim do expediente...

— Espera, o quê?! Por que não me contou? — Jimin perguntou preocupado. Se ele já tinha se estressado com Sehun, não queria nem imaginar o que tinha acontecido. Mais que tudo ele não queria que o alfa trouxesse transtorno para Kyungsoo e Jongin, especialmente com o ômega tão perto de seu trabalho de parto.

— Eu não queria que você se culpasse por isso, como eu sei que você está fazendo agora. A partir do momento que aquele canalha procura problema ele tem que lidar com isso. O Sehun não é mais problema seu Jimin.

— Eu sei Soo, eu só não quero que você se estresse com ele, os bebês estão quase nascendo e eu não quero nem imaginar o que aquele imbecil pode fazer...

— Fica tranquilo Mochi, o Jongin já deu um jeito nele. Ontem, enquanto eu fazia alguns pedidos de produtos com Jongin alguém bateu na porta da nossa sala. Pensei que fosse alguém do pessoal, embora a maioria já tivesse ido embora, mas meu lobo estava atento demais, de jeito que eu sabia que tinha algo errado...

"Quando ele abriu a porta eu praticamente rosnei de raiva e já ia xingar ele quando o Jongin colocou a mão no meu ombro e me tranquilizou pela marca. Ele perguntou pro infeliz o que ele queria e ele veio com um papinho estranho, todo engomadinho, com ar de "homem da lei", disse que conhecia gente da prefeitura, amigos da mãe dele e tudo mais, que podiam fechar o mercado e que era bom eu não inventar gracinhas como ameaçar ele de novo. Mas ainda bem que meu marido é um homem racional, afinal, o Sehun não ia aparecer ali do nada e ameaçar a gente. Jongin respondeu ele com uma paciência que eu jamais teria e negou qualquer ameaça vinda de minha parte enquanto ele ficava cada vez mais puto e perdia a compostura, me ofendendo de todas as maneiras possíveis. Foram dois segundos até ele se descontrolar e Jongin imobilizar ele na parede, revistá-lo e me entregar o celular no gravador de voz e uma daquelas canetas com microfone."

O relato deixou ambos de boca aberta em surpresa e choque. Não era surpresa nenhuma que o casal havia servido ao exército em pelotão de elite durante a juventude e que utilizavam alguns dos conhecimentos adquiridos em seu dia a dia, mas ainda era meio surpreendente, ainda mais considerando que eles estavam grávidos e à prováveis dias de terem seus filhos.

— Caralho... E aí o que deu?

— Eu apaguei os áudios e quebrei a caneta, depois mandei ele ir pro inferno e disse que se ele viesse com gracinha de novo pra cima da gente eu não ia ficar só na ameaça.

— Você estava armado? — a pergunta de Jimin era em tom preocupado e ao mesmo tempo acusatório. Ele conhecia bem o Kim.

— Não... — a resposta simples não convenceu, fazendo Kyungsoo revirar os olhos. — Eu não estava armado! O Jongin me proibiu de pegar em qualquer arma até que eu passe pelo puerpério...

— E como ele conseguiu essa proeza? — a dúvida de Taehyung era genuína e não apenas dele.

— A gente tinha esse trato desde nossa primeira gravidez e nós não chegamos a cumprir porque... bem, todos nós sabemos o porquê.

— Soo, ele é advogado. — Jimin ainda estava preocupado. Toda aquela calmaria lhe parecia suspeita e apenas algo que ele diria para não lhe preocupar.

— E daí? Eu também sou. — foi simples ao responder, fazendo o Park suspirar ainda temeroso e Kyungsoo buscar se sentar ao seu lado. — Jimin, eu sei o que você está pensando, ele não vai me tirar do sério e nem afetar a mim e ao Jongin, e muito menos a você.

Ele prometeu, sorrindo gentil enquanto o abraçava de lado do jeito acolhedor que sempre fazia se tratando de Jimin. Eles possuíam essa relação fraterna e quase surreal desde que se viram pela primeira vez, era algo único que nenhum deles podia explicar, nem mesmo seus companheiros. O abraço durou até a bebê de Jimin chutar a barriga de Kyung, e ser quase imediatamente correspondido por um dos bebês dele, fazendo os pais rirem.

— Pelo visto já tem alguém aqui querendo fazer amizade... — Kyungsoo disse, rindo ao tocar a barriga do amigo e sentir a agitação da pequena que tinha os chutes cada vez mais fortes.

— Crianças apressadas... Nem nasceram e já estão ansiosas. — o Park riu fazendo o mesmo, sentindo uma confusão na barriga do amigo causada pelos bebês.

A conversa entre eles rendeu até Seokjin tocar à campainha, trazendo consigo uma sacola de presentes, um prato de empadas e um sorriso ameno em um rosto apático incomum aos que o conheciam, mas que logo desapareceu e deu lugar ao sorriso costumeiro. A mudança poderia ter passado por despercebida pelos demais, mas não para Taehyung, que possivelmente era quem mais conhecia as camadas do irmão.

Ele o observava enquanto deixando o prato de empadas sobre a mesa com outros comes e bebes ele conversava com Youngjae e os anfitriões, fingindo estar perfeitamente bem, assim como infelizmente fora criado.

Claro que quando criança Taehyung não via isso, via apenas um irmão perfeito que seguia a risca todas as ordens e desejos dos pais. Um ômega lúpus perfeito, o filho planejado com um futuro brilhante. Taehyung sentia a diferença de tratamento entre eles dois e a tensão que o irmão sentia a cada comentário dos pais, quando criança não entendia muito bem o porquê daquilo, mas conforme crescia começou a entender.

Entender que sua mãe nunca tinha sequer pensado em um segundo filho, muito menos um ômega comum e "inferior", entender as exigências de notas máximas do irmão enquanto ele não levava bronca nem mesmo com notas abaixo da média, "já era esperado", era o que ele ouviu a mãe dizer uma vez em uma conversa com o pai. Isso e outras coisas acabaram desencadeando alguns comportamentos de rebelião, dos simples aos mais severos, que jamais foram repreendidos pelos progenitores de forma que demonstrasse o mínimo de interesse ou preocupação pelo filho mais novo.

Era como se qualquer atitude vinda dele se tornasse "normal" e "esperado", como se ele não tivesse nada melhor a oferecer.

Era uma situação que machucava e que Seokjin jamais poderia entender, afinal ele sabia que o irmão sofria de outras formas, com a pressão física e psicológica para sequer demonstrar uma lágrima de fraqueza.

Seokjin só era forte pois ele já estava todo quebrado por dentro. Nada o afetava, quer dizer, quase nada.

A pressão que sentia por não conseguir engravidar estava o destruindo aos poucos, fazendo ele perder a força que o manteve em pé por tantos anos. Taehyung sabia que os pais, especialmente a mãe, eram um dos motivos para ele negar ter um filho com o marido por tantos anos, embora nem mesmo Namjoon soubesse disso. E agora, querendo ou não eles eram indiretamente culpados por ele não conseguir isso.

Quando eles compraram o apartamento para o mais novo, com a justificativa de que era "um presente de aniversário" ele logicamente não acreditou, o irmão tinha saído de casa havia alguns anos e eles logicamente não queriam um fardo morando com eles. Ele se recusou e ficou mais um mês morando ali até que percebeu que ficar só lhe custaria mais da sua saúde mental. Sem seu irmão e sem Jimin, ele passou a viver sozinho no apartamento, até pegar Yeontan um tempo depois, vendo o cachorrinho se tornar sua melhor companhia em todos os seus dias.

— Seok? Pode me ajudar com uma coisa? — ele pediu ao irmão se levantando da melhor forma que podia, caminhando para o banheiro. Seokjin por sua vez o seguiu, estranhando o fato do irmão ter lhe chamado ao invés de Jimin ou Mark com quem era mais apegado.

O seguindo até o banheiro ele imaginava e repassava tudo o que ele havia feito de errado dessa vez. Os exames estavam perfeitos e seus níveis hormonais também, não tinha razões para ele não ainda não estar grávido. Ele pensava sobre isso praticamente o dia todo e todos os dias, até mesmo enquanto estava se relacionando com o marido, aquilo estava o perturbando tanto que nem aproveitava o momento.

Namjoon percebia isso e todos os dias tentava acalmá-lo e fazê-lo aproveitar a vida e não viver apenas na expectativa ansiosa de ter um filho, mas isso não era tão fácil quanto ele imaginava. As preocupações excessivas faziam parte dele e mesmo com ajuda, se livrar delas era mais difícil do que ele e Youngjae imaginavam. Seokjin vivia como se houvesse um relógio cronometrando cada passo da vida dele.

Assim que Taehyung fechou a porta do banheiro extremamente organizado dos Kim com ambos lá dentro, Seokjin se virou prestes a perguntar o que o irmão pretendia quando foi surpreendido por um abraço, quente e caloroso como Taehyung sabia que ele gostava. O mais novo no entanto nada disse, apenas apoiou o rosto no ombro do irmão e sentiu o quanto ele estava tenso, assim como ele havia imaginado.

Seokjin estava entre a surpresa e o estranhamento pela atitude dele. Por conta de sua criação deverás negligenciada as vezes Taehyung não sabia demonstrar afeto, mas isso dependia da pessoa com quem ele se relacionava e ele mudou muito depois que conheceu Yoongi e Hoseok.

— Por que está me abraçando? — ele perguntou tocando as costas do irmão de leve retribuindo o abraço ainda surpreso e meio confuso sobre suas atitudes.

— Eu sei que você não está bem, achei que precisasse de um abraço. — Taehyung disse baixo intensificando o abraço. Seokjin novamente ficou sem reação, seus olhos inevitavelmente encheram-se de lágrimas e seu abraço se tornou forte, destruindo sua barreira de proteção. — Você costuma guardar o choro até não ter ninguém por perto e você explodir, por isso te trouxe pra cá. Você está guardando o choro há muito tempo.

Pelos próximos doze minutos Taehyung acalentou Seokjin do seu jeito, mas da forma que o mais velho precisava para dispensar os pensamentos que corroiam sua mente nos últimos dias. Ele não era nenhum especialista como Namjoon ou Youngjae, mas suas muitas experiências e o conhecimento que tinha do irmão foram o bastante para fazê-lo rir e se lembrar que a vida não era feita de exatidão e disso o mais novo entendia muito bem.

Nada em sua vida era cem por cento certo desde que ele era criança e não era agora que ia começar a ser. Mas ao invés de se comparar e desejar que as coisas fossem diferentes, como fazia quando era mais novo, ele decidiu apenas viver e aproveitar os bons e maus momentos, tirando o melhor de cada um deles. Ele fez isso quando foi morar sozinho no apartamento, em cada vez que se metia em encrenca em alguma noitada ou quando tirava uma nota ruim em alguma prova, quando Yeontan quase morreu e acabou conhecendo os dois grandes amores de sua vida e agora mais recentemente com sua gestação.

Seokjin podia ser um exemplo para ele, mas Taehyung também era um enorme exemplo para Seokjin. Exemplo de como a vida poderia ser leve e menos regrada, e cada conversa que tinha com ele o ajudava a se sentir mais livre.

Eles não demoraram mais que quinze minutos para saírem dali, com Kyungsoo batendo na porta para usar o banheiro e Taehyung dando a desculpa de que ele pediu ao irmão para ver uma mancha em suas costas que não era nada demais.

Com isso eles voltaram a sala como se nada houvesse acontecido, como sempre faziam quando moravam com os pais. Sorrisos perfeitos que apenas Jimin conseguiu decifrar, por conhecer muito bem tudo o que passaram durante a infância e que ele também passou, embora não da mesma forma.

Com Seokjin mais calmo e menos aflito não foi preciso muito para que ele começasse a se divertir de verdade, conversando com os anfitriões e com os demais convidados trazendo um sorriso ao rosto do irmão mais novo, que buscava com exatidão o lugar onde sentiu um chute há poucos segundos. Ele ainda estranhava a sensação, mas aos poucos se acostumava com aquilo e com o baque de realidade de que realmente tinha alguém ali dentro. E tirando os hormônios ele estava realmente animado.

Foi ele mesmo quem dispensou as conversas para que Youngjae começasse com a dinâmica do chá de bebê, com a explicação de que ele possuía um compromisso inadiável dali à algumas horas.

— Mas você não pegou folga? Pensei que não ia precisar voltar para a empresa. — Mark argumentou pagando outro sanduíche para Bambam que tinha acordado a pouco com fome.

— Peguei e não vou precisar voltar para a empresa, mas combinei uma visita lá em casa com uma amiga designer. Ela vai ver o quarto das crianças, tirar as medidas e eu vou escolher a mobília, os berços chegam em duas semanas.

— Sério? Que incrível! Você já sabe o sexo deles?

— Ainda não, decidimos que vamos esperar até o parto para saber. — respondeu para Youngjae, se sentando novamente em um dos sofás. — A gente está apostando, Hobi acha que são duas meninas, o Yoon acha que são um casal e eu acho que são dois meninos, quem ganhar escolhe os nomes.

— E a ideia claramente foi sua? — Jimin disse rindo, isso era a cara do melhor amigo.

— Pior que não. Eu e o Hobi estávamos discutindo outro dia sobre nomes e tudo mais, e como de costume acabou acalourando um pouco, daí o Yoongi deu a ideia da aposta, e eu acatei muito bem.

— Mas e aí? Quais nomes você escolheu? — Mark voltou a questioná-lo sorrindo para o filho mais velho que lhe pedia mais um pouco de suco de uva.

Taehyung nem precisou pensar ao responder, afinal já tinha escolhido os nomes havia um bom tempo e seu instinto - bem melhor que o de Hoseok, segundo ele mesmo - lhe dizia que em seu ventre havia dois meninos. Era o que ele fielmente acreditava, e nenhuma suposição de Hoseok lhe iria convencer do contrário.

— Taemin e Jungwoo. Taemin assim como o vovô e Jungwoo para homenagear o pai do Yoon, eu queria algo que fosse simbólico e que remetesse à pessoas queridas.

Disse entre um sorriso que chamou a atenção dos demais em especial de Seokjin que sorriu quase emocionado com as escolhas dele. Seu avô havia falecido havia quase dez anos mas era uma das pessoas preferidas dele e do irmão, sempre que estavam com o ômega mais velho sentiam a liberdade em sua mais pura forma. Já o pai de Yoongi ele não havia conhecido, mas Namjoon havia lhe contado sobre ele, sobre como Yoongi o descrevia como um alfa gentil que apoiava os filhos em todos os seus sonhos e como ele foi levado precocemente devido à leucemia.

Além de trazer de volta a lembrança de quem aqueles nomes pertenciam, eles carregavam o amor, o carinho e o afeto que Taehyung sentia por eles e por seus filhos que logo estariam em seus braços.

Como irmão mais velho, Seokjin não poderia estar mais orgulhoso.

Logo, com todos acomodados nos sofás da sala de estar espaçosa de Jongin e Kyungsoo, uma nova discussão se deu início sobre quem iniciaria e como ninguém chegou a um consenso, Youngjae teve que tomar a frente e pedir uma garrafa vazia para Jongin. Assim como no verdade ou desafio, a maioria das coisas da vida poderiam ser resolvidas com uma garrafa, nem que fosse quebrando-a na cabeça de alguém.

— Já que ninguém consegue se decidir vamos pelo clássico "começa em quem cair"... — o psicológico argumentou e pegou a garrafa que o único alfa do recinto trouxe, colocando-a sobre a mesa de centro e a girando até que a boca do objeto parasse de rodar na direção de Seokjin. — Certo! Seok você começa...

— Tudo bem então, preciso descrever a pessoa ou algo do tipo?

— Como preferir...

— Certo, hum... A pessoa que eu peguei tem uma opinião sobre absolutamente tudo, tem um gosto caro e quase excêntrico, ele é criativo e fala bastante, adora o próprio trabalho e é meio paranóico as vezes, e mesmo assim é o melhor irmão que eu poderia querer... E com certeza vai ser o melhor pai do mundo.

Seokjin se levantou indo até o irmão que abriu um sorriso sincero, recebendo a caixa azul escuro e removendo a fita branca com cuidado e ansiedade. Ao ver o que tinha dentro seu sorriso aumentou ainda mais com a visão de dois conjuntos de macacão e bodie vintage com as mesmas cores do embrulho e desenhos de ursinhos nos bolsos, acompanhados também de sapatinhos de crochê com adoráveis pompons.

— É a coisa mais linda que eu já vi! E olha que eu já comprei várias roupinhas para essas crianças... — ele disse em uma risada, segurando um dos conjuntos e limpando uma lágrima teimosa do canto de olho. — Eu amei Seok. Obrigado.

— Fico feliz que tenha gostado. O pai do Yon Bok quem fez os sapatinhos, pedi para ele fazer.

— São lindos, se ele estiver disposto até eu quero encomendar um para o Yugyeom. — Mark comentou, pegando um dos sapatinhos para ver o trabalho delicado. — Falando nisso, onde está o Yon? E o pai dele? Está melhor?

— O Yon está bem, ele e os pais foram para outro distrito para o pai fazer a última quimioterapia. — contou a notícia com entusiasmo deixando os demais da mesma forma. Era uma notícia maravilhosa saber que depois de tanta luta, finalmente o ômega estaria bem e livre da doença.

Muitas mensagens positivas e de felicitações foram gravadas em um áudio que Seokjin enviou para Christin mostrar para o esposo, um áudio para Yon Bok também foi enviado, onde o padrinho e os demais demonstraram sua saudade do pequeno, especialmente Bambam que sentia falta do amigo e de Jinyoung que estava na escola.

— Então agora é a minha vez, certo? — o Kim mais novo questionou, assim que indicado para que o "amigo secreto" continuasse. — Não sou bom com palavras mas enfim, a pessoa que eu peguei é uma fofa quando quer, porque assim, até um alfa lúpus caga nas calças se for ameaçado por ele, ele é um ótimo amigo e junto com o Jongin é o pai da maior ninhada daqui.

Entregou a sacola chique para Kyungsoo que ria de sua descrição ao lado do marido, agradecendo pelo presente. O seu riso continuou assim que abriu o embrulho em que três bodies com a estampa de cada uma das Meninas Superpoderosas, fazendo conjunto com três toucas e calças que tinham as cores das personagens respectivamente.

— Céus eu adorei! Obrigado Tae, só vou precisar de uma camisa do Macaco Louco para o Jongin. — ele disse rindo, pedindo para o marido dobrar os outros dois conjuntos enquanto ele pegava e anunciava o seu presente. — Bem, o meu amigo secreto é uma das pessoas mais fortes que eu já conheci, ele é muito inteligente e é um ótimo pai, sei disso porque ele ganhou um filho maravilhoso e está esperando outro que já é muito sortudo por ter um pai ômega tão afetuoso, que eu sei que faz e faria tudo por eles. Baek, entrega para o Mark por favor? Porque até eu me levantar daqui são dois anos.

Disse fazendo o beta revirar os olhos, rindo com os demais e entregando a sacola para o ômega que permitiu que o filho mais abrisse para ele, se encantando ao encontrar não apenas um, mas dois pijamas dos Vingadores. Um pequeno para o ainda não nascido Yugyeom, e outro do tamanho de Bambam, que mal havia sido apresentado aos super-heróis mas já se considerava um grande fã do Pantera Negra, que estava ali no pijama.

— Papai tem o Pantera! Olha aqui! — mostrou entusiasmado pulando com a camiseta do pijama.

— Eu vi meu amor! Vamos agradecer os tios pelo presente? — incentivou, vendo o filho mirar os olhinhos brilhantes e o sorriso travesso para o casal que olhavam a cena encantandos, indo até eles e abraçando Kyung, com o cuidado que o pai lhe alertara e Jongin, já não tão cuidadoso assim.

— Obrigado tios, eu gostei muito! Papai eu posso colocar?

— Não quer esperar chegar em casa?

— Não pai! Eu quero agora, em casa eu tenho que tomar banho antes, aí eu vou almoçar e vou ficar com sono e vou esquecer! — disse como se aquela fosse o melhor argumento de todos, fazendo os demais rirem e o pai concordar.

— Tá bom, pode colocar. Vai lá no banheiro, não tranca a porta e se precisar de ajuda me chama. — alertou, visto que não fazia muito tempo que ele sem querer havia se trancado no banheiro. Com a afirmação do pai ele foi correndo até o banheiro fazendo Mark revirar os olhos de um jeito risonho. — Obrigado Kyung e Jongin, onde vocês compraram tinha tamanho adulto?

— Acho que sim... Por quê?

— Porque eu tenho outra criança em casa que vai adorar um desses. — ele disse rindo assim como os demais, pegando a caixa de seu presente, imaginando o que iria dizer. — Bom, acho que é a minha vez certo? Bem, a pessoa que eu peguei está comigo há muito tempo, é eu sou muito grato a ele por isso... Talvez eu nem estivesse aqui vivendo tudo isso se não fosse por ele e eu não poderia ter ficado mais feliz ao ter tirado o nome deste meu amigo tão querido. Espero que fique lindo na sua garotinha.

Mark disse entre sorrisos, entregando a caixa rosa claro para Jimin que a recebeu sorrindo, agradecendo ao amigo pelo presente e pelas palavras, retirando o laço azul claro.

— Sério, eu quase chorei aqui, obrigado pelo presente e pelo carinho Mark...

— Ah que isso, espero que você goste. Talvez não sirva agora mas futuramente com certeza ela vai usar...

— Mark, é lindo! Que fofura! — expressou em um sorriso ao contemplar a adorável jardineira jeans rosa e a camisa de dinossauros coloridos que formavam um fofissimo conjunto. — Vai ficar lindo com o converse que o Jungkook comprou pra ela...

— Olha papai! — uma criança alegre veio correndo pelo corredor até parar em frente ao mais velho, dando uma voltinha para o pai ver como o pijama havia ficado, o que lhe arrancou uma risada ao ver que a calça estava do lado errado.

— Está perfeito meu amor. E você está aprendendo a se vestir direitinho. — sorriu pegando o filho no colo, o abraçando e fazendo-lhe cócegas. — Desculpe Jimin, acho que te interrompemos.

— Sem problemas, até porque meu amigo secreto sabe que eu peguei ele... — disse e todos os olhares se voltaram para ele, inclusive o do mencionado que riu cúmplice. — Espera lá! O sorteio foi feito faz meses e não tinha como eu saber qual o tamanho comprar para a garotinha dele. Espero que a Rosé goste Baek, cadê ela inclusive?

— Ela está com o Chany e com a assistente social hoje, ela quer ver como o Chanyeol se sai com ela e a partir da semana que vem ela vai passar a semana com a gente... — contou empolgado como uma criança, sorrindo e abrindo a sacola.

Roseanne Park ou simplesmente Rosé como ela gostava de ser chamada era uma beta de seis anos com uma história triste. Abandonada quando bebê, o pai não a queria por ser uma beta e lhe deu para o serviço social australiano, onde ela logo foi adotada por um casal coreano que desistiu da adoção não muito tempo depois.

Ela iria ser deportada de volta para o orfanato de Camberra mas com a superlotação do lugar e com o fato dela ser "meio coreana", conseguiu a nacionalidade e uma vaga no orfanato Son Jihye onde permaneceu até conhecer o casal Park. Logo na primeira visita deles ao lugar a pequena esbarrou em Baekhyun por acidente, ao fugir de uma garota mais velha e furiosa que acreditava que ela havia destruído seu brinquedo favorito, e sem olhar para frente ela acabou batendo com Baek, que logo se prontificou a ajudar a garotinha caída.

Ela lhe agradeceu em um sussurro que foi ainda menor que seu sorrisinho tímido que foi retribuído por Baekhyun, antes de olhar para trás e ver sua perseguidora ir embora ao ver o casal junto à assistente social e a diretora, dando um suspiro aliviado e totalmente indiferente as broncas que a diretora lhe dava por ser tão desastrada e desatenta, mas ela ouviu quando Chanyeol intercedeu por ela ao dizer que estava tudo bem e que era normal se distrair, sorrindo para ela, não foi preciso mais que duas visitas para eles saberem quem eles iriam adotar.

Aos poucos, Rosé se mostrava cada vez mais extrovertida, embora ainda fosse bem distraída, o que não era nenhum problema, visto que Chanyeol também vivia em seu próprio mundo as vezes. Ela não podia estar mais feliz, e com certeza Baekhyun e Chanyeol sentiam o mesmo.

— Estão na fase das avaliações individuais? — Mark perguntou, ainda com bambam em seu colo, vendo o beta assentir.

— É um saco, mas tem sido bem tranquilo e falta pouco para finalizar o processo então eu não tenho do que reclamar. — disse enquanto abria a sacola de presente, se deparando com um vestido cor de rosa cheio de flores que tinha certeza que sua princesa iria amar. — Jimin você tem a mão de uma fada para presentes, ela não vai querer tirar isso nunca mais! Muito obrigado, ela vai adorar. Bom, acho que agora sou eu...

Disse dobrando o vestido para colocá-lo novamente na sacola, pegando uma caixa embrulhada e entregando-a para Youngjae sem muita cerimônia, o que rendeu uma certa surpresa ao psicólogo.

— Obrigado Baek. — o ômega agradeceu, abrindo a embalagem esguia com cuidado até conseguir puxar a caixa com cuidado e se deparar com um brinquedo que com certeza tornaria os seus dias e os do marido muito mais barulhentos. — Uau, uma guitarra de brinquedo e... com 150 músicas?! Jinyoung vai adorar.

Ele não sabia se ria ou se chorava com aquilo. É claro que ele adorava que seu filho se expressasse e ele incentivava muito para que ele o fizesse, entretanto Jinyoung costumava se expressar até demais. Baekhyun sorria terminando de guardar o presente de Roseanne, aparentando não perceber a dualidade de expressões do amigo, mas logo o acalmou.

— Eu não queria dar uma roupa porque o meu eu criança odiaria receber uma, então fui com o Chanyeol em uma loja de brinquedos, ele viu a guitarra vermelha e vocês sabem como o meu alfa é com instrumentos. Ele implorou para levarmos e eu sabia que ia dar dor de cabeça, mas descobri que tem como abaixar o volume e já fiz isso, o botão é dentro do painel de pilhas então não tem risco de criança mexer.

— Revolucionário Baek... — Taehyung não exitou em bater palmas para o amigo que agradeceu com uma reverência exagerada, entrando na brincadeira.

— Obrigado, e espero que ele goste, mas qualquer coisa eu tenho um alfa que vai adorar uma miniatura da guitarra dele pra tocar com a nossa filha. — disse brincando, já que uma guitarra identica a aquela já tinha figurinhas de unicórnio e estrelinhas de canetinhas pintadas no quarto da filha.

— Obrigado Baek, você é um amor... — Youngjae agradeceu, deixando o embrulho aberto pela metade de lado para poder reembrulhar depois, pegando uma caixa totalmente branca próxima de si, sorrindo para a única pessoa dali que ainda não havia recebido nenhum presente, que nem com os cochichos se animava, embora estivesse feliz por cada um ali. — Bom, eu acho que só falta uma pessoa aqui para receber seu presente. Ele é um dos meus clientes favoritos, uma das pessoas mais criativas e mais fortes que eu já conheci. Na verdade ele ainda não recebeu o presente que ele tanto quer, mas eu tenho certeza de que logo ele vai estar com ele ou com ela, e espero que quando acontecer ele possa usar isso.

Disse em um sorriso acolhedor, indo até o Kim que além de um sorrisinho tristonho, pela primeira vez tinha lágrimas nos olhos na frente de mais de uma pessoa, que não eram Jimin, Taehyung, Namjoon ou Youngjae quando tinham suas consultas. Tinha lágrimas nos olhos e não se incomodou em estar assim frente àquelas pessoas, não se importou quando abriu a caixa e as poucas lágrimas se tornaram um choro, levando o irmão a abraçá-lo de forma a reconfortá-lo.

Mas de toda forma ele não estava totalmente triste. Ele se sentia acolhido pelo grupo e até por Jongin que temporariamente fazia parte dele, e o macacão de bebê dentro da caixa, branco com ursinhos, além de ser seu primeiro utensílio de bebê, era o mais acolhedor que ele poderia receber de alguém. Era um lembrete de que nada estava em seu controle, era um lembrete que tudo tinha seu próprio tempo.

Seokjin podia não ter recebido ainda seu tão sonhado presente, mas era certo que logo ele o receberia e ele tinha isso em mente.

— Céus... O-obrigado Jae. É lindo, eu espero poder usá-lo em breve. Eu não sei o que seria de mim sem você e suas consultas, sem o grupo ou cada um de vocês... são os melhores amigos que eu poderia querer.

Agradeceu, levando um ou dois dos presentes às lágrimas. Querendo ou não, aquela era uma despedida, não deles em si, mas do grupo formado há seis meses por Youngjae. Kyungsoo logo teria os bebês e se ausentaria das poucas reuniões que viriam a seguir, e com a guarda de Baek, e o nascimento de Yugyeom e da filha de Jimin, só restaria Taehyung ter seus bebês para o primeiro grupo se findar e um novo começar. Era o início de um ciclo se encerrando.

E mesmo que as ansiedades de cada um deles pudessem tomar forma das mais diversas maneiras, um laço afetivo entre eles estava formado e cada um ali tinha suas certezas de que tudo tinha seu tempo, especialmente Seokjin.

❤️🌈❤️

Espero que tenham gostado do capítulo, deixem uma estrelinha se sim, comentem e se preparem que o próximo é gigante.

Um beijo e até breve!

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